Chegamos ao 12 e nos instalamos em minha casa, Peeta dorme comigo todas as noites e isso tem evitado meus pesadelos. Com ele eu não me sinto sozinha e agora que minha mãe mora aqui perto eu até me sinto feliz.

Ele decidiu reconstruir a padaria dos pais, quando fomos para a Capital ele se ausentou mais a obra está bastante avançada e nessa semana mesmo será inaugurada. Peeta sempre acorda antes de mim e deixa meu café da manhã pronto, ele não almoça comigo por estar atarefado com a obra, então só o encontro no jantar. Digamos que temos um casamento feliz, apesar de não agirmos como casados.

Acordei e como sempre não tenho Peeta ao meu lado, me levanto, faço minha higiene matinal e desço para tomar café, Grasey Sae não vem mais eu soube que agora ela recebe uma aposentadoria para poder ter sua velhice em paz.

Escuto batidas na porta e vou atender.

– Docinho! Que cheiro bom... – Haymitch entra e como sempre vai fazendo seu prato.

– Haymitch bêbado já de manhã... – Digo e ele parece não ligar.

– Você deveria se preocupar com seu marido e não comigo queridinha! – Ele diz levando um pão de queijo a boca.

– Como assim? – Pergunto curiosa.

– Simples assim... Muitas mocinhas estão fazendo hora na obra da padaria, levando comida para o padeiro e ficando por lá... Sabe... – Ele diz maldoso.

– Como assim Haymitch?- Pergunto sem entender.

– Tem gente ciscando no seu território! Muitas moças vão à padaria só para ver o Peeta... E não são com boas intenções. – Ele esclarece.

Aquilo me dá uma fúria e saio pela porta deixando Haymitch acabar com meus pães. Vou em direção à obra da padaria, quem essas “moças” pensam que são para ficarem rondando meu marido?

Chego à padaria e tem tantas moças quando trabalhadores da obra... E todas paparicando MEU Peeta.

– Bom dia amor! – Digo o beijando na frente daquelas “moças”.

– Katniss? – Ele parece surpreso – Bom dia!

E eu o puxo para uma sala que será reservada para o escritório.

– Katniss você está bem? – Ele parece preocupado.

– Peeta chegue em casa mais cedo hoje por favor! – Digo o beijando e saindo em direção a minha casa, posso ver todas aquelas “moças” assustadas comigo. E isso me satisfaz.

Eu vou ao caminho de casa pensando na atitude que acabei de tomar... Porque eu fiz isso?

Chego em casa e me deparo com um Haymitch sujo e molambento em cima do meu sofá.

– Haymitch! – Eu grito com ele.

– Ah... Oi docinho! – Ele diz se levantando do sofá.

– Não suja meu sofá! – Eu digo furiosa com ele.

– Calma docinho... E como foi lá na obra? – Ele parece interessado.

– Eu cheguei lá e tinha realmente um monte de moças em cima do meu marido! Quem elas pensam que são? Ele é casado e é casado comigo! - eu bufo.

– Eu sabia! – Ele diz sorridente e vitorioso.

– Sabia o quê?! – Pergunto ainda furiosa por lembrar da situação na padaria.

– Que você o ama! – Ele diz isso e sai pela porta com um sorriso vitorioso nos lábios.

E essas palavras caem em mim como uma bomba! É isso... EU O AMO! Eu amo Peeta! Como eu pude ser tão burra e não perceber... Mas e agora... Em uma semana nós estaremos nos separando... – lágrimas de desespero escorrem pelo meu rosto.

“E agora Katniss o quê você vai fazer?!” – Penso.

Fico debruçada no sofá martelando na cabeça o tempo que perdi em não perceber o imenso amor que Peeta fez nascer aos poucos dentro de mim. Ele é tão altruísta, inteligente, sempre me fez sorrir com o mínimo olhar e seu sorriso... Aquele sorriso torto que eu tanto amo! Como pude ser tão cega?

E então me lembro da conversa entre Peeta e Gale onde eles falaram que eu escolheria aquele sem o qual não consigo sobreviver. Gale se foi depois da morte de Prim sem ao menos se despedir e me senti aliviada em relação a isso. Já Peeta sempre esteve do meu lado para me consolar e enxugar minhas lágrimas, ele sempre foi meu alicerce e sempre foi por ele que eu lutei.

Eu o amo! E como eu o amo! E preciso fazer com que ele saiba disso... Aquelas moças em cima do MEU Peeta foi a gota d’água. Mas o quê fazer para evitar essa anulação?

Decido então ir conversar com a única pessoa que pode me aconselhar: Minha mãe.

Chegando a casa de Peeta que é onde ela está hospedada eu bato a porta e ela logo vem abrir.

– Katniss! Filha que bom vê-la. – Ela me dá licença e eu adentro a casa.

– Mãe eu preciso de um conselho da senhora... – Digo sentando- me no sofá.

– Claro filha... Mas o que a aflige? – Ela pergunta curiosa.

Eu acabo desabafando com ela toda a situação e ela atentamente me ouviu.

– Minha querida... Só tem uma solução para a sua situação... – Ela parece hesitar.

– E qual é mãe? Pode falar! – Digo curiosa.

– Você tem que fazer esse casamento se consumar minha filha... – Ela diz envergonhada.

– A senhora esta se referindo a... –Ela me corta.

– Exatamente minha filha! – Ela diz corando.

E ficamos ali conversando e ela me deu muitos conselhos... Naquele momento senti realmente minha mãe ao meu lado. Ela me aconselhou sobre como devo agir e sobre quais palavras devo usar. Mas uma coisa me preocupava... Saber se Peeta me ama também mesmp depois de tudo e até em relação a isso ela me ajudou, disse ter certeza que meu sentimento é recíproco.

Saio de sua casa exatamente as 15h00min, eu disse para Peeta chegar cedo mais não sei exatamente que horas ele virá. E quando ele chegar tudo tem que estar pronto e perfeito.

Saio em desespero para comprar tudo o que minha mãe recomendou, incrivelmente encontro uma loja e nela tem tudo o que eu preciso. Chego em casa e preparo o jantar, deixando tudo pronto para quando Peeta chegar.

Olho no relógio e os ponteiros marcam exatamente 19h00min, tenho que tomar um banho relaxante e torcer para Peeta ainda demorar um pouco. Direciono-me para o banho e exatamente 1 hora depois eu estou pronta com um vestido vermelho que comprei na loja hoje à tarde, ela é curto, mas ainda assim sofisticado e bonito, não é vulgar, mas chama atenção.

Escuto a porta abrir e deve ser ele... Meu coração acelera e desço a escada me deparando com meu marido que a me ver percorre meu corpo com os olhos sem pudor. Isso me agrada, mas me constranjo ao mesmo tempo eu coro e ele também.

– Kat... tniss... – Ele diz ainda boquiaberto.

– Vamos jantar? – Eu digo e o direciono a mesa, nos sentando e comemos em um silêncio constrangedor.

– Preciso tomar um banho. – Ele diz e se direciona ao banheiro do andar de baixo.

“É agora Katniss! Você consegue... Você tem que conseguir!”- Digo para mim mesma, entro no banheiro com a mini camisola que comprei e a lingerie que minha mãe me aconselhou a comprar também.

Escuto a porta do quarto abrir e sei que é Peeta. É esse o momento! Tenho que agir agora. Meu coração dispara e eu saio do banheiro. Peeta que percebo já estar agoniado me olha e cora instantaneamente.

– Kat... Katni...Katniss? – Ele arregala os olhos e tira a sua camisa vindo até mim e me entregando-a.

– Para que isso? – Pergunto curiosa, tentando conter o riso. Ele evita me olhar e posso perceber que o efeito esperado está acontecendo.

– Para... Para você... Se cobrir! – Ela gagueja e eu tento conter o riso.

– Mas nem está frio... – Eu me faço de inocente.

– Katniss... Se quiser me manter sano, por favor, vista essa camisa! – Ele diz se sentando na cama.

E essa é a minha deixa, é agora preciso confessar a ele o meu amor, obedeço e coloco sua camisa sobre minha camisola. Sentando-me ao seu lado.

“É agora Katniss!”- Penso comigo mesma.

– Peeta... Preciso te confessar uma coisa e não sei se depois disso você ainda vai me querer com sua camisa... – Digo de supetão e coro.

– Katniss... – Eu o corto pondo um dedo sobre seus lábios.

– Me deixa falar, se não... Não sei quando vou ter coragem de novo. – Digo.

Ele assente com a cabeça e retiro meu dedo de seus lábios.

– Peeta você deve esta achando que eu fiquei louca, mas não foi isso que aconteceu, depois dessas semanas de convivência forçada eu percebi que não conseguiria me separar de você agora. Quero que saiba que para mim não tem mais volta... Não consigo mais dormir se não for em seus braços, sorrir se não for por sua causa e morro de ciúmes ao lembrar daquelas moças em cima de você hoje pela manhã. Eu quero que saiba que é sem você que eu não consigo sobreviver! Você me salvou várias vezes e quando eu não tinha ninguém era você que estava lá, sempre pronto para enxugar minhas lágrimas e afagar meus cabelos... Você é meu Peeta! E eu quero que você me torne sua! E quero isso esta noite! Eu te amo... – Desabafo e sinto um peso sair das minhas costas.

– Katniss Evedeen... – Ele me olha incrédulo e eu o corto novamente.

– Mellark... Katniss Mellark! – Sorrio e deposito um beijo leve em seus lábios.

Ele me olha incrédulo parece processar cada palavra dita por mim.

– Katniss... Tira essa camisa. – Ele diz me olhando nos olhos.

– Como? – Pergunto confusa... Ele poderia dizer que me ama também né.

– Você disse que depois dessa conversa eu não iria querer ver você com ela! Na verdade não quero ver com nenhuma peça de roupa... – Ele me esclarece e eu coro com seu comentário malicioso.

– Peeta... – Me mostro meio acanhada.

Ele simplesmente me ajuda a retirar a camisa e me olhando nos olhos me diz as únicas palavras que eu precisava escutar naquele momento.

– Eu te amo Katniss! Katniss Mellark!

Ele abre um sorriso gigantesco nos lábios e me encara por alguns instantes. E então ele me toma em seus braços e me beija, não um beijo terno, mas um beijo voraz um beijo que me faz querer mais e mais.

E então naquela noite Peeta me tomou em seus braços e nos fizemos um só.