A Última Lágrima. escrita por Pedro C


Capítulo 7
O Príncipe.




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'' Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente.''

William Shakespeare

§§

Acordei desanimada e triste. Tinha chorado a noite anterior debaixo das cobertas, escondida. Chorei até adormecer.

Me arrumei lentamente sem me preocupar com a hora e desci as escadas na mesma lentidão, mas abri um leve sorriso falso no rosto.

— Bom dia. — disse.

— Oi, querida. — minha mãe me respondeu com pesar. — Como foi a noite?

Eu sabia que minha mãe percebia que eu chorava a noite, porque todas as vezes que eu chorava no dia seguinte ela fazia de tudo para me levantar. Me deixar bem... E eu fingia que estava bem.

— Normal. — menti, com desanimo. — Eu sinto muita falta dele.

E no mesmo momento minha voz mudou. Como se algo estivesse me prendendo, minha voz saia fraca e triste. Eu queria chorar, gritar. Então, lembrei de nós dois juntos.

— Hm. — ela dá um sorriso. — Filha, é difícil. Eu sei, mas nós temos que seguir em frente.

— O que acontece?

— Com quem? — indagou e eu a olhei segurando um sorriso. — Eu? — se finge de boba. — Nada!

— Senhora Swan, eu já estou com dezessete anos, te conheço muito bem! Há algo te deixando feliz, bem.

E no mesmo momento veio me na cabeça que minha mãe só ficava assim com um sorriso bobo no rosto, cabelos molhados de creme e bem arrumada para trabalhar, quando estava com meu pai. Quando eles estavam felizes e bem, mas então minha mãe estava conhecendo alguém? Mas tão cedo? Por quê? Justo minha mãe que eu pensei que ficaria de luto por mais tempo... Ela estava superando tudo mais rápido que eu. Disfarcei e peguei minhas chaves.

— Já está indo?

— Aham. — balbuciei e bati a porta.

[...]

Estacionei e desci lentamente para a escola. O dia não estava ensolarado, mas não chovia. Entrei na escola e tentei disfarçar que estava pensativa. Poxa! Justo minha mãe? Tão cedo, quem será? Alguém do trabalho ou vizinho? Mas nem eu conheço meus vizinhos!

— Oi — alguém me chamou. — Bella, não? — indagou ressentido.

— Oi, — respondi na mesma hora. —Edward, sim?

— Pois é, falei que a gente iria acabar se encontrando pelos corredores da escola. — ele sorriu sem graça. — E ai, como está? Já se acostumou com o tempo?

— É, é meio difícil se acostumar com o frio constante, mas estamos aí! —eu sorri, ele era e pensava como eu.

— Qual é sua aula agora? — indagou.

— Química. — respondi com desanimo.

— Então vamos lá, enfrentar o Sr. Tanner. — ele sorriu vitorioso.

O acompanhei, fomos passando pelas pessoas e conversando. Ele era lindo. Seu cabelo castanho claro estava jogado para cima e visivelmente úmido, seu olhos esverdeados eram como um lago cristalino, sua boca pequena era um pouco carnuda e estava com um tom de intenso vermelho.

— Por que vocês mudaram? Desculpe me pela intromissão.

— Não tem problema. — comecei. — Meu pai faleceu, acabou acontecendo outras coisas.

— Hum.

— E por que vocês mudaram?

— Meu pai foi transferido. Foi até melhor. Aquela casa me trazia muitas lembranças que não vale a pena ser lembradas.

— Entendo, você namora? — indaguei.

— Não.

— Hum.

— Vai no baile do terceiro?

— Não. Eu acredito que não.

— Que pena.

Senti minha maçã do rosto queimar enquanto chegávamos na sala, me sentei na sua frente. Era a única aula que Caroline e Emmet ou Victor não tinha comigo, então era meio estranho não conversar com ninguém.

— Bom dia, turma! — o professor entrou. — Abram na página 50.

[...]

No intervalo eu me desloquei rapidamente para o refeitório, já havia se passado três aulas e Caroline estava sempre tristonha, de cabeça baixa e sem aquela sua vaidade.

— Vocês estão sabendo da novidade? — Victor indagou.

— Não. — respondi solenemente.

— Eu me escrevi para o concurso de parodias. — Ele sorriu, Caroline soltou um sorriso.

— Obrigada gente, por estarem sempre ao meu lado. Está sendo difícil, mas vamos superar. John não iria querer ver a gente cheia de rugas e com o cabelo ressecado. — ela piscou.

— É isso ai! — Jessica apoiou, sorrindo.

— Não podemos parar de se cuidar, aliás tem muitos gatinhos por ai. —Erick soltou um rosno e eu sorri.

— Só vocês mesmo. — comecei e me levantei.

— Preciso ir no meu armário, volto logo.

Andava no corredor vazio, parei bruscamente quando escutei a voz do Edward e de mais uma menina.

— Eu sei, mas isso não ta certo! — a menina de voz doce afirmou com receio.

Eu aprendi que era errado escutar conversas dos outros, mas eu precisava saber mais sobre esse garoto. Ninguém é um príncipe encantado!

— Eu sei. — afirmou. — Mas é o único jeito de se livrar disso.

— Não tem outro jeito? — indagou a mesma.

— Não. — afirmou. — Depois de 100 anos de procura acha que vou continuar e deixar a nossa chance ir embora pela janela?

— Estou com o Edward.

— Ta, se não tem outro jeito.

E eles se calaram. Comecei a querer voltar a caminhar, mas o que será que ele quis dizer com 100 anos de procura? Eu precisava saber mais.

— Shhi.

E senti passos se aproximar, cada vez mais próximos e frios. Então, eu andei.

— Oi, Bella? — ele me chamou.

Droga! Pensei que daria tempo de virar no corredor. Me virei lentamente e fingi que nada aconteceu. Sempre fui ruim em mentir, mas agora eu precisava tentar ser rápida.

— Eai.— soltei um sorriso amarelado e acenei de longe. — A gente se vê no quinto horário de química.

— Até mais. — ele sorriu.

Será que ele sabia que eu sabia? Aquilo era tão confuso! 100 anos? Mas ele só tem 17! Peguei meu livro e voltei para o refeitório.

— Até que enfim. — Emeett afirmou.

— Pausa para a make!— sorri.

— Ai, também to precisando. — Jessica disse.

Poxa! Hoje eu estou muito boa nisso!

— Acho que eu posso tentar. — Carol sorriu forçada, tentando se animar. Nos levantamos e fomos embora.


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Notas finais do capítulo

Galera, esse capítulo foi mais para dizer como as coisas ficaram depois da morte do John...
No próximo, a coisa já muda.
E, quem sabe descobriremos o que o Edward é?
Espero comentários, Ok??
Até logo!



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