Tudo por Nico di Angelo escrita por Mariana Pimenta


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores! Eu sei que eu tenho demorado muito para postar, mas eu explico:
Primeiro, falta de criatividade; segundo, estavam chegando as últimas provas e é bom manter a média; terceiro, meu computador bugou e não consigo mais entrar na fanfiction direito por ele. Então agora só posso postar do computador do meu irmão, que é o que eu estou fazendo agora.
Obrigada por não me abandonarem mesmo depois dessas mancadas.
Boa leitura!



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Pela primeira vez em semanas, me afastei de minha mochila. A deixei na cabine e fui para a proa. Fiquei encarando o céu enquanto sobrevoávamos o território grego.

Não era para eu estar lá. Não queria estar lá. Só estava porque era a minha maior chance de sobreviver. Havia prometido a Nico que voltaria para o acampamento. Mas e se ele chegasse e não me encontrasse? Talvez achasse que quebrei a promessa. Ele já devia estar nos Estados Unidos. Não queria nem imaginar o que ele pensaria quando descobrisse que eu não estava lá, nem a caminho, mas na verdade, do outro lado do mundo, indo para a outra direção.

Eu nem deveria ter saído do acampamento, para início de conversa. Meus irmãos teriam que aprender a conviver comigo, assim como eu teria que aprender a conviver com eles. Deveria estar lá, defendendo o acampamento do ataque romano que já deveria estar para começar. Mas não. Eu estava servindo como peso morto em um navio bem longe.

Nem havia percebido que alguém se aproximara. Percy estava do meu lado, me encarando.

– Oi.

O olhei rapidamente e voltei os olhos para o horizonte.

– Oi, Percy.

– Você está bem?

– Depende do que você entende como “bem”.

– Não me diga que você vai começar uma aula de filosofia agora.

– Não, eu deixo isso para a Annabeth.

Soltamos risadas fracas.

– Sabe, eu pensei um pouco. E acredito na sua história.

Me virei para ele.

– Sério?

– É. Já vi muitas coisas estranhas, então é fácil para eu acreditar. E a sua história bate com os acontecimentos.

– Uau. Valeu.

– Então, o que você falou sobre a benção é verdade?

– É sim. Estou começando a entender como ela funciona. Nico está me ajudando.

– Falando nisso... desculpe por ter dado aquele ataque quando você tirou os óculos. É que... você se parece muito com a Bianca.

– Você ainda se sente culpado pela morte dela?

– Um pouco. As coisas mudaram muito para Nico depois que ela morreu. Me pergunto como teria sido se tivesse sido diferente. Mas, você e Nico são próximos?

Não continuei a encará-lo.

– É. Acho que sim. Quero dizer, só nos encontramos duas vezes, mas... esses encontros mudaram totalmente meu rumo. E não foi para melhor.

Percy assentiu. Ficamos mais um tempo em silêncio até que ele disse:

– Eu vim aqui para te perguntar uma coisa. Eu não quero parecer mesquinho, nem nada do gênero, mas eu percebi que você não gosta muito de mim. Sei lá, o jeito como você me olha parece raivoso. Eu te fiz alguma coisa? Se fiz, é sério, desculpa. Se foi pelo lance com a Bianca...

– Percy, sobre isso... – como eu poderia explicar sem realmente contar todo o segredo? – Para mim, tudo tem um motivo. Tudo no mundo. Por que você gosta de certas coisas e odeia outras. Por que escolhe A em vez de B. Mas o problema é que nem sempre esse motivo é bom. Não estou dizendo “bom” no sentido de fazer bem aos outros, mas ser uma boa razão. E é o caso agora.

“Tem duas pessoas aqui no navio que eu não gosto muito de ver, que são você e Piper, principalmente você. Eu sei que vocês não têm nada a ver um com o outro. E o problema é que eu não gosto de vocês por um motivo tão idiota, que quase chega a ser vergonhoso. E vocês não fizeram nada. Não fazem a menor ideia do que é. Nem sabem que aconteceu.”

– E que motivo seria esse?

– Os dois me trazem lembranças ruins de algo que aconteceu recentemente comigo. Mas nenhum dos dois sabe o que é. E não têm a menor culpa disso. Por isso o motivo é tão ruim.

– Mas o que foi que aconteceu? Eu posso tentar ajudar...

– Não posso falar.

– Por que não?

– Porque não é meu segredo. É o segredo de outra pessoa. E prometi a minha mesma e a essa pessoa que não contaria para ninguém a não ser que fosse caso de vida ou morte, e não é o tipo de coisa que pode salvar a vida de alguém caso seja revelado.

– Você pediu que confiássemos em você. Precisa contar tudo. Se ficar escondendo as coisas, ninguém mais aqui vai confiar em você.

– Eu sei. Só que não posso falar. E se isso te deixar mais tranquilo, uma pessoa aqui no navio já sabe.

– Quem? Annabeth?

– Não posso falar. Eu falo sobre o que vocês quiserem, menos o que aconteceu comigo e essa pessoa.

– Se falar isso para Leo, vai achar que você é uma espiã de Gaia.

– Não é novidade para mim.

O filho de Poseidon continuou me encarando, pensativo.

– Guardar um segredo... Mariana, essa pessoa... seria o Nico?

– Talvez sim, talvez não. Como disse, não posso contar.

– É o Nico. Eu sei que é. Não prometeria esse tipo de coisa a mais ninguém, exceto talvez Annabeth, mas nada que você vá me dizer sobre ela vai ser novidade.

Permaneci calada.

– Pode me contar o que é. Eu conheço Nico.

– Você não entendeu o que eu disse? Você me lembra essa coisa que aconteceu. O que faz com que você esteja ligado a esse acontecimento de algum jeito. Você é uma das últimas pessoas no mundo que pode saber disso por alguém que não seja Nico di Angelo. Então, da minha boca não vai sair. Além disso, nem era para eu saber. Não era para ninguém saber. Eu não tenho o menor direito de falar isso para ninguém.

– Mas quem é a outra pessoa do navio que sabe?

– Você só quer saber isso para ir perguntar a ela. Você não vai saber. E pelo bem dessa pessoa, é bom que ela não conte.

– Por quê? Você ou Nico vão mandá-la para o Mundo Inferior? Ou para o Tártaro?

– Ninguém sabe o quanto Nico e eu podemos ser poderosos ou perigosos, nem nós mesmos. Pode ser que ele não vá descontar em vocês, mas não vão querer me ver com raiva.

– Isso é algum tipo de ameaça?

– Não, só um aviso prévio.

Virei de costas e voltei para a cabine. Sei que isso pareceu coisa de menina mimada, simplesmente sair andando dramaticamente como se a outra pessoa não valesse nada e não merecesse meu tempo, mas não queria mais falar naquele assunto. Não sou muito boa em esconder coisas, se precisar falar falo na cara. Mas não podia deixar que Percy soubesse o que aconteceu no Croácia. Não por mim.

Na manhã seguinte, Piper e Frank saíram para encontrar alguma coisa que fazia parte da missão. Não pedi muitos detalhes. Eles só voltaram de tarde. Enquanto isso, todos ficaram no navio, alguns só conversando, outros discutindo estratégias de batalha. Eu fiquei na cabine por mais um tempo.

Quando finalmente a fome bateu, saí de meus aposentos e estava subindo para o refeitório quando alguém começou a gritar:

– MAIS RÁPIDO, SEUS IDIOTAS! VOCÊS PODEM FAZER MELHOR DO QUE ISSO!

Lancei um olhar por cima do ombro e continuei meu caminho.

– Ah, – disse assim que cheguei ao refeitório – alguém pode me dizer quem é que está gritando nos estábulos?

– É Nice, a deusa da vitória. – disse Jason – Nós a capturamos e a prendemos nos estábulos.

– Vocês capturaram uma deusa? Aliás, vocês ganharam da deusa da vitória? Que demais.

Mais tarde, quando Frank e Piper voltaram, todos se reuniram para uma reunião na proa. Percy estava olhando algo vermelho que nadava perto do navio. Parecia algum tipo de cobra.

– É muito vermelho. – ele olhou para os outros por cima do ombro – Será que se a gente morder tem gosto de cereja?

– Por que não desce lá e descobre? – perguntou Annabeth.

– Que tal você ir comigo? Vamos lá. Primeiro as damas.

– Gente, atenção. – disse Frank – De acordo com meus parentes em Pilos, o deus acorrentado em Esparta que estamos procurando é a forma grega de meu pai, Ares. Os espartanos acreditavam que fazendo uma estátua de Ares acorrentado faria com que o espírito de guerra nunca os abandonasse.

– Certo, os espartanos eram estranhos. – disse Leo – Mas, considerando que temos Vitória acorrentada nos estábulos, é melhor não falar muito deles.

A conversa continuou. Eles iriam para Esparta e depois para a ilha de Delos, procurar Apolo para conseguir uma coisa chamada “a cura do médico”.

Chegamos a Esparta no dia seguinte. Annabeth e Piper iriam a essa missão. A adaga de Piper, Katoptris, mostrou uma visão delas duas em Esparta. Segundo o resto da tripulação, isso é bem comum.

Assim que levantei, fui direto para o banheiro. Estava precisando fazer uma coisa já tinha um tempo. Assim que fechei a porta, ouvi um barulho vindo da parede. De repente, a privada se abriu e um jato de água foi espirrado para fora, molhando o banheiro todo, inclusive eu.

Enquanto a água ainda saía pela privada e inundava o chão e a minha meia, tirei os óculos e tateei a parede a procura de uma toalha. Só abri os olhos depois que sequei o rosto e coloquei novamente os óculos.

Sai do banheiro e subi as escadas. Tudo estava inundado. Aparentemente, todos os banheiros explodiram.

Quando cheguei, Percy, Annie e Piper estava discutindo. Leo estava perto da porta segurando uma chave inglesa. Fiquei ali mesmo, ao pé da escada, assistindo toda a cena.

– Foi o que eu disse! – disse Percy – Nós não sabemos o que tem lá. Vamos nós três.

– Não podemos deixar que um menino e uma menina vão juntos para a mesma missão. É isso o que os gigantes querem. – disse Annabeth.

– Então eu vou com Jason, e nós...

– Cabeça de Alga, está dizendo que acha que dois garotos podem fazer isso melhor do que duas garotas?

– Não. É que... não. Só quero dizer...

Annabeth o beijou.

– Antes que você perceba já estaremos de volta.

As duas subiram as escadas e todo o convés inferior ficou coberto de água. Finalmente me postei ao lado de Leo. Quando ele me viu, segurou o riso. Não o culpo. Eu estava molhada de água de privada. Percy se virou e arregalou os olhos.

– Ah... – ele tentou falar, mas eu o cortei.

– Não quero abusar da hospitalidade, nem parecer mal agradecida por me deixarem ficar no navio, mas tem mais de um mês que eu não tomo um banho decente. Precisava, Percy?

Uma hora e meia depois que as meninas saíram, Percy já estava mais calmo. Mas ele andava de um lado para o outro da proa, parando só para olhar a costa.

– Cara, elas vão voltar. – tranquilizou-o Frank.

– É. Relaxa. – Leo estava sentado perto do leme, mexendo em algumas peças que tirou de seu cinto.

O filho de Poseidon suspirou. Ele ergueu a cabeça e, sem tirar os olhos do litoral, perguntou:

– Algum de vocês tem um dracma?

– Pra quê? – indagou Hazel.

– Preciso mandar uma mensagem de íris.

– Você vai mandar uma mensagem de íris para elas agora? – Jason ergueu uma sobrancelha – Percy, francamente...

– Não é para elas. É para outra pessoa.

– Ta, mas para mandar uma mensagem de íris você precisa... bem, de um arco-íris. – disse Frank – Além disso, as mensagens de íris não estão funcionando bem agora.

– Vou tentar a sorte.

Suspirei e me desencostei da amurada.

– Eu tenho um dracma na minha mochila. – todos se viraram para mim – E um prisma. Vou buscar.

Fui até a minha cabine e peguei a moeda e o prisma. Antes de subir, passei no refeitório e peguei uma lata de refrigerante. Estava com sede. Entregue os objetos a Percy logo que subi.

– Mas, se você não vai mandar a mensagem de íris para elas, pra quem vai mandar? – perguntou Hazel.

– Pro Nico.

Arregalei os olhos.

– O que? Não. Claro que não. Você está louco? Ele está no meio da missão. Pode estar enfrentando um monstro ou em uma viagem nas sombras...

– Mariana, relaxa. – disse Jason – Pra que você vai ligar para ele?

– Vou avisar que a Mariana está aqui.

– COMO É QUE É? – praticamente gritei – Pra quê? Percy, ele pode estar ocupado. Aliás, ele está ocupado. Não precisa...

– Não sabemos quando nós estaremos assim de bobeira de novo. Ele pode ficar preocupado com você quando não te encontrar no acampamento. É melhor avisar que você está aqui com a gente.

– Não tem por que ele ficar preocupado comigo. – houve um momento de silêncio – Ele sabe que eu sei me virar. Vai imaginar que eu me atrasei por causa de monstros.

– Pelo menos vai saber que não está morta. – disse Hazel – Mariana, amigos se preocupam com outros amigos.

– Por incrível que pareça, eu concordo com a gótica. – disse Leo – É perda de tempo ligar para Nico, e isso pode atrapalhá-lo.

– Bom, por mais que eu ame o meu irmão e queira vê-lo, vou descer para a minha cabine. Gritem se formos atacados. – disse Hazel e foi embora.

– Vou com ela. – Frank também saiu.

– Vou ver se consigo fazer Nice calar a boca. – assim que Jason passou pela porta, só ficou eu, Percy e Leo.

Sem dizer uma palavra, Percy se sentou e posicionou o prisma de forma que a luz do sol o atravessasse. Formou-se um pequeno arco-íris no chão. Eu queria muito poder jogar refrigerante nele, só que a lata já estava vazia.

Ele jogou a moeda no arco-íris e disse:

– Ó Íris, deusa do arco-íris, aceite minha oferenda. – ele esperou um pouco, e o dracma sumiu – Nico di Angelo.

O arco-íris tremeluziu. Uma imagem escura se formou, como um borrão.

– Está funcionando. – disse Leo.

Logo a imagem se tornou bem mais nítida. Nico e o treinador Hedge estavam no que parecia ser um restaurante abandonado, e estavam discutindo.

– Precisamos encontrá-la agora. A base das caçadoras... – dizia Nico.

– Precisamos procurar pistas para saber onde é primeiro. Não vamos ficar andando por San Juan até encontrá-la. – disse o sátiro.

– Não temos nada além de dardos tranquilizantes e um bilhete!

Percy pigarreou. Os dois se viraram, espantados.

– Jackson? – o treinador franziu o cenho.

– Percy? O que está acontecendo?

– Eu é que pergunto. Por que a discussão?

– Ah. – Nico parecia exausto. Parecia prestes a desmaiar a qualquer momento – Basicamente, Reyna foi “pega emprestada” pelas caçadoras de Ártemis e agora nós vamos tentar encontrá-la.

– Thalia.

– Exatamente. E o que o faz mandar uma mensagem de íris para a gente agora?

– Ei, Nico, nós achamos a sua namorada! – Leo gritou.

Diante do que Leo falou, fui invadida pela raiva. Não queria lembrar que estava apaixonada por Nico. Só de olhar para ele já me lembrava disso. Mas escutar outra pessoa falar algo relacionado a isso era insuportável.

Sem pensar, amassei a lata de refrigerante só com os dedos e joguei em Leo, sem muita força. Acertou uma das têmporas dele.

– Ai. – ele me olhou – Por que você fez isso?

– Se você repetir isso eu vou arrancar a sua cabeça fora! – estava com muita raiva.

– Mariana? – Nico tentou olhar por cima do ombro de Percy – Mariana! Eu preciso falar com você!

– Quem é que está aí? – perguntou o treinador.

– Uma... amiga minha. Vai ver se consegue achar mais pistas de onde Reyna pode estar – ele se voltou para Percy – O que você queria falar comigo?

– Eu queria te avisar que a Mariana está aqui e que ela está bem.

Me sentei ao lado de Percy.

– Hum, ta. – Nico olhou nos meus olhos – Oi.

– Oi.

– Eu vou deixar os dois sozinhos. – Percy se levantou. Acho que ele percebeu que a nossa situação, minha e de Nico, é tensa – Vamos Leo.

– Mas...

– Agora.

Então, era só eu e Nico. De novo.

– Bela apontaria. – ele disse.

– Valeu. Bom, parece que você já cumpriu sua parte da promessa.

– Que promessa?

– Eu prometi que iria para o acampamento, e você prometeu que aquela vez nos estábulos não seria a última vez que nos veríamos. Estamos nos vendo agora.

– Não. Não conta. Vamos nos encontrar no acampamento. Mas isso não interessa agora. Você está bem? Como chegou aí?

– Fui sequestrada, mandada para a Grécia, eles me salvaram e me deixaram ficar no navio. E o que você está fazendo em um restaurante?

– Não dá pra saber em que local exatamente nós paramos na viagem nas sombras.

Ficamos um tempo em silêncio.

– Bem, – eu disse – é melhor você voltar para a sua missão, procurar Reyna e...

– Não, espere. – ele olhou para trás – Como... Como está seu braço?

Puxei um pouco a manga do casaco. As linhas, antes vermelhas, agora já estavam brancas da cor do papel. Mostrei a ele.

– Bem melhores.

– Eles já sabem?

– Não. Já basta de perguntas sobre o que aconteceu comigo depois do acampamento. Annabeth me perguntaria por que não contei isso a ela quando nos conhecemos.

Ele assentiu e olhou o chão. Suspirou calmamente e perguntou:

– Por que você não me contou?

Franzi o cenho.

– O que? Do que está falando?

– Das marcas. Por que não me contou sobre elas?

– Não contei? Mas o que...

– Você não me contou por que elas não estavam se curando, nem por que elas começaram a se curar do nada. Eu sei que você sabe. Você pode ser boa em mentir, mas não em esconder as coisas. As pessoas prestam mais atenção em sua expressão quando você está em silêncio. O seu rosto diz tudo. Quando nos encontramos aí no navio dava para ver que você estava escondendo. Você já sabia naquele dia, mas eu não quis te pressionar. Por que não me conta agora? Eu posso tentar te ajudar...

– Não, você não pode. – eu disse determinada – Pelo menos, não de boa vontade.

– Como assim de boa vontade?

– Eu não vou contar porque você está no meio de uma missão e eu não quero te distrair. E... digamos que eu não quero te deixar mais constrangido.

– Constrangido? Isso... Isso tem a ver comigo?

– Tem. Tem sim, Nico.

Ele pareceu examinar minha expressão.

– Você está com raiva de mim?

– Com raiva de você? Por que eu estaria...

– Você está com raiva de mim por que eu te beijei?

Tenho certeza de que minha expressão se tornou mais cautelosa. Seus olhos negros ainda encaravam os meus, mas desviei o olhar. Fechei os olhos.

– Nico, sobre isso...

– Mariana, olha pra mim. – ele pediu. Eu o fitei – Antes de qualquer coisa: desculpa. Eu não sei por que eu fiz isso. Sei lá, eu não estava pensando direito.

– Não, tudo bem. Não precisa...

– Eu sei que significou uma coisa a mais para você. E eu prometo, juro pelo Rio Estige, que da próxima vez que eu te beijar, eu vou ter um bom motivo e vou estar em sã consciência.

– Boa sorte para conseguir um motivo para isso.

Nós dois sorrimos. Nico olhou por cima do meu ombro e o sorriso desapareceu de seu rosto.

– Que parte do “Vamos Leo” você não entendeu?

Virei-me de costas. Leo Valdez estava aos pés da porta com a maior cara de “fui descoberto” que alguém pode fazer.

– Eu esqueci uma peça no leme.

– Eu aposto que você pode tirar uma exatamente igual do seu cinto. Acertei?

O filho de Hefesto pareceu confuso.

– Ah...

– Saia daqui.

Ele desapareceu pela porta novamente.

– Nico, você está no meio da missão, Reyna está desaparecida e é evidente que eu estou te atrapalhando. Vou deixá-lo fazer seu dever.

– Mas a gente ainda vai se ver. E eu vou descobrir um jeito de fazer isso no seu antebraço desaparecer completamente.

Assenti, sorrindo. Ainda o olhava nos olhos quando empurrei o prisma para o lado e a imagem desapareceu. Suspirei, peguei o prisma e voltei para a cabine, ignorando qualquer um que tentasse falar comigo.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram?
Estou tentando ao máximo seguir a mesma linha de Sangue do Olimpo sem copiar as falas, porque aí a minha história pode ser excluída por plágio. Não tem como eu mudar os acontecimentos e a história continuar fazendo sentido, então tem que ser assim.
Agora que minhas aulas já acabaram, acho que vou conseguir escrever mais. Vou tentar ao máximo ser mais rápida!
Não se esqueçam de comentar, podem comentar qualquer coisa! Críticas construtivas e argumentativas!
Beijos, até o próximo, e novamente, obrigada por não me abandonarem!



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