Entre Vivos e Mortos escrita por TheBlackWings


Capítulo 13
Capítulo 13 – Resoluções nos trazem mais segredos.


Notas iniciais do capítulo

Depois de uma demora terrivel, aqui está!

Esse é o mais capitulo, e um dos melhores que ja escrevi.

Obrigado pela paciencia de meus queridos leitores.



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Escuridão e nada mais. Era apenas o que se podia ver. Sentia suas mãos dormentes por causa do frio extremo daquele lugar. O vento cortante fazia-o tremer e sentia uma dor dilacerante em seu abdômen. Abriu os olhos devagar devido a dor, tentando se situar. Ofegando, sua vista se clareava e a única coisa que via era neve e gelo. Abaixo de si, via o próprio reflexo no liso chão congelado, manchado pelo próprio sangue que escorria de seus ferimentos. Sentia-se fraquejar, seus braços pareciam não agüentar o peso do próprio corpo, entretanto continuava tentando se levantar. Sentiu um cosmo familiar se aproximar, sua voz seria era clara mesmo no meio daquela ventania.

- Outra vez. – Só ouviu essa frase, e sentiu um golpe forte em suas costas que o fez cair novamente.

 

Shun deu um salto, se sentando em sua cama. A respiração ofegava, e continuava sentindo frio, mas não tão intenso quanto no sonho que acabara de ter. Estava apenas com uma camisa branca, que contrastava com as faixas enegrecidas que cobriam suas mãos. Sentado na cama, naquele enorme quarto escuro onde apenas a luz da lua passava pelas finas cortinas, e uma brisa gélida passava pelas janelas abertas. Com a respiração mais calma, o jovem se jogou para trás na cama, se deitando novamente e pensando naquele sonho.

 

- Ótimo jeito de acordar no meio da noite... – Riu consigo mesmo, e depois teve uma tosse seca, seguida de um filete de sangue no canto de sua boca. Com uma das mãos apenas limpou o sangue no tecido negro que a cobria e olhou a mancha escura que se formou. – Hum... estava demorando...

 

Sentiu novamente a brisa fria e estremeceu. A janela se movimentou um pouco, mas foi o suficiente para o jovem entender o que ouve.

- Mais um? O que eu tinha dito? – Falava, aparentemente sozinho, quando uma sombra alta e estranha surgiu da escuridão.

- Eu sei o que você disse. – O estranho, que o homem Youma chamava de Myu, apareceu misteriosamente da escuridão. – E sei que você também disse que estava tudo bem.

- E esta. – Shun se jogou novamente na sua cama. – Isso é normal.

- Que seja.

- E o que veio fazer aqui?

- Vim lhe avisar que terei que voltar para lá. – Shun não demonstrou surpresa.

- Entendo... Não tem problema. Tive sorte, achei que iria ter mais problemas aqui. – O vulto lembrou-se do estranho pedido dele: Que usasse sua telecinese para paralisar “certas pessoas”. Mas ele não era ninguém para julgar aquilo, afinal, se “Eles” aprovaram aquilo, ele só devia obedecer.

 

- Mais alguma coisa? – Voltou a si ouvindo o jovem perguntar.

- Sim. Vim avisar para ter cuidado com o... Você sabe quem. – Estava passando tempo demais com Youma, regras! Regras!

- Cuidado? O que ele esta aprontando dessa vez? – Outra vez, nenhuma surpresa.

- Nada que eu saiba. Apenas não confio nele. – O vulto se dirigiu a janela. – Estou avisando, ele é traiçoeiro.

- Eu sei. Mas ele tem bom humor. – Deu uma risada simples para o outro, que balançou a cabeça, sumindo logo depois na escuridão, fechando a janela atrás de si. O jovem se virou e tentou voltar a dormir.

 

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O dia finalmente amanheceu. Uma leve chuva caia sobre a cidade. Os cavaleiros acordaram inquietos. Os preparativos para a primeira refeição do dia seguiam normalmente, Saori Kido permanecia preocupada. Sua intuição lhe dizia que algo ruim iria acontecer em breve. Os primeiros a ficarem de pé foram Seiya e Jabu, e depois os outros cavaleiros foram aparecendo. Aparentemente, tudo seguia um curso normal e tranqüilo, mas mesmo assim todos se mantinham em alerta. Na entrada da mansão, numa pequena área cobrindo a porta principal do lugar, Cisne observava a chuva. Dentro da mansão, Seiya e Jabu paparicavam a jovem Kido, enquanto esperavam que o café da manhã fosse servido. O jovem cavaleiro treinado na Sibéria não se abatia com o frio que aquela chuva trazia. Em silencio, estava mergulhado em seus próprios pensamentos, nem percebeu a chegada do cavaleiro de pégaso.

- O que esta fazendo, Hyoga? – O cisne levou um susto com a chegada sorrateira de Seiya.

- O que você quer? – Respondeu secamente. O outro não gostava de respostas secas.

- Deixa de ser grosso! E só fiz uma pergunta. – Sem obter resposta, Seiya se encostou ao lado de Hyoga. – Então, o que acha que ira acontecer?

- Acontecer?

- Sim. Esse negocio dos cavaleiros negros...

- Eles irão nos atacar. Isso é obvio.

- Também acho, mas eu tenho certeza que iremos vencer eles! – Seiya sempre com sua empolgação, o que irritava Hyoga.

- Continue pensando assim.... – Aprendeu uma coisa com os últimos acontecimentos: Ficar em silencio.

- Vou voltar lá para dentro, se eles nos atacarem estaremos preparados! – Andou pela porta à dentro, terminando a frase enquanto andava. – Tomara que dessa vez o Shun lute conosco.

 

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Logo todos estavam em roda da grande mesa. Ou melhor, todos menos Ikki e Hyoga. Shun foi o ultimo a aparecer, o que não surpreendia ninguém. As conversas não eram tão animadas quanto normalmente, todos estavam tensos e imaginando que, a qualquer momento, poderiam entrar em guerra. Saori Kido parecia mais tranqüila na presença de todos os cavaleiros, conversava com todos com um tom baixo de voz, o que prevalecia no local.

- É bom vê-la mais animada Saori – Jabu continuava sua bajulação. – Estávamos preocupados.

- Obrigada Jabu. – Deu um sorriso simples. – É tudo graças a vocês!

- Não podemos deixá-la desanimada se preocupando conosco viu? – Seiya completava as frases de Jabu, os dois viviam em pé de guerra. Os outros na mesa riam com os embates daqueles dois.

 

Shun, apoiado na mesa, parecia um tanto distante aquela manhã. Perdido em seus pensamentos, tinha que deixar tudo preparado para qualquer coisa que acontece-se. “já se foram cinco dias... meu tempo esta se esgotando.” Lembrava-se de que todos os acontecimentos prometidos para aquele dia poderiam ser úteis para seus propósitos. Tinham que ser.

- Shun? – A voz de Saori Kido despertou o jovem. – Esta tudo bem?

- Sim, sim, desculpe. – Shun deu um sorriso simplório.

- Eu entendo, estamos em uma época agitada, é normal ficarmos fora do ar às vezes. – A jovem dama entendeu a distração do jovem, que apenas assentiu com a cabeça.

 

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O dia prosseguiu sem exaltações, o que surpreendeu os cavaleiros. O sol já estava alto há horas, a tarde caiu e nenhum movimento suspeito. Todos os jovens cavaleiros pareciam entediados, andando de um lado para o outro da enorme casa. Saori Kido permanecia na sala principal da mansão, junto de Seiya, Shun, Jabu, Nachi, e Hyoga. Todos ali achavam que seria necessário proteger a jovem em caso de um ataque.  

 

No portão da residência dos Kido, Ikki estava encostado em uma pilastra, sob umas arvores que se expunham por cima dos altos muros. A leve garoa continuava a cair, deixando o cenário triste e mórbido. Distraído, perdia-se nos pensamentos...

- Olá! – A voz vindo do lado fez Ikki tomar um susto. Do nada, o homem irritante de cartola e terno apareceu encostado ao seu lado no muro.

- De onde você veio? – Perguntou, ainda se recuperando do susto.

- Odeio quando as pessoas me perguntam isso! – Resmungou Youma, o homem por traz de tantas desconfianças. - E então, quais as novidades?

- O que te importa? – Grosseiramente Ikki repudia o outro, evitando olhar para ele.

- Muito me importa, gosto de ficar por dentro das novidades desse belo mundo!! – Ikki estranhou o jeito dele falar. “Mas ele é louco mesmo, então por que discutir?”.

- ....

- Não vai me dizer nada?

- ....

- Não gosto de ser ignorado.

- ....

- Ok então. Não me diz o que eu perguntei, também não lhe direi o que eu sei...  – Fazendo face de arrogante, o homem se emburrou para o cavaleiro, que ficou imaginando o que ele podia saber.

- Do que esta falando? – Ikki tentou entender.

- Agora você fala, não é meu jovem? – Ainda encenando, ele sorriu ironicamente para ele.

 

Fênix tentava entender o jogo de Youma. Embora estivesse convencido que era apenas um homem insano que procurava atenção, não conseguia deixar de ficar desconfiado.

- Você primeiro! – O mais velho disse. – Alguma novidade?

- Heh. Você é um idiota!

- O que?

- Acha que irei cair no seu jogo? Quer que eu pense que sabe alguma coisa quando na verdade só quer descobrir sobre nós. – Se desencostou do muro, e continuou falando de costas para ele. – Não sei por que encarnou-se em mim, mas eu estou te avisando para se manter longe.

 

Após falar, começou a andar para longe do homem. Este, sorriu se forma escancarada como se estivesse esperando aquilo.

- Hehe... Você não muda mesmo. – Falou em tom baixo, para si mesmo, mas logo após se pôs a falar alto. – Você que sabe, amigo! Mas ouça-me uma vez!

O cavaleiro parou um segundo, como se estivesse disposto a ouvir o que o outro iria dizer. Enquanto começava a falar, o homem pegou um cigarro e um fósforo num bolso.

- Preste atenção. – Riscou o fósforo no muro para acender o cigarro. – Sombras não atacam enquanto o sol iluminá-las.

 

Intrigado com a frase, Ikki tentou contestar o homem.

- Do que esta faland... – Ao se virar, o homem havia sumido, deixando apenas a fumaça de seu cigarro pairando no ar úmido daquela tarde. O cavaleiro pensou um momento no que aquilo poderia significar. Olhou para o céu, meio encoberto pelas nuvens de chuva, mas onde era possível ver o Sol, este já se preparando para desaparecer. Suas divagações desapareceram com o som estridente vindo de dentro da mansão.

 

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O cenário mudou drasticamente em minutos, como já era esperado. A porta da mansão, antes fechada agora jazia escancarada e destruída. A sua frente, os oito cavaleiros presentes na mansão no momento encaravam seus inimigos, que havia atacado o local furiosamente. Eles, os Cavaleiros Negros, traidores repudiados por Athena do Santuário como criminosos, se diziam a trabalho do próprio mestre dos cavaleiros. Haviam vários cavaleiros negros, com suas armaduras sem brilho e suas faces confiantes cercavam os cavaleiros. Mais atrás, o Líder deles Jango, conhecido como o pior bandido entre eles, envolvido em muitos crimes e mortes violentas, era temido e odiado por muitos. Junto a ele, estavam os famosos Cinco Grandes Cavaleiros Negros, conhecidos como Pégaso negro, Dragão negro, Cisne negro, Andrômeda Negro e Fênix Negro. Suas armaduras eram idênticas as dos cavaleiros de bronze com constelação correspondente, porém eram negras e ameaçadoras. O combate era iminente. A maioria dos cavaleiros já estava com sua urna nas costas, esperando por esse momento.

 

- E então, cavaleirinho? Já esta tremendo? – Um cavaleiro negro provocou Seiya, que o encarava.

- Há, nem imagina o quanto! – Respondeu ironicamente. Se virando discretamente, procurou Saori com os olhos. Esta estava dentro da sala ainda ao lado de Shun, que era o único que não estava com sua urna. Logo voltou a encarar os inimigos, que eram muitos: Mais de 20 cavaleiros negros estavam cercando eles.

- Finalmente Ação! – Jabu vibrava com o momento. Nachi, Ichi, Ban e Geki também pareciam motivados. Hyoga se mantinha perto da porta, não parecia gostar da situação. Shun tinha uma expressão semelhante, não lhe agradava nada os inimigos tão próximos, mas de certa forma sentia que aquilo traria bons frutos. Saori parecia assustada mas tentava disfarçar isso.

- Falem logo onde esta a armadura de Ouro!! – Outro inimigo falou alto.

- Vocês nunca vão por as mãos nela! – Seiya retrucou, o que apenas fez os cavaleiros negros rirem.

- Saiam da frente! – A voz firme de Jango soou ao fundo, fazendo os seus subordinados se afastarem. Agora, cara a cara com os jovens cavaleiros, ele ria e olhava um a um. Era um homem forte, com uma face cheia de cicatrizes, o que deixava ainda mais aterrorizante. – Vejam só esses cavaleiros, que patético. Não se fazem mais cavaleiros como antigamente.

- Quem é você? – Nachi berrou ao homem.

- Meu nome é Jango, sou o líder dos Cavaleiros Negros. E acho melhor nos obedecerem ou iremos matar a todos. Até mesmo aquela bela garotinha. – Falou apontando para Saori Kido, que deu alguns passos para trás. Imediatamente os cavaleiros se puseram a sua frente.

- Não permitiremos que toque num fio de cabelo dela! Iremos lutar até o fim!!! – Seiya gritou alto, sendo apoiado pelos outros jovens cavaleiros de bronze presentes. Com um rápido movimento, O jovem elevou sem cosmo fazendo sua armadura vestir seu corpo. Jabu, Ichi, Nachi, Ban, Geki e Hyoga fizeram o mesmo.

- Se é assim que vocês querem – Jango apontou os cavaleiros e ordenou seus subordinados. – Acabem com eles!!

 

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Longe da batalha que acontecia no oriente, aquele lugar era calmo e escuro. Tão escuro que não era possível ver nada nem ninguém. Iluminado era apenas aquilo que se encontrava perto das chamas das tochas presas as paredes de pedra escura e úmida daquele longo corredor vazio. Andando por ele, a figura semi-encoberta de um ser de aparência bizarra, apresentado por Youma como Myu, se dirigia por aquelas sombras como se conhece aquele caminho há séculos. No fim do enorme lugar, uma porta gigantesca e decorada com auto-relevos foi aberta para que o próprio entrasse.

 

Dentro dessa porta mais trevas. Agora a iluminação se dava a tochas no chão, se subiam o rumo de uma escadaria. O estranho homem parou, se ajoelhando logo a seguir perto do pé daquela escada. Do alto, onde não era possível ver nada, uma voz o interrogou.

- O que tens para nos dizer? – A voz era firme e gélida.

- Nada de concreto. Ele não descobriu nada, apenas tem uma pista. – Myu parecia mais sério que de costume. A presença acima da escada era muito imponente.

- Já imaginávamos isso. – Outra voz, não muito diferente da primeira, soou após.

- Quando ele voltará? – A primeira voz voltou a falar. – Ele sabe que não deve ficar muito tempo afastado.

- Ele falou uma semana. Já é o quinto dia, então creio que voltará logo. – Ambas as vozes ficaram em silencio. Depois de um período, a segunda voz voltou a falar.

- Perfeito. Por enquanto, não será necessário seu trabalho. Pode se retirar agora. – A voz completou e se calou. Myu pensou um momento e perguntou.

- Me perdoem, mas eu gostaria de fazer uma pergunta. – Mesmo ambas as vozes ficando em silencio, entendeu que poderia perguntar. – Por que permitiram que Youma fosse até o oriente?

 

O silencio continuou. O estranho homem manteve-se de cabeça baixa, aguardando uma resposta. Alguns segundos, a segunda voz respondeu novamente.

- Não estamos preocupados com as atitudes dele por enquanto. Estamos conscientes de seus atos. – A voz foi direta e logo se silenciou. Myu balançou a cabeça afirmativamente e se retirou.

 

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 - Você ira morrer!!! – Os cavaleiros negros atacaram ao comando de Jango. Saltando para cima dos cavaleiros, tentavam acertar socos e chutes com uma grande agilidade. Seiya desviava e bloqueava a maioria dos golpes, enquanto acertava também os inimigos. Jabu e seus companheiros passavam um pouco mais de trabalho com os muitos opositores. Hyoga era o mais rápido, os golpes inimigos nem o acertavam. Agia calmamente e mantinha-se concentrado, enquanto repudiava com seus ataques os inimigos. Mesmo lutando com fervor, os subordinados de Jango eram muitos, e rapidamente se viram cercados. Shun apenas protegia a jovem Saori Kido.

 

 - É só isso que pode fazer? – Seiya provocou o cavaleiro que lhe atacava. Este se enfureceu, partindo para cima do jovem, que com um movimento rápido desviou e lhe acertou um golpe nas costas que o jogou no chão. A resistência daqueles cavaleiros era terrível, e eles acabavam levantando-se novamente.

- São piores que baratas, não se dão por vencidos nunca! – Nachi reclamou já irritado com aquilo tudo.

- Não me importa, eu faço questão de bater quantas vezes forem necessárias. – Disse Jabu, ainda cheio de energia enquanto lutava contra os numerosos inimigos.

 

Depois de minutos ainda lutando, e agora totalmente cercados, os cavaleiros ofegantes recuavam. Os cavaleiros negros riam, alguns já totalmente esgotados ainda se levantavam para continuar a luta. Jango apenas observava e se divertia, ao lado de seus cavaleiros negros superiores.

- Já estamos esgotados? – Ichi perguntou alto aos cavaleiros. Dentre eles, o menos cansado era Hyoga, que manterá a calma o tempo todo.

- Eu não vou desistir! – Pégaso esperava os cavaleiros negros atacarem novamente. Parecia muito motivado pela batalha, como sempre. Do outro lado, o líder dos cavaleiros de armaduras negras apenas observava.

- O que estão esperando? Acabem com esses inúteis!!

- Sim, senhor!! – Ouvindo a ordem de Jango, atacaram novamente os cavaleiros, que já assumiram uma pose defensiva quando acontece o inesperado. – O- o que é isso?

 

Surpreendentemente, os cavaleiros negros param, e são arrebatados por uma forte cosmo-energia que acabará de surgir no campo de batalha. Ikki, o cavaleiro de Fênix trajava sua armadura e com um golpe, fez os inimigos recuarem. Os jovens guerreiros estavam surpresos com a aparição do outro, principalmente com sua reluzente armadura avermelhada como o fogo de seu cosmo.

- Ikki! – Seiya foi o primeiro a cumprimentá-lo. – Você era a ultima pessoa que esperávamos ver aqui.

- Tem razão, que bom que chegou. – Geki continuou, embora o próprio ignorasse totalmente os cavaleiros. Surpresos ou não, todos os cavaleiros observavam o próprio, inclusive Shun cuja expressão era totalmente indecifrável. Seus olhos eram fixos no cavaleiro de bronze. Surpresa, e um tom de nostalgia e memórias era o sentimento visto nos olhos do jovem. Como ao acordar de um delírio, balançou a cabeça levemente, e voltou-se a jovem que se escondia atrás dele.

- É melhor ir para um lugar seguro. – Falou à Saori, que permanecia com os olhos fixos nos cavaleiros. A mesma balançou a cabeça negativamente.

- Não posso deixar vocês sozinhos. – A jovem tentava disfarçar o sentimento de medo que lhe dominava.

- Será melhor se você se proteger. – Shun insistiu, mas não adiantou. A sua frente, a batalha continuava.

 

- Outro cavaleiro para nos atrapalhar? – Um cavaleiro negro comentou. Outro pareceu sorrir enquanto falava.

- Eu conheço esse homem, ele treinou na Ilha da Rainha da Morte com Guilty. Ele é igual a nós. – Ikki riu ao ouvir o cavaleiro negro falar.

- Sim, eu já ouvi muito sobre vocês. Cavaleiros covardes e patéticos que não tem honra. – Deu um passo a frente, o que acarretou muitos outros passos para trás. – Mas podem ter certeza que não sou igual a vocês.

- Ora, Seu... – Os cavaleiros negros se atiraram novamente, agora todos para cima do próprio cavaleiro de Fênix. Este, elevando seu cosmo, apenas fez um movimento.

- Podem vir, está na hora de acabar com essa covardia de vocês! – Rapidamente, o cavaleiro moveu seus braços para frente do corpo para atacar. – AVE FÊNIX!!

 

A potência do golpe fez com que todos os cavaleiros negros fossem jogados para varias direções. Um vento forte e quente emanava do corpo de Ikki, que atingiu todos os inimigos próximos. Os cavaleiros observavam perplexos e contentes o resultado do ataque. Jango não parecia nada contente com aquilo tudo. Todos seus cavaleiros negros menores foram nocauteados com apenas um golpe.

- Muito bom cavaleiro! – Provocou Jango. – Mas não pense que acabou só por que perdi meia dúzia de subordinados.

 

Após falar isso, os 5 grandes cavaleiros negros, até então apenas como espectadores, deram uns passos a frente do líder Jango. Seus aspectos físicos eram muito semelhantes aos cavaleiros de Pégaso, Dragão, Cisne, Andrômeda e Fênix, alem de suas armaduras serem semelhantes. Os cavaleiros de bronze os encaravam fixamente.

- E então? – O cavaleiro negro de Dragão deu um passo a frente. Seu cosmo era negro como o dos outros inimigos. – Tiveram sorte por terem sido salvos pelo Fênix, mas não terão a mesma sorte outra vez. Qual será o primeiro a morrer?

- Ora seu... – Jabu se irritou partindo para cima do cavaleiro negro, mas este desviou rapidamente, atacando-o e fazendo o Unicórnio ir ao chão. Vendo esse movimento, os outros cavaleiros se puseram em guarda.

- Não pense que ira acabar tão facilmente conosco!! – Nachi saltou para o ataque, seguido de Ichi, Ban e Geki. Mas a cena se repetiu, e todos foram ao chão.

- Fracos, são muito fracos. – O pégaso negro comentou olhando os cavaleiros de bronze caídos.

- Tem razão, são apenas crianças com armaduras! – Fênix negro também debochou deles.

- Desgraçados! Agora vocês vão ver!!! – Seiya elevou seu cosmo, e atacou o dragão negro. Inicialmente, o poder de ambos parecia-se muito, estavam praticamente empatados, quando Seiya conseguiu revidar um golpe no inimigo, mas mesmo assim foi jogado no chão.

 

Observando o rosto, onde levou um soco do cavaleiro, o dragão negro riu e logo voltou-se novamente para Seiya.

- Impressionante Pégaso! É realmente muito forte, mas não pode competir conosco. – Na mesma pose que estava, o cavaleiro negro apenas moveu e apontou seu dedo para Seiya, que não entendeu. – Vou começar acabando com você!

 

Ninguém entendeu o que ele havia dito. Com apenas um dedo, Dragão negro disse que iria matar Seiya de Pégasus. Os cavaleiros caídos tentavam se levantar, e observavam a cena. Seiya olhava seu oponente descrente no seu poder.

- Esta me subestimando se acha que ira me matar com apenas isso. – Seiya rebateu, enquanto tentava se levantar. O homem a sua frente riu, e começou a elevar sua cosmo-energia negra. Ao disparar o golpe contra Seiya, novamente acontece uma interrupção.

- Desculpem a demora, eu ao sabia da emergência que ocorria aqui. – A frente de Seiya, de joelhos o protegendo com seu escudo, Shiryu de Dragão surge do nada para evitar o golpe do cavaleiro negro.

- Outro cavaleiro? – Andrômeda negro comenta.

- He, não importa, seja quantos forem iremos acabar com eles. – Cisne negro completou.

- Shiryu! – Seiya se alegrou ao ver o amigo de volta. Todos ficaram novamente surpresos com a aparição repentina. – Que bom ver você!

- É bom ver você também Seiya! Se eu soubesse que estavam em batalha teria voltado antes. – Shiryu levantou-se, e ajudou Seiya a se levantar também. Saori se animou ao ver mais um cavaleiro junto. Deu alguns passos e ficou lado a lado com Shun para observar melhor a luta.

- Vai ficar conversando ou vai lutar Pégaso? – Dragão negro fez todos voltarem a si. Jabu e os outros cavaleiros voltaram a se levantar com dificuldade.

- Agora quem lutará com você serei eu! – Shiryu se meteu na frente de Seiya.

- Eu quero lutar com ele Shiryu!! – Seiya tentou impedir o cavaleiro mais velho, mas este não deixou.

- Ora, não importa, eu matarei a todos!! – O Dragão negro era confiante e não se abalou em nenhum momento. Ao mesmo tempo, os outros cavaleiros negros se meteram na briga.

- Também queremos lutar um pouco. – Pégaso negro comentou, sendo apoiado pelos outros 3. Hyoga e Ikki deram um passo para frente. O embate era iminente.

- Eu não suporto ser humilhado!! – Jabu partiu para cima do cavaleiro negro mais a frente novamente, sendo seguido pelos outros cavaleiros menores. O dragão negro não teve dificuldade em nocauteá-los, mas esse foi o estopim para o inicio da luta. Pégaso Negro atacou Seiya, que parecia se defender bem de seus golpes. Os outros cavaleiros se chocaram em combate, infelizmente os cavaleiros de bronze pareciam levar uma breve desvantagem.

 

Mais atrás, Shun continuava a proteger a jovem Kido. Apenas observava a luta, seguindo os movimentos dos cavaleiros inimigos e principalmente dos cavaleiros de bronze. Ikki era o único que não estava no embate direto, estando um pouco afastado. Só parou de observar os movimentos quando viu Saori Kido sair de suas costas e andar poucos passos a sua frente. A jovem parecia muito assustada com tudo e agora, ao ver os cavaleiros em desvantagem, feridos e com sangue começando a se espalhar pelo chão. Sentia-se mal.

- Esta tudo bem Senhorita?? – Não obteve resposta. – É melhor ir para um lugar segur...

 

Não conseguiu terminar a frase. A jovem parecia diferente. Com uma voz firme gritou para os cavaleiros em combate.

- PAREM!! – Todos pararam e olharam para ela, mas não por causa do grito, e sim, pois a própria manifestava uma cosmo-energia forte, mas ao mesmo tempo pacifica. Todos confusos, imaginando o porque daquela jovem estar manifestando tamanha energia, cessaram o combate e a observavam. Até ela continuar a falar.

- Não lutem aqui. Por favor! Não quero que se machuquem por minha causa. – A tal cosmo-energia se dissipou do mesmo modo que surgiu. Todos os presentes tentavam entender, mas uma coisa era certa: Essa distração fez o combate cessar.

- Saori... – Seiya falou, era o mais próximo de onde ela estava. Os cavaleiros negros não entendiam por que tinham parado de lutar por causa daquela cena inusitada, mas em pouco tempo voltaram ao normal.

- Não pense que vão fugir da luta!! – o Dragão negro berrou, atacando em seguida Shiryu. O embate reiniciou-se.

- Saia daqui Saori!!! – Foi só o que Seiya berrou, logo sendo atacado pelo Pégaso negro. A jovem jazia agora assustada novamente, observando aquilo tudo de mais perto que o normal.

 

Mais atrás daquilo tudo, Shun era o único que mantinha a expressão mais complexa. Surpresa? Não era bem a expressão dele.

- Eu sabia. Estava certo. Eu tinha que confirmar isso. – Um sorriso de canto de boca foi inevitável. – Minha missão acabou. Eu encontrei Athena!!!


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Notas finais do capítulo

Como disse anteriormente, me baseio no anime e no mangá, tirando partes que se encaixam melhor de cada um. Só para lembrar.

Grata a todos que me deixam reviews!