Você Pertence a Mim escrita por Katherslyn


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Galera, essa história é baseada em algumas músicas da Taylor Swift, sendo que ela é a personagem principal. Espero que gostem



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"Esta sou eu rezando para que essa seja a primeira página
Não onde a história termina
Meus pensamentos vão ecoar o seu nome até eu te ver de novo
Estas são as palavras que segurei ao ir embora cedo demais
Que eu estava encantada em conhecê-lo
Por favor, não se apaixone por outra pessoa
Por favor, não tenha ninguém esperando por você"

Enchanted

Era intervalo, e eu estava sentada do lado de fora do refeitório lendo um livro. Todos os outros estavam lá dentro, e eu deveria estar também. Mas como eu era a queridinha dos supervisores, eles não se importavam de eu estar ali.

Não é como se eu não quissesse estar lá com todos eles, em meio a gritarias e algazarra, mas eu não me encaixava . Aquele ambiente me dava enjoo. A propósito, meu nome é Taylor.

Talvez você se identifique comigo. Prefere ler livros do que falar com garotas da sua idade sobre garotos que elas acham bonitos mas que não passam de idiotas metidos e convencidos? Se a resposta for sim, eu queria muito que você tivesse estudado comigo no Colégio Sonic Master.

Eu nunca tive muitos amigos. Eu tentei ter, mas ninguém quer ficar perto da garota esquisita que senta na frente, faz todas as lições e trabalhos no prazo e ainda por cima usa óculos e aparelho dental. Sou considerada a nerd da escola.

Eu tive um melhor amigo uma vez, Ulrich. Ele era um dos populares e sempre ficava perto de mim e me defendia dos idiotas que me zuavam. Isso foi a cinco anos, e ele se mudou. Na época eu não tinha celular nem internet em casa, então perdemos o contato. Eu ainda sinto falta dele.

Os amigos dele, populares também, se afastaram de mim quando ele foi embora. Não que isso tenha feito alguma diferença, eu sabia que eles não gostavam muito de mim.

O sinal bateu e eu fiquei sentada por alguns minutos, vendo a paisagem. Eu estava na grama e à minha frente se viam árvores e flores, parecia um jardim. Eu não queria ter que sair daquele lugar que fazia com que eu me sentisse segura, confortável, tranquila.

Me levantei, abri o portão que dava entrada para o refeitório e entrei. Metade dos alunos já tinham ido para suas salas, e me apressei até a minha. Eu não gostava de chegar atrasada. Foi quando eu trombei com ele. Ele era mais alto do que eu e tinha os olhos castanho escuro. Usava óculos, mas ao contrário de mim não parecia ridículo, na verdade dava até um certo charme a ele. E eu nunca o tinha visto antes.

Me esforcei pra parar de encará-lo e peguei meus livros que estavam no chão. Ele me ajudou e quando fui pegar o último nossos dedos se encostaram, e foi como se faíscas saíssem deles. Antes que ele pudesse dizer algo, corri até o fim do corredor e entrei na minha sala.

–Está atrasada, Taylor. Três minutos.

Me sentei no meu lugar habitual, primeiro lugar da fileira do meio, e ajeitei meus materiais. Dois garotos entraram depois de mim e a professora não brigou com eles. Mas eu ja tinha me acostumado com isso, eles sempre exigiam mais de mim.

–Isso não vai se repetir, senhora Bagshot.

–Acho bom mesmo.

Batilda Bagshot era nossa professora de história, e eu gostava das aulas dela. O melhor de tudo é que mesmo quando ela pedia trabalhos em duplas, trios ou grupos ela sempre pedia pra que eu fizesse sozinha. Eu sabia que ninguém iria querer fazer comigo, exceto pra conseguir boa nota. Em compensação, ela sempre me passava os exercícios mais difíceis.

Ela não costumava escrever no quadro, geralmente falava e explicava sobre os assuntos oralmente. O que pra maioria era um desafio, pois não escreviam rápido o suficiente pra anotar as partes mais importante, pra mim era bem fácil e simples. Acho que era porque eu não ficava nas redes sociais ou cochichando.

No começo da aula fiquei pensando naquele garoto e me censurei. Seria certo ficar pensando num garoto que voce nem conhece? Me concentrei no que Batilda dizia, estávamos estudando religiões. O tempo foi passando até que a aula chegou ao fim.

–Para a próxima aula, quero que me tragam um trabalho sobre uma determinada religião, contendo uma redação de no mínimo 50 linhas e conclusão.- A classe inteira começou a resmungar- E nada de AH. Estão dispensados.

Guardei minhas coisas e já estava saindo até que ela me chamou.

–Você não, senhorita Swift.

Enquanto todos saiam dando risadinhas fiquei sozinha na sala com a professora.

–Pois não, senhora?

–Pra você, eu tenho um trabalho diferente dos demais. Sente-se aqui.

Me sentei a frente dela, e ela tirou os óculos.

–Quero que faça um trabalho sobre todas as religiões que conseguir, com informações sobre elas e uma conclusão. Para cada.

Não me surpreendi com isso. Geralmente todos o professores me passavam mais deveres que para os demais alunos. Eu não diria que era mais inteligente que os demais, mas eu era mais capacitada, esforçada.

Uma vez, Bathilda pediu para que escolhéssemos um tema dos onze que ela tinha passado, sobre guerras, e que fizéssemos pesquisas sobre ele. Eu fiz de todos. Não por que queria me achar melhor que todos, mas porque eu sabia que um pouquinho de cada tema cairia na prova. Eu estava certa em relação a isso.

–Para quando?- perguntei.

–O mesmo tempo que todos. Alguma dúvida?

–Nenhuma.

–Ótimo. E notei que hoje você estava um tanto quanto... distraída.

–Isso não se repetirá mais, senhora Bagshot.

–Tenho certeza de que não vai mesmo.

Saí da sala e fui pra aula de matemática, uma das minhas favoritas e a que mais me complicava. Eu aprendia mais rápido porque prestava mais atenção que todos, mas aquelas fórmulas eram meio difíceis pra mim. E quanto mais difíceis elas fossem mais eu estudava pra entender.

A última aula chegou, e era educação física. Pra minha sorte, eu era dispensada das aulas dessa matéria e eu podia ficar na biblioteca. Não sou um fracasso com esportes, mas também não sou boa. Contanto que eu fizesse os testes de educação física uma vez por bimestre, eu estava livre. Vantagens de ser a queridinha dos professores e supervisores.

Cheguei a biblioteca e cumprimentei Geovanna. Ela quem cuidava de tudo por ali, e era uma das pessoas que eu mais gostava da escola.

A biblioteca era enorme, e as mesas redondas, todas arrumadinhas. Os livros eram organizados por temas e ordem alfabética, e era o ambiente da escola mais frio, devido ao ar condicionado ligado ao máximo.

–Como está, querida?

–Trabalhos a mais de história e matemática.

–Como se isso fosse novidade.

Ela riu e me abraçou. Geovanna devia ter uns cinquenta anos, mas nunca perguntei sua idade ao certo. Temos um acordo mútuo: ela não fala da sua vida pessoal e nem eu da minha.

–Mas e você, como está?

–Alguns probleminhas de saúde, mas nada que o tempo não resolva.

Ela não iria me dizer o que era, e eu não perguntaria. Nossa amizade era simples assim.

Sentei numa mesa vazia e me espriguicei. Bebi água e comecei a fazer meus deveres. Quando dei por mim, o sinal bateu e eu guardei tudo pra ir embora.

–Geo, to indo ta.

–Vai na paz, querida.

Saí de lá e me dirigindo a saída. Eu olhava para os rostos das pessoas procurando alguém específico. Alguns até se assustaram e outros davam risadinhas. Eu geralmente não olhava pra nenhum deles, apenas passava reto.

Fiquei um pouco decepcionada por não o encontrar, mas fui andando.

Cheguei ao fim da rua e peguei o ônibus que me levaria pra casa. Levava quase uma hora pra chegar, e eu era a última de todos os alunos a sair dele. Fiquei pensando entre religiões e aquele garoto a viagem toda, quando desço do ônibus e tenho uma surpresa: ele está parado na porta da minha casa.


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