Um engano do destino? escrita por Natallya Lopes


Capítulo 7
Capítulo 7




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O pai de Ronald foi o primeiro da fila a abraçar a noiva.

— Não sabe como deixou esta família feliz, em especial mi­nha esposa. Ela disse que você é a salvadora de nosso filho. Está linda com esse vestido. Combina com seus olhos. Se Ronald não a tivesse conquistado, Jorge o faria. Seja bem-vinda ao clã dos Weasley!

Hermione sentiu as lágrimas quentes que insistiam em cair.

— Obrigada, Sr. Weasley. Todos vocês foram maravilhosos.

— Querida?

Voltou-se para abraçar a mãe.

— Parece um anjo, minha filha!

— Sempre diz isso.

— Seu marido pensa o mesmo. Não parou de fitá-la, desde que entrou na capela de braço com Neville.

Hermione desejou dizer que as aparências enganam, porém Luna já reclamava seu abraço.

— Graças a Deus Ronald surgiu em sua vida, querida! Foi o destino. Victor não era o homem certo.

Em seguida Fred a cumprimentou com carinho, e logo foi a vez de Jorge, que a fitou de modo intenso.

— Nunca tive a menor chance, certo?

Hermione sentiu uma onda de ternura pelo rapaz.

— Depois do divórcio não pensei que teria uma segunda opor­tunidade. O que aconteceu entre mim e seu irmão é inexplicável.

— Chama-se amor. Os dois descobriram esse sentimento. Deixe-me curtir a dor de cotovelo mais um pouco, e depois fi­carei muito feliz por vocês.

Embora as palavras do cunhado não correspondessem exatamente à realidade, Hermione replicou:

— Também encontrará o amor verdadeiro, Jorge. Tenho certeza.

Ele sorriu de modo cativante.

— Que tal um beijo para me animar até que isso aconteça? Ela imaginou que seria um beijinho no rosto, mas para sua surpresa, Jorge procurou seus lábios.

— Isso é para lembrar meu irmão que deve ser bom para você, ou vai se ver comigo — murmurou ele ao se afastar.

Hermione relanceou um olhar para o marido, que devia ter ob­servado a cena. Seus olhos estavam semicerrados, e apesar de Jorge tê-la beijado de brincadeira, talvez tivesse que ouvir um sermão mais tarde.

— Sra. Weasley?

Voltou-se e viu o capitão Rúbeo Hagrid.

— Que bom que veio!

— Tive a honra de ser convidado, e é um prazer ver que da tragédia surgiu a felicidade. Parabéns!

— Obrigada, capitão. Meu coração está com as famílias dos dois rapazes que também perderam suas vidas no acidente. Mandamos flores.

— Como já disse, é uma pessoa generosa, Sra. Weasley. Tal­vez demais.

— Como assim?

— Parvati Rosário me telefonou para saber como entrar em contato com a senhora. É bom mesmo que o navio zarpe logo. Aproveite a lua-de-mel.

Não haveria viagem de núpcias, mas Rúbeo Hagrid ignorava esse detalhe. Hermione ficou preocupada a respeito de Parvati, ao saber que ela a procurara com insistência. Dissera-lhe para entrar em contato por meio do capitão, se houvesse uma emergência, mas ele deixara claro que não tinha boa vontade a respeito da moça e das ajudas em dinheiro.

— Fique e almoce conosco, capitão.

— É claro que sim, Sra. Weasley.

Harry era o próximo na fila dos cumprimentos.

— Jamais pensei que existisse uma mulher capaz de levar Ronald ao altar. Conseguiu o impossível, Sra. Weasley. Nunca mude, pois o patrão precisa da senhora. Parabéns!

Essas palavras partindo do homem de confiança de Ronald encheram de alegria o coração de Hermione.

— Obrigada, Harry Creio que não preciso lhe dizer o que sua amizade significa para meu marido.

Logo atrás do gerente encontravam-se vários homens de ne­gócios que iriam residir no Atlantis com suas esposas, vindos de Hong Kong e da Austrália.

De longe, Ronald viu um a um dos membros de seu conselho administrativo sucumbir ao encanto de Hermione, todos deslumbra­dos com a graciosidade da nova Sra. Weasley. Tudo estaria bem se ela não tivesse retribuído o beijo na cerimônia do casamento, e isso fora um detalhe no qual não pensara, pois tremera de emoção e desejo, ante o contato dos lábios macios da esposa.

Fora seu primeiro erro, pensou, pois agora estava na dúvida se ela fingira uma emoção para ser agradável, ou se sentira de fato. Daria tudo para saber a verdade, porém era cedo demais.

Como saber se as lembranças dos bons momentos de paixão com o ex-marido continuavam a assombrá-la? Precisaria se es­forçar para manter—se afastado, até o passado desaparecer da vida de Hermione de uma vez por todas, e ela se sentir bem ao seu lado. Não haveria noite de núpcias. Isso precisava ser adiado por uma ou duas semanas, refletiu.

Enquanto Ronald perdia o apetite por causa de seus pen­samentos melancólicos, Hermione estava faminta e animada, rindo e conversando com todos.

Em breve começaram a surgir os pedidos por discursos, e Ronald achou que era hora de terminar com aquilo. Contendo a impaciência, levantou—se.

— Hermione e eu agradecemos a todos por terem comparecido ao nosso casamento. Para uma mulher com medo de múmias, fico surpreso que tenha me aceito como marido.

A sala pareceu explodir com as risadas.

— Ela ficou ao meu lado durante as horas difíceis que passei no hospital, e tornou-se indispensável. Como a maioria de vocês já sabe, nunca tive esposa nem secretária particular e, de re­pente, consegui as duas em uma. — Voltou-se para Hermione. — É a sua vez. Levante-se e faça um discurso. O pessoal já está farto de me ouvir.

Todos bateram palmas.

Em seu íntimo Hermione sentia-se muito apreensiva. Não hou­vera menção ao amor no breve discurso de Ronald, mas não tinha direito de esperar isso. Se fosse esperta, ficaria contente com o que ele podia lhe oferecer. Queria uma secretária? Seria a me­lhor do mundo!

Levantou-se, e começou a falar:

— Receio que meu marido não saiba que todas as esposas são também secretárias particulares.

As mulheres presentes explodiram em risadas, e depois aplau­diram. Hermione esperou até o silêncio voltar.

— Em vez de secretária, prefiro ser assessora do Departa­mento de Turismo do Atlantis. Isto é, se meu esposo concordar.

— Tenho escolha? — perguntou Ronald com ar de riso. Todos sorriram também, e Hermione continuou:

— Viram como ele é gentil? Caso alguém desconheça esse fato, até a semana passada trabalhei no Departamento de Tu­rismo em minha cidade de Dakota do Sul, e lá fazia um pouco de tudo, em especial ajudar as pessoas com informações. É o que sei fazer melhor. O Atlantis é uma cidade, e precisa de todo o conforto como tal.

Várias pessoas aplaudiram.

— Já tive tempo de observar algumas coisas nas quais irei trabalhar, mas hoje é o dia de nosso casamento e quero que todos saibam que estou casada com um homem maravilhoso. Obrigada por celebrarem conosco.

Assim que Hermione voltou a se sentar, o capitão do navio anunciou:

— Haverá dança no deque A, para os que desejarem conti­nuar a festa. Mas antes de irmos, ergamos um brinde aos noi­vos. De minha parte, desejo que seus problemas sempre sejam pequenos. Saúde!

Porém, Hermione cada vez mais se tornava ansiosa, e seus pen­samentos corriam para o dia em que, afinal, se tornasse de fato mulher de Ronald. Tinha medo de engravidar e abortar, como acon­tecera no passado.

O marido passou-lhe o braço pela cintura e, como de costume, leu seus pensamentos, dizendo:

— Tudo a seu tempo. Vamos dançar? Será a primeira vez que dançaremos juntos, e estou ansioso por isso.

Os dois saíram do salão de braços dados. A céu aberto tira­ram mais fotografias, enquanto uma banda tocava músicas sul-americanas.

Logo se dirigiram até o salão de baile, e Ronald tomou a esposa nos braços, fazendo-a vibrar de emoção.

Alguns dos casais presentes dançavam muito bem, e ela se sentiu aliviada por Ronald não tentar fazer nada de mira­bolante. Apenas rodopiavam pelo salão, entretanto a aproxima­ção a fazia vibrar de desejo. Por sorte, segurava o buque na mão, e isso impedia que se aproximassem muito um do outro.

Por fim ergueu o rosto e o encarou.

— Quero manter estas flores vivas o maior tempo possível. - Ronald observou-a por um instante.

— Então coloque-as na água. Todos aqui estão pensando quan­do iremos começar nossa lua-de-mel. E melhor desaparecermos agora.

Hermione não se iludia pensando que o marido estava louco para fazer amor, mas obedeceu, e ambos saíram do salão de maneira discreta.

— Foi fácil — comentou Ronald ao chegarem ao elevador. — Agora que estamos de fato sozinhos, conte-me o que conver­sou com o capitão Rúbeo Hagrid. Resgataram algum corpo?

Hermione refletiu que se alguém ouvisse tal conversa, jamais imaginaria que os dois tinham acabado de se casar. Mas aquele era um casamento fora do comum.

— Não. Para simplificar, ele disse que estava contente por ver que algo bom surgira da tragédia, e nos desejou muitas felicidades.

Como temia que Ronald também fosse contra dar dinheiro a Parvati, nada mencionou a esse respeito.

— Muito gentil.

O elevador parou, e a porta se abriu para o apartamento que passara a ser do casal. Presentes se empilhavam no vestíbulo, e Hermione mal pôde passar para se dirigir à sala de visitas.

Voltou-se com ímpeto.

— Foi um lindo casamento, Ronald. Um verdadeiro sonho tor­nado realidade para uma noiva. Obrigada por um dia perfeito. E sua família é maravilhosa.

— A sua também.

Ele tentava afrouxar a gravata, e Hermione correu para ajudá-lo a despir o paletó também.

— Vi o beijo de consolação que deu em Jorge. -Hermione enrubesceu.

— Ele fez de propósito. É uma pessoa ótima, e espero que em breve encontre seu par.

— Penso o mesmo. — Ronald fez uma pausa, e depois disse: — Fred me contou uma novidade.

— O quê?

— Despediu Lilá. Parece que a ameaçou de entrar com um processo por ela ter usado um avião particular sem permis­são para vir ao Equador, e fará isso, caso continue a tentar extorquir dinheiro dos Weasley.

— Então foi assim que conseguiu chegar aqui tão depressa! Estou contente com a notícia.

— Foi o melhor presente de casamento que recebi. O que quer fazer agora?

— Abrir os pacotes na cama.

— Por que na cama?

— Porque parece cansado, e sei que deve estar com dores. É melhor trocarmos de roupa para que recoloque a tipóia. Tra­rei analgésicos.

— Mas aí cairei no sono e não abriremos os presentes.

— Fica para outro dia. Tenho outra surpresa para você. - Os olhos de Ronald brilharam de antecipação.

— Não se demore.

Hermione sabia que, sem dúvida, ele apreciava ficar ao seu lado, e isso já era um passo para o amor. A mãe lhe dera uma ado­rável camisola com négligé, porém não se sentia disposta a ves­ti-la nesse momento. Então colocou o conjunto de dormir que trouxera da primeira vez. Depois encontrou uma fita de vídeo, e pôs no bolso do roupão.

Foi à cozinha, pegou um jarro, e o encheu com água. Ali colocou as flores do buque e, após guardar duas pílulas no outro bolso, rumou para o quarto de Ronald.

Enquanto ele engolia os medicamentos, notou que usava um pijama novo, marrom-café, que o deixava muito sexy.

— Quando vai me dar a surpresa, Hermione? - Ela o fitou de modo provocador.

— O capitão Rogers comentou que é muito impaciente, e tem razão. — Retirou a fita do bolso e colocou no aparelho. — Foi Luna quem deu.

Ao ver que se tratava do filme O Homem Invisível, Ronald sorriu.

— Imagine! Ela encontrou a primeira versão!

— Venha assistir comigo.

Ele indicou o outro lado da cama, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Afinal, já eram marido e mulher e seria ridículo ficar sentada em uma poltrona.

Tentando agir com naturalidade, Hermione caminhou até a cama, e deitou-se também. Era bom relaxar, e deixou escapar um sus­piro, apoiando o queixo nas mãos. O velho filme de Hollywood era ótimo, mas dentro em breve sentiu as pálpebras pesadas.

— Sua idéia do Departamento de Turismo foi maravilhosa — disse Ronald. — Mas fiquei curioso quando mencionou que pre­tende trabalhar em "algumas coisas".

O comentário a fez abrir os olhos de novo.

— Não quer assistir ao filme?

— Já assisti. Adorei. -Hermione ficou espantada.

— Quer dizer que... já acabou.

— Sim. Dormiu o tempo todo.

— Está brincando! — Hermione relanceou um olhar para o relógio de pulso, e constatou que haviam decorrido duas horas, desde que se sentara na cama com o marido. — Ronquei?

Ronald começou a rir.

— Jamais contarei.

— Então quer dizer que sim.

— Se é esse seu único segredo inconfessável, não precisa se preocupar.

Mas outras coisas preocupavam Hermione. E se falasse dormindo e revelasse sua paixão pelo marido? Respirou fundo, e perguntou:

— Sobre o que deseja que fale primeiro?

— O que considera o mais importante.

— Tudo.

— Então comece. -Ela mordeu o lábio.

— Tem certeza que deseja falar disso agora?

— Sem dúvida.

— Muito bem. Sua brochura fala de vida familiar. Não vi a inclusão de uma clínica veterinária.

— O conselho votou contra animais de estimação no navio.

— Mas a maioria das famílias tem. Por que o conselho foi contra a idéia?

— Porque existe uma série de regras e leis sobre animais.

— E existem mulheres no seu conselho? Não conheci nenhu­ma hoje.

Fez-se um longo silêncio antes de Ronald admitir que não.

— Bem, isso explica tudo. Os homens não querem ser inco­modados, e é um dos motivos para que exista um Departamento de Turismo a fim de garantir certos serviços. Vou estudar os detalhes e apresentar uma proposta na próxima reunião admi­nistrativa. — Fez uma pausa e fitou Ronald. — Por isso também não devem ter querido uma creche.

— O assunto nunca foi discutido.

— Isso quer dizer que existe limite de idade para as crianças no navio?

— Devem estar cursando o segundo grau.

— Verdade? Não li isso na apresentação.

— Uma lista de regras acompanha cada brochura, mas não tenho aqui no quarto.

— E acha que não existe a possibilidade de uma residente do Atlantis de repente descobrir que está grávida mesmo sem querer?

— Se tal acontecer, sua propriedade deverá ser vendida.

— E se nós dois tivermos filhos? Terei que abandonar o na­vio, na acepção da palavra?

— Claro que não!

— Então existe uma regra para os diretores e outra para as demais pessoas?

— Esses diretores investiram bilhões de dólares no Atlantis, e isso lhes dá certos privilégios.

— Meu caro, devo dizer que seu sonho da cidade flutuante poderá afundar, desculpe o trocadilho.

— Poderia explicar melhor seu comentário?

Embora quisesse imprimir um tom despreocupado à pergun­ta, Hermione notou que Ronald se irritara.

— Bem, creio que será preciso bebês e idosos no Atlantis, senão a cidade flutuante parecerá um experimento científico sem calor humano nem naturalidade. — Sorriu para o marido com meiguice. — Também reparei que não existe uma casa de repouso para pessoas da terceira idade. E se alguém precisar de cuidados intensivos? Ou será que aos sessenta e seis anos todos precisam vender suas residências e ir embora?

Dessa vez Ronald não tentou esconder seu aborrecimento. Ela conseguira tirá-lo do sério.

— Desculpe, Ronald, não pretendia me entusiasmar tanto, mas você pediu. Só estou dando minha opinião como mulher. Todas as unidades dos condomínios já foram vendidas?

— Não.

— Talvez venda mais depressa se eliminar certas regras.

— Mesmo que eu perca até a camisa do corpo nesse negócio?

— Tenho certeza que se tivesse o dinheiro para comprar um apartamento aqui, desistiria se soubesse da restrição aos bebês e animais de estimação. Sem eles isso vai parecer um clube de campo gigantesco, onde é agradável ficar algumas horas, mas não a vida inteira.

Ele pareceu ponderar, e sua expressão ficou ainda mais car­rancuda.

— Isso quer dizer que está me avisando que poderá se au­sentar do navio por longos períodos?

Hermione levantou-se da cama com um repelão.

— Claro que não! Sou sua esposa e concordei em ser sua assistente de trabalho. Ficarei ao seu lado em qualquer situação!

— Mesmo contrariada.- Hermione gemeu.

— Também não foi isso que quis dizer. Está distorcendo mi­nhas palavras. Tudo dará certo!

De repente percebeu que, com sua franqueza e precipitação, arruinara o dia mais feliz de sua vida. Precisava fazê-lo enten­der que não fora intencional.

— Há poucas horas jurei ficar ao seu lado na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença. Caso tenha pensado que falei por falar, está enganado e não me conhece.

A tensão entre os dois era grande.

— Quando estivermos em alto-mar, convocarei o conselho — murmurou Ronald. — Você será a primeira a ser chamada. Diga-lhes o que acabou de me dizer.

— Não quero provocar atritos logo de início.

— Já os conquistou na festa, e todos a adoram. Será inte­ressante que ouçam sua opinião.

A voz de Hermione soou trêmula:

— Ronald, creio que o magoei e ofendi sem querer. Foi muita arrogância de minha parte querer criticar um projeto que levou anos para ser executado. Por favor, acredite quando digo que não quis atacar nem ridicularizar seu sonho. É tão fabuloso, eu ainda não encontrei palavras para exprimir meu entusias­mo. Só quis oferecer umas sugestões. Para ser sincera, tenho uma admiração infinita por você.

Ele passou a mão pelos cabelos negros.

— Se isso é admiração, acabou de mudar o conceito da pa­lavra.

Hermione sentiu os olhos marejados de lágrimas.

— Por favor, diga-me que não estraguei tudo! Não suportaria.

— Não há nada para perdoar, Hermione. Sabia o que fazia quando a pedi em casamento. Apenas reforçou os motivos que me leva­ram a pedir que fosse minha esposa. O problema é que não tinha pensado nas coisas que expôs agora, e fui tomado de surpresa.

— Meu pai me alertou que me meteria em encrencas porque estou sempre tentando arrumar a vida dos outros. — Limpou o rosto molhado com as costas da mão. — Hoje gostaria de ter ouvido seu conselho.

Levantou-se para deixar o quarto, mas Ronald interceptou seu caminho com rápidas passadas.

— Sra. Weasley, acabamos de ter nossa primeira briga de casal. Devo confessar que não me sentia assim vivo e animado há muitos anos. — Tomou-lhe o rosto entre as mãos. — Nunca mude, Hermione.

Em seguida beijou-a nos lábios, fazendo-a compreender que tudo estava bem.

Era hora de ser honesta.

— Enquanto me desejar como esposa, juro que farei tudo que estiver ao meu alcance para deixá-lo feliz.

— Já fez. Vamos abrir nossos presentes. Sei que está mor­rendo de vontade para fazer isso. Quando terminarmos, será hora do jantar.

Hermione enlaçou-o pela cintura e, juntos, saíram para o ves­tíbulo.

— Quando encomendou o jantar?

— Segredo. Pedi ao chef que nos surpreendesse.

Ela concluiu que estava contente por ter provocado a discus­são. Deixara escapar muita emoção, e sentia-se leve e relaxada. Ronald também parecia contente. Embora não estivesse loucamen­te atraído pela esposa, havia uma camaradagem entre os dois cheia de calor. Esse era um ingrediente que faltara em seu casamento com Victor, refletiu.

Ronald a ajudou a trazer os pacotes para a sala de estar, e combinaram que ela desataria as fitas e desembrulharia os presentes. Em breve o ambiente parecia uma área de desastre, os dois quase se afogando em meio a laçarotes, papel brilhante e de seda. Hermione pegou a câmera fotográfica e tirou umas fotos engraçadas.

Deixaram os presentes das famílias para o fim.

— Este é de Jorge — anunciou ela, entregando a caixa para o marido. — Acho que é um quadro.

— É provável que seja uma grande foto dele, para que nunca o esqueça. Vou ler o cartão:

"Essa garotinha é a minha favorita. Cuide bem dela."

Ronald franziu a testa, curioso, e ergueu a tampa da caixa, revelando uma enorme foto emoldurada de uma égua de raça, com Jorge ao lado.

Hermione sorriu.

— Jorge me disse no hospital que eu corria mais que uma égua antes de um ciclone.

— Não há nada que meu irmão ame mais que seus cavalos. Acabou de lhe fazer o maior dos elogios.

— Oh, Ronald! É uma linda foto. Adorei!

— Sim, e já que tocamos no assunto, pode me dizer por que Jorge deu dinheiro a Parvati Rosário?


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