Sherlock!!! escrita por LiilyW


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Oiii :3
Espero que gostem e leia com carinho essa fic
Precisava fazer alguma coisa enquanto esse hiatus me mata lentamente...
Sem dramas, deixo vocês com a história
Boa leitura ^^



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John voltava para o apartamento depois de atender seu último paciente. Dessa vez, veio acompanhado de Jessica, a recepcionista do hospital, em onde trabalhava. Ambos falavam sobre coisas rotineiras, contavam algumas histórias, comentavam os cacoetes dos pacientes, citavam lugares para almoçar... quando a moça disse que viraria a esquina.

— Espere – John se apressou em dizer — Você, ahn, gost... – foi interrompido com um bipe do celular – Só um segundo.

Abriu a mensagem, que para sua surpresa, uma única palavra bastava: “Ahn?” O recado dizia: Faça o que quiser esta noite. Desde que não volte tão cedo para Baker Street. S.H.

Aquele recado deixou os nervos do doutor um tanto aflitos. O que será que ele está aprontando... pensava John, que nem se tocou que Jessica estava esperando sua pergunta.

— Está tudo bem, John? Posso te chamar de John, né? – perguntou a mulher com olhos preocupados e curiosos.

— AH! Claro! Por que não? – sorriu de um jeito meio estranho – Bem, onde estava?

— Você ia me perguntar alguma coisa – Jessica respondeu tentando não rir do doutor que, em sua opinião, ainda parecia flutuar em pensamentos esparsos.

— Ah, sim. Ahn... gostaria de... ahn, jantar comigo?

— Oh! Cl... só um minuto – o celular de Jessica tocou. Assim que ela atendeu, o rosto sorridente e iluminado se desfez, ficando meio aborrecido e depois, neutro – Certo. Te vejo em casa. Desculpe, John, mas hoje não vai dar. Minha irmã está me esperando em casa. Céus! Eu não a vejo há séculos e justo hoje ela resolve aparecer! Desculpe mesmo, tenho que ir. Obrigada pelo convite. Quem sabe uma próxima? – ela falou rapidamente, deu um beijo na bochecha de John e saiu em disparada pela calçada, o que deixou o doutor um tanto sem reação.

John começou a rir sozinho, depois de pensar no que tinha acontecido. Oi? Tinha acabado de ser dispensado? Mesmo? Bom, isso não é coisa que se acontece sempre, mas pelo menos não tinha sido tão ruim assim.

Voltou a andar no mesmo ritmo, afinal, teria que ir para o apartamento, já que seu encontro tinha ido por água abaixo.

Enquanto andava, voltou a pensar na mensagem de Sherlock. Por que raios ele pediria para não chegar cedo? O que ele estava fazendo que pedia sua ausência? Será que ele tinha descoberto algum novo tipo de droga e estava testando em si mesmo? Será que ele estava com alguém? Não... Por esses e outros pensamentos, John apertou o passo rumo ao apartamento, já pensando em quantas coisas horríveis poderiam ter acontecido, como alguém estar fazendo Sherlock de refém, Mycroft estar fazendo uma “visita”, Sherlock estar aprontando algum tipo de experiência maluca e mortífera, ou estar em uma situação de alta periculosidade, estar ferido, com dor, morrendo...

Quanto mais John pensava, mais preocupado e aflito ficava. Precisava parar sua imaginação; estava fértil demais. Talvez, nada tivesse acontecido e Sherlock estivesse apenas querendo ficar sozinho, mas e se algo ruim pudesse mesmo estar acontecendo? Será que ele estava em apuros?

Depois de dez minutos de caminhada e corrida, que mais pareciam horas intermináveis, o doutor chegou ao seu destino. Baker Street, 221B.

Com a fachada estava tudo bem, sinal que não havia tido nenhum incêndio, ou explosão ou qualquer outra coisa que sua mente tenha imaginado.

Girou a chave na fechadura e abriu a porta. Nenhum cheiro estranho vinha de dentro do prédio. Um bom sinal.

Antes de subir as escadas, um estalo veio em sua cabeça. Uma ideia repentina preencheu seu cérebro e, embora parecesse improvável, o incomodou um pouco e o deixou levemente irritado.

Reparou em todo o estado que havia ficado desde que recebeu a mensagem no celular e depois começou a rir sarcasticamente.

— Ora essa, John Hamish Watson! No que está pensando?! Você não é gay! Só está preocupado com o estado do seu melhor amigo. Isso é normal. Completamente normal – disse a si mesmo com a intenção de se acalmar e foi subindo as escadas, degrau por degrau.

Quando chegou ao apartamento, se deparou com a porta entreaberta, e uma luz fraca, meio amarelada, saia pela fresta.

Empurrou a porta devagar e entrou. Para sua surpresa e alívio, tudo estava em ordem, quer dizer, estava organizado a là Sherlock. Por falar nisso, onde estava ele mesmo?

John o procurou pelos cômodos da casa: sala, cozinha, banheiro, seu quarto... “O que raios, Sherlock estaria fazendo no meu quarto?” O pensamento fez John rir. Na verdade, havia procurado em tudo, exceto em um lugar: o quarto de Sherlock.

“Ele provavelmente está lá, deitado em sua cama, pensando em algum caso não resolvido”, John pensou. Resolveu então dar uma espiada lá dentro. Nunca tinha ido ao quarto de Sherlock, então não tinha a mínima ideia de como era a decoração, ou o que encontraria lá.

Seguiu o corredor até o fim, quando chegou à porta, abriu-a devagar, o suficiente para ver o interior do quarto, que para sua surpresa, não tinha nada de espetacular ou estranho. Um quarto comum com algumas bagunças comuns e Sherlock deitado em sua cama, apenas de pijama azul, com as mãos unidas debaixo do queixo. Seu peito subia e descia num ritmo lento, como se estivesse em um sono profundo e sereno.

Nesse momento o doutor relaxou. Então era isso? Todo aquele rebuliço mental que ele havia criado por causa de uma mensagem era paranoia? Sherlock só havia mandado a mensagem porque queria dormir?

John não pôde deixar de rir de si mesmo, um pouco decepcionado por causa disso, é claro, mas antes que fizesse um ruído alto e acordasse Sherlock, pôs a mão na boca e encostou a porta com um “click” baixo. Pelo corredor, foi andando até a sala, onde se sentou em sua velha poltrona.

Ficou pensando em tudo o que sua mente havia projetado e imaginado. Com certeza sua cabeça não estava nada bem. Talvez o excesso de trabalho o tenha deixado meio sobrecarregado, afinal, estava trabalhando em três turnos. É normal que as coisas saiam um pouco do controle. Pelo menos o dia seguinte seria um bom dia, um dia de descanso.

Olhou para o lado e viu uma xícara de chá na mesinha. Ainda estava morna. Talvez fosse de Sherlock, mas um gole ou outro não faria mal para sua mente exausta relaxar. Em poucos minutos, a xícara já estava vazia e John estava com as pálpebras pesadas, se sentindo sonolento o suficiente para dormir ali mesmo, na poltrona. Alguns segundos antes de adormecer, pensou ter visto um vulto, uns cabelos cacheados...

— S-Sherlock?

— Tenha uma boa noite, meu bom doutor... – John ouviu e sentiu algo em roçar em sua bochecha, em seguida, caiu na inconsciência.

--

No dia seguinte, John despertou com dor de cabeça, como se alguém tivesse brincado com seu cérebro durante a noite, mas ele não se lembrava de nada e estava deitado em um lugar macio... isso foi o suficiente para fazê-lo abrir os olhos e ver a luz que atravessava o tecido fino da cortina cegar sua visão instantaneamente. Onde estava? Ah, sim, era o quarto de Sherlock... O QUÊ???

— O QUE EU TO FAZENDO AQUI?? – gritou repentinamente como se assim fosse obter alguma resposta, ficando com mais dor de cabeça.

Respirou fundo, tentando se acalmar. Por Deus, pelo menos estava vestido. Olhou para o lado e viu o despertador, que marcava 08:30, e na frente dele, um envelope com seu nome escrito.

John pegou o envelope e tirou uma folha com as palavras de Sherlock:

Bom dia, John.

Espero que tenha dormido bem. Agora que você está mais calmo (e não, não fiz nada demais com você), deixo bem claro que aquela mensagem foi só uma experiência minha. Eu queria saber em quanto tempo você chegaria aqui e que tipo de teoria você formularia, já que aquela não era uma mensagem muito usual. Pelo menos por mim.

Na xícara havia uma pequena quantidade de um produto químico que eu estava estudando, mas nada que pudesse afetá-lo permanentemente. Ele faz com que a pessoa que o consuma responda, claramente, às perguntas enquanto está dormindo, e mais, sem esconder as emoções que ela sentiu quando pensou naquilo que está respondendo. Acredito que haja um ou outro efeito colateral, como dor de cabeça, você não conseguir mentir durante algumas horas, ficar irritado, bom, esse último, acho que não conta, porque você já está irritado.

Enfim, foi muito gratificante ver que meu experimento deu certo, e, John, você tem uma mente muito criativa. Sério mesmo que pensou em tudo isso?

Só uma coisa me deixou curioso. Por que você achou que eu estava com outra pessoa aqui? Já te disse que sou casado com o meu trabalho. E que, mesmo me sentindo lisonjeado, e você dizendo que não é gay, não tenho interesse em me abrir em relações afetivas. Isso são só falhas humanas. Mas então, por que você deu tanta ênfase nessa questão?

Quando eu voltar ao meu quarto, lá pelas 08:00, se não errei os cálculos, vou querer respostas. Agora estou com uma “visita” na sala, se estiver lendo isso neste horário, sugiro que fique aí até que ele vá embora, a não ser que você não ligue de ser visto saindo do meu quarto.

Obrigado por me tirar do tédio.

S.H.

P.S.: se já tiver passado das 08:00 olhe na poltrona a sua esquerda.

John estava sentindo a veia em sua testa pulsando rapidamente, juntamente com os batimentos cardíacos acelerados. Contou até dez mentalmente, pegou o travesseiro e pôs em sua cara.

— SHERLOCK!!! – gritou com toda sua força e sua voz saiu esganiçada, abafada pelo travesseiro – Você me paga, seu cretino... eu não sou uma cobaia de testes!

— Eu estava entediado – E lá estava ele, sentado em sua poltrona, com uma camisa roxa e calça social, segurando o violino nas mãos e sorrindo como se não soubesse de nada e fosse uma surpresa agradável encontrar John em seu quarto.

~Fim~


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Notas finais do capítulo

E aí? Me digam o que acharam. Eu aguento *w*



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