Em 2014, a cidade de Illinois, em Chicago era uma grande metrópole, com arranha-céus e autoritária, criada por líderes políticos corruptos, que venceram a guerra, dominando uma sociedade de menos de meio milhão de pessoas, chamada de UNM: a União do Novo Mundouma quantidade de prédios comerciais absurda. Hoje em dia, em 2030, a cena é totalmente o oposto. Após uma nova Guerra Mundial de proporções maiores, com o desenvolvimento de armas atômicas à base de plutônio, o planeta foi reduzido à uma potência unipotente e . Devido à radioatividade, alguns humanos passaram a apresentar mudanças genéticas e mentais. Alguns desenvolveram dons únicos, como a telecinese e a simulação de imagens, sonhos e pensamentos na vida real. Algumas famílias se mantiveram todos esses anos, morando sobre as ruínas de Illinois, treinando esses poderes, até a UNM exercer uma época de censura, em que os que demonstravam tais dons seriam caçados e mortos. Hoje, essa mesma potência procura por meios de evitar esses dons de se reproduzirem, seja de hereditariamente ou radioativamente, e agora, cabe à um grupo de jovens para retornar a situação.

Eu estou caindo. Por que eu estava em um ponto tão íngreme? Eu devo estar sendo controlado mentalmente, essa é a única resposta viável. Viro meu corpo para baixo e me arrependo no mesmo instante: o vento bate ferozmente á minha pele, como se fosse arrancá-la. Vejo as copas das árvores há quilômetros de distância. Eu vou morrer. Eu vou morrer. Ouço um som. Talvez seja a risada de Deus. Eu vou morrer. Eu vou mor...
- Adam, acorda!
As palavras soam tão pesadas sobre mim quanto a gravidade na velocidade em que mergulho para a morte. Eu desperto apavorado, com a camisa ensopada de suor devido ao sonho. Ainda estou nervoso. Tento assimilar a cena que vejo. Ainda é madrugada, está escuro mas posso ver o brilho da lua atravessando a persiana na janela do quarto. Uma silhueta está em minha frente, me sacudindo. É o meu irmão mais novo, Dyllan Hale.
- Dyllan? O que houve? - Pergunto, respirando fundo e me acalmando. Dyllan está pálido. Me levanto da cama, indo em uma cadeira onde uma camisa minha está sobre o encosto e a ponho me vestindo. Nosso quarto não é grande, mas tem tamanho suficiente para um beliche para meu irmão Noah e eu dormirmos e uma cama para Dyllan. Olho pra cima, e vejo que Noah não está deitado. - Onde está o Noah?
- Adam, o Noah foi raptado! - Diz Dyllan, calçando seus tênis. Um peso cai sobre a minha cabeça. Da última vez que invadiram nossa casa o objetivo dos assaltantes era roubar comida, mas dessa vez eles roubaram meu irmão. - Eu estava dormindo e eles estavam com a mão na minha cabeça, transformando meu sonho em pesadelo. Eu despertei e tentei correr, mas eles me agarraram. Eram muitos, cerca de uns dez, e eles também mexeram na cabeça do Noah, ele acordou e parece que os sonhos dele não foram alterados, não sei. De repente eles sumiram nas sombras com o Noah!
- Calma, Dyllan. Você tomou algum energético ou café? comeu muito açúcar? você tá muito agita... - antes que eu pudesse concluir, Dyllan me surpreende pegando a gola da minha camisa. Ele é mais baixo que eu cerca de dez centímetros, mas sua rigidez e sua tensão me assustaram naquele momento. Ele estava falando sério.
- Calma? Eu vi! Eu vi seres de máscara invadindo nossa casa. Eu vi eles levando nosso irmão como se eles se desintegrassem no chão! Então não me peça calma! - Dyllan está em pânico. Então esse foi o motivo do meu pesadelo. Ele transformou meu medo de altura em um pesadelo bem real. Do jeito que Dyllan está pálido, penso comigo qual foi o sonho que esses seres destruíram e transformaram em pesadelo por meio dos medos dele. Me levanto decidido de encontrar nosso irmão.
- Dyllan, vamos - digo, passando pela porta do nosso quarto em direção à porta principal.
- Onde estamos indo? Não sabemos onde o Noah pode estar! - ele responde, me observando. Claramente ainda está com medo.
- Mas sei de alguém que pode ter respostas sobre isso.