New Age escrita por Rafaela


Capítulo 18
Capítulo 17 - Falha


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoinhas lindas!
Esse capítulo de New Age.... Falo nada, descubram lendo.
Espero que gostem e desculpem-me se houver erros.
Boa leitura, xoxo



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Chegada à tardezinha Thomas teve que ir embora. Consigo deixá-lo ir depois de um abraço demorado.
Havíamos nos divertido muito aquela tarde. Thomas, eu, Lia e Thiago. Acho que meu irmão teria gostado de Samuel se ele estivesse presente conosco... Afasto esse pensamento rapidamente.

Lia e eu estávamos no dormitório junto com alguns outros Iniciados Transferidos. A garota estava na minha parte do beliche, ao meu lado, de um modo que ela ficava sentada e praticamente deitada.

–O Thomas... -Ela deixou a frase no ar.

–Você gostou dele, não é? -Questiono olhando para a parede a minha frente. O dia hoje foi tão bom que me esqueci de tudo. Até mesmo dos cadáveres desta madrugada.

–Você fala sério? -Ela se senta, empolgada. -Ele é um gato! -Lia levanta suas sobrancelhas e faz uma cara meio maliciosa, eu rio.

Acho que seria normal eu estar com ciúmes do meu irmão, mas estava feliz por ambos.

–Veja lá o que irá aprontar, srta Martez. -Sorri e ela retribuiu.

–Você falando como se eu não tivesse notado nada, nanana. -Ela sorriu e começou a me cutucar, comecei a rir, algo que eu só fiz hoje desde que... Bem, desde que tudo ocorreu.

–Notado o quê? -Falo parando de rir e empurrando a mão de Lia para que ela parasse de me cutucar. Ela parou, e veio até mim sussurrar um nome em meu ouvido.

Eu ri.

–Não há nada. -Falei... Ou há.
Não posso negar que eu praticamente não consegui tirar os olhos dele durante a tarde e que ele não retribuiu. Todavia isso não significa nada, levando em conta que estávamos apenas nós dois sozinhos ao lado de Thomas e Lia que praticamente se comiam com os olhos... Não posso me iludir assim, não devo. Ele não me notaria desse jeito.

–Eu vi os olhares. -Ela levantou uma sobrancelha tentando me incentivar a falar algo sobre o assunto.

–Lia, era só nós dois ali porque você e o Thomas... -Deixei a frase no ar.
Sim, eramos nós dois. Obviamente implicamos um com o outro a tarde toda, eramos assim desde o início.

...

Acordo com o barulho de uma sirene, um alarme ou sei lá oque é esse som ensurdecedor que invade o dormitório e quase me deixa surda.
Levanto-me rapidamente e desço do beliche, todos os meus colegas de dormitório estão acordados e em pé olhando uns para os outros sem saber o que fazer.

Thiago abre a porta quando decidimos abri-la.
–Isso é uma simulação, todos.. Me sigam. -Mais uma vez ele adere a sua voz autoritária. Ela é grave e forte. Nem todos o obedecem na hora. Já me encontro fora do dormitório, atrás de Thiago, quando uma menina dos Vigias para e fala:
–Preciso me trocar. -Ela ainda estava deitada com as cobertas no pescoço.
–Vocês estenderam que isso é uma simulação? Se fosse real todos já estariam mortos, então levante-se e corra. -Gritou. Nunca o vi tão bravo, mas ele tinha razão. Já estaríamos.

A garota se levanta desajeitadamente usando um short que mal cobria seus glúteos e uma blusinha de alcinha colada no corpo.
Ainda bem que dormi com calças moletom cinza e blusa de manga comprida preta. Estava frio e eu não entendia o por que dessas garotas usarem roupas tão curtas.
Ficar descalça estava me dando calafrios, mas corremos.
Corremos entre os corredores até uma sala escura onde os outros Iniciados estavam.
Assim que entramos o alarme parou de soar.

–Demoraram. -Falou Everton.

Thiago mantinha a cara fechada.

–A essa altura já estariam mortos. -Continuou.

–Eles já foram avisados. Acho que agora podem voltar. -Sua voz ainda era grave.

Enquanto a sala se esvazia, hesito para olhá-lo mais uma vez. Sei que ele não está bem, e queria falar com ele. Mas não dava, não com Everton ali.
Então me junto aos Iniciados Transferidos e saio do recinto. Sei que eles não iriam desistir, iria ter outra simulação... Em breve.

...

Quando acordo no dia seguinte é porque ouço passos de pessoas caminhando mais rápido que o normal. Não sei como ouço, mas ouço. Levanto-me devagar para não acordar ninguém. Vou descalça até a porta e abro-a devagar para não fazer barulho. Olho para fora e não vejo ninguém.
Confiro e vejo que todos ainda estão dormindo. Saio e fecho a porta atrás de mim.

Ouço passos e sigo-os até uma sala, fico no canto do corredor e tento ouvir algo.

–Tem algo errado aqui... Eles não podem fazer isso!.... Vão matar todos!.... Samuel foi o primeiro... Ela não pode saber.

Quem não pode saber? Do que estão falando?

–Deixamos eles viverem por muito tempo.... Não sabemos se são eles.... Devemos matá-los... Claro que são eles, quem mais poderia ser?

Os Radioativos?

Uma mão gelada toca meu braço e eu pulo de susto.
Viro-me e vejo Thiago.

–O que raios está fazendo aqui? -Ele sussurra, mas sua voz sai brava.

–Eu... Eu... -Não sei o que digo, curiosidade? Tirando isso eu nem sei o motivo.
Thiago tampou o rosto com uma mão e depois segurou meu braço, puxando-me.

–Venha.

–Para onde vamos? -Questiono atrapalhando-me ao andar.
Ele não responde, viramos em alguns corredores e entramos em um quarto.

Reconheço o recinto, estive ali a pouco tempo.

Era o quarto de Thiago.

–Por que estamos em seu quarto? -Pergunto virando-me para ele. Thiago fecha a porta.

–Tem coisas que você precisa saber.

–Sim, e várias delas eu poderia descobrir escutando o que se passa lá. -Cruzo os braços. Thiago estava vestindo uma calça moletom cinza, como a minha, e uma camisa de maga curta preta. Por cima ele havia colocado uma jaqueta preta.

–Ta... Antes de irmos direto ao ponto, o que está fazendo acordada essa hora?

Abro a boca para falar e logo a fecho.

–Pergunto o mesmo á você.

–Mas eu fiz a pergunta primeiro. -Ele dá um passo para a frente, ficando um passo mais próximo a mim. Meu coração acelera.

–Ouvi passos. -Respondi.

–Super normal você ouvir passos e acordar, não é? -Ele questiona, sua voz agora não é mais autoritária ou séria, ele tem um tom de divertimento e eu acho isso sexy.

Não!
Ai meu Deus, eu não pensei isso. Pensei?

–Não, não é normal. -Respondo incrédula com o que eu havia acabado de pensar.

–Certo. -Ele sorri.

–E você? -Pergunto.

–Segui você. -Ele apertou os lábios, reprimindo um sorriso.

–O quê? Mas por... -Interrompo-me e rio, isso não é verdade, não senti a presença dele. Sempre sinto a presença das pessoas.

–Você acha que é a única que consegue ser discreta?

Ele está errado, não sou totalmente discreta. Sou desastrada, e isso atrapalha.

Estamos enrolando demais, mas eu quero conversar com ele sem ser sobre nossa Província ou assuntos sérios. Quero ser eu, a Candicce que pode ser legal e falar sobre outros assuntos legais, e não a Candicce que só trata de assuntos sérios. E quero que ele faça o mesmo comigo, que perca esse seu tom autoritário, quero que ele saiba que comigo pode ser o verdadeiro Thiago, o que se esconde por baixo de toda essa armadura de ferro.
Sei que por baixo disso tudo há uma pessoa que vale a pena dedicar-se.

–Obrigada... Por hoje à tarde. -Digo franzindo a testa.
Demora um segundo, mas Thiago assente.

–Disponha. -Ele responde. Aceno com a cabeça só para não deixar de lado.

–Mas quem deve agradecer sou eu. -Fala.
Levanto meus olhos para olhá-lo. Por quê?

Thiago dá de ombros.

–Há coisas que devemos guardar apenas para nós, Candy. -Ele voltou com sua voz um pouco mais séria e forte, mas não do modo como quando ele é meu Instrutor.

–Acredite, eu sei bem disso. -Balanço a cabeça em concordância, foi como um banho de água fria. O que quer que seja que aconteceu naqueles poucos minutos em que só existiam nós dois, passou. Dei uma volta olhando para as paredes do quarto ou alguma outra coisa.

O frio, que eu nem se quer havia pensado, voltou.

–E então, o que você iria me dizer? -Virei-me para ele novamente.

–Você parecia feliz hoje. -Ele estava agora a uns três passos de distância, não tinha notado ele se movendo..

Meu coração se acelera novamente e eu não sei o que fazer para esconder pois seus olhos estavam grudados em mim, totalmente.

Abro a boca, mas nada sai. Tento novamente.

–Eu estava.

–Eu também. -Ele forçou um sorriso.

–É... Eu... Eu notei. Você foi amigável. -Mordi o lábio interior e olhei para ele reprimindo um sorriso e tentando parecer provocadora. -Primeira vez na vida? -Não deu certo, eu acabei rindo e Thiago também.
Mas minha risada deve ter saído um pouco nervosa, porque ele notou algo.

–Por que está nervosa, Cabeça? -Ele toca parte do meu cabelo perto da testa e todo meu corpo fica tenso.

–Não estou. -Respondo e olho para ele, seus olhos estão em mim e eu olho nos olhos dele. A quem eu estava tentando enganar? Eu estava morrendo de nervosismo. Ficar assim com ele me deixava nervosa.
Conti um tremor.

–Candy. -Sua voz agora era doce, como no dia em que ele encostou seus lábios em minha testa.

Fecho os olhos por um segundo, e quando abro Thiago está a centímetros de mim.
Não consigo falar nada, apenas olhar para ele, sem tirar meus olhos dos seus.
Nossas respirações novamente estão misturadas, o ar frio deu espaço para o ar quente de nossa respiração. Thiago baixa um pouco a cabeça e se aproxima de mim. Levanto um pouco os meus pés e logo suas mãos estão segurando firmemente minha cintura e nossos lábios estão grudados um no outro. Passo meus braços pelo seu pescoço e abro mais minha boca. Nosso beijo é calmo, porém sedento.
Thiago arfa em minha boca e eu na dele, então nos separamos para tomar fôlego.
Baixo o rosto, estava morrendo de vergonha. O que raios nós havíamos feito?!
Tampo a boca com a mão e o olho.

–Candy... -Ele falou respirando fundo.
Tiro a mão da boca, não sei o que falar. Não sei como reagir, nunca havia feito isso antes.

Saio de seu quarto antes que ele possa falar qualquer outra coisa.


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Notas finais do capítulo

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