Years Of Love escrita por TheSkyLight


Capítulo 10
Eu amo você




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Não lembro-me de ter passado por alguma noite com mais reviravoltas que esta... Fechei meus olhos relembrando o que acontecera durante meu dia. Por fim, o sono tomou-me por completo e acabei adormecendo com a imagem de um sorriso brilhante de Jack Frost.

XxX

– É sério! Eu vou conseguir fazer isto!

Jack continuou rindo freneticamente, nossa, como quero bater nele.

– Jack! Pare! Eu estou realmente prestes a criar isto!

– Hiccup, o dia que os barcos movimentarem-se sozinhos sem remos Odin descera dos céus para parabenizar o criador.

– Ótimo, ele fara isto.

– Certo...

Falou debochado olhando para as nuvens.

Bufei irritado, detesto a incapacidade de Jack de compreender minhas invenções.

– Qual é Hic, não fique irritado.

– Não estou irritado... – resmunguei olhando para as pequenas ilhas ao longe de Berk.

– Certo...

– Jack! – falei assustado começando a rir quando senti suas mãos quentes fazendo cócegas em minha barriga enquanto puxava-me para o seu lado.

– Hahaha! J-Jack! Hahaha! P-para! Hahaha.

Tentei falar enquanto me debatia no intuito de soltar-me de Jack, o que fora completamente inútil. Mesmo estando bravo com ele, não conseguia deter minha risada escandalosa.

Jack depositou vários beijos rápidos em minha testa finalmente parando de fazer cócegas, apesar de ainda ser difícil para mim controlar minha risada.

– Você é muito mau humorado baixinho!

– Não sou mau humo... Não sou baixinho!

– Claro, claro.

Falou passando seu braço direito por meus ombros aproximando-me de si, o que não me opus acomodando-me em seu peito. Fechei meus olhos sentindo o vento suave passar por nós, podia passar horas deitado na grama sentindo o vento ao lado de Jack.

Havíamos passado duas semanas sem nos ver graças a ultima tempestade, o temporal fez com que diversas cabanas improvisadas de pequenas fazendas fossem derrubas, algumas próximas a fazenda de Jack. Felizmente, sua casa não sofreu nenhum dano apesar de perder parte do ultimo plantio. De qual quer modo, ele ofereceu-se para auxiliar nas reformas das outras casas. Não que podíamos nos ver sempre, mas tínhamos um combinado de encontrarmo-nos a cada quatro dias. Ainda assim, foi triste ficar sem Jack, sentia-me solitário sem ele. Antes estava acostumado a passar semanas apenas trocando algumas palavras com meu pai, afinal, não tinha nenhum amigo em Berk, apenas alguns colegas e conhecidos. No entanto, após conviver tanto tempo com Jack, senti falta de rir e conversar.

– Senti sua falta...

Falou Jack levando sua mão de minhas costas até minha nuca acariciando minha cabeça e meus cabelos.

– Eu também.

Falei abrindo meus olhos novamente.

– Não gosto de ficar longe de você por tanto tempo Jack.

– Eu também não gosto de ficar longe de você pequeno...

Jack passou sua outra mão por minha cintura aproximando-me dele em um abraço carinhoso. Sentia-me confortável e protegido em seus braços, provavelmente de um modo que nunca ficaria com ninguém. Mesmo que pareça infantil, não consigo imaginar-me com qualquer outra pessoa, e pouco me importa a ideia comum de que seu primeiro namorado nunca é para sempre. Eu amo todas as caricias de Jack, todas as coisas doces que fala e até mesmo todas suas brincadeiras bobas.

– Jack, eu...

– Sim?

Calei-me por um instante. Nunca falei a Jack que o amava, apesar de saber disto há alguns meses. Confio completamente em Jack e sei o quanto se preocupa comigo, no entanto, não tenho certeza se me ama ou apenas esta apaixonado. Ainda assim... Acho que devo dizer.

Não devo...?

– É que eu...

Novamente, minha garganta pareceu se fechar.

– Hiccup, fala logo.

Ergui meus olhos para Jack que retribuiu meu olhar. Agora que comecei a falar preciso terminar! Respirei fundo encorajando-me a falar. ‘’ Jack, eu amo você ‘’, não é difícil.

– Eu queria te falar uma coisa.

– Isto eu já percebi, agora pare de fazer suspense e fale logo esta me deixando curioso.

Certo! É agora! Eu posso fazer isto!

– Jack, eu... – de repente, avistei uma figura enorme sobre o topo morro – PAI?!

No mesmo instante levantei-me.

Jack olhou para trás confuso, assim que viu Stoico compreendeu-me instantaneamente e levantou-se da grama verde.

– HICCUP! Eu falei que você podia ir treinar hoje, fiquei orgulhoso por você ter ido tão animado, então resolvi fazer-lhe uma surpresa, e, quando cheguei lá, adivinhe?! VOCÊ NÃO ESTAVA!

Encolhei-me um pouco, detesto ouvir meu pai gritar, sua voz pode ser tremendamente assustadora.

– Desculpe... Eu, eu ia treinar...

– Ia é?! – Stoico levou seu olhar para Jack, o que provavelmente me assustou mais que qualquer berro que poderia datar – VOCÊ! É CULPA SUA!

Gritou apontando para Jack andando em nossa direção.

Nada podia assustar-me mais que isto: meu pai encontrar Jack. Stoico não é uma pessoa violenta, é claro que lidera os batalhões nas guerras, mas jamais faria algo como bater em um empregado ou até mesmo em mim. No entanto, não sei o que pode fazer com alguém que não conhece, e, principalmente, que julga fazer mau a seu único filho.

– Pai! Jack não fez nada!

Falei ficando a frente de Jack tentando protege-lo de algum modo.

– NÃO FEZ NADA?! GRAÇAS A ELE QUE VOCÊ ESTA MENTINDO PARA MIM! VOCÊ NUNCA MENTIU PARA MIM HICCUP!

– EU menti, não Jack.

– É MESMO?! É ELE QUE ESTA ESTRAGANDO SEU FUTURO, VOCÊ SERA O LÍDER DE NOSSO POVO, PRECISA TREINAR PARA TORNAR-SE UM VIKING! ALÉM DISTO, SE CASARA COM ASTRID!

– E-eu não concordei com isto...

Minha voz saiu baixa e tremula. Tentei parecer confiante, mas estava assustado e não conseguia sustentar o olhar forte de meu pai.

– SÃO AS NOSSAS TRADIÇÕES HICCUP! NÃO PODE ABANDONA-LAS!

Olhei para o chão sem conseguir responder.

– Senhor, nunca foi minha intensão atrapalhar a sua relação e a de Hiccup, muito menos atrapalhar seus costumes, eu apenas...

– COMO OUSA DIRIGIR A PALAVRA PARA MIM CAMPONES?!

A voz de Jack soava calma e educada, não entendo como consegue permanecer deste modo.

Meu peito apertava-se temendo que Jack se ferisse.

Ah Frost, por favor, cale-se!

– Desculpe, eu só...

– Pai! Não diminua-o deste modo!

– Oh não se intrometa Hiccup!

Bradou meu pai empurrando-me para o lado com tamanha força que cai ao chão.

– ESCUTE AQUI GAROTO, SE EU VE-LO PERTO DE MINHA VILA MANDO MEUS HOMENS CORTAR SUA CABEÇA FORA! E SE EU VE-LO COM MEU FILHO OUTRA VEZ JURO QUE EU MESMO QUEBRO SEUS BRAÇOS E SUAS PERNAS, ENTENDEU?!

– Senhor, eu tenho certeza que se tentar ouvir a mim ou a Hiccup por um instante você...

Por um momento, praticamente fiquei em choque quando vi o punho de Stoico atingir o rosto de Jack.

– Jack!

Levantei-me assustado correndo até Jack a qual estava atirado ao chão. Ajoelhei-me ao seu lado ajudando-o a se sentar. Ele parecia zonzo, o que era completamente compreensível considerando o tamanho da mão de Stoico. Quando Jack ergueu um pouco seu rosto, finalmente pude ver o machucado, acima de seu olho esquerdo havia um roxo feio e gotas de sangue deslizando por sua face.

– Oh Jack! – falei espantando acariciando com delicadeza seu rosto ferido – Desculpe, desculpe, desculpe, desculpe...

– N-não é culpa sua...

Respondeu voltando aos poucos à realidade levando seu olhar até mim.

– Hiccup! Vamos embora!

– NÃO! Não pode simplesmente feri-lo e ir embora!

Stoico olhou-me completamente irado, ignora-lo apenas o deixaria mais irritado, mas não me importava com ele agora, Jack merecia muito mais minha atenção.

– Hic... Esta tudo bem pode ir.

Jack falara baixo para mim.

– Não! Você...

– Hiccup – interrompeu minha fala, então abriu um sorriso forçado e fraco – Pode ir, vou ficar bem. Não quero arrumar mais confusão para você, tá bom?

– ...Tudo bem... Não quer que eu o leve até sua casa?

– Não. Esta tudo bem, o machucado não foi tão feio, eu posso me virar, vá com seu pai.

– Certo...

Concordei ainda meio contrariado, então beijei a testa de Jack com cuidado para não o fazer perto de seu machucado. Sabia que o olhar de meu pai estava sob nós, mas apenas o ignorei e afastei-me de Jack, o que fora algo difícil. Sentia-me o pior namorado do mundo por abandona-lo ferido deste modo. No entanto, Jack apenas acenou para mim e finalmente andei em direção ao meu pai.

Nossa caminhada para casa fora completamente silenciosa, Stoico se quer olhou-me durante o caminho. Quando chegamos em casa, ele apenas mandou-me dormir dizendo que amanha conversaremos. Não sei se resolvera isto para ter tempo de estruturar seu sermão ou conversaria com os outros vikings para achar um meio de me expulsar da vila. De qual quer modo não ligava para isto, apenas pensava em Jack. É horrível não saber de sua situação, principalmente sabendo que a culpa era minha.

– O que estou fazendo...?

Resmunguei baixo enquanto tentava achar um meio rápido de andar na neve. Achei que a parte mais difícil seria passar pelos vikings, mas, no momento, aguentar a neve no meu rosto parecia muito pior.

Conheço o caminho para a casa de Jack, não é realmente perto, mas estou acostumado a caminhar. No entanto nunca caminhei no meio de uma tempestade de neve. Certo, estou exagerando, mas havia um vento terrível e às vezes não conseguia enxergar mais de três metros a minha frente.

Enxergar a pequena casinha de madeira de Jack fez meu rosto contorcer-se em um sorriso bizarro graças à neve. Andei rapidamente até a porta.

– Nossa, como estou apresentável...

Murmurei baixo tirando meu capuz tentando arrumar meu cabelo com os dedos. Quase esqueci que encontraria a família de Jack, nem se quer dei-me ao trabalho de ver o horário. Respirei fundo encorajando-me, então bati na porta da pequena casa. Parecia ainda menor com o telhado coberto de neve.

Não demorou muito para a mãe de Jack abrir a porta, assim que me viu um sorriso enorme e brilhante apareceu em seu rosto, assim como o sorriso de Jack.

– Olá senh...

– Hiccup! O que esta fazendo na neve?! Vai congelar!

Mia puxou-me para dentro de casa sem me deixar responder. Era engraçado como ela adotou-me para sua família rapidamente. Não tive a oportunidade de encontra-la muitas vezes, mas sempre que a vira era muito acolhedora, como uma mãe.

– O-obrigado senhora.

Falei sorrindo constrangido enquanto Mia fechava a porta.

– Oras Hiccup, sabe muito bem que pode chamar-me de Mia.

– Certo, Mia, desculpe.

– Melhor assim!

Falou sorrindo para mim enquanto tirava a neve de meus ombros.

– Desculpe aparecer esta hora, estava preocupado com Jack depois do que aconteceu...

– Tudo bem querido, eu entendo...

Sorri para ela agradecido.

– Mas... Hiccup... Seu pai sabe que esta aqui?

E meu sorriso desapareceu.

– Não...

Mia suspirou parecendo preocupada, olhei para o chão me arrependendo de ter vindo. É claro que ela não me deixaria ficar, ainda sou uma criança idiota que precisa da autorização do pai para fazer algo.

– Certo... Fique aqui hoje à noite, não vou manda-lo andar no meio da neve para sua casa, vai acabar gripado. Fique aqui e vá pela manhã, se seu pai ficar muito preocupado diga que pode falar comigo afinal eu fiquei como responsável.

– Muito, muito obrigado Mia!

Falei sorrindo controlando-me para não abraça-la.

– Tudo bem, tudo bem. Jack esta em seu quarto, acho que já esta dormindo, mas pode acorda-lo. Vou fazer um chocolate quente para vocês.

– Obrigado outra vez.

Mia começou a andar.

– Hiccup você fala isto demais.

Ri sozinho. Jack tinha tanta sorte de ter uma mãe assim. Acho que passando um dia com ela seria mais mimado que passando uma semana com meu pai.

Subi as escadas até o quarto de Jack. Sua irmã e sua mãe dormiam no mesmo quarto, enquanto Jack tinha um pequeno quarto para si. Era meio triste ver sua realidade, enquanto a minha casa tinham desnecessários cinco quartos para apenas duas pessoas.

Entrei silenciosamente no quarto de Jack. Era composto apenas por um armário, uma janela com uma cortina escura e sua velha cama onde repousava. Andei lentamente até sua cama, primeiro localizando o machucado em seu rosto, meu peito apertou-se ao ver sua pele um tanto pálida e faixas sobre sua testa.

Sentei ao lado de Jack observando sua expressão serena.

– Oi Jack... – disse baixo para não acorda-lo.

– Desculpe por isto querido... – falei acariciando seus cabelos castanhos.

Era tão triste vê-lo frágil, nunca o via deste modo. Beijei sua testa com cuidado para não acorda-lo.

– Hic...?

O que, claro, fora completamente inútil.

– Hey Jack...

Falei sorrindo envergonhado por acorda-lo. Jack sorriu para mim, piscando seus olhos fundos com um rosto amaçado graças ao sono, o que o deixava extremamente meigo.

– O que esta fazendo aqui?

– Eu... Fiquei preocupado com você.

– Como sempre.

– O que posso dizer? Você não é exatamente uma pessoa cuidadosa.

– Ei, não sou eu que vivo caindo na neve.

– Se não fosse por esta faixa, eu bateria em você.

– Sinto-me mais seguro agora.

Revirei os olhos enquanto Jack ria, o que como sempre me fez rir também.

Jack começou a se sentar, ou tentar, ia caçoa-lo por sua preguiça até ver as ataduras em seu braço.

– Jack... O que houve com você? – falei ajudando-o a se sentar.

– O que?

– Seus braços.

– Ah, nada.

– Jack – o olhei feio fazendo com que desviasse seu olhar.

– Err... Quando vinha para casa eu fiquei meio zonzo por causa do sangue e acabei tropeçando.

Agora sentia-me ainda pior, amaldiçoei meu pai mentalmente pelo que fizera. Jack rapidamente mudou de assunto.

– Você deve estar com frio, venha.

Falou dando espaço para que eu me sentasse ao seu lado. Não resisti às cobertas e logo estava aninhado ao lado de Jack abaixo dos cobertores.

Jack beijou minha bochecha e minha testa o que me fez rir.

Não demorou nada para Mia aparecer no quarto com duas grandes canecas de chocolate quente em mãos.

Agradecemos quando ela nos entregou o chocolate quente, conversamos os três um pouco até ela se despedir dando um aviso que se ouvisse algum barulho suspeito no quarto à noite nós dois dormiríamos na neve. Não entendi o que ela quis dizer com barulho suspeito, seja lá o que fora, fez Jack rir.

Jack e eu conversamos por muito tempo, nos deitamos e acomodei-me abraçado em sua cintura.

– Acha que seu pai ainda vai receber-me em sua casa?

– Acho.

– Mesmo?

– Claro, com um machado afiado em mãos.

Jack olhou-me feio fazendo-me rir. Ele olhou para a janela disfarçando terrivelmente mau sua magoa. Eu sabia que Jack sonhava com um namoro tranquilo onde nossas famílias vivessem em harmonia e nós dois poderíamos sempre nos encontrar. Mas isto não era possível.

Comecei a brincar com uma mecha do cabelo de Jack ganhando sua atenção.

– Desculpe Jack, sabe que meu pai...

– Eu sei.

Novamente Jack desviou sua atenção para a janela.

Respirei fundo mordendo meu lábio inferior.

– Jack.

– Sim?

– Quer saber outra coisa que não sabe?

– O que...?

– Eu amo você.

Sentei-me bruscamente na cama olhando para a parede de meu quarto.

– Jack Frost! É ele antes de se transformar! O garoto que Jack amava... Era... Era... Eu...

Trrrin! Trrrin!

Argh, alarme idiota.


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Notas finais do capítulo

Eu deveria ter revisado mais, eu sei, desculpem. Mas esta ai, o décimo capitulo.
Cheeeeent, estamos muito próximos do fim, restam apenas alguns capítulos. Espero que tenham gostado tanto quanto eu :3 Estou planejando postar um oneshot meio meloso Hijack esta semana ou semana que vem, alguém ai iria ler ~ argh, não consigo colocar interrogação neste teclado ~
HMMM, alguém mais entendeu Mia ai -v-