Melodie de la mort escrita por DreamerMoon


Capítulo 2
Arthur


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ^^



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Voce podia me dar um pouco de atenção...
– Deve ter algo nessa cidade que te interesse. - Ele exclamou irritado se jogando na frente de Megumi, já tinha falado sobre tudo que tinha de bonito e interessante naquela cidade e ela recusava a andar com ele dando sempre a mesma desculpa.
– Já disse que tenho coisas para fazer Arthur. Não posso ir com voce. - Ela exclamou enquanto terminava de contar o dinheiro que tinha na sua bolsa. - Isso deve dar. - ela disse e tentou seguir seu caminho mais para a sorte dele, a rua em que estava era estreita, conseguindo assim tampar totalmente o caminho dela.
– Tem tempo para cantar no centro da cidade e em algumas lojas, mais para passear não tem nem um minuto ? - Não podia mentir que adorava a ouvir cantar, a voz dela era linda e acima de tudo, desde que ela chegara a cidade, sentia que ela era especial para ele. Porem, mesmo sendo um dos garotos mais bonitos e queridos da cidade com seu cabelo ruivo e olhos castanhos, ela o ignorava por completo desde o começo. E isso não o fazia desistir. - Tem que viver um pouco.
– Não se preocupe. Estou vivendo minha vida ao meu modo.
– Por que voce tem que ir ?
Eles dois se viraram ao ouvirem a voz de uma mulher e nesse instante, a porta de uma casa atrás de Megumi se abriu e dela saiu um moreno alto que ja devia ter passado dos trinta e atrás dele o segurando pelo braço, uma mulher loira pálida que mostrava uma feição de desespero em sua face que a estava fazendo parecer um fantasma
– Voce não pode ir, o que vai ser de mim ?
– Voce sabe que eu não tenho escolha amor. Com nossas economias voce pode voltar a viver com seus pais e...
– Não! Não quero isso! Não me deixe. - Ela gritava desesperada enquanto o homem tentava se soltar dela.
– Um morto. Deve estar indo ao meu pai. - Ele comentou, seu pai era o chefe daquela cidade e tinha sido o criador da lei contra a existência de mortos em toda a área e tinha que aceitar que concordava com seu pai em relação a esse assunto.
– Isso é ridículo. - Sussurrou Megumi, mais ele pode ouvir muito bem, acabando por ser pego de surpresa quando ela o empurrou, conseguindo passar assim, estava apertando a bolsa de moeda dela com força. Estava com raiva daquela situação. Ja estava ali a alguns meses, ja era para estar acostumada com aquele tipo de situação. A falta de adaptação dela era irritante, mais para ele a beleza que ela tinha compensava esse defeito. - Tenho que correr agora.
– te vejo mais tarde então ? - Ele perguntou mostrando estar chateado na tentativa de faze-la ter pena dele mais ela apenas revirou os ombros.
– Talvez. - Ela respondeu e saiu correndo desaparecendo daquela rua da cidade. Mesmo não sendo famosa, o comércio daquele lugar era rico e a cidade não ficava atrás, sendo do tamanho de umas 4 vilas juntas. Mesmo sendo aceito apenas pessoas vivas ali, isso não impedia a cidade de crescer graça aos esforços de seu pai. Porem, isso não importava a ele, a única coisa que o fazia continuar a andar por aqueles lugares sem ter um rumo, era para conquistar o coração de Megumi. Desde que ela chegara a cidade, demonstrou seus sentimentos a ela de todas as formas que aquele mundo permitia. Mais isso não se mostrava suficiente, a alguns dias ela havia se afastado dele e começou a usar sua voz o qual se recusava antes a utilizar com todas as suas forças. Outra hora também a ouvira resmungar para si mesmo sobre pessoas com nomes estranhos. Espoir, Passé, Présent, Avenir e acima de tudo sobre um tal de Hanter. Não tinha ninguém na cidade com esse nome. E como não nasce mais ninguém, tinha certeza de que conhecia a todos que moravam ali.
Precisava saber mais sobre esse tal de Hanter o mais rápido possível, e sem rodeios correu rumo a loja do Senhor Crow, pai de Megumi. Ele devia saber onde a filha andava durante esses dias e o que estava a aprontar. Se ela estivesse quebrando as regras da cidade, poderia ajudá-la a parar, era uma forasteira no final e isso poderia ser uma vantagem para alcançar o coração dela.
O Senhor Crow vivia em dois quartos numa estalagem que tinha no inicio da cidade, não tinha o objetivo de viver naquela cidade por causa de seu negocio de consertos, mais acabou vendo que o lugar era um bom lugar para recomeçar a vida e já estava ali a 4 meses. O que o deixou muito feliz já que podia ficar perto de Megumi por mais tempo e ter mais chances de conquistá-la. A estalagem mostrava estar bem surrada, mais uma parte dela estava reconstruída e buscando aumentar essa parte tinha um homem que mostrava ter mais de 30 anos e tinha o cabelo curto brilhoso como o de sua filha.
– Bom dia Senhor Crow ? - Ele gritou e o homem olhou para ele abrindo um sorriso que ele nunca vira a filha mostrar igual desde que chegara na cidade.
– Ola Arthur. O que faz aqui ?
– Procurando a sua filha.
– Já imaginava. Ela anda pela cidade o dia inteiro. Vai ter que procurar ela. - Respondeu o Senhor Crow voltando a seu trabalho e Arthur ergueu uma sobrancelha, a dois dias ele procurava a Megumi pela cidade no período da tarde e nunca a encontrava.
– Ela vai voltar para casa ?
– Normalmente ela volta quando esta anoitecendo.
– Vou esperar ela então.
– Fique a vontade. Desde que não me atrapalhe. - Disse o homem continuando a trabalhar e ele foi para a frente da estalagem sentando na escada da entrada olhando para o resto da cidade onde tinha uma pessoa ou outra passando desanimada com uma sacola de compra. Era difícil ver pessoas animadas andando pela cidade ou passeando. Como se tivessem todo mundo perdido a vontade de viver. Se bem que uma vida repetitiva naquela cidade não era a melhor coisa do mundo. O trabalho do pai de Megumi o fazia poder abrir aquele sorriso que nem a filha uma vez tinha mostrado.Mais tirando ele, nem as garotas que namorara mostraram um sorriso radiante como aquele. O mundo tinha perdido seu brilho desde que Deus o abandonara.
– Queria poder ouvir a Megumi cantar agora. - Agora que pensava, durante o horário que ela cantava no centro o lugar enchia mais que o costume, a música dela mesmo contendo letras tristes, pelo que podia perceber, fazia as pessoas quererem sair de casa. Mais durante esses quatro meses, nunca tinha parado para fazer isso. Gostaria de saber o motivo da mudança de ideia. O tempo passou e quando o sol mostrava estar indo embora, olhou para a rua não vendo ninguém por ali e se irritou, onde essa garota poderia estar, e ao pensar nisso começou a cantarolar uma das músicas que ela cantava.
Pressinto que há algo no vento, que parece que a tragédia é iminente, e embora eu queira estar ao lado dele. Não posso afastar esse sentimento de mim. O pior está por perto
Viva pra vencer, até morrer, até as luzes apagarem dos seus olhos. Viva pra vencer, pegue tudo, Apenas lute até cair
Dia após dia, chutando tudo pela frente, eu não estou desmoronando.Deixe outra rodada começar, viva para vencer! Sim, viva, sim, vença!
Arthur parou e olhou para o beco de onde vinha a voz da única pessoa que cantava como um anjo naquela cidade, mais o que o surpreendeu foi que a melodia e a letra não eram tristes como normalmente, era uma música alegre que ela cantava e apareceu saindo do beco com um sorriso no rosto mais que desapareceu ao vê-lo.
– Arthur ? O que ta fazendo aqui a essa hora ? - Ela falou chegando mais perto e ele se levantou ainda estando um pouco assustado e confuso. O que ela estava fazendo para mostrar uma expressão que nunca tinha feito depois de chegar a cidade.
– Eu que pergunto. O que uma dama estava fazendo na rua ate essa hora. - Ela o olhou de forma avaliadora mais logo abriu um sorriso que fez ele arregalar os olhos.
– Estava vivendo.
– Vivendo ? - Ele repetiu, ninguém na cidade falava aquilo e ela mesmo sendo uma forasteira, mostrava ser igual, pelo menos desde o inicio da semana.
– Sim! - Ela disse subindo um degrau da escada, podendo ficar do lado dele olhou para cima. - Esta cidade até que é bonita se for vista de cima. Experimente isso um dia desses. - Ela completou e subiu o outro degrau, podendo ficar com a mão na porta da estalagem. - Existem vozes bem bonitas nesse mundo, queria poder voar que nem os donos dessas vozes.
– Do que voce ta falando ? - Foi a única coisa que ele pode falar e ela respondeu com o que ele menos esperava, uma risada.
– Deixa pra lá. Até amanhã então. - Ela disse e entrou na estalagem deixando ele em silencio. O que ela podia estar fazendo para mudar seu humor totalmente. Se ela continuasse, poderia a afastar cada vez mais dele. Ele não podia deixar isso continuar. Precisava fazer ela parar. Descobriria e a impediria de continuar antes que ela continuasse com aquele sorriso que não era para ele. Não importava o que seria necessário.
– Agora, voce vai sair comigo ? - Ele perguntou enquanto Megumi estava sentada num banco situado no centro da cidade contando seu dinheiro sem virar os olhos para ele em algum momento.
– Esta comigo desde que o sol amanheceu e ainda quer que eu saia com voce. - Só pode virar a cara como resposta, não conseguira dormir naquela noite por pensar em como aquele sorriso que ela tinha no dia anterior tinha nascido e agora, que estava com ele, desapareceu sem deixar rastros. - Tenho coisas para fazer Arthur, voce também devia arranjar outra coisa para fazer.
– Não tenho nada para fazer se não estou em sua companhia.
Megumi se levantou guardando o dinheiro e se virou de frente para ele o olhando de cima a abaixo, gostava quando alguém fazia isso com ele. Sua mãe antes de ser levada por uma hakamori, dizia que ele era um príncipe que poderia ter tudo que quisesse um dia e que todos deveriam o admirar. Mais o olhar da garota que desejava ter nos braços não demonstrava nem por um momento admiração, mostrava apenas compaixão.
– Voce mesmo estando nesse corpo a 20 anos, é jovem. Se desejar pode conseguir rapidamente um emprego ou ate ajudar seu pai a supervisionar essa cidade. Ficar correndo atrás de mim não vai te levar a nada. Agora se me der licença. Quero viver a minha vida e voce, vá viver a sua.
Ela falou correndo por um beco ate virar um risco aos olhos de Arthur, ele sabia que ela estava certa, mais ele nunca havia dito que queria ter essa vida. Não se importava em ajudar seu pai, e dinheiro e comida não lhe faltava, nunca desejaria trabalhar. A nunca coisa que desejava era a garota que corria para longe dele cada vez mais. E ele não permitiria que isso continuasse. Iria a prender a ele, e se corresse atrás dela, descobriria um meio de fazer isso.
E foi o que fez.
Esconderijos era o que não faltava naquela cidade, becos, curvas e tendas de mercadores se encontravam em todo lugar, e se escondia entre elas, observando Megumi comprar peixes suficientes para alimentar uma família em uma tenda e pães em outra. Não pode deixar de pensar que ela tinha o gosto horrivel de comer peixe com pão. Mais ela não mostrou que iria os comer pelo menos agora, apenas continuou a correr pela cidade ate chegar perto da entrada da cidade que levava a floresta, apenas viajantes passavam por ali mais mostrou ter esquecido isso e adentrou a floresta como se fosse a coisa mais normal do mundo.
– O que ela vai fazer lá ? Ela sabe o que pode encontrar ? - Ele exclamou para si, mais sem pensar sobre o assunto, adentrou a floresta podendo seguir o rastro que ela deixava e ficou durante um tempo, o fazendo sentir falta de ar. O local tinha um cheiro que o deixava enjoado, nunca vira árvores por tanto tempo e acreditou que ela devia fazer algo importante para ter coragem de percorrer esse caminho, pelo que parecia, durante todos esses dias. Quando já estava ficando exausto, Megumi parou e ele escondido atrás de um grupo de árvores a viu tirar um papel e o abrir por um momento e mostrou o mesmo sorriso do dia anterior e voltou a correr pelo caminho da direita cantarolando alguma coisa e ele pode ouvir um som estranho, porém bonito de longe e ela mostrou ter ouvido o som, saindo correndo e ele com cuidado foi atrás até chegar a um lago onde fora recebido por filhotes de gato que lamberam os pés dela até serem presenteados com os peixes que haviam na sacola dela. Não acreditava que ela cantava na rua pra poder alimentar gatos.
Mais o que mais lhe chamou atenção foi a sombra que apareceu de trás de uma outra árvore e Megumi correu ate ele fazendo algo que ele não imaginou que ela seria capaz. O abraçou ao ponto de ficar com os pés no alto por um momento, o que recebera o abraço devia ter o mesmo tamanho que ele, mais além do cabelo e dos olhos castanho ele não pode identificar mais nada por causa da enorme quantidade de faixas que cobriam seu corpo. Estavam conversando algo entre eles que não pode entender, mais algo pode ver claramente, ela estava rindo , sem prender ou fingir. Era uma risada natural e o garoto também mostrava estar feliz. Depois disso pode declarar.
Aquele era o Hanter. O garoto que ela falara. E que estava a roubando dele.
Sua vontade era a de levantar e tirá-la dali para nunca mais voltar, mais isso só ajudaria ela a odiá-lo. Por isso ficou ali escondido entre as árvores vendo aqueles dois mostrando uma felicidade que lembrava já ter visto, mais isso devia fazer anos pois não recordava quando isso havia acontecido. Reparou que o garoto segurava algo estranho, um troço de madeira com um buraco e cordas. Se pergunto se seria daquele objeto estranho que o som que escutara havia vindo. Megumi pegou de dentro da sacola agora os pães e entregou a ele que guardou sem pensar duas vezes.
– Está alimentando um cara estranho numa floresta. O que ela está pensando ? - Ele resmungou para si mesmo.
Os gatos de antes agora, estavam entre eles e ela pegou um dos gatos, o único branco e ficou a brincar com ele enquanto o garoto falava alguma coisa que fez ela resmungar algo e fazer o garoto rir. Queria poder chegar mais perto e saber o que estavam falando, mais teve medo de arriscar e de tanto ficar parado, podendo ouvir apenas o som do vento bater nas folhas, encostou na árvore e dormiu acordando apenas quando pode ouvir a sua garota cantar acompanhada de um outro som, e virou podendo ver que era o objeto de antes que fazia uma melodia que durante um tempo era triste, mais aos poucos, seu ritmo se tornava mais alegre mais no meio da melodia alegre ela parou e olhou para cima do qual ele fez o mesmo, o sol já estava indo embora e ele pode ver o garoto falar alguma coisa que fez ela voltar a ter a face que mantinha quando estava na cidade e ele se levantou tocando no rosto dela.
Aquilo era demais, iria se levantar e parar aquela cena mais Megumi a parou primeiro, pegando a mão dele e a tirando de onde estava, se despediu mostrando um sorriso incompleto e depois saiu correndo para onde ele estava que antes que ela chegasse saiu correndo na frente. Quando chegasse a cidade, conversaria com ela sobre isso para fazê-la acordar e nunca mais voltar para aquele lugar. Mais antes tinha que chegar primeiro que ela a cidade.
Mais todos os pensamentos pararam quando ouviu o grito dela vindo um pouco atrás e sem pensar em mais nada, correu na direção do som. Podendo ver ela sendo segurada por um grupo de homens. Viajantes provavelmente que a olhavam com olhos brilhantes e sorrisos maliciosos.
– Ei garota! O que faz aqui na floresta. Por que não fica um tempo com a gente ?
– Desculpe. Tenho que ir se não.
– Por que a pressa. Nesse mundo não é necessário ter pressa estou certa ? - falavam os homens que a seguravam em meio a risadas. - Agora, vem com a gente.
– Me solta! -Ela exclamou e ele só pode ficar parado, se ela aturasse aquela cena, não iria querer mais voltar ali e todo seu problema estaria resolvido mais pedras apareceram do nada e acertaram em cheio a face dos dois que a seguravam.
– Pessoal! Venham aqui rápido! - Ele pode ouvir e logo reconheceu que era Hanter e os caras rapidamente se afastaram dela.
– Voce ta acompanhada. Por que não disse logo vadia ?
– Vamos embora daqui! - Falaram entre eles logo pegando suas coisas e saíram dali, deixando-a caida no chão e ao socorro dela apareceu, Hanter que o assustou e mostrou ter assustado ela também. - as faixas de seu corpo estava se soltando, devia ter corrido sem tomar cuidado com as árvores. debaixo das faixas havia carne apodrecendo, ele tentou tampar com as mãos, mais ja era tarde. E o momento certo que esperava para ele apareceu.
– Megumi! - Ele gritou saindo de trás da árvore que estava e Megumi arregalou os olhos quando o viu. Ficou feliz pela face que os dois mostravam, aqueles sorrisos que tinham antes haviam totalmente desaparecido.
– Arthur ? O que voce esta fazendo aqui ?
– Um morto! Se afaste dela! - Ele gritou ignorando a pergunta dela a puxou para longe dele. - O que pretendia fazer seu monstro ?
– Desculpe... - Foi a única coisa que ele disse não levantando o rosto para os olhar nos olhos.
– Eu já sabia... - Ela respondeu abrindo um sorriso torto na boca e Hanter levantou o rosto mostrando surpresa. Ele tinha que tirá-la dali. A pegou pela mão e a puxou para mais longe dele.
– Este lugar é perigoso. Vamos sair daqui.
– Me solta! Arthur! - Ela gritou enquanto era puxada pelo caminho de volta ate chegar ao portão da cidade onde a soltou e finalmente a olhou para ver como estava. Tinha se sujado por causa do incidente e seu olhos olhavam para dentro da floresta o que o irritou.
– Voce é louca! O que voce tem na cabeça pra ficar andando pela floresta assim ? Viu o que podia ter passado ?
– O Hanter me salvou não foi. Tenho que voltar e falar com ele.
– Pretende conversar com um morto. Já era para ele estar enterrado.
– Mais não está hoje e nem amanhã estará! Agora me deixa em paz e vá para sua casa ver o idiota do seu pai que nunca amou ninguém. - Ela gritou e antes que ela pudesse correr, ele a segurou pelo braço. Ela estava certo sobre o pai dele amar ninguém além do dinheiro, mais isso não importava, tinha que fazê-la nunca mais olhar para aquele morto, devia ter uma forma. - Me solta!
– Voce não pode voltar. Já esta tarde. Seu pai.
– Ele vai entender.
– Mais e se a cidade inteira souber que voce esconde um morto na floresta ? - Ele falou logo que a ideia veio na sua cabeça e não pode deixar de abrir um sorriso na face ao ver ela arregalar os olhos para ela. Tinha a pego.
– Ninguém sabe de nada.
– A não ser que eu conte. Sou filho do chefe da cidade esqueceu ? Tem uma hakamori por aqui também.
Megumi parou e se soltou dele virando os olhos para dentro da cidade, mais nunca o encarando de frente.
– Morra!
– Acho que isso não adiantaria em nada. Mais tenho uma ideia melhor. - Finalmente ela virou os olhos para ele. - Saia comigo.
– Vai me deixar em paz se eu fizer isso ?
– Depois faça o que quiser estrangeira - Nunca a chamava assim, sabia que ela não gostava, mais achou o momento ideal para chamá-la assim e pode ouvir um suspiro. Ela aceitara. Tinha conseguido.
– Amanhã então as...
– De tarde, depois do almoço, te espero no centro da cidade. - Ela o encarou irritado preparada para gritar e bater nele, mais não disse nada. Saiu andando para dentro da cidade o ignorando totalmente e ele como nunca tinha feito abriu, mostrou um sorriso como o dela dentro da floresta. Tinha conseguido. Seu objetivo estava quase comprido. Amanhã, sua meta de vida estaria cumprida.
Não conseguiu dormir naquela noite, sua conquista não saia de sua cabeça. Ter ido a floresta e ter encontrado aqueles dois juntos foi uma ideia ótima. E até que não era um lugar ruim para passar o tempo, mais tudo isso não importava, pois agora o seu encontro com a garota forasteira e a mais linda que havia na cidade estava para se concretizar. Só se perguntava se ela demoraria ainda mais. Já estava na hora que tinham marcado, mais um sorriso se abriu ao ver aparecer no centro a sua garota, com o cabelo preso num rabo de cavalo assim podendo ver melhor os olhos e o lindo rosto dela, utilizava um vestido diferente do habitual também, totalmente azul céu, com a parte de cima dele com babados de um tom mais escuros na cintura e a parte debaixo que ia até o joelho plissada mostrando ser uma princesa perfeita para o príncipe perfeito que ele era.
– Desculpe a demora. - Ela falou ao chegar perto, não mostrava estar sem folego ou ao menos demonstrava de alguma forma de que estava ansiosa para esse encontro. Tirando o vestido, ela mostrava estar como sempre, uma garota sem um motivo para viver. Que não tinha um motivo para sorrir. Mais ele mudaria isso e junto, faria ela esquecer esse garoto que tentou rouba-la dele.
– Esta linda. Vejo que pensou em nosso encontro. - Exclamou, buscando estar em um tom de brincadeira, mais ela virou a cara olhando para as pessoas que passavam por ali.
– Pense o que quiser. Para onde vai me levar ?
– Apenas me acompanhe.- Disse pegando na mão dela sem rodeios e a puxou para dentro da cidade, a partir de agora, ela era totalmente sua e poderia leva-la aonde bem entendesse e nada melhor para começar o encontro do que um restaurante e havia um ali perto do centro que era perfeito para casais. Mesmo tendo tão poucos depois que Deus abandonou o mundo.
– Um restaurante ? - Ela falou olhando para o local de destino com um olhar sem vida. - Eu ja almocei.
– Vamos apenas beber alguma coisa. Vamos. - Ele respondeu a puxando para dentro do restaurante onde pegou uma mesa dos fundos e em pouco tempo, dois copos com suco de melancia.
– Devia me perguntar primeiro se gosto de melancia não ? - Ela falou cutucando o canudo do seu copo com certo desgosto.
– É o melhor suco que tem aqui. Voce vai gostar.
– Não o seleciona por outro motivo ?
– Como assim ? - Ela apenas o encarou com o mesmo olhar morto que estava mostrando lá fora e se virou, vendo o restaurante vazio.
– Depois daqui vai me levar aonde ?
– Estou pensando ainda.- Falou bebendo um gole do suco - Podemos ir a algumas lojas.
– Comprar roupas ? Já tenho suficiente. E não uso joias. - Respondeu de forma rápida e robótica.
– Que tal o parque ?
– Vai ter gente nos observando. Não quero. - Ele ergueu uma sobrancelha a vendo responder sem nem olhar para ele.
– Então a biblioteca ?
– Já estou com livros em casa para ler.
– Dar uma volta pelo centro ?
– Terá mais gente nos observando ainda.
– Mercado ?
– Ta querendo que eu cozinhe para voce ?
– Andar pelas ruas então.
– To com um sapato que não é legal para fazer isso então não é uma boa ideia.
– O que podemos fazer então heim ? - Ele gritou chamando atenção do garçom e pela primeira vez ela o olhou diretamente.
– Com voce, eu não quero fazer nada.
– Estamos num encontro sua idiota. Voce tem a obrigação de sorrir e ir andar comigo então.
– Como posso sorrir para alguém que tem uma mente tão idiota como a sua.
– O que disse ? - Ele falou enquanto ela se levantou com o corpo de suco dela completamente cheio.
– Voce ouviu, não vou repetir. Esse encontro nunca dará certo. Não seria melhor o encerrar ?
– Só depois de fizermos uma coisa então. - Ele falou de forma desligada e se levantou, deixando alguma notas na mesa e a pegou pelo braço a puxando para fora do restaurante e foi andando pela rua durante um bom tempo, até chegar a uma área de casas luxuosas e a que mostrava ser a melhor casa dali foi onde ele parou.
– Onde estamos ? - Ela falou tentando se soltar.
– Na minha casa. Meu pai não está em casa hoje sabe. Voce não gosta de lugares com olhos né ? Aqui podemos fazer tudo que quisermos. O que acha ? - Megumi se soltou dele se afastando da casa com os olhos arregalados. Pela primeira vez do dia estava demonstrando algum sentimento.
– Voce esta de brincadeira né ?
– Isso é um encontro, agora vamos entrar. - Ele disse e antes que fizesse algo ela o puxou para trás e selou seus lábios ao dele o que o pegou de surpresa, ela finalmente tinha aceitado o destino dela de ser dele, podia sentir se conectar a ela. Queria mais, porém, ela se afastou dele rapidamente.
– Era isso o que queria né ? Pronto. O encontro se encerrou, eu não vou entrar ai. - Ela exclamou e ele soltou um suspiro irritado.
– Está brincando comigo né ? Entra. Estou mandando. - Falou e ela apenas se afastou mais dele.
– Ja disse que não, eu vou embora. -Antes que ela desse um passo para longe ele a segurou pelos dois braços.
– Ja disse que é pra voce entrar. Estou esperando isso desde que voce chegou nessa cidade. Então ande logo e faça o que eu mando garota. Quer morrer pelas mãos do meu pai ? Quer que eu conte para todo mundo sobre aquele morto ? Então entra lá dentro e mostre um belo sorriso quando estivermos fazendo entendeu ? - A única resposta que recebeu foi um chute entre suas duas pernas que fez ele dar um grito e cair no chão deitado de dor e antes que pudesse gemer, recebeu chutes seguidos na barriga e no rosto.
– Seu lixo! - Ela gritou de forma assustada. - O que voce acha que eu sou ? Não é porque Deus não está mais aqui que voce pode ir desejando e agarrando todas as garotas da cidade! Seu nojento! Eu sabia desde o começo o que voce pretendia. Voce me olhou desde o começo com olhos iguais à de um tarado. Acha que sou idiota ? Eu só aceitava voce perto de mim por pena. Sei que todas as garotas dessa cidade já fizeram com voce. Se deseja tanto fazer essa merda. Vá procurar uma dessas vagabundas. - Ela respirou fundo, apos falar e saiu andando dali, deixando ele caído no chão. - Seu monstro.
Ela completou antes de sumir e ele ficou ali deitado no chão, com lagrimas nos olhos de dor. Ela estava certa sobre ele. Desde o começo ele só queria fazer aquilo, depois que conseguisse a esqueceria como fez com as outras garotas da cidade. Era o que tinha para fazer, era o seu modo de viver e não se importava com isso e ninguém tinha o direito de o questionar, era o único desejo que conseguiu depois que sua mãe morreu, foi o único meio de se sentir completo que conseguiu. Não podia fazer nada além disso. Não sentia vontade de fazer nada além disso. Seu pai tinha dito que o nome disso é vicio, ele diria que era uma necessidade que desenvolveu, um meio de satisfazer o que lhe faltava. Aquela estrangeira não tinha o direito de falar assim dele. Ela era tão suja quanto ele, além de que ela dentro daquela cidade, pertencia a ele.
– Vai pagar! Vagabunda.
É egoismo de minha parte mais... Se eu não podia te-la, ninguém a terá...


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Notas finais do capítulo

Eu esqueci de falar no capitulo anterior que o verso que a Megumi canta é da musica Silver Sky de NANO, enquanto nesse capitulo, Arthur canta uma parte de Sally's song de Amy Lee e Megumi canta uma parte de Live to win de Paul Stanley.
Tinha pensado em colocar os versos em francês ja que o anime utiliza muito disso mais como não sei muito bem a linguá desisti da ideia.
Espero que voce que esta lendo, esteja gostando.



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