Vaga-lumes escrita por Vagalumes


Capítulo 4
Tinham a sensibilidade de um bater de asas à um simples som de chuva.




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Foi o momento em que muitos se viram em um mesmo barco. Eram aqueles poucos instantes que adentrávamos o mar sem medo dos perigos, pois, só por provar da imensidão já fazia valer à pena qualquer fim. Era naquele silêncio que a víamos se reconhecendo. Naquele silêncio que sentíamos a verdade, que conversavam o tempo que passaram distantes, entre risos que não o quebrava. E, não ficávamos cegos, porque era exatamente naqueles poucos segundos que começávamos a enxergar. O que acontecia naqueles poucos momentos, talvez estivesse longe até do próprio entendimento deles. Emudecíamos sem saber ao certo o que estava se passando.

Diante de tudo isso, existe um ponto alto que cabe relatar. Ainda há aqueles que julgam que, a grande responsável por tamanha sensação, é a ilusão. Ilusão de quê? Pelo quê? Por duas vidas que não são nossas? Não houve batidas à porta de nossos corações, que pedissem permissão para entrar. São momentos que não deixam espaço para a carência própria, para o anseio de um conto de fadas na vida de outros. Não foi uma escolha a ser feita, é um tipo de condução que encaminha a descobrir o que cada um tem de melhor em si. Porque causaram isso, a ajuda mutua de almas que passaram a se reconhecer em um mesmo espaço, sobre um mesmo sentimento que passavam a compartilhar. Um silêncio que gritavam juntos. Silêncio que ouvíamos sem ilusão, víamos sem formar castelos, sentimos como a presença de um Deus.

Tinham a sensibilidade de um bater de asas à um simples som de chuva. Havia um mistério entre as habilidades, quase telepáticas, que trocavam em comum. Sim, você deve estar pensando que no mundo há muitos outros como eles. Mas aquele silêncio em que se comunicavam pelos olhos, tornava eles diferentes.

A necessidade de entender o sentimento que alimentava essa luz que produziam, fez com que fossemos em busca de uma terra chamada “interior” e descobríssemos que só os sensíveis eram capazes de explorar. Que necessitava de muito mais que um querer, era necessário confiar os olhos fechados e ser conduzidos pela visão do coração. Era simplesmente como voar. Era em nós o sexto sentido se fazendo presente.

Reconhecemos os tropeços das vida. Não somos feitos de sonhos sem atracar os pés no chão. As dificuldades que possui um caminho, os desvios bruscos que muitas vezes somos obrigados a fazer. Entretanto, Gabriel Chalita resume bem o que passamos a enxergar: O mal não pode vencer o bem. Se as atrocidades nos incomodam, se a banalização das violências nos assusta, é preciso ir além. Além do que nossos olhos podem ver, além do que nossos sentidos podem captar. É preciso ir além e chegar ao recôndito do nosso coração onde só a linguagem da alma, dos sentimentos, da simplicidade da fé é capaz de alcançar.


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