Alguns dias se passaram desde que tudo aconteceu. A cada momento Baghera foi ficando melhor.

Manigold voltou antes ao santuário ao meu pedido, levando uma mensagem minha ao Papa, explicando o motivo de não ter voltado junto dele. No final do dia em que ele partiu, Shion apareceu na casa do curandeiro, no qual eu e Baghera estamos, para me dar a resposta do Papa.

Ele pediu para me avisar, para que não tivesse presa e voltássemos quando Baghera tivesse forças para aguentar a viagem. Shion apesar de minha insistência e do curandeiro foi embora antes do amanhecer. Ele se teletransportou com um sorriso nos lábios que me fez querer saber o que se passava em seus pensamentos.

Aos poucos Baghera foi melhorando. Primeiramente foi o fato de acordar para se alimentar e depois o fato de as vezes, mesmo sob reclamações minhas e do curandeiro ela se sentava.

Neste instante ela estava dormindo ou pelo menos era o que eu achava até ela começar a me chamar:

–Al...Albafica. - Chamou Baghera com a voz ainda fraca.

–Sim.- Respondeu o cavaleiro se aproximando da amazona.

–Porque está triste?

Albafica olhou para aqueles olhos dourado que o fitava esperando uma resposta. Ele não sabia se falava uma mentira tipo "Estou com saudades de minhas rosas." ou falava a verdade. Em todo caso, ele preferiu a segunda opção.

–Me sinto culpado pelo que aconteceu.

–Não se sinta culpado. O erro foi meu. Você sabe que como cavaleiros devemos lutar pela justiça e amor. Se eu tivesse morrido, não teria sido totalmente em vão. Nosso objetivo é defender pessoas. Me sentiria feliz em saber que morri para um bem maior.

–Eu sentiria sua falta. - Disse Albafica abaixando a cabeça fazendo com que a franja tampasse seu rosto, escondendo seus olhos que estavam marejados.

–Eu também sentiria sua falta. Não suportaria que você morresse.

Com essas palavras Baghera se aproximou dele, puxou seu rosto em sua direção e depositou delicadamente um selinho sobre seus lábios. Albafica prontamente correspondeu com a mesma gentileza.

–Acho melhor te deixar descansar.-Disse Albafica baixinho para que apenas Baghera pudesse ouvi-lo.

–Tudo bem.

Após isso Baghera voltou a dormir.

–------------------------------------------------------------------------------------

Passou-se mais alguns dias, Baghera agora já consegui andar com ajudar de uma bengala e ela e Albafica estavam voltando para o santuário.

–Lembre-se de tomar chá de canela,erva doce e mostarda para aliviar as dores.- Disse Menandro, o curandeiro praticamente não quis dizer seu nome verdadeiro até saber que ela e o pisciano estavam planejando voltar.

–Fique tranquilo, beberei conforme você indicou.

–Ei o do cabelo azul!- Gritou o curandeiro para Albafica. -Tome conta dela por mim.

–Fique tranquilo. Irei cuidar direito dela. -Respondeu o cavaleiro segurando a mão livre da amazona.

Com isso partiram em direção ao barco. Dali a algumas horas eles estariam de volta.

–-----------------------------------------------------------------------------------

As horas passaram rápido. Logo ela e Albafica foram em passos lentos em direção do templo do Papa. No caminho algumas casas se encontravam vazias, noutras os cavaleiros guardiões estranharam o fato de Albafica está tão próximo de alguém mas nada falaram.

Ao chegar no salão do Papa, Baghera pediu desculpa pelo fato de não consegui se ajoelhar.

–Não precisa se desculpar. Espero que esteja melhor. -Disse o Papa.

–Meus cavaleiros é bom te-los de volta. - Disse Atena que estava sentada ao lado do Papa em seu trono.

–Eu estou melhorando aos poucos. Talvez não consiga ser muito útil por um tempo, mas quando me recuperar voltarei ao meu posto.

–Não se preocupe Baghera, pode descansar enquanto não se recupera totalmente.- Disse Atena.

–Me desculpe minha teimosia Atena, mas não consigo ficar muito tempo parada no mesmo lugar. Se me permitir,poderei ser útil nos arquivos, ajudando Miceia e os outros.

–Não se preocupe, eu entendo você. Poderá ajudar nos arquivos.

–Obrigada.

–Descansem. Albafica tire o resto do dia de folga. - Disse o Papa

–Obrigado.

Com essas palavras, ambos cavaleiros se retiraram do grande salão.

–Eu estou vendo,mesmo isso?- Perguntou o Papa a Atena.

–Sim Sage. A rosa e a aranha estão apaixonados.

–------------------------------------------------------------------------------------

Do lado de fora, Albafica segurava uma das mãos de Baghera, a ajudando a descer os degraus.

–Não precisa me ajudar a descer até o alojamento dos cavaleiros de prata.

–Pensei que você queria ver o jardim quando voltássemos ?- Perguntou Albafica sorrindo de lado.

–Acho que daria trabalho demais a você.- Respondeu a amazona sorrindo também.

–Você não daria trabalho nenhum. - Respondeu o pisciano depositando um beijo delicado nos cabelos da amazona, pois a mesma já estava com mascara.

Ambos se dirigiram ao enorme jardim de rosas vermelhas.

–É tão lindo!

–Você é mais.

Com essas palavras, Albafica tirou a mascara da amazona e a beijou profundamente.

No meio daquele jardim quem passa-se, ao longe jamais poderia ver, o amor e o carinho, entre uma bela rosa e sua pequena e dócil aranha.