Niko, com um cuidado de quem toca um animal raro, percorre com as pontas dos dedos o peito de Felix, da cintura até o pescoço, ao final encaixando sua mão em seu rosto, acariciando sua orelha e seus cabelos. Felix vira o rosto para beijar a palma da mão de Niko, que mal consegue acreditar no que está acontecendo: Felix, deitado na cama, beijando sua mão, sentindo o seu gosto ainda na boca. Era como se ele lhe dissesse: faça o que quiser comigo, carneirinho.

Lentamente, ele começou a afrouxar o cinto de Felix, que erguendo os quadris, ajudou-o a tirar sua calça, seus sapatos e meias, que caíram no chão junto às outras roupas. Niko deixou-o só de boxer... preta. Niko sorriu. É óbvio que Felix usaria uma boxer combinando com o resto da roupa. A boxer não o cobria inteiramente, deixando a ponta à mostra. Niko encaixou sua mão exatamente em cima dele, seus dedos ao longo do membro que iria conhecer agora, e sentiu-o pulsando sob o tecido. Felix gemia sem falar nada, ao sentir o calor da mão de Niko. Carneirinho ajoelhou-se sobre ele, e beijou longamente a ponta que pedia mais, mais... estava concentrado nisso, de olhos fechados, quando sentiu a mão de Felix na sua boxer, apalpando-o.

– Carneirinho, acho que você já está pronto de novo...

Niko levantou os olhos e sorriu para Felix.

– É, eu sei - e tirou a boxer do outro, e em seguida a sua. De agora em diante só a camisinha estaria ainda entre os dois, mas todo o resto dos seus corpos estaria em contato pele a pele, e Niko mal podia esperar por isso.

Deitou-se sobre Felix, que afastou os joelhos para que o outro se aproximasse ainda mais. Niko ensaiou alguns movimentos, curtindo por antecipação as sensações que estavam por vir. Felix pediu sussurrando, com as mãos nos quadris de Niko:

– Por favor...

A essa altura, nenhum dos dois falava mais nada, e somente com o olhar e as mãos iam guiando um ao outro para dizer o que queriam e o que gostavam.

Niko segurou-se nos cabelos de Felix, enquanto sentia-se envolvido pelo seu corpo quente.

– Você me sente, Felix? Me sente dentro de você? – sussurrou, ao lado do ouvido, querendo ouvi-lo falar.

Mas Felix não conseguia falar, apenas fez que sim com a cabeça. Soltou as mãos das costas largas de Niko e foi socorrer a si mesmo, pois ia terminar a qualquer momento.

Niko, ao perceber as mãos de Felix em si próprio, sussurrou:

– Eu falei que ia cuidar de você. Tira a mão, me deixa te fazer...

Felix jogou a cabeça para trás, ofegante, enquanto era trabalhado pelo seu amado, que não teve muito tempo. Felix se largou completamente nas mãos de Niko e com aquela última massagem na próstata, jogou os braços para trás e agarrou a borda da cama enquanto movia os quadris sem pensar no que estava fazendo, apenas querendo ganhar mais um centímetro de Niko dentro de si...

... E gritou, não do modo longo e contínuo, até suave, como Niko o fez naquele momento, mas gritou forte, entrecortado, aos pedaços.

Quando terminou, chorava, soluçando, e Niko jogou-se para abraçar o companheiro completamente, da cabeça aos pés. Ficaram assim um bom tempo, até que a respiração e o coração de ambos foi voltando ao normal.

Niko foi se erguendo devagar, apoiando-se na cama, cercando Felix com as mãos, descolando-se de seu peito. Esticou o braço para pegar a toalha que tinha deixado ao lado da cama, e secou a ambos, carinhosamente. Aos poucos, enquanto fazia isso, saía de dentro de Felix. Por fim, tirou a camisinha.

– Você é demais, Carneirinho, não te mereço – disse, sorrindo.

– Bobinho, a gente tem tudo a ver, vamos ficar juntos... – Niko, com a mesma toalha, secava as suas lágrimas e as de Felix.

Os dois se olharam nos olhos, tentando adivinhar os pensamentos um do outro. Felix segurou firmemente os ombros de Niko, enlaçou-o na cintura com uma das pernas e girou os dois juntos, ficando desta vez por cima.

– Acho que... você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida, Carneirinho.

– Felix, eu sou completamente apaixonado por você.

– Eu também... – olhou para o lado. – A diferença é que você tem coragem de dizer.

– Você vai aprender a se abrir e se entregar pro amor, Felix. Porque agora você tem alguém que te ama de verdade.

– Ah Carneirinho...

Felix junta os seus lábios aos de Niko, sorvendo-o e molhando-o, respirando e sentindo a respiração dele, num longo beijo que transmitia tudo o que ele não conseguia dizer com palavras, mas que Niko entendia.

Ele sabia que iriam dar certo juntos.

As mãos dos dois entrelaçadas, Felix recostou o rosto no peito de Niko e logo, fechando os olhos, começou a ressonar como um gato... Enquanto Niko, de olhos fechados mas acordado, envolvendo o amado num abraço, imaginava os dois deitados ao ar livre, na praia, como quem sabe, um dia, iria acontecer... Mas por enquanto era apenas um sonho. Afinal, esta foi recém a primeira vez...