Years Of Love escrita por TheSkyLight


Capítulo 22
Por Você - Parte II


Notas iniciais do capítulo

VOLTEI GENTE



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Capitulo XXII – Por Você parte I

– Hiccup fugiu?! Para cá, por que...

– Por minha causa.

Fada olhou-me sem entender.

– Por minha causa – repeti tonto por um instante processando tudo o que ouvi– Ele sabia que eu estaria aqui, ele esta me procurando... Ah Hiccup, que merda você fez?

XxX

– Jack! O que vai fazer?!

Perguntou Fada voando apressada atrás de mim.

– Eu vou atrás dele!

– M-mas... Lembra o que nós e os outros guardiões conversamos e....

– Não me importa!

Virei-me para ela que se surpreendeu ao ouvir minha voz alterada calando-se no mesmo instante.

– Eu NÃO vou deixá-lo lá para morrer, ele foi lá por MINHA causa e não vou abandona-lo outra vez, entendeu?!

– Mas, Jack...

Atire-me contra o vento deixando-a sozinha antes que terminasse sua frase.

Eu não quero ouvi-la, pouco me importava o que iria dizer.

Eu já deixei Hiccup uma vez, não vou cometer o mesmo erro novamente.

. o .

O vento parece cada vez mais forte assim como minha tremedeira. Sinto o sangue escorrer cada vez mais de minha perna, mas a dor diminuiu até o ponto de sumir aos poucos. O que se tornou algo muito preocupante, pois quando percebi que sentia os dedos de minhas mãos adormecidos e fui olhá-los enquanto os movia, percebi estarem cinzentos e levemente roxos nas unhas. Tive certeza que meus dedos dos pés deviam estar da mesma forma. Aquilo era um tortura horrível, eu não podia mover-me para me aquecer graças ao ferimento ou buscar por ajuda. Eu simplesmente estava ali sozinho e perdido deixado para morrer de frio. Não conseguia imaginar uma morte pior para mim.

Encolhi-me mais comprimindo meus lábios, eu nem consigo chorar mais... Estou perdido, não tive uma vida tão ruim, ao menos eu...

Creck

Virei minha cabeça para a esquerda. Não pode ser aquele maldito cachorro de novo... Ouvi o som de uma respiração seguida de passos. É alguém! Jack! Tem de ser ele! Sorri esperançoso.

– J-Jack...?

Chamei-o baixo, minha voz saiu fraca e rouca, nem percebi o quanto minha garganta doía até ter falado. Estava começando a me deslocar para fora de meu esconderijo quando vi uma bota de couro, voltei rapidamente assustado. Ninguém anda na floresta por esta hora, eu mesmo jamais faria isto se não fosse por Jack, como poderia confiar em alguém que esta a esta hora da noite perambulando sozinho por uma floresta escura e fria? Tranquei a respiração sentindo meu coração acelerar quando vi as botas pararem de andar em frente aos arbustos que me escondia. Por favor não veja, por favor, por favor...

A pessoa não se movera por alguns instantes, quase sentia-me aliviado até o homem se abaixar em minha frente. Gritei tentando recuar encostando minhas costas na arvore atrás de mim, me distanciado de seja lá quem fosse.

– Ei, ei, tudo bem! – ele falou erguendo uma mão – Não vou machuca-lo, vim te ajudar!

Ao menos, ele não tinha uma aparência assustadora. Um jovem adulto de olhos azuis e cabelo loiro que estava jogado para o lado, na verdade nem parecia ser realmente um corte, como se ele apenas tivesse cortado com pressa e apenas passando os dedos antes de sair de casa. Apesar do rosto delicado, seu corpo era razoavelmente forte e tinha uma barba rala no rosto, como se quisesse parecer mais velho.

Ele sorriu com os lábios cortados de modo gentil tentando me confortar.

– Tudo bem, eu só quero te ajudar, ok?

Movi a cabeça em concordância. Estou ferido, com frio e assustado, não ia interroga-lo considerando que parecia querer me ajudar.

– Vi sangue e pegadas na neve... Na verdade, primeiro vi meu cão com sangue no fusinho. Bom, normalmente não me preocuparia já que ele sempre caça, só não imaginei que tinha sido um humano desta vez... – o olhei incrédulo e um pouco irritado, era ele o dono daquele maldito cão. O garoto sorriu constrangido, não devo ter disfarçado minha raiva – Desculpe, eu... Nunca imaginei que ele morderia uma pessoa, e nem que haveria outra pessoa por aqui. Ele é muito territorial e... Desculpe.

Resisti ao impulso de esgana-lo, e na verdade mesmo que tentasse o fazer não teria forças para isso. Ele passou a mão por seu cabelo desarrumado.

– Ham... Venha, eu te ajudo...

Falou esticando seus braços por meu esconderijo ajudando-me a sair, quando o fez , senti aquela dor terrível em minha perna novamente, como se fosse perfurada por varias facas ao mesmo tempo. O garoto deve ter entendido minha careta de dor, pois passou seu braço por minha cintura deixando que o meu braço direito segurasse em seus ombros, evitando assim que eu depositasse meu peso em minha perna ferida.

– Estou morando em uma cabana aqui perto momentaneamente, vou leva-lo lá para se aquecer e chamarei uma ambulância. – tentei sorrir para ele em agradecimento, falar parecia uma atividade desgastante. De qualquer modo o loiro continuou falando – Sou estudante de biologia, estou pesquisando sobre o comportamento dos repteis no inverno, foi mais fácil alojar-me aqui do que ir e voltar da cidade para a floresta todos os dias...

Eu tentei prestar atenção no que o garoto dizia, mas estou exausto e abalado demais para isso. No momento espero apenas uma cama quente para que possa me aquecer e dormir, dormir por muito, muito tempo, pois quando eu acordar terei de enfrentar o fato de que não só não consegui encontrar a Jack como dei-me por vencido.

– Qual seu nome?

– H-Hiccup... – esforcei-me ao máximo para falar, mesmo com minha voz baixa, ele pareceu entender e sorriu para mim.

– Meu nome é Will.

. o .

Tentei afastar os pensamentos sobre como Hiccup estaria agora, pois na maioria das vezes eles levavam-me a imaginar um fim trágico. Já faz um tempo que estou a sua procura do menor, mas é absurdamente difícil encontrá-lo, mesmo planando na altura das arvores pouco vejo além de neve e terra. O clima não estava ajudando, havia muita neve caindo e o vento forte atrapalhava a direção de meus voos. Infelizmente, eu não posso mudar o clima, é claro que grande parte da neve esta sobre meu controle, mas outra parte apenas segue meu estado de espirito, e nunca em meus trezentos anos estive tão agitado e angustiado. Quando deixei Hiccup em sua casa, eu sabia que o havia magoado, mas sabia também que ficaria bem. Provavelmente sofreria por algumas semanas, mas estaria seguro em sua casa e teria seus pais para acudi-lo, teria seus amigos e talvez Astrid até o aceitaria como seu namorado outra vez. Agora, a única coisa que sei é que esta arriscando sua vida por mim e pode acabar perdendo-a. Mais uma vez tentei ignorar este pensamento e concentrar-me apenas em achar Hiccup.

Ahh, meu pequeno Hiccup, nunca mais o deixarei ir outra vez.

. o .

– O que eu faço? O que eu faço? O que eu faço?

Falei repetidas vezes voando em círculos, Jack já havia ido há alguns minutos e os pais de Hiccup e seus familiares estavam entrando na floresta a sua procura. Jack não devia ir atrás dele, encontra-lo outra vez apenas tornaria ainda mais difícil a separação dos dois, mas também não podia simplesmente deixar a criança morrer de frio por nossa causa. Não era apenas culpa de Jack, era minha, de Norte, de Coelho e de Sandman. Todos fizemos Jack crer que a separação era a melhor coisa que podíamos fazer por Hiccup e tenho certeza que agora Frost jamais concordaria com isto outra vez. Não colocamos apenas Hiccup em perigo, mas também seus pais e também o coração de nosso mais jovem guardião.

Olhei para o Homem da Lua. Por que toda aquela confusão estava acontecendo? Por que deixou que acontecesse?

Eu não posso simplesmente ficar aqui como uma observadora de toda essa tragédia. Me pus a voar finalmente decidida fazendo minhas asas baterem mais rápido do que nunca. Vou falar com os outros guardiões, precisamos ajudar Jack a encontrar Hiccup, manter seus pais em segurança e então discutir sobre o que faríamos com o casal.

De repente, senti uma dor em meu peito, uma tremenda culpa por ter afastado o casal.

. o .

Estava oficialmente desesperado, já era mais de duas horas rondando as arvores e nada. Se quer vi animais, estavam todos escondidos se protegendo do frio, assim como Hiccup devia ter ficado quieto em sua casa. Foram minutos e mais minutos vendo apenas pinheiros e neve, até que me sentei em um galho derrotado.

– Isso não pode estar acontecendo...

Sussurrei baixo olhando para o chão.

Incrível Jack Frost, não conseguiu apenas partir o coração do garoto, como conseguiu também fazê-lo se perder em uma floresta escura e ainda por cima não encontrá-lo, e, provavelmente... Provavelmente...

Senti meu peito apertar-se e meus olhos marejarem, quando percebi, haviam gotas frias deslizando de meus olhos por meu rosto. Encolhi-me derrotado encostando minha cabeça em meu cajado chorando compulsivamente. Nem me lembro qual fora a ultima vez que chorei, mas não conseguia evitar, sentia-me terrível, perdido, culpado e acima de tudo solitário, mais do que me sentia antes de conhecer Hiccup. Sentia falta de contato, mas, não sabia como era amar, e agora que sei, parece que estou mais sozinho do que nunca.

Olhei para o chão devastado. Não consigo pensar direito, não consigo fazer meu corpo levantar-se e voltar a procurá-lo, eu simplesmente não conseguia continuar sem...

– Hiccup?


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Notas finais do capítulo

CALMA GENTE, AINDA NÃO ACABOU, TEM MAIS UMA PARTE FINAL
Voltei povo, mil desculpas pela demora mas eu queria fazer algo realmente especial para vocês e espero que estejam gostando. Sábado que vem tem o ULTIMO capitulo



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