Já se passara uma semana desde que eu dei entrada na ala hospitalar e, para a surpresa de Madame Nightingale, eu ainda não melhorei. Na verdade, me sinto pior. Todo dia de manhã, Ethan vem me buscar para uma volta, respirar ar puro me faz sentir melhor, mas é só eu voltar pra dentro do castelo que eu volto a me sentir mal. Ethan tenta ficar o maior tempo possível comigo lá fora, mas ele não pode faltar suas aulas.

Teddy fora me visitar umas duas vezes, mas eu pedi que Madame Nightingale não permitisse sua entrada, o que não adiantou muito. Noite passada eu acordei no meio da noite e percebi que alguém estava sentado na beira da minha cama. Abri meus olhos e lá estava Teddy.

– O que faz aqui? - perguntei com raiva.

– Madame Nightingale não permitia minha entrada, então tive que esperar ela ir dormir pra poder te ver. - ele explicou.

– Ela não permitia a sua entrada porque eu pedi que ela não permitisse – disse seca.

– Victoire – ele suspirou – Já te pedi desculpas, eu fiquei com raiva e falei qualquer besteira que veio na minha cabeça. Mas só porque essa besteiras estavam na minha cabeça, não significa que eu acreditava que elas eram verdadeiras.

– Eu não acredito eu você, Teddy – pude perceber que o ferira – Vá embora e não tente entrar escondido novamente aqui.

– Victoire...

– Eu vou gritar – alertei.

– Ok, estou indo! - ele se levantou – Mas ainda temos que conversar.

E com isso ele sumiu embaixo de sua capa da invisibilidade. Só vi a porta se abrir e depois se fechar. Ele se fora.

Jenny me visitava todo dia após as aulas, ela trazia suas anotações e os deveres que passavam. James, meu primo e irmão de Teddy, veio somente uma vez me ver, ele trouxe meus livros que estavam no meu quarto. Ainda não sei como ele entrara no dormitório feminino. Dominique, minha irmã, vinha sempre almoçar comigo. Roxanne, minha prima, vinha jantar comigo. Fred era o único que ainda não tinha visto, mas isso não quer dizer que ele não me visitava. Cada dia eu acordava com uma surpresa e eu sabia que vinham dele, umas porque ele assinava e outras porque eu simplesmente sabia. No primeiro dia, eu acordei com um balão amarrado no meu braço. Quando eu o soltei, o balão voou até o teto e ao tocá-lo estourou. De dentro do balão caiu um bilhete. Eu o peguei e nele estava escrito “Se sentindo melhor? Espero que sim! Quando sair da ala hospitalar estaremos te esperando pra um café-da-manhã ao estilo Weasley! Do seu primo mais lindo, Fred.”.

Era por isso que eu amava minha família, ela além de grande é calorosa. Sempre que um de nós vai pra ala hospitalar, o que acontece com uma certa frequência, quando saímos nós fazemos uma refeição ao estilo Weasley na Sala Precisa. A sala se transforma na cozinha da vovó Weasley, até tem uma panelas se mexendo e se lavando, e o famoso relógio Weasley que hoje em dia é uma monstruosidade de tão grande que é, graças ao tamanho que a família ficou. A mesa é uma fartura só, fica idêntica às refeições que a vovó prepara pra gente quando estamos lá de férias.

Mas estou até hoje esperando pelo café-da-manhã ao estilo Weasley! Buá!