Uma Nova Vida escrita por Mary, buydordie, buydordie


Capítulo 6
Capítulo 6 - Sombras


Notas iniciais do capítulo

Aloha
Não, eu não morri. :D
Sei que devem estar querendo meu figado, mas desculpem o atraso
Esse fim de ano foi uma loucura pra mim e esse cap. não estava nem pré pronto pra que eu pudesse mandar pra Débora.
Mas enfim
AVISO IMPOTAAAANTE
Sim, muita treta num só, vocês vão ver, mas é o seguinte. Carlisle e Chris vão ter uma relação um pouco conturbada até certo ponto, mas depois (no spoiler)
E o resto digo lá em baixo, caso o contrário não vão ler o cap.
Beijos
Boa leitura
Go to HIStory!



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POV Carlisle

Duas semanas depois...

Saí do hospital um pouco mais cedo, ainda estava no horário de aula de Chris e Elizabeth, logo, eu aproveitaria para preencher alguns formulário e fazer alguns estudos sobre certos diagnósticos que precisavam ser entregues ao diretor do hospital. Cheguei em casa em meia hora. Estava tudo quieto, talvez os outros tivessem ido caçar e Esme, bem ela estava com o projeto do prédio em andamento, então deveria estar acompanhando o andamento das obras.

Fui para o quarto e tomei um banho rápido, coloquei uma roupa mais a vontade e fui largar as coisas no escritório. Assim que desci para o corredor percebi alguns barulhos que não tinha notado antes. Esme talvez? Não... Outro cheiro. Aproximei-me da porta. Christopher. Mas o que diabos ele estava fazendo em casa? Olhei no relógio, 15h07min. Horário de aula ainda. Alguém estava pedindo para ter problemas.

Entrei no escritório sem bater e não gostei nem um pouco do que vi. Chris estava sentado na minha cadeira, meus papéis e arquivoz estavam espalhados em cima da mesa e nas mãos dele estava um diário com a capa de couro, envelhecida pelo tempo. O meu diário. Minhas lembranças. Minhas anotações sobre tudo que havia estudado e vivido esse tempo todo.

– Christopher?! – minha voz saiu mais baixo do que achei que sairia, mas foi o bastante para fazê-lo levantar em um sobressalto.

– Pai?! – seus olhos iam do diário para mim. – O que está fazendo em casa?

– Eu que pergunto... O que está fazendo? – me aproximei da mesa. – Quem lhe deu permissão para mexer nas minhas coisas?

– Do que tem medo? Acha que vu descobrir alguma coisa? Hmm? Uma macha negra no passado do Dr. Certinho? – usou tom de desafio.

Parei por um momento e me dei conta de que nem mesmo eu sabia o que estava escrito ali. Lembro que registros foram feitos até o dia em que Renesmee nasceu, mas eu nunca... Nunca havia lido os registros anteriores. Nunca.

– E então? – a voz de Christopher me puxou de meus devaneios. – Tem medo que eu descubra algo?

– Já chega, me de isso. – peguei o diário da mão dele. – Você não tinha o direito de mexer nas minhas coisas, não sem a minha permissão. O que acha que estava fazendo? Por que não está na escola? – ele não disse nada. – Estava procurando alguma coisa. – não foi uma pergunta.

– Queria achar um motivo para convencer você sobre a nossa transformação. – ele respondeu dando a volta na mesa.

– Esse assunto de novo? – falei usando um tom firme. – Já falei que vocês não são responsáveis o bastante para isso! E além do mais, são muito novos, vão terminar os estudos.- completei.

– Não é justo! Com os outros não foi assim. Por que comigo tem que ser? Elizabeth e eu exigimos que...

– Exigem?! – repeti interrompendo-o. – Primeiro: a situação de vocês dois nem se compara ao nível de urgência dos outros. Segundo: não coloque sua irmã no meio da sua birra. E pra acabar: não é hora. E mesmo que jê tivessem a responsabilidade que quero que tenham, são muito novos, também tenho regras a seguir quanto à transformação. Antes dos 16, nem pensar. E até onde sei vocês ainda não tem 16.

– Você vem com esse papo de regras e o caramba. O negocio é que você é um egoísta. Não está nem aí pata o que queremos. Está é preocupado em salvar a sua pele. – disse mas alto.

– Não levante a voz comigo, garoto. Não admito isso. – ergui a voz. – Você sabe como foram as coisas quanto a Nessie. Sabe que quase pagamos um preço muito algo por um engano, você ouviu a história mil e uma vezes. Não vou colocar em risco nossa família só porque você acha que está pronto agora. Se eu pensar em dar um deslize, por mínimo que seja, é o bastante para que os Volturi liquidem com a gente.

– Você é um covarde e quer saber, dane-se você, Carlisle e dane-se os Volturi também. Se não quiser me transformar qualquer um dos outros pode fazer. – ele gritou.

– Já chega! – gritei batendo na mesa. Ouvi a madeira ranger. – Ninguém encosta em vocês dois sem a minha permissão e se ousar erguer o tom de voz comigo mais uma vez vou colocar você no seu lugar, lugar do qual não devia ter saído, e ai sim, pode dar adeus a sua liberdade, tamanho castigo que vai ficar.

– Poço saber que gritaria é essa? – Esme entrou deixando a porta a bater.

– Diga ao seu marido que ele não controla a vida de todo mundo. – Christopher falou indo até a porta, mas antes que saísse se voltou a mim. – Se os Volturi são tudo isso que vocês dizem, tinha certeza Carlisle que seu lugar é na Itália, com eles. – e então saiu. Esme me olhou por alguns segundos.

– Você tem que pegar mais leve com ele. – disse. Ri com ironia, fazendo Esme cruzar os braços.

– Ele está cabulando aula, cheguei aqui e o peguei mexendo nas minhas coisas. – falei. – Depois ele vem me exigir coisas e bater de frente comigo, e você quer que eu pegue leve com ele?! Faça-me o favor, Esme. – bufei. – Não sou você para ficar passando a Mao por cima da cabeça dele. Christopher cresceu, não é mais um bebê, está com quase 16 anos, tem que aprender a arcar com as consequências das besteiras que faz. Mas sei que se colocar ele de castigo, ele vai se fazer de vitima para você, me por no lugar de pior pai do mundo, daí via tira-lo do castigo.

– Eu não passo a não na cabeça dele. – protestou.

– Não, claro que não, nem sei porque pensei nisso. – ri sarcasticamente dando de ombros.

– Sabe como é o nome disso Carlisle? – Esme me olhou. – Orgulho ferido. E você sabe muito bem que estou me referindo a você.

– Como se sentiria se chegasse aqui e ele estivesse mexendo na sua caixa de lembranças? – perguntei. – Aposto que não gostaria tanto quanto eu não gostei.

– Ele só mostrou que alguém tem coragem de mexer no seu passado, já que não faz isso. – ela disse ríspida. Poucas palavras que atingiram em cheio.

– Me deixe sozinho, Esme. – falei engolindo seco.

– Carlisle, eu não... Eu... – ela me olhou por alguns segundos. Sua expressão se suavizando.

– Eu quero ficar sozinho, por favor. – pedi. – Não quero ser grosseiro com você, querida. Sai, agora, por favor. – repeti.

Dessa vez ela se manteve em silencio e saiu. Sentei na cadeira e encarei o diário em cima da mesa. Eu sabia que, basicamente, toda a minha vida estava ali. Esme estava certe em certo ponto. Eu era um covarde, as poucas lembranças que me restavam eram o bastante para que eu abominasse cada detalhe do meu passado como humano. Eu não queria ler, não queria buscar nada nos papeis, nem coferir nenhuma data.

Queria deixar de lado o Carlisle humano. O Carlisle que havia morrido aquela noite em Londres há quase 4 séculos. Mas eu tinha certeza que, mesmo assim, meu passado não queria ser esquecido e que, uma hora ou outra, eu teria que enfrentar isso.

Não faço ideia de quanto tempo fiquei ali, apenas olhando para a mesa cheia de fragmentos da minha vida. Me levantei da cadeira e coloquei o baú em cima da mesa. Por um segundo meus olhos pousaram no quadro dos Volturi, e naquele instante lembrei nas palavras de Chris. “seu lugar é na Itália, com eles”. Balancei a cabeça, me livrando dos pensamentos. Comecei a juntar tudo e colocar no baú.ouvi a porta abrir, mas não virei. Era Eleazar, eu podia senti o cheiro. Ele parou do meu lado e me ajudou a colocar as coisas no lugar. A única coisa que ficou sobre a mesa foi o diário. Senti o olhar de Eleazar sobre mim.

– Esme contou algo? – perguntei pegando o diário e contornando a capa com os dedos. Estava empoeirado.

– Nada além do que eu já sei. – respondeu. Fiquei em silencio, esperando mais algum comentário. – O que acha de sairmos para caçar? – perguntou com um sorriso de canto.

Olhei nos olhos dele. Mais claros, impossível. Era um pretexto para conseguirmos conversar sozinhos. Joguei o diário dentro do baú e o tranquei, colocando-o novamente no lugar. Eleazar e eu saímos pela porta da cozinha. As crianças estavam na sala com os Quileutes; não vi Esme nem Carmem. Já os outros estavam no pátio da frente, jogando alguma coisa.

Corremos alguns quilômetros para o norte, até chegarmos aos penhascos da pequen serra que se formava fora do território de Forks.

Sentamos em algumas pedras e ficamos em silencio.

– Se está esperando que eu diga alguma coisa, podemos ficar aqui o resto da semana. – falei. – Então comece, por favor.

– Não vou me meter na forma que cria seus filhos, sério mesmo. Só queria entender o motivo dessa revolta do Christopher. Ele e Elizabeth sempre foram ótimos, desde pequenos.

– Puberdade. – grunhi. Eleazar riu fraco. – Falando sério, ele tem pressa em ser transformado, mas eles não estão prontos ainda, são muito impulsivos, adolescentes. Muito novos. Liz entendeu isso... Mas Chris... – neguei com a cabeça. – Eu sei qe preciso transforma-los daqui a um tempo, mas sabe quanto é difícil para mim. – completei por fim.

– Por que não deixa que um dos outros faça? Quando estiver no tempo certo. Poupe-se. – ele disse.

– Não. Sou com o maior autocontrole entre todos lá de casa. Sei que a fase de quase atacar humanos já passou há algum tempo, mas não pretendo submeter nenhum deles a isso. – franzi a testa.

– Sei que não sou um mestre em transformações, mas sabe que pode contar comigo para o que precisar. – deu dois tapinhas em meu ombro. Agradeci com um aceno de cabeça e um pequeno sorriso.

Novamente o silencio tomou conta.

Eleazar e eu nos conhecíamos há tantos anos, que ele havia se tornado uma espécie de irmão para mim. Sempre soube que se algo acontecesse, defenderíamos a família, e a vida, um do outro... Nem que pra isso precisássemos dar a própria vida. Se existe alguém, além de Esme, para quem eu confiaria minha historia, esse alguém era ele. Não que eu não tivesse confiança em meus filhos, longe disso, mas eu tinha receio pelo o que meu “eu humano” havia passado.

– Poço pedir um favor? – perguntei sem olhar para ele.

– Aham. – disse somente.

– Leve o baú para Denali, por um tempo pelo menos. Quero resolver minha situação com meus filhos e depois entrar de vez nessa sombra. - falei soltando o ar com força.

– Por que nunca mexeu naquilo? Quero dizer... Você escrevia, mas pelo o que Esme me disse, você nunca leu. Por quê? – me olhou. Dei de ombros.

– Tenho uma sombra... Meu passado. – balancei cabeça negativamente. – Parece que tudo gira em torno do meu pai e da caçada. – dei de ombros novamente. – Acho que não quero saber mais do que isso.

– Bom, a vida é sua e você sabe o que faz. – falou. – Mas levar o baú, tem certeza? Precisa mesmo que eu faça isso? – arqueou a sobrancelha.

– Você acabou de dizer que sei o que faço. – franzi o cenho.

– Às vezes. Nem sempre me convence disso. – riu fraco.

– Argh. Cale a boca. – ri.

POV Esme

Saí do escritório e fui falar com Eleazar. Sabia que Carlisle o ouviria, eles são assim. Carlisle andava aborrecido de mais ultimamente, não que Christopher não pegasse pesado também. Contei a Eleazar o enredo principal das discussões nos últimos dias e ele prometeu tentar falar com o Carlisle.

Assim que os dois saíram, subi para o escritório e coloquei o baú sobre a mesa. Hesitei um pouco, mas acabei abrindo-o. Olhei os papéis amarelados, envelhecidos, escritos em inglês britânico e latim. Acabei não reconhecendo algumas das letras, nem todas eram de Carlisle. Ouvi um barulho no corredor e fechei o baú rapidamente. Jasper entrou na sala e parou, me olhando.

– Não vi nada. – ele disse, dando um riso fraco.

– Não estava mexendo, só... Olhando. – falei.

– Curiosa? – franziu a testa.

– Sabe que sim. – rimos. – mas não vou mexer em nada, sabe como seu pai é quanto a isso. – coloquei o baú no lugar.

– Tente entender, ou sei lá... – ele parou por alguns segundos. – Por algumas vezes me coloquei no lugar dele. Se eu pudesse escolher, já tinha esquecido tudo. De certa forma minha vida começou quando encontrei Alice e viemos para cá. – completou.

Sorri me aproximando dele. Jazz, mesmo sem usar os dons, conseguia me passar tranquilidade. Toquei seu rosto de leve, passando a mão por seus cabelos.

– Obrigado, querido. – falei, Jazz sorriu.

Ele manteve o sorriso e deu um beijo de leve na minha testa. Ouvimos certa movimentação, logo Liz entrou com Nessie, Jake e Seth. Eles pararam a risada assim que nos viram.

– Mãe. – Liz disse ofegante. – Será que podemos pegar alguns livros de lendas aqui? Os Quileutes nos convidaram para o luau. – completou.

– Já pediu para ir? Não me lembro disso. – arqueei a sobrancelha.

– Podemos? – Nessie falou. – Pode ficar tranquila, Billy vai estar lá, e talvez vô Charlie por causa de Sue.

– Lá onde? – Carlisle disse entrando junto a Eleazar.

– Na reserva. Vai ter luau. – falei. – Elas querem ir.

– Por favor, papai. Se você deixar, Edward deixa. E além do mais, amanhã é sábado. – Liz pediu. – Não temos aula e se quiser ligar para Sue, Billy ou sei lá... Tá ok.

– Jake? – Carlisle olhou para ele.

– Apenas iniciação dos novatos, Dr. Cullen. Aquela coisa toda de lendas sobre os... – ele fez uma pausa, franzindo a testa. – Frios... Nossa trégua e essas coisas. Os adultos vão estar lá. E elas estão de volta à meia noite.

– Tá. Tudo bem. – Carl respondeu. – Esme?

– Antes da meia noite ou eu vou busca-las. – falei.

– Sim, senhora. – os meninos falaram.

Eles viraram para sair, mas Liz parou, virando para Carlisle. Ela o olhou por alguns segundos, se balançando nos calcanhares.

– Será... Será que o Chris pode ir? – ela pediu. Sempre assim, um acobertando o outro.

A expressão de Carlisle se fechou por alguns segundos. Jazz pôs as mãos nos bolsos e me olhou.

– Sua mãe quem decide isso. – respondeu, voltado a se calar e indo até as estantes.

Apenas olhei para Liz e assenti. Se ele não fosse com a nossa permissão, fugiria, e no momento serio melhor evitar problemas. Eles saíram em silencio, seguidos por Eleazar e Jasper, que trocaram olhares rápidos. Fechei a porta e me voltei para Carlisle. Ele folheava o livro impaciente. Cruzei os braços e ri baixo.

– O que houve? – perguntou fechando o livro e jogando em cima da mesa. Parecia, de certa forma, nervoso.

– Você não sabe fingir. – falei. – Não pra mim.

– Hmm. – deu de ombros.

– O que está acontecendo? – perguntei me aproximando. – Falou sobre o que com Eleazar?

– Pedi que ele levasse o baú para Denali. – respondeu somente.

– Não vou contestar sua decisão. Mesmo não entendendo ela. – falei suspirando.

– Eu não quero falar sobre isso. – respirou fundo.

– Juro que não consigo entender você. – repeti. – Por que não me conta, hm?

– Porque não tem o que ser contado. Se o tempo bloqueou minhas lembranças, elas devem ter bons motivos para continuar bloqueadas. Ok? – ele estava claramente irritado, mas seu tom de voz ainda era baixo. Carlisle olhou em volta, pegando a chave do carro em cima da mesa. – Vou para o hospital.

– Pensei que não tivesse plantão hoje. – falei.

– Não tenho. Mas sei que se ficar, vamos discutir de novo. E seria o que? A quinta vez essa semana? É Christopher fazendo birra. É essa droga de passado. – respirou fundo. – Hoje não, por favor. Estou cansado disso e imagino que você também esteja.

– Talvez de me contasse o que te irrita tanto... Talvez assim brigássemos menos. – falei. Ele parou ao meu lado, segurando minha mão.

– Já parou para pensar que em todos esses anos isso nunca aconteceu? Já se pegou pensando o que aconteceu com a gente? O que que mudou? Não éramos assim, e só essa semana já discutimos incontáveis vezes. Acho que temos que começar a procurar alguma coisa de errado. – disse.

– O que mudou? – soltei minha mão. – Sabe qual o seu problema, Carlisle? Você sempre exigiu demais do Chris, e agora tudo saiu de controle, é só isso.

– Exigi de mais? Minhas cobranças com ele são exatamente as mesmas com todos os outros, sabe disso. A única coisa que eu quero é que ele cresça, se torne direito, responsável, e depois sim, possa vir me cobrar alguma coisa sobre essa maldita transformação!

– Você esquece que os garotos já são maduros e já tinham passado por tudo isso?

– Não. Não esqueço e é exatamente por isso que ele tem que aprender a esperar. Cada vez que ele bate o pé, você atende. Como eu disse antes, se ele estivesse mexendo nas suas coisas, era óbvio que não ia gostar também. Eu o xinguei, repreendi e o que você faz?! Deixa ele sair com os amigos para um luau. Ele já vai fazer 16 anos, Esme. Não é mais um bebê. E é isso que quero que ele veja.

– Tá bom, Carlisle. Amanhã converso com ele. Chega desse assunto. Feliz agora? – suspirei.

– Você sabe que não vou transformá-los tão cedo, não sabe?

– É, eu sei. Mas eles já têm praticamente a mesma idade que os outros foram, a Nessie daqui a pouco para de crescer e isso só vai se tornando uma espécie de pressão para eles, mesmo que no inconsciente.

– 16 anos, Esme. É muito cedo.

– Só não passe dos 18.

– Sabe que sinto como se estivesse condenando eles. – ele passou a mão no rosto.

– O que vê de tão ruim assim na sua eternidade? – cruzei os braços.

– Eles têm escolha, nós não tivemos.

– Não foi essa a pergunta que lhe fiz. – falei. – E sim, eles têm uma escolha. E escolheram a transformação.

– Eles estão mais seguros assim. Meu Deus!

– Eles nunca estarão seguros morando em uma casa cheia de vampiros sendo humanos... Mortais. Por Deus, deixe de ser cabeça dura. Achar que está sempre certo e bancar o super-proteror. Está parecendo com as histórias que conta do seu pai, achando que controla a vida de todos, ou pelo menos parte da história que me conta. Porque aí está outra coisa que não entendo: esse seu pavor pelo seu passado.

– Não gosto de falar do meu passado tanto quanto não gosta de falar do seu.

– Mas você sabe os meus motivos. – engoli seco. – Quanto a mim, bem, preciso ficar imaginando mil e uma coisas na sua história.

– Esme, por favor.

– Você tem que ter motivos para esse pavor! Pra querer ficar nessa sombra. – passei a mão pelo cabelo. – E eu esperava que você confiasse em mim o bastante para contar.

– Se eu conseguisse entender mais do que você seria minha gloria, mas acredite: eu não consigo. Estão tão perdido quanto qualquer outro.

– Por que não abre a caixa, então? Por que não lê o diário em vez de mandá-lo para Denali?

– Eu não quero! Não quero me lembrar! – ele exclamou baixo, mas sério. – Satisfeita?

– Não. – me dei por vencida. – Mas sei que com você não adianta.

– Não quero mais falar disso, nem depois, nem agora. Só quero que me entenda. – suspirou. – Esse maldito passado morreu junto com aquele Carlisle, em Londres, no ano de 1663. Nada mais importa. Cada vez que tocamos nesse assunto, acabamos brigados.

– Carl... Eu só...

– Queria ajudar? – tocou meu rosto. – Desculpe, mas não quero ter ajuda. Não e nada com você, sabe disso.

– Tudo bem... me desculpe. – abaixei o olhar.

Ficamos um minuto em silencio. Carlisle tocou meu queixo, me fazendo olhar para ele.

– Me perdoa, eu não queria despejar tudo isso em cima de você, mas... Estou cansado... – encostou a testa da minha. – Sei que bater boca não resolve nada, me desculpe.

– Tá tudo bem. – toquei seu rosto e o olhei nos olhos por alguns segundos. – Carl...

– Hmm?

– Não esqueça que estamos aqui com você. Que eu estou aqui com você. – sorri fraco.

– Eu sei disso. E é exatamente por isso que não ligo pro meu passado. – comprimiu os lábios. – Porque sei que tenho vocês aqui comigo... Porque sei que tenho você aqui comigo... Agora. – roçou os lábios nos meus.

– Pra sempre. – sussurrei.

– Pra sempre. – ele me beijou.


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Notas finais do capítulo

Se alguém estava se perguntando se temos um casal entrando em crise, a resposta é: quem sabe, não?
UHUEHUAEH
brinks, eu sei
sou péssima humorista, não vou seguir carreira, sem preocupação.
Carlesme ainda vai passar por muita coisa, mas amor é amor né
Bom, chega de enrolar que ainda tenho que postar Um Nobre Apaixonado, caso o contrário x.x
Espero que tenham gostado, não vamos fazer mais com que esperem tanto por outro cap.
Dééh manda beijos e essas coisas.


Atc. Mary



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