No Outro Dia escrita por sara100


Capítulo 1
No outro dia capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Bom, acreditem se quiser, mas essa história também me veio em mente enquanto estava no banho. Foi antes de sair. Queria ter postado nessa sexta, mas quando cheguei em casa foi apenas para terminar um último pedaço, aí, quando vi, já era tarde. ^^'

Eu creio que não tenha saído como eu realmente queria, mas prometo não falhar na próxima(?)

._.'



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/46904/chapter/1

~


O Despertador toca. Ainda com muita dificuldade, abro meus olhos. Minha cabeça dói. Aos poucos, as imagens, antes turvas, ficam mais claras e consigo identificar o lugar onde estou, meu quarto. Me sento na cama e, ainda tonta, olho para os lados. É quando eu sinto "algo" se remexendo ao lado.

Ao olhar para o meu lado, vejo um "ser" embrulhado no meu cobertor. Ainda me sentindo 'anestesiada', pulo da cama e caio, bruscamente, no chão. Sem entender absolutamente nada, me levanto e, cuidadosamente, dou uma olhada na pessoa que passara a noite comigo.

"Não acredito!"

Dei uns passos para trás. Não acreditava no que estava vendo, "o que aquela garota estava fazendo ali?", pensei. As informações eram muitas. Eu estava tonta, cansada, fedendo a cerveja e suada, fora que estava nua, nua!

Caminhava para o banheiro enquanto me apoiava nas paredes, será que a noite havia sido tão "incrível" assim? Me sentei na tampa da privada e me inclinei um pouco para trás. Tentava lembrar do possível ocorrido da noite anterior, mas sem muito sucesso. Foi quando, como um choque, eu lembrei de pequenas coisas.

"Pequenos fragmentos são sempre importantes, apesar de serem pequenos, claro."

Certo! Como eu havia de esquecer? Minha vida virou um inferno naquela noite... noite maldita!

~


Depois de ter presenciado meu namorado aos beijos com uma puta de esquina, resolvi distrair a minha mente. Afinal de contas, passar uma sexta-feira chorando não é algo que eu goste. Fiquei arrasada, não nego. Mas, não quer dizer que irei me afogar em rios de lágrimas como muitas outras fazem, não é mesmo?

Iria para um local bem agitado, nada de barzinhos. Me produzi, mas nada exagerado. Um batom cor boca, apenas para dar um brilho em meus lábios, e sombra, simples até de mais, não? Entrei no carro. Liguei o som e coloquei uma música bem intensa. Volume máximo. Desliguei o celular. "Essa noite é minha!", foi o que eu disse para, então, sair cantando pneu.

O lugar se chama In Sã Nu. O próprio nome me chamou a atenção. Estacionei o carro e fui para o local.
Como descrever? O típico de uma boate de centro. Muitas pessoas. Pessoas bebendo líquidos desconhecidos. Pessoas fumando. Pessoas gritando, dançando, agindo como animais no cio... nada que eu já não tenha visto antes.

Fui atrás de uma bebida e, enquanto fazia meu percurso em meio aquele povo, analisava cada um por quem passava. Infelizmente, ninguém havia me agradado.

Sentei em um dos bancos livres, e pedi uma cerveja. Olhava ao redor. Muita gente bonita, mas ninguém que me interessasse. A bebida chegou, beberiquei um pouco. Foi aí que eu a vi. Sentada em uma mesa um pouco distante dos 'seres irracionais'. Estava bebendo, ao que me parecia, um coquetel de frutas. Olhava para os lados como se estivesse entendiada.

"Coincidência, você não é a única"

Me levantei. Estranhamente algo aflorou dentro de mim, não poderia ser a cerveja, pois só havia bebido pouco. Com toda a coragem, cheguei em sua mesa.

_Olá?

Ela pareceu sair de uma espécia de "transe". Acho que estava mais chato para ela, do que para mim.

_Ah? Oi...

_ Desculpe chegar assim, mas vi que você estava sozinha e resolvi vir aqui para puxar uma conversa - Disse sem graça. Não sou o tipo de pessoa que aborda qualquer um. Normalmente os que agem assim são os 'machos' desse tipo de festa - Prazer, me chamo Gabriela, mas pode me chamar de Gabi - lhe estendi a mão para cumprimentá-la.

_Prazer, Gabriela, me chamo Beatriz. - Estendeu a mão para mim. Pude senti-las. Eram quentes. Ela tinha um "bom aperto de mãos". De alguma forma, passava segurança.

A partir daí, tivemos uma boa conversa. Falamos sobre nossos empregos, relacionamentos, gostos. Me disse que estava cursando História, estava em seu terceiro ano. Disse também que tinha vinte anos e que fazia muitos planos para a vida, mas familia não estava no meio desses planos. A cada momento em que eu me atrevia a conhecê-la, mais eu me perdia naquele mundo. O mundo dela.

A bebida estava fazendo efeito porque não parávamos de nos tocar. Ou eram nas mãos, ou acabávamos roçando nossas pernas uma na outra. Não sei se estava já estava bêbada, e muito menos sabia se ela estava na mesma situação que eu. Estranhamente, o lugar começava a esquentar.

Ela percebeu que eu estava inquieta com algo. Tocou em meu rosto e foi se aproximando. Fui ficando paralisada. Era incrível como aqueles olhos verdes conseguiam causar um efeito anestesiante. E o que eu estava fazendo? Para começar, eu nem a conhecia direito. Então por quê tudo aquilo?

Tratei de reunir o que ainda restava de mim. Era certo que ela estava levada pelo efeito do álcool, por isso não poderia permitir mais nenhum outro contato. Até eu mesma estava imaginando coisas. Oras essa, onde já se viu? Eu me envolver com uma garota. "Mas até que ela não era de se jogar fora... Não! Comporte-se, consciência!".

_Bem... - Olhei para meu relógio de pulso - está ficando tarde. Está de carro? Se quiser, posso te dar uma carona.

_Adoraria - Ela pareceu voltar a realidade. Menos mal.

Entramos no carro. Ainda me sentia consciente o suficiente para pegar o volante. Liguei o rádio, mas havia esquecido que o volume estava ao máximo. Foi o suficiente para nós duas "acordarmos". Procurei por uma estação agradável, uma música que pudesse acalmar um pouco mais as nossas mentes. Não deu outra. Músicas antigas internacionais era tudo o que eu mais gostava.

_E então, onde a senhorita mora? Quero deixá-la segura em seu recinto. - Falei brincando.

_Na verdade... - Passou seu indicador por meus lábios. Aquela quentura havia voltado - ... eu... - Aproximou-se do meu rosto e falou bem no cantinho do meu ouvido -... quero ir para sua casa. - Ela voltou a olhar para mim com um sorrisinho cínico. Um fogo incrível tomava conta de mim. Não deu para aguentar. Arranquei com tudo e partimos para a minha casa.

Nem mesmo me lembro como havia conseguido abrir a porta. Eu estava tão extasiada com aqueles beijos, aquele corpo, aqueles toques, que nem havia me dado conta de mais nada.

Bem, como vocês já podem imaginar, fizemos sexo. Muito sexo! Não digo que foi amor, porque foi tudo tão rápido que, bem... Mas sei que houve uma coisa diferente das relações que tive anteriormente. Admito que ela mexeu comigo, de uma forma diferente, mas mexeu. Ela conseguiu despertar 'aquela coisa' que se agita no estômago, um tipo de friozinho na barriga, algo como se fosse sua primeira vez experimentando tudo.


~


E agora, aqui estou eu, sentada na tampa da privada do meu banheiro, pensando no que devo fazer. Me levanto, mas antes, trato de me enrolar em um roupão. Vou caminhando silenciosamente até o me quarto. Vejo que ela ainda estava dormindo. Parecia estar sonhando com algo bom, pois estava sorrindo.

Fico-a admirando. Ela parece ser tão frágil. Há tantas coisas nas quais preciso perguntar. De um dia para o outro, eu, que não me imaginava ter algo com uma mulher, estou aqui, olhando para este ser admirável que faz, mesmo que aos poucos, meu coração bater mais rápido.

Me aproximo dela e lhe dou um beijo em sua bochecha. Ela me olha de um jeito todo criança. Estava com os cabelos bagunçados e tendo apenas o lençol como sua vestimenta. Me sento na cama e fico olhando-a. Admirando cada pedacinho do seu ser. Em meu interior, algo me dizia que era necessário.

_B-bom dia... - Pareceu que ela havia notado o que estava acontecendo naquele momento.

_Bom dia! - Dei-lhe um sorriso confiante. Quero passar os meus verdadeiros sentimentos, quero mostrar-lhe o quanto eu a quero. O que eu realmente desejo que acontença entre nós. - Sabe Beatriz, eu pensei em umas coisas e...-

~~


_Desculpa, demorei? - Disse um pouco ofegante por causa da corrida.

_Tá tudo bem, você chegou cedo. Eu que me adiantei.

Querem saber o que acontece agora? Eu não sei. Naquele dia eu havia falado com ela se poderiamos passar a sair. Disse que por ser a minha primeira vez com uma mulher, havia ficado curiosa, e que queria lhe conhecer melhor. Não escondi o fato de que havia gostado dela. Só que... eu não falei a ela que esse sentimento estava crescendo aos poucos.
Pode ser estranho, tanto porque eu não sei se ela sente o mesmo. Mas a vida é assim, não é? Eu sei que criaremos momentos inesquecíveis, então isso é tudo o que eu quero pensar por hora.

_Estou feliz de estar aqui com você, sabia? - Beatriz disse enquanto se agarrava mais ao meu braço.

"Coincidência, você não é a única"

Eu a virei e lhe dei um beijo. Não me importava com os outros. Os outros eram apenas os outros, certamente não os veríamos mais. Entrelaçamos nossas mãos e saímos para o lugar no qual havíamos combinado. Minha vida mudaria, e muito, a partir daquele momento. E era tudo o que eu queria pensar: No aqui e agora.

~

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e até mais! ^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "No Outro Dia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.