Vida Adulta - A nova geração escrita por Júlia França


Capítulo 22
Natal




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/469340/chapter/22

ROSE POV.

_ Estou com fome. – Admiti, quando eu e Scorpius estávamos sentados no sofá, vendo uma série trouxa completa. Tínhamos voltado para o apartamento no mês anterior, mas ainda não pensamos na mudança.

Tínhamos feito pipoca e fechado todas as janelas, enquanto tomávamos cerveja amanteigada (eu podia tomar isso, mesmo grávida) e víamos filmes.

_ Tem uma vasilha de pipoca na sua frente Arial. – Scorpius revirou os olhos, me abraçando mais.

_ Não tenho fome de pipoca. Estou com desejo.

_ De quê?

_ Pizza de chocolate. E refrigerante de uva.

_ Parece realmente uma mistura muito boa. Mas como não quero que meu folho nasça com cara de pizza de chocolate e uva, vou comprar prá você. – Sorriu, enquanto eu beijava a sua bochecha. Só então reparei que nossas mãos não saíam da minha barriga, entrelaçadas. – Vou sair prá comprar amor. A pizzaria não atende. – Reclamou, colocando o telefone trouxa na mesa.

_ Te amo. – Murmurei, colocando um monte de pipoca na boca, enquanto ele pegava o casaco. Como era dezembro, estava nevando muito lá fora.

Quando Scorpius saiu, pausei o filme e peguei um dos livros na estante, sem ver o nome. Comecei a ler e nem percebi quando meu marido já tinha entrado.

_ Voltei. – Sussurrou. Dei um pulo de susto, já que não tinha ouvida a porta fechar.

_ SCORPIUS MALFOY! – Gritei com a adrenalina, mesmo que esse não fosse o meu propósito. O loiro começou a rir, mas logo me deu um beijo e retirou o livro da minha mão delicadamente, colocando de volta na estante. Só então vi o embrulho em cima da mesa. A pizza cheirava muito bem, e a lata de refrigerante estava fria.

Abri a tampa da caixa e peguei um pedaço. Scorpius olhava para mim sorridente.

_ Acho que eu nunca te vi comer com uma cara dessas. Está tão bom assim? – Concordei com a cabeça, enquanto mordia a pizza e bebia um pouco do refrigerante. – Vem cá, vem. – Me colocou no seu colo, quando me senti satisfeita. Ele me beijou com todo o carinho do mundo antes de colocar o filme no play. Deitei no seu colo, enquanto meu marido acariciava o meu cabelo.

Eu já de três meses, e nunca estive tão feliz. Mesmo a minha barriga ainda estando quase que completamente reta, eu me sentia completa, e Scorpius estava radiante, sempre que se deitava na pequena e quase inexistente elevação e tentava ouvir alguma coisa.

Mesmo sabendo que Scorpius não ouvia nada, ficava feliz pela tentativa, e sempre afagava o seu cabelo, enquanto ele beijava e ouvia minha barriga por longos minutos, às vezes falando com o pequeno bebê dentro de mim.

_ Hoje é véspera de Natal.

_ Eu sei. – Ri do comentário. – O que é que tem?

_ Jantar na Toca. Meus pais foram convidados, acredita?

_ Acredito. Tive que convencer os meus pais, mas funcionou.

_ Você que fez isso? – perguntou, me olhando nos olhos.

_ Foi. Mas não era para eu contar. Era um segredo, só uma tentativa de aproximação familiar. – Dei de ombros, olhando para a Tela, onde uma das personagens que eu mais gostava recebia um tiro na cabeça para ajuda na fuga dos principais. Suspirei.- Droga.

_ O que?

_ A tenente morreu. – Mostrei a tela congelada. A mulher estava caída no meio da praça, enquanto o atirador se retirava.

_ Sinto muito pela tenente. Gostava dela. – Admitiu. Pegou um pedaço de pizza e colocou na boca.

_ Achei que você disse que não era uma combinação boa.

_ Pizza de chocolate com refrigerante de uva não é uma combinação boa. Não tenho nada contra as duas coisas separadas. – Piscou.

_ Você sempre tem um argumento contra mim. Não é justo! – Reclamei, tentando me soltar dos seus braços, mas eles me prendiam com força, ao mesmo tempo que com delicadeza.

­_ Você que sempre pergunta as coisas das quais eu já sei a resposta.

_ Viu? Me respondeu de novo!

_ Chega disso Ariel. Você precisa para de ficar tão chata.

_ CHATA?

_ E muito irritada. – Começou a rir, enquanto eu cruzava os braços.

_ Devia ter pensado nisso antes de se casar comigo. Agora não tem mais volta.

_ E você acha que eu não sabia de tudo isso? Por isso me casei com você. – Revidou.

_ Eu sei que você me ama.

_ Ótimo. Vou dar comida para os nossos gatos. Pode voltar o filme. – Apontou para a TV, ainda congelada na cena de morte da tenente.

Continuei assistindo, e quando Scorpius voltou, parecia preocupado.

_ Perdemos a hora Cabelo em Chamas. Já são quase sete horas.

_ Ai meu Merlin! Eu preciso me arrumar! E que apelido é esse? “Cabelo em Chamas”? – Fiz uma careta, enquanto ele beijava os meus cabelos.

_ Prefere Ariel?

_ Com certeza.

_ Tudo bem. Se arrume Ariel. – Corri para o banheiro e tomei um banho rápido, já pensando na minha roupa. Lavei o meu cabelo rápido, deixando-os com cheiro de mel.

Me vesti rápido, enquanto Scorpius entrava no banheiro, agora com o vidro embaçado. Ele estava encostado na porta e me deu um beijo lento antes de entrar e fechar a porta. Estava quase entrando no closet quando vi um vestido preto sobre a cama, e fiquei feliz com o gosto do meu marido.

_ AMOR! VOCÊ ESCOLHEU ISSO? – gritei, recebendo uma resposta afirmativa. Ele ainda disse para eu pegar o sapato azul com salto grosso, e fiquei impressionada com ele perceber o jeito que eu gostava das minhas roupas.

Vesti rápido e fiz uma maquiagem mais escura, mas não tão pesada, e arrumei o meu cabelo solto mesmo.

Scorpius saiu do banho e me viu produzida.

_ UAU! Temos que nos atrasar mais vezes! Você se veste muito mais rápido. Ri da sua cara, e mostrei a roupa que tinha escolhido para ele, devolvendo o favor.

Era uma calça jeans azul escura e uma camiseta cinza, com uma jaqueta de couro preta por cima. Ainda tinha o sapato, que meio que desaparecia na roupa, por ser preto. Ele passou a mão pelo cabelo, o ajeitando como sempre fazia e se vestiu, enquanto passava o batom meio avermelhado. Scorpius colocou sua jaqueta nos meus ombros, afirmando que estava frio e eu precisava ficar protegida.

Vestido Sapato

Acabamos indo de carro, porque não sabíamos se eu já podia aparatar, então chegamos mais ou menos oito e meia.

_ MÃE! – Gritei, quando ela me viu chegando. A abracei, enquanto Scorpius ligava o alarme do carro e andava até a porta.

_ Por que se atrasaram? – Meu pai perguntou furioso. Ele ainda não confiava no meu marido.

_ Estávamos vendo séries, e quando percebemos já eram sete horas.

_ Não tem problema. A festa ainda não começou. – Minha mão sorriu, enquanto nos levava para dentro, com meu pai sempre fuzilando Scorpius.

_ Ei! Achei que não viriam mais! – Ashley veio nos abraçar feliz. Patrick estava no seu colo, e James do seu lado. Julie e Alvo sorriam, sentados no sofá. Acho que tinham arrumado tudo com magia, já que a sala estava predominantemente vermelha (até mesmo os sofás, que eram pretos). O pequeno bebê sorria como bobo, vestido dom um gorro de Papai Noel que parecia muito grande para ele.

_ Meu Patrick está crescendo rápido. – Ashley olhou para ele, que agora já não gostava de ficar deitado no seu colo, mas sentado em seus braços.

_ Ainda não tem nem um ano meu amor. – James sorriu.

_ Mas já está grande. Olha como a quantidade de cabelo aumentou! – Assou os dedos gentilmente pela cabeça do filho, que tinha se mexido tanto em seus braços que deixou o gorro cair. James o pegou rápido e entregou para a criança, que já ameaçava chorar.

_ ALVO! JULIE! – Gritei, indo abraça-los. Julie passou a mão na minha barriga enquanto eu passava na dela. Sorríamos como duas crianças, enquanto nossos maridos nos olhavam sorridentes.

Meus avós entraram na sala. Já estavam velhos, mas a saúde era muito forte, então ainda ficariam muito tempo com a gente.

_ Vai ser uma menina. – Minha avó adivinho, passando a mão na minha barriga.

_ Como sabe vovó? – perguntei, enquanto Scorpius me olhava sorridente.

_ Gente velha sabe de muita coisa minha filha. – Sorriu. – Também vai ser uma mocinha. – Passou os dedos na barriga de Julie.

_ Ela acertou com Patrick. Lembra amor? – Ashley comentou, enquanto James segurava o garotinho.

_ Verdade. Ela disse que era um menino antes de fazermos o exame. Vovó tem o dom de descobrir o sexo dos bebês.

_ Sério? – Perguntei sorridente.

_ Sério. E tomem cuidado com as suas filhas. Patrick está na área! – James sorriu, olhando para o filho de forma amistosa e orgulhosa ao mesmo tempo. Ashley revirou os olhos, enquanto eu e Julie sorriamos, mas Alvo e Scorpius estavam carrancudos.

_ Seu filho não vai encostar na minha Lúcia. – Meu marido passou seus braços pela minha barriga, de forma possessiva.

_ Nem na minha Geórgia. – Alvo parecia mais preocupado do que possessivo.

_ Geórgia? – Levantei uma sobrancelha. Mas então me lembrei que Alvo e Julie sempre gostaram desse nome.

_ Tem razão amor. Mostra prá ele que não pode empurrar o Patrick para cima da nossa filha. – Julie abraçou o marido.

_ Mas...

_ Chaga James. Se fosse a sua filha você não iria ficar feliz. – Ashley pareceu acalmar o marido, que não parava de rir.

_ Viu só Malfoy? Vai sentir na pele o que eu senti com a Rose. – Meu pai ria, segurando um copo de Whisky de Fogo.

_ Está enganado senhor Weasley. Ela vai poder namorar, desde que o homem não a decepcione. – Sorri. Scorpius estava completamente calmo agora, enquanto o meu pai ficava vermelho de raiva, para a frase que era obviamente uma indireta sobre o seu comportamento exagerado em relação a mim.

_ Olha aqui seu...

_ Tudo bem. Já deu. Mary e Josh vão vir passar o Natal aqui? – Perguntei, numa tentativa vitoriosa de cortar a discussão pela raiz.

_ Não. Vão jantar na casa da mãe dela. Mary vai apresentar Josh para a família.

_ Ok. Então acho que só faltam Victoire e Teddy, certo?

_ Na verdade ele não vem. Vic está brava com o pai porque ele fez um escândalo da ultima vez que se viram. Disse que passaria a ceia por lá mesmo.

_ Entendi. Então vamos jantar? – Perguntei. Scorpius concordou, beijando o meu cabelo. Meu pai simplesmente se levantou do sofá, deu um beijo na minha testa, lançou um olhar de poucos amigos para o meu marido e foi na direção da minha mãe, que tinha começado um animada conversa com meus tios.

_ Você precisava responder? – Perguntei, olhando nos seus olhos.

_ Não consegui me controlar Ariel. Me desculpe.

_ Não vou te desculpar só porque me chamou de Ariel.

_ Cabelos em Chamas, então?

_ Cale a boca ou você morre.

_ Não teria coragem de me matar. Ficaria viúva cedo e nossa filha não conheceria o pai, além de que você provavelmente seria presa e Lucia iria para um orfanato trouxa. Deu para clarear seus pensamentos?

_ Deu. Nem precisava ter ido tão longe. – Respondi, bebericando da taça de Champanhe dele.

Quando senti o cheiro da comida, mesmo sendo o que eu mais gostava, meu estômago embrulhou, e eu tive que sair correndo para o banheiro, já sabendo o que viria a seguir.

Coloquei tudo para fora quando me agachei na frente do vaso. Senti mãos molhadas segurando o meu cabelo, e propositalmente molhando minha nuca, para ver se o mal estar passava. Fechei o vaso, dei descarga e lavei minha boca, com Scorpius me abraçando carinhosamente.

_ Estou te dizendo. Pelo esforça que eu estou fazendo por causa desse bebê, se ela for da Sonserina, desisto da vida. – Reclamei, me sentando na mesma, com a mão na barriga.

_ Achei que você tinha dito que a casa não importava ruiva. – Scorpius comentou risonho, me entregando minha própria taça de Champanhe.

_ Cala a boca e come logo. – Reclamei, e ele riu do meu lado, mas não podia bater nele no momento.

Minha mãe e minha tia tinham feito rosbife e batata frita, minhas comidas preferidas, entre outras coisas que não me impressionavam tanto.

Comi muito, talvez porque tinha colocado todo o meu lanche para fora ou talvez seja só fome de mulher grávida mesmo. De qualquer jeito, isso não me importava muito, principalmente porque não tinha tendência a engordar, e caso isso acontecesse, tudo o que precisava fazer, era usar um feitiço de emagrecimento.

_ Fiquei preocupado. – Scorpius comentou quando estávamos sentados no sofá, esperando meia noite enquanto conversávamos. – Com medo de que você explodisse, comendo tudo aquilo. – Dei uma cotovelada nele, mas depois dei um selinho no seu pescoço, que estava exposto.

_ HORA DE ABRIR OS PRESENTES! – Harry gritou, me fazendo dar um pulo. Scorpius me abraçou enquanto ria, já que me viu assustada.

_ Prá você. – Mostrei a caixinha embrulhada com papel verde. Tinha comprado um sapatinho de bebê branco. Mesmo já tendo dado a notícia, achei que seria apropriado. Ele ficou muito feliz, mostrando o par para todos da sala, e voltando para me beijar de minuto a minuto.

Colar

_ Seu presente agora. – Tirou um embrulho pequeno de dentro do bolso. Abriu a caixa e mostrou um colar de ouro com a imagem de uma menininha. Deixei que ele colocasse em mim, e depois me beijasse.

_ Como sabia que era uma menininha?

_ Lembra do dia em que viemos na Toca e sua avó colocou a mão na sua barriga? – Confirmei.

_ Eu tinha pedido para ele ver o sexo. – Admitiu, enquanto eu admirava o colar. Olhei para os lados, vendo Patrick abraçado com uma bola azul do seu tamanho feita de pano, parecendo muito feliz com isso. James e Ashley riam, enquanto trocavam presentes. Ela tinha ganhado uma pulseira com pérolas, e James um colar de correntes, no estilo que gostava de usar.

Julie ganhou um vestido novo perfeito, e Alvo uma jaqueta de couro parecia com a de Scorpius. Eles rodopiavam enquanto a musica lenta tocava ao fundo. Ele sempre com a mão na barriga da esposa.

Depois de um tempo dançando, nos sentamos de novo, e Harry colocou o neto em cima da árvore de Natal. Ele gargalhava como nunca, enquanto o avô o segurava no alto.

De repente deu meia noite. Todos diziam feliz Natal, e riam alegremente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Vida Adulta - A nova geração" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.