Brigas por Nada escrita por NanamiUchiha


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Hello pessoal o/ aqui estou eu de novo, desta vez com algo a solo... Bem muito do que ia por aqui está descriminado na sinopse, por isso é só lerem :) espero que gostem ^-^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/468700/chapter/1

- Papá?

- Hm…

- Papá aco'da, por favo'e…

Revirei-me nos lençóis, esfregando os olhos, resmungando ainda ao de leve. Não devia fazer nem duas horas desde que conseguira finalmente adormecer. Vários relatórios da empresa me fizeram estar acordado, de calculadora e módulos em punho, tentando cobrir todas as falhas e receitas do último mês, para amanhã de manhã expor tudo na reunião mensal. Por volta das nove da noite tinha feito uma pausa, para ir deitar a minha princesa e aconchega-la bem nos lençóis, antes de me afundar em contas até às três da manhã.

Olhei para a minha menina. Os cabelos morenos estavam todos despenteados, os olhinhos verdes inchados e lacrimejantes, as bochechas coradinhas e o lábio curvava-se num adorável beicinho. Trazia um gatinho de peluche nos braços, a quem abraçava como se a sua vida dependesse disso. Estiquei a mão para lhe passar o indicador pelo nariz.

- Que se passa Yume?

- P’sadelo… - Murmurou ela baixinho, agarrando a minha mão, trepando depois para a minha cama e escondendo o rosto no meu peito. Sentia-a a tremer por completo. – Chama a mamã… Por favo’e…

- Amor, ainda é muito cedo, a mãe deve estar a dormir…

- Mas eu que’o a mãe… - Fiz-lhe mais carinhos no cabelo, suspirando quando ela se aninhou de novo no meu peito, chorando cada vez mais assustada. Era diferente das birras normais dela sempre que queria ver a mãe. Todo o corpinho dela estava em choque e com espasmos do choro, e eu sabia perfeitamente que não iria conseguir pô-la a dormir de novo. Ajeitei-a mais, fazendo a subir totalmente para o meu peito, como sempre fazia sempre quando ela ainda era bebé. Talvez o bater do meu coração a deixasse mais calma. Procurei rapidamente o número dela no telemóvel, iniciando a chamada.

Incrível como eu antecipava logo as saudações e o seguir da conversa, ainda antes dela atender.

- Eu juro que se me ligas para perguntares se és lindo e porque é que esta e aquela te largaram, eu dou-te voz de prisão.

- Estamos em dias vermelhos, é?

- Não puxes muito por mim Sasuke, que eu não estou a rir-me. Tens noção das horas que são? Eu estava a dormir.

- Eu também o estava, sabes? Mas a Yume veio aqui para a cama, a chorar e a chamar pela mãe. O que querias que eu fizesse com a menina?

- Que não sejas um pai galinha e que a acalmes o suficiente para ela voltar a dormir.

- Pensas que já não fiz isso?

Ouvi-a suspirar do outro lado.

- Estás a inventar só para me chateares, não estás? É que estás a conseguir.

- Queres falar com ela, para teres certezas?

- Quero.

Era incrível a falta de confiança que ela tinha nas minhas palavras. Bem… Não era de admirar, dado que foi exactamente por essa falta de confiança que o nosso casamento tinha acabado. Fiz carinhos no cabelo da Yume, passando-lhe o telemóvel, deixando-me estar só a dar-lhe festas no cabelo enquanto ela falava com a mãe.

- Mamã, por favo’e, vem pa’a cá. – Choramingou ela, fungando muito logo de seguida, enquanto em a beijava pelo rosto para lhe enxugar as lágrimas. Consegui ouvir o suspiro da mãe dela.

- Yume, ainda é muito cedo pequenina, a mamã está cansada do trabalho, e tenho a certeza que o teu pai também está. Não consegues voltar a adormecer?

- Nhão… Tenho a ce’teza que o homem mau vem at’ás de mim de novo.

- O pai não deixa que ninguém vá atrás de ti amor… - Tentei assegurar-lhe.

- Po favo’e mamã. – Implorou ela de novo antes de recomeçar a chorar, arrepanhando o meu pijama com as mãos. – O papá vai domie po sofá se quise’es.

- Claro que o pai… Ei. – Olhei-a de queixo caído, ao ouvi-la dizer tal.

- Só se for assim mesmo, e olha que tens de me garantir que ele não volta para a cama.

- Eu ga’anto.

- E eu a pensar que a cama era minha.

- Diz ao pai que a mãe manda ele estar caladinho.

- O pai ouviu. – Retorqui para o telemóvel, vendo um sorriso formar-se no rosto da Yume, antes dela me entregar o aparelho para a mão. – Tenta demorar menos tempo do que o meio século que demoraste a atender.

***

- Ena, acho que é a primeira vez que chegas tão cedo, sem teres uma detenção para fazer.

- Se continuas a mandar postas de pescada, eu posso considerar fazer mesmo uma detenção. – Os olhos verdes dela praticamente penetraram todas as minhas defesas, num olhar que e sabia ser potencialmente mortal, se as palavras erradas me saíssem pela boca.

- Podes deixar a delegada Uchiha por um instante.

- Sabes muito bem que sempre foi Haruno, não te metas a apadrinhar-me. E afasta-te de mim. – Senti a mão dela bater no meu peito, para impor a distância a que ela se sentia mais confortável. – Onde está a Yume?

- No quarto. – Disse meio suspirando, desistindo de lhe pegar na mão, quando ela também ma afastou. Segui-a apenas com o olhar, enquanto ela atravessava a minha casa, na direcção do cómodo.

As coisas entre mim e a Sakura nem sempre foram assim tão distantes. Tínhamos tido uns três anos maravilhosos como namorados, mas os problemas começaram a aparecer assim que a aliança tocou os dedos de ambos. Ainda pensamos que o nascimento da nossa filha fosse fazer com que as coisas melhorassem, mas tanto o trabalho dela como a minha atitude fizeram as coisas descambarem por completo. Mas eu sabia que ela ainda me amava. Tal como eu a amava a ela. Ela é que era demasiado durona para o mostrar.

A Sakura era delegada, tinha uma imagem de mulher policial a manter. Era uma das coisas que mais me tinha atraído nela, pois eu mudava sempre de companheira porque nenhuma conseguia ter pulso firme comigo. Ela algemara-me por completo… Por vezes, até literalmente. Ainda agora o fazia, bastava um olhar dela para eu temer pela minha vida, ou pelo menos, pela minha condição física. Tinha sido essa férrea atitude que a tinha feito subir firme na polícia, mesmo sendo desafiada e rebaixada por tantos homens. Eu admirava-a, acima de tudo.

Em contramão, ela achava-me o mais básico dos homens. O que ligava mais à aparência, o que sempre fazia de tudo para obter as atenções, o que não tinha medo de ser descarado o suficiente só para conseguir o que queria… No fundo, um mulherengo incurável. E eu tinha de admitir que, em parte, isso era verdade. Desde que nos havíamos separado que voltara a velhas andanças, mas desta vez procurando por algo que só sentia quando estava com ela. Resultado? Corria tantas ao ponto de não me lembrar dos nomes, levando tacada após tacada, buscando depois por ela, para confirmar que o que tinha vivido era real. Claro, somente para levar nova tacada, porque ela odiava fazer com que me sentisse bem para poder anda de novo atrás de todas e mais alguma, como ela costumava dizer.

- É que nem venhas. – Disse ela, sacudindo-me as mãos da cintura dela, quando eu a enlacei após me ter deitado ao lado dela. Ela protegia a Yume contra os seus seios, deixando-me com um ligeiro sentimento de ciúmes por tal.

- Estou só a abraçar-te…

- Não quero abraços teus, circula.

- Sah…

- Não me chames assim, que eu já sei muito bem o que vem depois disso.

- Mas eu nem sequer…

- Ias dizer nada, ias sim, eu conheço-te.

- Pronto, vai começar.

- Não Sasuke, não vai começar mesmo, por isso tira as mãos daí… E não me beijes caramba!

- O teu marido não te pode dar um beijo?

- Eu devia estar mesmo louca para ter aceitado casar contigo. – Revirei os olhos quando ela levou a manga da camisola à bochecha, limpando o sítio onde a tinha beijado. Mal sabia ela que eu estava a tentar beija-la na boca, não apenas no rosto.

- Tu adoras-te cada momento, parecias uma menina sonhadora no dia do casamento.

- A burka com que eu estava deve ter feito o seu efeito de ilusão, para imaginares essas coisas. Afasta-te de mim caramba…

- Tenta dizer-me isso sem esse olhar de desejo a apontar para os meus lábios.

- Tens a boca suja, só isso.

- Onde? – Ouvi o riso contido dela chegar-me aos ouvidos, assim que me aproximei do espelho, acendendo a luz do candeeiro para conseguir ver melhor. Ela era terrível… Sabia bem que o meu ponto fraco era a minha imagem e ela pegava exactamente por aí. Voltei a deitar-me, tapando-nos aos três com os cobertores.

- Vais ficar amuadinho, é? Não admira que a Yume faça tanta birra, aprendeu contigo.

- Dá jeito ela ter o pai com quem aprender alguma coisa, pelo menos.

- É que tu nem te atrevas. Foste tu mesmo a dizer que ficavas com ela, para não termos de ir a tribunal por causa disso.

- E eu disse o contrário?

- Mandas-te a indirecta sobre o quão tempo eu tenho disponível. Afasta-te caramba!

- A cama é de solteiro, lembraste?

- Imagino que dê jeito para quando trazes companhia.

- Sah…

- Tira a pata… Estou a avisar-te.

- Fala baixo, olha a menina…

- Tira as mãos de cima de mim que eu já falo baixo. Ou então vai para o sofá, com a tua filha me garantiu que farias.

Finalmente soltei-a, mas mantive o corpo suficientemente perto para lhe tocar. Ela ainda me olhou pelo canto do olho, mas percebeu que não dava para impor mais distância. Ainda assim, rodou na cama trazendo a Yume consigo, de forma à pequena ficar no meio de nós dois.

- Afinal ela adormeceu perfeitamente bem sem mim.

- Ela chorou até à exaustão, tadinha. – Disse baixinho, aproximando-me para beijar a minha menina no rosto. Ela suspirou, o canto dos lábios tremeu ligeiramente, na amostra de um sorriso, antes do beicinho lhe dominar de novo a expressão. – Nunca a tinha visto tão assustada. Ainda lhe perguntei a que homem mau ela se referia, mas ela foi tão confusa a explicar que não consegui perceber se ela falava de algo real ou não.

- Terá sido alguém que a viu na creche e meteu conversa com ela?

- Não faço ideia, as educadoras também não me fizeram qualquer reparo…

Observei o modo com que as mãos dela acariciaram os cabelos da menina, uma expressão muito mais séria delineadas nas feições do seu rosto. Era raro, mas perante mim já não estava a delegada, mas sim uma mãe preocupada.

- Amanhã eu vou lá e pergunto se elas sabem alguma coisa. Nem que mande aumentar a segurança ali.

Ou então era somente a delegada, na pele de mãe…

- Vais lá busca-la então?

- Buscar não, que eu amanhã tenho um interrogatório à tarde. Mas posso ir leva-la de manhã. Assim escusas de levantar tão cedo.

- Tenho de levantar na mesma, mas sempre vou directo para o escritório assim…

- Pronto, fica assim então.

- Sah…

- Já te avisei, não já?

- Sim, já sei, afasto-me de ti. – Suspirei de novo, recolhendo de novo o meu braço, impedindo-o de se alojar de novo em redor da cintura dela. Limitei-me a enlaçar somente a Yume, cruzando o braço ligeiramente por cima do da Sakura, que fazia o mesmo enquanto dava festinhas nas costas da menina. A nossa pele roçava muito de vez em quando e, bem junto da barriguinha da Yume, eu conseguia também sentir a da mãe dela. O coração batia ligeiro a cada respiração, num ritmo pendular que rapidamente tomou conta da minha percepção e me fez fechar os olhos.

Cedi finalmente ao sono.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eeeee para primeiro cap é isto com que vos deixo :) espero que a história seja do vosso agrado, se puderem comentar ou mesmo que queiram dar alguma sugestão, estejam à vontade o/ vemo-nos no próximo capítulo



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Brigas por Nada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.