O Inicio escrita por Vinicius Imbimbo


Capítulo 3
Um Dia Ruim




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Thérion fechou os portões de sua casa e desceu a Datstar. Estava com saudades dos úmidos ventos vindos do oeste, dos campos verdes e das enormes e lindas florestas do sul. Queria ouvir mais uma vez as canções dos bardos de Curunbar e sentir o perfume das flores. Mas quando chegou, apenas sentiu o cheiro de carne pútrida. Os campos negros, as florestas desmatadas e a Bela Curumbar em ruínas. Sangue e fogo espalhados por toda parte.

Throdor não percebeu mas ele se tornara aquilo que tanto odiou, e agora era tão frágil e fraco quanto qualquer imortal. Luxuria, raiva, inveja e ódio. Todos encarnados na figura de um só homem. Throdor caiu no abismo da loucura e a única forma de resgata-lo seria o mantando. Thérion - Na sua inocência.- ainda tinha esperanças de salvar seu irmão sem derramar sangue.

Em toda Datstar, apenas uma fortaleza ainda estava de pé. Muralhas de ferro com mais de 50 metros protegiam a cidade negra. Escravos trabalhavam sem parar. Dentro do castelo, no salão principal, Um enorme trono de mármore negro foi esculpido. Peles de animas o adornavam. Sentado sobre ele, Throdor observa os bardos cando canções sobre a sua gloria enquanto orgias eram realizadas em um canto do salão. o cheiro e a fumaça do fumo impregnou no local.

Thérion gritou por seu irmão e o chão estremeceu. A musica no salão sessou. Outro chamado e até os grandes portões estremeceram. Por um momento seu coração parou. Estava presenciando um novo sentimento imortal. O medo. Ele não esperava a volta de seu irmão e sabia que ele não concordaria com tudo aquilo. Não estava ali para conversar. Sua espinha gelou. Uma gota de suor frio lhe escorreu sobre a testa. Engoliu seco. Uma criatura adentra o salão. Vestia uma malha de metal aberta nas costas para que suas longas assas despenadas pudessem se acomodar. sua face de traços reptilianos era avermelhada e tinha uma longa cicatriz que iniciava em seu olho esquerdo e acabava em sua boca deixando um buraco no canto esquerdo da boca. Sem dizer uma palavra, Throdor acenou com a cabeça e sem pensar duas vezes a criatura partiu em retirada.

O chão estremeceu mais uma vez, mas desta vez não foi o chamado de Thérion. Os grandes portões de ferro começaram a se abrir. Atrás dele haviam legiões, comandadas por seis generais que trajavam armaduras negras assim como seus cavalos. Uma ordem foi dada. Poucos segundos depois o céu foi coberto por flechas. A lua desapareceu. Os portões se abriram por completo. Todas as flechas saíram dos arcos, mas nenhuma encontrou seu destino. Thérion fez seu ultimo chamado. As legiões estremeceram. Thérion fechou os olhos e uma lagrima lhe escorreu. Foi naquele momento em que ele percebeu que a sanidade de seu irmão se fora e isso não acabaria a não ser que matasse seu irmão.

Thérion iniciou sua marcha. Os generais deram outra ordem. As legiões abriram um buraco em sua formação e dele um imenso Rinoceronte, montado por um imortal, saiu trotando em direção a Thérion. Ele continuou andando. A besta acelerou o passo. Thérion fechou os olhos e respirou fundo. A besta acertou em cheio o seu alvo levantando uma enorme quantidade de poeira. E quando toda a poeira abaixou as legiões viram o imortal e sua montaria parados em frente a Thérion. Therion abriu os olhos e um vento vindo do leste transformou a o imortal e sua montaria em poeira. Thérion reiniciou sua marcha.

A cavalaria foi mandada. Todos mortos. E assim foi mandada a infantaria. Mortos. Os generais mandaram o resto da legião. Sem sucesso. A cada passo Thérion chegava mais perto de seu irmão, que mandava cada vez mais criaturas na tentativa de parar seu algoz. Todas sem sucesso. Era a vez dos generais. Todos Chacinados. Em uma tentativa desesperada de parar seu irmão Throdor mandou que todos seus escravos fossem de encontro com o invasor. Mais uma vez, todos foram mortos.

O medo crescia cada vez mais em Throdor. Seu algoz se encontrava agora ao pé da porta de seu salão. Throdor levantou de seu trono. Seu irmão vinha em sua direção com os braços abertos. Eles se abraçaram. De sua manga saiu uma pequena adaga negra que perfurou as costas de Thérion, abrindo-lhe uma enorme ferida. O corpo de Thérion foi ao chão. Pálido. Inerte. logo em seguida, seu corpo se desfez como se fosse feito de inúmeras cobras e agora cada uma delas se separavam cada uma para um lado. Era um ilusão. Ao pé da porta os irmãos se encararam. Outra lagrima escorreu. Da cintura de Thérion surgiu uma espada. A espada que seu pai usou para matar Artos agora seria usada para tirar a vida de seu irmão. Ele avançou.


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