Leis Renovadas: Sinta A ''Vibe'', Temporada 1 escrita por BrunoCTorres


Capítulo 1
Piloto - Quem É Vivo Sempre Aparece




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O final do ano tinha corrido bem a não ser pelo fato da polícia local ter parado de procurar pistas sobre a morte de Gouveia. É incrível como, na mente de todos, aquela cena do funeral aparecera.

Como acreditar que uma pessoa da sua turma, pode ter sido assassinada?

Eles se imaginavam entrando pela porta da casa, como aconteceu com a empregada, encontrando as gotas de sangues espalhadas por todo o piso de madeira. A imaginação se prolongara até as escadas e depois até a entrada do quarto do Gouveia, e continuava até a porta do guarda-roupas dele. Até ai tudo bem. Mas quando eles se imaginavam abrindo a porta, e encontrando Gouveia pendurado entre dois cabides, eles se arrepiavam. Isso era o pesadelo de cada um que estava no funeral.

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– Já pegou a sua mala? –Perguntou Giovanna para Jonatas. – Pois acho que já vamos partir.

– Está aqui. –Ele sorriu lindamente.

Duas turmas do colégio estavam no aeroporto Internacional de Atlos, embarcando para uma viagem de início de ano. O oitavo e o nono. Sim, o antigo pessoal do oitavo ano estava agora no nono ano. A escola estava levando os alunos para aproveitarem o início das aulas em um clube de vela fora do estado. Por isso o avião. Não é muito normal uma escola levar os alunos de avião para algum lugar. Mas o colégio havia sido premiado como o melhor da região por ter abordado um tema da atualidade no Júri Simulado. Então ele queria parabenizar os alunos que participaram e aqueles que não tiveram a oportunidade.

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O aeroporto era um lugar enorme. Havia muitas pessoas acomodadas nas carteiras de espera e muito mais pessoas em pé. A maior parte delas estavam telefonando ou falando sem parar com a pessoa do lado. A garotada da escola estava toda perto da lanchonete do local. Era possível ver uma multidão de blusas vinhos espalhadas por todo um canto. Ana Clara estava sentada no banco da lanchonete lendo um livro, Catete ao seu lado e Fernanda também, mas em duas cadeiras depois dele.

Jonatas e Giovanna estavam em pé, um ao lado do outro, conversando. Desde a morte do Gouveia eles e Bruno, que havia viajado para Nova York, haviam criado uma linda amizade. Tão forte quanto há um hipopótamo fazendo força para sair do lugar de onde está encalhado. Eles haviam reforçado o pouco que conheciam um do outro. Todas as 8 horas da noite eles se falavam via internet pelo notebook.

Todos estavam embarcando no avião. Muita gente se jogando em cima do outro, em um ato de brincadeira. Coisa ridícula, aquilo!

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Bruno deveria estar em Nova York, onde recebeu uma proposta de emprego. Ele descobre, por meio de Giovanna que os alunos do colégio Atlos iram fazer uma viagem para um lugar não muito distante, mas eles iriam de avião. Uma lâmpada se acendeu em cima da cabeça de Bruno – como naqueles desenhos infantis. Ele pensou em voltar a Atlos, entrar no avião e ir nessa viagem junto com eles. Ele conseguiu. Bruno estava sentado em sua poltrona, dentro do avião. Uma pessoa, com uniforme do seu antigo colégio, sentou no assento ao lado. Bem ao lado mesmo. Tipo, do lado. Era um menino, loiro com olhos verdes claros. Ele possuía uma pele branca como a neve e estava segurando uma mala enorme, daquelas que parece um cone e que você segura na alça. O menino olhou para Bruno com um olhar furioso. Talvez fosse por causa do avião. Talvez ele nunca tenha viajado assim. Bruno não se impressionou. Já havia passado por ameaças maiores ( Sim, ‘A’ foi a ameaça maior ). Bruno se virou e encarou a capa da poltrona da frente, e depois olhou pela janelinha do avião.

A diretora do colégio Atlos foi a frente de todas os assentos e disse que começaria a fazer a chamada, para checar se todos estavam ali dentro. Ela começou, no meio da chamada ela gritou: Giovanna Marques, 9º ano! Bruno se ajeitou na poltrona, mexeu no cabelo e sorriu para todos os lados. O menino ao lado de Bruno sorriu também, mas com certeza foi com um tom de deboche ao ver ele sorrindo para todos os lugares e cantos do avião. Giovanna entrou correndo pelo compartimento e foi até sua poltrona. Giovanna gritou ‘Presente’ bem alto. Ela não vira Bruno. Ele se sentou desanimado e seu sorriso se desmanchou. Por fim, lá pelos últimos nomes da lista, a diretora gritou um nome, que por mais popular Bruno fosse ele não conhecia: Lucas Valadão, 8º ano. O menino ao lado de Bruno ergueu a mão e exclamou ‘’Presente!’’.

Lucas Valadão. Quem é esse? – Bruno pensara.

Logo uma mensagem chegou no celular de Bruno. Ele desbloqueou a tela e viu que era de José Pedro, o seu melhor amigo de infância:

Já está no avião? Estou aqui também, ao lado da Giovanna. E, você conhece o Lucas Valadão?

–José

Bruno respondeu a mensagem: Sim, já estou aqui, e eu nem sei quem esse menino é.

Nenhuma mensagem chegou de volta para Bruno. Nada Estranho. Lucas ainda estava ali, sentado ao lado dele encarando-o.

– Ei, tudo bem? –Disse Valadão. – Você é o Bruno, certo?

– Estou bem... e sim sou eu. –Bruno respondeu tentando entender como o garoto sabia o seu nome. – Porque?

– Nada, ouvi dizer que você foi o único do colégio que viajou para realizar um sonho. –Ele falou sorrindo.

Ainda era motivo para desconfiar.

– Ah, sim.

– E por que voltou? Não deu certo?

Bruno se calou e olhou para a frente. O avião estava decolando. Bruno prendeu o cinto e Valadão também. Só que o menino não estava conseguindo botar o cinto, daí Bruno se ofereceu para ajudar:

– Precisa de uma mãozinha ai, menino?

Lucas assentiu e Bruno o ajudou prendendo o cinto dele. O menino sorriu e agradeceu.

Pelo o menos ele era educado. Não parecia ser de Atlos.

Bruno olhou pela janela e eles já estavam no ar. A cidade estava mais pequena que o comum. Parecia um caroço de jabuticaba no meio de um mamão todo.

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Muitas pessoas conversando ao mesmo tempo. Um barulho atordoante. Algumas estavam dormindo, outras ouvindo música e outras vendo filmes ou vídeos nos celulares.

A luz do avião começou a abaixar, tornando a apagar totalmente. Um bom motivo para o pessoal calar a boca. Havia uma tela de televisão centrada em uma parede que ficara na frente das poltronas. A tela acendeu com uma luz vermelha escura e uma voz surgiu nos alto-falantes:

– Queridos alunos do colégio Atlos. –A voz começou. – Estou aqui para falar em especial com algumas pessoas. –A pessoa parou e pareceu buscar por algo. – Ah sim, achei. Ana Clara, Bruno, Giovanna, Jonatas e Fernanda.

Os cinco prestaram atenção. Giovanna tirou o fone de ouvido quando ouviu seu nome.

– Gostaria de dizer que um amigo de vocês não está mais abordo. –O mistério tomou conta do local, tornando a deixar perguntas para os colegas de classe. – Ou não estará mais...

Era claro que o amigo era o Lucas Catete, por um único e direto motivo: A voz não citou o nome dele. A voz pareceu calada, quando apareceu uma pessoa na tela. Ela tinha um capuz vermelho que tapava a metade do rosto e só deixava a boca rosada á mostra.

V! Pensou todos juntos. Era V.

Depois uma imagem se criou em uma telinha e ficou no canto inferior direito. No vídeo, que estava sendo transmitido pela telinha, Ao Vivo, era possível ver Catete com as mãos amarradas e os olhos tapados com um pano vermelho sangue. Sabe naqueles filmes, quando tem uma enorme porta por onde as pessoas pulam com paraquedas ?

Então...

Ele estava no lugar onde ficavam as bagagens e uma grande porta estava aberta. O vento no local, estava circulando muito rápido.

– Me ajudem! –Gritava ele. – Por favor, me tirem daqui! Por favor! Por favor. Eu imploro, por tudo que é mais sagrado.

Todas as pessoas se esquivaram para frete sem acreditar no que estava acontecendo.

– E para tirá-lo de lá vocês cinco terão de fazer o que eu mandar. –A voz ria sorrateiramente, enquanto falava.

As luzes voltaram a ativa e as pessoas estavam se perguntando o que realmente estava acontecendo.

No mesmo segundo que a luz voltou, José olhou para o lado e não viu Giovanna. Se levantou da poltrona e procurara por Bruno á frente, que estava ao lado do Lucas Valadão.

Os cinco tinham desaparecido em segundos. Em segundos.

#

– O que ‘’V’’ quer? –Ana Clara perguntara para os outros quatros, que estavam atrás de si.

– É.... –Giovanna ia dar palpite. – Não sei.

Bruno se localizara a muitos passos atrás dos quatro adolescentes que ali estavam para salvar seu amigo. Isso significava que ninguém conseguia vê-lo.

– Por que a pessoa citou Bruno? –Jonatas se angustiara, pois aliás ele era seu amigo. O melhor deles. – Ele está no voo?

Os amigos deram de ombros sem prestar atenção no que ele estava falando.

– Para onde estamos indo, na real? –Giovanna questionou.

A alguns passos á frente, uma placa pendurada em uma porta de metal:

VEJO QUE ESTÃO VIVOS AINDA. SIGAM Á FRENTE.


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Notas finais do capítulo

Todas as Quartas ás 13:10.



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