R U Mine?

Nico suspirou. Tentava pensar, tentava escrever. Não conseguia nada. Era um escritor perdido, sem sucesso. As luzes amareladas de sua casa estavam lhe dando uma péssima sensação de enjoo. Teve vontade de chorar quando seu celular vibrou.

“Na minha casa, agora.” –Thalia Grace.

Olhou em volta. Não havia o que fazer, não havia o que dizer para ela. Ele era uma marionete em um fio. Estava sobre os comandos de outro alguém. Nico levantou de sua velha cadeira de couro e vestiu seu casaco.

Poderia ter moldado corações partidos, poderia ter escrito o melhor livro de todos os tempos. Mas não podia. Havia tido várias ideias sobre pobres garotas que eram buscadas por seus príncipes em manhãs de veludo. Não poderia escrever isso, sendo que sua própria ideia sobre as garotas havia mudado recentemente. Ele as imaginava como um fio de esperança, que seguravam sua marionete suspensa. Thalia era o cavaleiro solitário cavalgando em seu encontro em uma área aberta de sua mente, quando ela não estava ao seu lado, lhe dando inspiração.

Ele não queria; Precisava vê-la.

Ele enlouquecia. Não era em seu apartamento em que queria estar, era ao lado dela. E quando isso não acontecia, a satisfação parecia uma lembrança distante. Ele não se contia, queria ouvir Thalia perguntando “Você é meu?”

Nesse exato momento, acelerando o seu carro em direção ao apartamento dela, tudo o que ele pensava era “E você, é minha?”.

O que ele queria dizer era que precisava de um ponto final definitivo. Ela era o sonho dele. Não precisaria continuar imaginando encontros e vidas inteiras desejadas ao lado dela. Era injusto ele não estar no lugar que queria, se comportando mal?

Thalia era o seu fio de esperança, escalando a sua mente, o seu desejo.

Novamente a sensação de estar enlouquecido, o carro não era o seu lugar. Acelerou. A satisfação lhe parecia uma lembrança distante. Uma nova mensagem.

“Você é meu?” –Thalia Grace.

Bufou. E Thalia, por acaso, era dele? Ou seria dele por apenas mais esta noite?

A emoção de persegui-la e ser perseguido por ela se movia de forma misteriosa na mente de Nico. Se ele estivesse enganado, por todo esse tempo, bastaria ouvi-la responder sua pergunta. “Você é minha?”

Thalia era o lado positivo de sua vida, o cavaleiro que lhe trazia ideias e sonhos, cavalgava por toda sua mente e ocupava seus pensamentos, quando não estava ao seu lado.

Virou à esquerda e parou seu carro. Chegara. Respirou fundo e saiu de lá. Ela estava esperando na recepção, enlouquecida por chegar logo em seu apartamento. Não era ali que ela queria ficar, e Nico sabia. Ela não conseguiu se conter.

-Você é meu?

-Bem, você é minha? Ou é minha apenas por essa noite?

Não houve resposta. Thalia sorriu e o puxou. Ela era dele. Para sempre.