Katherine nem sempre foi tão fria, maligna, manipuladora ou psicótica.

Houve um tempo em que a jovem era sonhadora e meiga. Esse tempo foi antes de 1490, quando ainda não tinha engravidado e sua vida era ótima, na medida do possível.

Ela sabia que mais cedo ou mais tarde seu pai iria aparecer com um pretendente para ela e que não teria saída para isso. Mas enquanto nada acontecia, ela se preocupava em ser feliz na companhia da irmã mais nova, Sophia.

A doce garotinha de olhos verdes como esmeraldas e tão parecida com a própria Katherine. Valente, mas medrosa em certos momentos. Brincalhona e séria. Birrenta, mas meiga. Tantos adjetivos opostos definiam sua pequena irmã. E Katherine a amava acima de tudo. Sem dúvida era a irmã favorita, talvez por terem somente dois anos de diferença, ou talvez porque ela achava que Sophia precisava ser protegida das irmãs, as vezes maldosas. Qualquer que fosse o motivo, Katherine amava sua irmã e sempre amaria.

Talvez por amar tanto não teve coragem de ver o corpo de Sophia em 1492, quando descobriu toda a família morta. Seria demais para ela ver o corpo sem vida da única pessoa que não a criticou quando apareceu grávida de um desconhecido.

Katherine estava tão perdida nas lembranças, mal se lembrando de que estava saindo a toda velocidade de Mystic Falls, já que Klaus estava de volta, e nem notou que as lagrimas caiam de seus olhos livremente. Ela não se importava em chorar. Não quando se tratava de lembrar de Sophia.

Ela sem duvida daria qualquer coisa para ter Sophia consigo, nem que fosse como vampira. Ela só queria ter a irmã novamente ao seu lado.

Na velocidade que ia não demorou a chegar em uma outra cidade da Virginia, longe o suficiente de Mystic Falls. Ela tinha que parar para descansar e se alimentar naquela noite, mas na manha seguinte seguiria viajem para bem longe dos irmãos Salvatore, Elena Gilbert e de Klaus. Longe de todos, nem que para isso tivesse que atravessar oceano. Procurou por um lugar mais afastado para parar e encontrou uma pequena pousada não muito requintada. “É perfeita para apenas uma noite’’ pensou.

Dentro da pousada havia vários humanos, possíveis refeições para a sede da vampira, mas duas pessoas chamaram a atenção imediata dela, pois eles não eram humanos. O cara loiro de olhos azuis era familiar para ela e a garota que estava com ele, de costas para ela, também tinha algo de familiar.

O cara subitamente olhou na direção de Katherine e paralisou. A morena estranhou o fato achando que poderia ser algum capanga de Klaus. A garota também estranhou a atitude e se virou para olhar o que tanto tinha assustado o amigo.

Foi a vez de Katherine paralisar. Os olhos verdes, cabelo castanho caindo em grossos cachos até a cintura, e o rosto de feições anjo. Era ela! Sua irmãzinha Sophia estava viva. E era uma vampira,a única explicação paraainda estar viva. Katherine não se importou com os humanos ao redor e começou a chorar.

A pequena garotinha de adjetivos opostos estava viva!