You and I
We don't want to be like them
We can make it 'till the end
Nothing can come between
You and I
Not even the Gods above
Can separate the two of us
No, nothing can come between
You and I
Oh, you and I

– One Direction

Eu e as meninas estávamos sentadas em nossas respectivas camas, enquanto um filme de romance passava na televisão. Gabi estava com os olhos vidrados na televisão, e eu apenas comia um pedaço de chocolate e assistia às cenas do filme, sem realmente prestar qualquer atenção no que estava sendo dito ali.

Juliet sentou-se ao meu lado e roubou com um pedaço de meu chocolate, olhando-me de maneira travessa. Revirei os olhos e comi mais um pedaço de chocolate, deliciando-me com o sabor doce do mesmo. Depois de meia-hora, o filme terminou, e Gabi desligou a televisão, olhando para mim e para Juliet.

— Podíamos pedir uma pizza! — Minha amiga ruivinha pediu com os olhos castanhos brilhando. Sorri e disse:

— Acho uma boa ideia...

— Vou descer e pedir ao hotel o número de uma pizzaria — Juliet disse animada. Ela levantou-se rapidamente e saiu do quarto, deixando-nos sozinhas. Eu sentia falta daquilo, de poder passar um tempo com minhas amigas, de poder conversar com elas e agora parecia o tempo perfeito para isso.

Depois de alguns minutos Juliet apareceu com um pequeno papel branco em mãos e com um sorriso sapeca no belo rosto. Ela pegou o celular no bolso da jaqueta de couro preta que usava e ligou para a pizzaria, pedindo os sabores que ela sabia serem nossos prediletos.

— Prontinho, em meia hora eles entregarão a pizza! — Ela falou jogando-se na cama e sorrindo para nós.

— E então, o que acha de assistirmos um filme de terror? — Gabriela perguntou animada. Revirei os olhos e falei, cruzando os braços:

— Não vai rolar, Gabi — disse séria: — Você fica nos atormentando depois pedindo para que deixemos as luzes acesas — falei fazendo uma careta. A ruivinha olhou-me e irritada e mostrou-me a língua, em uma clássica atitude de uma criança mimada, o que apenas me fez rir.

— Ah minha nossa! Vocês não vão acreditar em quem acabou de mandar uma mensagem pelo Facebook — Juliet disse de repente, interrompendo minha conversa com Gabi. Olhamo-as, curiosas, e perguntamos, em uníssono:

— Quem?

— Ian McCarty — ela falou sentando-se na cama e sorrindo. Na mesma hora, reconheci o nome, mas não consegui lembrar de onde era. Vasculhei minha mente, e instantes depois, questionei, arregalando os olhos:

— É aquele cara gato por quem você foi apaixonada? — Gabriela questionou franzindo cenho, e logo pude perceber que ela havia pensado na mesma coisa que eu. Gabi havia sido apaixonada por Ian durante anos, mas ele sempre a rejeitara.

— Ele mesmo...

— O que ele quer? — Perguntei ligeiramente confusa. Era estranho ele tentar falar com ela agora, teve tantas oportunidades...

— Ele disse que queria se encontrar comigo, que nunca me disse mas teve uma queda por mim no passado — ela falou revirando os olhos. Bufei e falei:

— Curioso, ele nunca fez questão de demonstrar isso — falei ríspida. Gabi apenas moveu a cabeça, como em uma forma silenciosa de dizer que concordava comigo, e sorriu.

— Exatamente, por isso mesmo eu já cortei a onda dele — ela falou sorrindo. Mordi o lábio inferior e pus ambas as mãos sobre meus joelhos, esticando-me. Lembrei dos poucos namorados que tive e pensei em como eu era sortuda por não estar com eles ainda.

— Gente, agora me dei conta de algo — Gabriela disse suspirando logo em seguida. — Logo teremos que voltar para a Irlanda, e deixar os meninos aqui — ela falou fazendo um bico. Assenti e falei:

— Pois é... Me dói pensar nisso, mas eles amam o que fazem e eu jamais pediria para Zach abdicar de sua carreira apenas por minha causa... Teremos que aprender a lidar com isso — disse paciente. Eu sabia o quão importante aquilo era para Zach, e o quanto aquilo fazia-o o feliz, jamais tiraria aquilo dele.

— Você tem razão... Eu também seria incapaz de tirar isso de Harold — a ruiva disse encarando-me.

Nós ficamos conversando mais um pouco até a pizza chegar, depois deliciamo-nos com a mesma e assistimos a um filme de ação que acabara de começar. Falamos sobre coisas aleatórias, como fofocas do mundo no qual fomos inseridas graças aos garotos, e quando eram duas da manhã, as minhas amigas adormeceram, enquanto eu permaneci acordada.

Peguei meu celular e vi que havia uma mensagem de Zach no mesmo. Sorri ao ler o que estava escrito nela: "Boa noite, minha pequena... Passei para perguntar se você e as meninas querem ir ao nosso show no fim de semana". Eu não via motivos para recusar a oferta, então apenas respondi: "Com certeza vamos, quero ver como é um show da banda de vocês". Digitei rapidamente, e instantes depois, outra mensagem surgiu na tela: "Okay amor, amanhã passo ai para lhe dar os ingressos. Amo você". Senti meu coração aquecer-se ao ler aquelas duas palavrinhas e respondi: "Okay, obrigada. Também amo você".

Desliguei o celular e virei-me na cama, fechando os olhos e adormecendo em seguida.

No dia seguinte, acordei com alguém me cutucando. Virei-me na cama e bocejei, abrindo meus olhos em seguida. Cocei os olhos e encarei Gabi, que olhava-me com uma expressão sapeca no belo rosto.

— Bom dia, meninas — disse para minhas amigas, que já estavam se arrumando. Olhei para o relógio e notei que já eram nove e meia da manhã.

— Bom dia, Val — Juliet e Gabi disseram em uníssono, ambas sorrindo. Levantei e me troquei. Coloquei uma calça jeans azul marinha, uma blusa de manga comprida vinho e uma jaqueta de couro bege. Calcei um par de botas, também bege.

— Vamos meninas? — Perguntei abrindo a porta do quarto e pegando o cartão. Eu e as meninas saímos e tomamos nosso café. Depois de voltarmos ao quarto, eu comecei a ler um livro esperando por algum sinal de vida de Zach. Quando eram duas da tarde, ele me mandou uma mensagem avisando-me que passaria no hotel em dez minutos e pediu para que eu descesse, já que ele não poderia subir.

Aproximei-me do carro de Zach e sorri para ele, que retribuiu com um sorriso de tirar o fôlego:

— Aqui estão os ingressos... Por favor, vá, é importante para mim — ele pediu sorrindo. Eu assenti e ele falou:

— Tchau — nos despedimos e eu subi, indo em direção ao quarto. Lá, avisei as meninas sobre o show e ambas ficaram bastante animadas com a ideia.

O resto da semana passou rapidamente, eu e Zach nos encontramos pouquíssimas vezes, e eu sabia que isso devia-se ao fato de que ele estava se preparando para uma nova turnê. Ser namorada de um astro pop famoso não era algo fácil; mas, ainda assim, eu não ligava para aquilo, apenas queria ficar com ele.

Finalmente, o dia do show chegou. Eu nunca me senti tão ansiosa em toda minha vida, e sabia que as meninas sentiam-se da mesma maneira. Era a primeira vez que iria a um show dos meninos, e eu mal podia conter meu nervosismo. Olhei-me no espelho e aprovei as minhas vestimentas. Eu usava uma calça jeans, uma blusa lisa branca, um cardigã preto e botas de cano alto pretas. Penteei meus cabelos e passei um perfume. Olhei para o lado e sorri para minhas amigas, que já estavam prontas. Juliet usava uma calça leggin preta, botas pretas, uma blusa de manda comprida bege e um casaco de couro vinho. E Gabi usava calças jeans, sapatilhas pretas com spikes, uma blusa de manga comprida vermelha.

Nós saímos do apartamento sorrindo e logo fomos London Wembley, onde os meninos fariam o show. O estado já estava começando a ficar cheio, mas ainda faltavam duas horas para os portões abrirem. Notei algumas pessoas olharem para nós conforme ficávamos em nossos devidos lugares na fila. O tempo não demorou a passar, e logo todas nós entrávamos no grande estádio.

— Eu nem acredito que estamos em show deles! — Gabi disse animada: — E ainda por cima de graça! — Ela falou batendo palminhas. Ri do comentário dela enquanto sentávamos nas arquibancadas. No centro, havia um grande palco super estruturado, com vários refletores e holofotes, e um grande painel no fundo. A área que não era ocupada pelo palco era lentamente tomada por uma enxurrada de fãs, que começavam a gritar para que os meninos aparecessem.

Logo, todo o estádio estava ocupado por fãs enlouquecidas, que gritavam a plenos pulmões. Depois de dez minutos, os meninos surgiram, e então Gabi simplesmente berrou do meu lado, fazendo-me pular da cadeira. Eu não iria agir como uma doida escandalosa, apesar de estar amando ficar ali. Em pensar que um dia já odiei aquela banda...

Os meninos tocaram as mais diversas músicas, desde aquelas que fizeram mais sucesso, até aqueles que não ficaram tão famosas. Perdi a conta de quantas músicas foram cantadas; mas, ao olhar para o relógio, percebi que duas horas haviam passado.

— Bem, mais uma vez nós queríamos agradecer a cada um de vocês por todo o amor e carinho durante todo esse tempo de banda... Sem vocês nada disso seria possível — Zach disse sorrindo, logo após eles terminaram de cantar Truly, Madly, Deeply.

A plateia gritou eufórica e ele sorriu, tímido. Eu amava aquele sorriso.

— Bem... Há um ano Simon ligou e pediu que eu compusesse uma música, o que não é algo tão comum — ele disse risonho: — E eu o fiz — eu pude perceber que ele estava nervoso, e não consegui compreender o motivo daquilo. De repente, grande parte da plateia estava em silêncio, esperando que ele dissesse algo. Assim como eu. — Eu compus essa música pensando em uma pessoa muito especial... Uma das pessoas mais importantes para mim. Quando a conheci não pude deixar de me sentir fascinado pelo jeito dela... Pelo seu sorriso — senti meu coração tamborilar e arregalei os olhos: — E quanto mais nos conhecíamos, mais encantado eu ficava... Nossas vidas se entrelaçaram e se cruzaram... E eu soube que jamais encontraria ninguém igual a ela. Valerie, essa música é para você — ele falou. De repente os refletores viraram na minha direção, deixando-me cega por alguns instantes. Senti meu coração enquanto uma bela música lenta começava a ser tocada. Nathan começou a cantar.

Eu mal podia acreditar naquilo, nunca me senti daquela forma antes. Eu estava repleta de uma alegria imensurável, e sentia que não podia ficar mais contente. Aquela letra fazia tanto sentindo, tinha tanto significado para nós dois, e parecia encaixar-se perfeitamente em tudo o que vivíamos. De repente, a voz de Zach fez-se presente, e meu coração acelerou ainda mais, se é que isso é possível.

Tudo o que aquela música dissera definia o que eu e Zach vivemos, e naquele momento eu tive a completa e absoluta certeza de que nosso amor seria forte o bastante...