Coisas de Lorna escrita por Sra Kentwell


Capítulo 7
Capitulo 7


Notas iniciais do capítulo

(...)



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Pela manhã, Está um absoluto silêncio. Ao levantar de minha cama, vasculho o quarto procurando um calçado e acho meu chinelo. Ao abrir a porta e passar pelo estreito corredor até as escadas, não faço nem um rugido, as portas dos quartos estão todas fechadas.

Desço a escadaria e olho no relógio da cozinha: 6:07, bem, acordei cedo para uma azarada que foi sorteada para lutar pela sobrevivência em um campo gigantesco. Acho melhor eu não pensar muito nisso, mas meu cérebro me diz: ''Como, você é uma sem sorte, aceite isso e morra em paz''.

Vou até o armário da cozinha, arranco umas folhas de papel de um caderno velho que serve para anotar receitas e Escrevo uma pequena carta para quando eu partir, triste com essa ideia.

Pai, Fred e Mauricio:

Estou muito grata por o que vocês fizeram por mim em toda a minha vida. Isso não é qualquer coisa que qualquer pai ou irmãos são capazes de conceber.

A mamãe foi uma pessoa alegre, que não enxergava o lado ruim da vida, ela procurava sempre sorrir, não olhar para trás nunca. Depois que ela morreu, peguei um ódio profundo por os quais a mataram, por favor, nunca esqueçam de mim. Nunca.

Lorna.

Aquilo passou rasgando por minha garganta, é muito ruim deixar as únicas pessoas pela qual é a razão de sua existência. Não desejo isso a ninguém, nunca irei desejar.

Coloco o bilhete com cuidado abaixo da toalha da mesa.

Sei que se sair de casa agora, vão jogar em minha cara depois. Não me importo, se todos nós vamos para a cova qualquer dia mesmo.

Corro em direção a porta da sala, tento abri-lá, mas está trancada. Corro para a cozinha e fuço nos potes de folhas secam em cima da geladeira e pego a chave da porta.

De novo dou um salto e chego á porta, destranco- a e me atiro porta a fora. Está amanhecendo, num ar fresco com tonalidade fria. Meu maior desejo é correr até a campina e me jogar na grama curta que cobre o local, descascar uma mangas e ficar lá até entardecer, até o pôr-do-sol.

De muito longe avisto um caminhão muito grande, que parece ser dos justiceiros do Centro-Oeste da metrópole, é Claro que é.

Minha reação automaticamente é entrar pra dentro e trancar a porta como se tivesse um monstro cruel na rua.

Respiro profundamente com as costas sob a porta de madeira, jogo a chave no sofá. Caminho até a cozinha e olho o relógio novamente que marcam exatamente ''6:20'' Como a hora passa rápido!

Ir lá em cima de novo é uma das coisas mais úteis a fazer, memorizar minha casa, aproveitar as horas que ainda me restam. Faço isto e sento sob a soleira da porta, já que normalmente no campo de guerra, ou melhor '' Batalha'' não vou ter tanto tempo para descansar.

O chão está frio e observo de longe, pela janela do corredor, o amanhecer.

Adormeço devagarzinho com o cantar dos pássaros que já estão de assas postas logo cedo.

(...)

–Ei, Acorde, Filha, Vamos, Acorde!- Alguém diz me sacudindo com cuidado, a voz baixa e suave.

É meu pai.

–Estou indo. -Sussurro.

–Mas tem que ser agora.

Levanto- me em um pulo do chão frio. ''Agora é a hora. Hora de partir, para nunca mais voltar''- meu cérebro cria frases ultra magoativas.

–Eles querem falar com você.- Meu pai me informa.

–Ok. - Abaixo a cabeça. Eu sei de quem se trata e do quê se trata. Meu pai sabe que eu sei. Ele também sabe.

Desço marchando até a sala, onde tem alguns 6 justiceiros, cada um em algum canto, examinando com cuidado a casa. Eles tem uniformes roxo escuro e usam óculos pretos, botas pretas de borracha e luvas brancas.

–Senhorita Glow, pedimos que vós arrumais algumas peças de roupas para partir, é essencial. - Diz um dos homens parados a minha frente, com a língua extremamente explícita.

–Tudo bem - Retruco com a voz muito grossa e rude.

Subi as escadas, peguei um bornal que ficava guardado debaixo de minha cama, escolhi as camisas mais novas possíveis, sem serem desbotadas que encontrei, joguei sob a cama, abri a gaveta das roupas de baixo e atirei uma bermuda, um short e duas calças de pano, e uma de moletom (não restou nenhuma parte de baixo em minha gaveta), Peguei pares de roupas intimas, juntei todas as peças e joguei no bornal.

Peguei outras utilidades como Escova de dente, etc. E atirei tudo no bornal.

Olhei pela última vez meu quarto. É tão ruim pensar nisso.

Então desci as escadas, tão desanimada quanto uma criança na igreja.

–Pronto. - Pronunciei.

–Já peguei suas botas que estavam perto da porta dos fundos. - Disse o justiceiro anônimo. - Podem se despedir.

Eu dei um abraço tão forte em meu pai, que não consegui prender as lágrimas elas saíram como uma cachoeira de meus olhos.

–Filha, você vai longe na vida, não se preocupe. - Ele não estava chorando, mas sua voz já dizia que ele estava muito angustiado.

–Ande logo!- Esclamou o justiceiro que me dava as informações.

Pulei nos braços de Mauricio, ele não pronunciou nenhuma palavra, mas estava chorando, tanto que dava té soluços.

Chegou a vez de Fred.

–Por favor, nos momentos ruins lembre de mim, de nossa família, da sua amiga, de tudo em que te fez feliz todos esses anos. - Ele também não chorava, mas a voz já estava rouca. Ele me abraçou tão forte que parecia que eu era um ursinho de pelúcia.

Um dos justiceiros abriu a porta e fez um sinal para mim sair. Eu saí e meus irmão foram de atrás. Tinha bastante gente lá fora. Um silêncio absoluto. Logo avistei Sula, a alguns metro de mim, e a frente de minha casa um enorme carro todo preto, de vidros fumê e rodas gigantes. As lagrimas saiam com mais pressa de meus olhos, me dá vontade de gritar mas não há motivo. Vejo minhas vizinha me olhando com desaprovação, Sula me estende o braço e coloca em minha mão um colar. Não me sobra tempo para ver, os justiceiros seguram meu braço e me erguem par dentro do carro, eu grito muito alto:

–Pai, me desculpe por tudo. - Recupero o fôlego - Sula.. - Dirijo- me a ela. - Cuide dele e não o deixe passar fome. Por favor...

Os Justiceiros me jogam para dentro do carrão, e seguem a meu lado. Não adianta eu gritar, espernear e pestanejar que não irá adiantar nada, eles não vão voltar atrás, eu não vou voltar atrás.

Ando por uns 15 minutos até chegar a uma pista de decolagem, onde um enorme jatinho preto me espera. Eles me conduzem como uma escolta, mas parece que não pensam no fato de ''Como, porque e pra onde eu iria fugir''. Lá encontro mais justiceiros que me esperam prontos para partir.

Vejo uma mulher morena, pele semelhante a de Sula, mas diferente.

–Olá - Ela diz Simpáticamente, e segue todos nós até o jatinho.

–Oi. - A palavra salta de meus lábios.

Quando embarcamos para dentro do jatinho, ela me conduz até um quartinho, coloca meu bornal em cima da cama. Eu sento sobre a cama, ela com certeza tem alguma coisa para dizer.

–Meu nome é Sylvia, sou sua.. digamos que conselheira. - Ela gesticula com as mãos, com um enorme sorriso estampado no rosto - Eu te acompanho na maioria dos lugares que você for. Seu destino será até o Centro-Oeste, onde se hospedará em um sofisticado hotel. Você pode assistir tevê ou comer algumas coisinhas. - Ela termina a frase, e antes que eu possa perguntá- la alguma coisa ela sai do quarto.

O que você faria se te obrigassem a participar de uma guerra, sendo que isso é contra sua vontade? Morrer ou sobreviver? Nessa guerra não existem vencedores, mais sim, Sobreviventes!!


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Notas finais do capítulo

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