Destinos Interligados escrita por Risurn


Capítulo 28
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Gente. Genteeee
Como vão?
Eu achei que o Nyah não ia mais voltar e deu vontade de chorar e um bloqueio criativo do caramba. Gostei muito desse capítulo, fugiu totalmente do padrão Thalia de ser. E achei isso ótimo.
Enfim, espero que gostem assim como eu!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/469059/chapter/28

Thalia VIII

I wanna live a life from a new perspective
You come along, because I love your face

Virei mais uma vez na minha cama, socando meu travesseiro e afundando minha cabeça mais uma vez. Depois de uns cinco minutos, bufei, me sentando. Aquilo não estava dando certo. Puxei meus fios de cabelo tentando assimilar a quantidade de coisas acontecendo.

Oh meu deus. Que merda toda é essa?

Olhei meu reflexo no espelho, e cara, como eu estava acabada. Sem aqueles quilos de maquiagem em volta dos meus olhos eu conseguia enxergar as olheiras profundas, o rosto magro. Como cheguei àquele ponto?

Minha cabeça girava com todas aquelas informações, finalmente descobri quem é meu pai. Hera não estava em casa. E eu não sabia o que fazer. Conversar com ele foi... Bem, não sei como foi. Nunca me imaginei conversando com meu pai, na verdade, eu nunca precisei de ninguém e não seria agora que precisaria. Mas tirar vantagem disso tudo não era pecado, certo?

Flashback on

Entramos na sala e olhei em volta, era um típico escritório executivo. Persianas, tons pasteis, uma grande janela, algumas plantas ao canto da sala, a grande mesa e a poltrona do chefe. Zeus abriu a boca para falar e logo lhe interrompi:

– Não perca seu tempo tentando fazer tudo parecer mais bonito, não vale a pena tentar.

– E por que você acha que eu faria isso? – Levantei uma sobrancelha, confusa.

– E não vai fazer? – sentei na sua poltrona de chefe e olhei fixamente em seus olhos, eram iguais aos meus.

– Claro que não, seria perda de tempo, não é mesmo? – ele sorria de lado, vitorioso. Por acaso ele pensa que sou frouxa como o filhinho dele? Não acaba aqui.

– Seria. Isso já nos adianta uma boa parte da história. Só responda: Por quê? Não quero explicações do tipo: eu te amava mas não podia ir. Só quero o motivo de ter deixado Hera se ferrar sozinha.

– Por que o quê? – ele sorriu desdenhoso, respirei fundo, eu manteria a calma, ao menos uma vez.

– Por que você nunca apareceu? Nunca ajudou Hera? Por quê?

– Ora, você tem que entender que sou um homem de imagens... Como é seu nome mesmo?

– Thalia – disse entre dentes.

– Isso, Thalia, veja bem Thalia... Sou um homem de imagens, minha amada Rosa detestaria saber que eu tive uma filha enquanto éramos casados. Ela destruiria minha carreira! E eu não podia deixar isso acontecer.

– Custava deixar o endereço para receber um cartão de dia dos pais? – ele riu, debochado.

– Não imaginei que uma filha de Hera seria tão sentimental. – foi a minha vez de sorrir.

– E não sou. – pude ver seu sorriso vacilar por um misero segundo e confusão em seus olhos – Eu só quero o que é meu.

– E o que é seu?

– Metade do que você tem é meu. – ele engasgou.

– E por que eu te entregaria metade do que é meu?

– Não quero a metade, quero apenas uma parte, uma boa parte.

– Caso eu não faça isso...?

Não aguentei mais, tive de gritar. Aquele homem era burro ou o que?

– Eu vou fazer o que minha mãe devia ter feito a muito tempo. Colocar a boca no trombone e gritar pra tudo mundo que Zeus Carter tem uma filha fora do casamento! E, por Deus, eu vou! Você não me deu um centavo em dezessete anos! Dezessete! Eu ainda estou sendo muito boa em te pedir apenas isso.

Zeus ficou me encarando em silencio por alguns segundos até finalmente responder.

– Jason não pode saber de nada disso.

Sorri, e soube que agora eu que estaria jogando as cartas naquela mesa.

Flashback off

Tanta coisa a ser dita e pedida. Aquela foi a coisa certa, não é? É o que eu preciso agora. Só isso.

Suspirei, levantando e peguei meu celular. Eram quatro horas da manha, a aula começaria em algumas horas. Abri minha gaveta em busca dos meus fones e vi um pacote com um pó branco. O peguei na mão, aquilo seria tão mais fácil... Suspirei e joguei de volta dentro da gaveta indo me vestir. O frio havia chego a Manhattan, vesti então uma meia-calça de lã, um blusão preto até o meio das minhas coxas e botas.

Desci as escadas e pensei em sair, lembrei então do meu reflexo ao espelho. Comer um pouco não me mataria. Preparei um café da manha para mim e Art e esperei que ela descesse.

Quando finalmente chegou, ela andou preguiçosamente até a bancada e pegou a chaleira para fazer café.

– Bom dia Art. – falei calmamente.

– Meu Deus! – ela deu um pulo e a chaleira caiu dentro da pia. – Você acordada a essa hora? E... Fez o café? Uau. – andou em minha direção e colocou a mãe na minha testa – Febre não é. O que houve?

Sentou ao meu lado e começou a comer as torradas que preparei.

– Nada. Só... Fiquei com fome e preparei meu café. Achei que você também fosse querer. – senti seu olhar sobre mim, me analisando. Pensei quando foi a última vez que parei para conversar com ela. Parecia mais bonita e feliz. Tinha um anel no dedo e imaginei que estivesse namorando. Não pude deixar de ficar feliz por ela. – O que foi Art? O que está olhando? – ela sorriu e balançou a cabeça.

– Você está tão... Diferente. Eu estava preocupada com você nos últimos tempos. Mas... Parece que algo mudou ai dentro. – e como mudou. – Você não precisa me dizer o que é. Mas tenho certeza que é por causa daquelas meninas.

Eu havia falado para ela sobre o quanto estava furiosa por ter sido obrigada a fazer aquilo, não achei que estivesse prestando atenção.

– Talvez seja. – sorri, levantando, eu iria para a escola agora. – E, Art. Se você quiser... Pode entrar no meu quarto para dar uma arrumada hoje. Eu deixo.

Ela arregalou os olhos e tive que sorrir.

– Por Deus, melhor eu começar agora antes que você mude de ideia. Só vou sair de lá semana que vem...

Ela saiu da cozinha falando coisas que não entendi. Ela realmente não limpava meu quarto a muito tempo. Caminhei até a porta pegando meu casaco e as chaves do carro.

O caminho para a escola foi silencioso, sem musicas desta vez ou algo do tipo. Precisava pensar.

(...)

– Meu deus do céu! Como as pessoas conseguem entender o que os professores falam? - fechei meu armário com um baque surdo. Alunos corriam de um lado para o outro guardando suas coisas e indo para o intervalo. Resolvi que prestaria atenção na aula de hoje, mas eu não entendi bulhufas. Ficar em recuperação era muito mais fácil.

Caminhei em direção ao refeitório e peguei uma maçã. Procurei um lugar para ficar e vi Annabeth sentada sozinha em uma das mesas, lendo um livro. Andei até onde ela estava e sentei do lado oposto.

– Olá Thalia. – ela disse sem nem mesmo levantar os olhos da folha

– Como sabia que era eu?

– Eu vi você vindo.

– Ah. – dei uma mordida na minha maçã, enquanto Annabeth abaixava o livro e olhava em meus olhos.

– Percy me pediu em namoro. – ela sorria, feliz. Não pude deixar de sorrir também.

– Parabéns, se o Cabeça de Algas te fizer algo é só avisar que eu parto ele ao meio.

– Vai partir quem ao meio? – Piper sentou toda sorridente à nossa mesa e olhou para nós duas.

– O Percy. – Annabeth sorriu. – Como foi com o Jason ontem?

– Nós terminamos – ela disse, dando de ombros. Engasguei.

– O quê!? – enquanto eu estava surpresa Annabeth deu um sorriso discreto em direção da Piper, juntamente com um aceno de cabeça, concordando com a atitude dela.

– Quem terminamos? – Nico sentou ao meu lado, passando o braço pelos meus ombros.

– Quem terminou. – Corrigiu Annabeth.

– Eu e Jason.

– Sério? Uau.

– O que é uau? – Perguntou Percy depois de dar um beijo na bochecha de Annabeth.

– Ai, Santa Prada. Vocês dois são tão fofos juntos!

– Só eu acho que essa mesa tá ficando meio cheia? – perguntei enquanto me sentava direito e abanava o rosto, como se me faltasse o ar e Nico ria próximo ao meu ouvido, me fazendo arrepiar.

– Cabe mais um, não é? – Jason sentou no outro canto.

– Claro. – Nico levantou e cumprimentou o primo com a mão, rolei os olhos, coisa de homem.

– O que você faz aqui? – perguntou Piper.

– Só estou passando um tempo com os meus amigos.

Olhei em direção a mesa da elite, que nos fuzilavam. Jason não estava lá, Percy nunca ficaria lá a partir de agora, e Nico, bem, Nico realmente não iria para lá.

– Como foi o fim de semana de vocês?

– Estamos namorando. – Disse Percy bobamente como se ninguém soubesse.

– Vocês estão o quê? – tudo bem, talvez nem todos soubessem.

– Nico, você é tão lerdo às vezes. Sabia? – ele ficou corado, se desculpando.

– É lerdo mesmo. Quando vai pedir a Thalia em namoro? – Quem ficou corada fui eu dessa vez, ficando curiosa em saber o que ele responderia.

– Q-quando... B-bem... Quando nós acharmos que está na hora, ué.

– Você queria mesmo namorar comigo? – Perguntei olhando para ele.

– V-você não queria? Ah, você só quer... Ah, não é nada sério? Ah...

Comecei a rir e logo todos estavam rindo comigo. Parecíamos realmente amigos, mas aquilo me incomodava. Era... Assim? Ser aceita em um grupo? Annabeth olhava para todos nós, acho que ela se perguntava a mesma coisa. Para ela era mais difícil. Todos sempre zoaram ela. Percy passou um braço sob os ombros da loira e sorriu para ela. Ela merecia ser feliz, afinal.

– Então meninas, já sabem o que vão escrever? – incrivelmente quem perguntou foi Jason.

– Eu não faço ideia.

– Nem eu.

– Idem.

– Isso é um problema.

– Com certeza. – concordei e todos me olharam. – Que foi? Gente, eu quero passar de ano, beleza?

– Mas... Vocês não tinham só um mês para entregar? – Percy perguntou.

– Afrodite mudou nossos prazos. Eu falei com ela e ela concordou em serem três meses, que já estão chegando ao fim...

Ficamos em silêncio, e, ao menos eu, pensando naquilo. O que escrever sobre elas? De... Alguma forma eu sinto que algo realmente mudou desde o inicio de tudo aquilo. Acredito que todas sentimos. Mas, o que, exatamente?

Ali olhando para todos... Pareciam tão diferentes. Menos Jason, ele ainda não mudou. Annabeth pela primeira vez na história da Goode estava no meio de uma roda de pessoas que realmente queriam conversar com ela e não tirar sarro. Piper não estava falando das coisas fúteis de sempre e tentava acompanhar o assunto que agora corria pela mesa – que eu não estava prestando atenção –. Percy parecia ser um bom garoto para Annabeth, era gentil e sempre a abraçava, olhando nos olhos dela e para nenhum outro lugar, nem para as lideres de torcida que passavam o chamando com vozes melosas. Nico... Ah, ele era diferente de tudo o que eu imaginava, olhei para ele e sorri. E acho que fiquei assim por um tempo longo, com cara abobada. Estou passando muito tempo com Annabeth.

– O que foi? – ele perguntou rindo alto o suficiente para que apenas eu ouvisse.

– Estou pensando no quanto nada nessa mesa faz sentido ou se encaixa. – ele riu, concordando.

– Nada faz sentido em lugar nenhum, as pessoas simplesmente se aturam.

Ele voltou a encarar todos e disse algo que os fez rir, me arrancando um sorriso também. Pensei no que ele disse e vi que aquilo era a mais pura verdade. As pessoas não fazem sentido, em momento algum... Umas com as outras ou sozinhas. As pessoas simplesmente se aturam, se suportam. Nada é realmente pelo prazer da companhia. Normalmente é apenas aturação. E só depois de um tempo que surge o prazer de estar próximo ao outro. Será que aqui aconteceria o mesmo? Parece impossível.

A conversa e as risadas continuaram, parecia coisa de filme, acho que só faltava que a primeira carta fosse jogada para que se tivesse uma chance. Busquei a mão de Nico por baixo da mesa e a entrelacei com a minha. Ele me olhou com o cenho franzido mas depois sorriu. As provocações rolavam soltas e alguns falavam como navalhas afiadas e mesmo assim parecia tudo ótimo.

Então o sinal soou e o intervalo chegou ao fim. Todos levantaram e rumaram em direção as suas salas, e nada nunca pareceu tão bem e em paz na minha vida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não revisei, qualquer erro me avisem.
Reviews, recomends e favoritar são muito bem vindos, sabe?
*ri* Então, vejo vocês nos recados... MP's ou no próximo capítulo.
Beijos ^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Destinos Interligados" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.