Coisas de Lorna escrita por Sra Kentwell


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

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Pela manhã, percebo que meu livro está guardado no lugar e a luz apagada. Um de meus irmãos ou meu pai devem ter vindo aqui a noite e feito isso. Eu não gosto muito quando entram em meu quarto, ou quando meu pai arruma a casa, ele sempre coloca alguma coisa fora do lugar, mais por mais que meu quarto seja velho, com os móveis antigos, eu ainda me importo com ele.

Arrumo minha cama cuidadosamente, visto minha única calça jeans que tem em minha gaveta. O resto de minhas roupas são de pano. Coloco uma camisa vermelha desbotada, e calço minhas botas de couro,couro de potros que morrem logo jovens, únicas também.

Desço as escadas apressadamente, minha barriga ainda ronca. Fred, Mauricio e meu pai já foram trabalhar. Olho o relógio da cozinha que marcam exatamente 8:11, um horário muito tarde para minha rotina. Na geladeira encontro uma única coisa, leite, bebo alguns goles direto da caixa, vou ter de me esforçar para encontrar alguns esquilos para matar, senão nós ficamos sem janta essa noite. É muito difícil encontrar uma galinha no minimo viva para comer. Minha família só consegue uma galinha por mês do serviço. Eles trabalham com lenha, cortam lenha o dia inteiro, das 5:30 da manhã as 19:00 para ganhar ao total de um cacho de banana, uma galinha, uma dúzia de ovos e três caixas de leite. Isso é muito pouco para 4 pessoas sobreviverem, por isso, eu me mato de treinar diariamente com meus dois cavalos e com Sula, para de algum jeito ganhar a prova do laço ou dos tambores, e o prêmio nem sempre é farto, normalmente é uma sacola de maçãs, uma galinha, ou se eu tiver muita sorte, dois esquilos.

O leite está azedo e espero não fazer mal, tenho que estar disposta a cavalgar e lacear o quanto for preciso. Lavo uns três pratos que estão sujos na pia e os guardo no armário.

A porta de entrada faz um rungido ensurdecedor. Passo por ela e a tranco com a chave cor de abóbora do século passado, eu assim digo.

Sula já deve estar me esperando a mais ou menos 15 minutos na campina, com os cavalos celados, me dá calafrios só de contar a ela sobre meu sonho, ela iria pirar.

Tenho de observar o movimento como está, se alguém contar ao cherife que me viu pulando para o outro lado da porteira, estou frita, minha família perde o emprego, e pior, podem ser sériamente machucados, sendo assim, tenho que tomar o maior cuidado do mundo.

Consigo pular a porteira a tempo que ninguém veja, começo a subir a serra, que cansa os joelhos, metros depois consigo avistar uma figura sentada em uma grande pedra, me aproximo um pouco mais:

–Hum, olha quem está atrasada. -A voz fina, alta e clara soa como uma especulação.

–Eu não estou atrasada, apenas perdi a hora. - Retruco com a mesma voz de criança, inocente e infantil.

–Ok, ok - Ela fala aos risos - Eu já celei Clato.-Me afirma com uma voz controlada.

–Valeu. - Espiro.

Ela continua sentada na pedra, agora se estica sonolenta, e bocejando.

–Se eu dormir você você não vai... Achar ruim né, é que eu acordei muito cedo hoje. - Ela diz com a mesma voz que eu faço, quando quero convencer alguém,infantil.

–Não tem problema,não. - Na verdade teria sim, seria mais complicado pegar tocas as cordas escondidas abaixo de plantas junto há raiz de árvores, ou tocar os cavalos, e amaciar o gramado para o trote não soar tão alto. Mais eu olhei pelo lado bom, ela acordou cedo demais.

Faço tudo isso em menos de 2 horas, deixo os alvos de troncos caídos de árvores prontos para serem laceados. Tudo exige um processo minucioso, e cansativo. Mas vale a pena pelo trabalho. Sula já fez demais de celar o cavalo e deixar os troncos empilhados. Ela é uma amiga para todas as horas.

Meu treinamento é debaixo de um sol escaldante. Eu sou considerada por Sula, Fred, Mauricio e meu pai uma exímia laçadora. Afinal o povo do Sul não são tão amigáveis, põe defeito em quase tudo que fazemos.

Termino ao 12:04, meia uma hora antes Sula já acordara.

Para amarrar os cavalos juntos as árvores é outro trabalho bem complicado para se fazer. Já que a prova dos tambores é a mãe de Sula que organiza, ela permite que eu use Clato, fingindo que ele pertence ao estábulo da região. Uma mãe é uma das coisas que eu mais invejo em Sula, por mais que ela passe mais dificuldades que eu.


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Notas finais do capítulo

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