- Porque eu não sou isso, Harry Potter. Eu não sou aquela garota que é submissa á qualquer homem. Eu não vou continuar enterrando meus sonhos, enquanto fico esperando você tomar a decisão de querer ou não querer ficar comigo. Eu não sou essas vadias que você pega em cada esquina. Eu quero ser feliz, e se não for com você, que seja com alguém que me ame de verdade. - esbravejo.

Escute, estou sozinha numaencruzilhada

Não estouem casa, na minhaprópria casa

E tentei e tentei dizer o que tenho em mente

Você deveria saber

Harry ficava me olhando com os olhos arregalados. Ele não esperava aquela reação vinda de mim. Vinda da garota que levava café da manhã na cama todos os dias. A garota que fazia todas as suas vontades, e o obedecia sem pestanejar. Mas eu estava cansada disso. Eu não nasci para ser empregada de ninguém, e ser submissa á um homem que nem me ama de verdade.

Oh, agora estou farta de acreditar em você

Você não sabe o que estou sentindo

Sou mais do que aquilo que você fez de mim

Segui a voz que você me deu

Mas agora tenho que achar a minha própria voz

- Ginny, eu... - ele começa, mas a sua voz morre.

- Você o quê, Potter? - perguntei arrogantemente.

Minha voz estava morrendo á cada segundo perdido naquela sala. Eu não conseguia suportar a dor de estar perdendo o amor da minha vida, mas era uma coisa que devia ser feita. Ele não me ama, então porque eu me submeteria a isto?

- Eu sinto muito. - diz, por fim.

Foi como se uma adaga tivesse sido enfiada em meu coração.

- Eu sinto muito... - murmuro, acabada. - Estas são as suas palavras finais antes que eu saia por aquela porta e nunca mais volte?

Harry engole em seco, me encarando, e abaixa a cabeça, olhando para seus pés.

- Pois bem, - começo, sentindo as lágrimas arderem em meus olhos, implorando para serem soltas, mas eu não iria dar este gostinho á ele. - Até nunca mais, Potter.

Dizendo isto, pego minha mala, e caminho com passos decididos até a porta, a cabeça erguida. Desço os degraus de entrada, sem nem olhar para trás, mesmo escutando os passos apressados de Harry pelo assoalho branco, vindo até a porta.

Você deveria ter escutado, há alguém aquidentro

Alguém que pensei que tinha morrido há muito tempo

Oh, estou gritando e os meus sonhos serão ouvidos

Eles não serão deixados de lado sobre palavras

Em seus próprio sonhos, tudo porque você não vai

Escutar

- Ginny! - ele chama, e me viro para encará-lo.

- O que é? - pergunto, já não conseguindo conter as lágrimas, meus planos de sair sem demonstrar emoção indo por água á baixo.

- Eu te amei, mesmo. - diz, ao mesmo tempo em que uma lágrima descia por sua bochecha. - E, eu não queria que acabasse assim.

Respiro fundo, limpando as lágrimas de minhas bochechas.

- Pois é, eu também não. - murmuro, segurando firme as alças da mala em minhas mãos.

Ele abre a boca para falar alguma coisa, mas torna a fecha-la, me observando.

- Po-podemos ser amigos? - pergunta, incerto.

Rio com sarcasmo.

- Desculpe, Potter, mas a última coisa de que preciso é de sua piedade. - resmungo.

Ele vira o rosto como se tivesse levado um soco na cara, e volta a me olhar afetado.

- Entendo. - murmura.

Suspiro, e o observo, olhando em seus olhos verdes, que agora estão um pouco vermelhos, pela última vez, e aparato.

Não sei onde pertenço

Mas vou seguir em frente

Se você não fizer isso, se você não vai

Esta parte da minha vida acabou. Harry Potter não existe mais para mim. Eu sei que vai demorar um tempo até que eu me acostume, que eu esqueça-o. Mas vai ser preciso. E se for para ver ele todos os dias no ministério, prefiro seguir uma vida longa e feliz ao modo trouxa.

Oh, a hora de meus sonhos serem ouvidos chegou

Eles não serão postos de lado e transformados

Em seus próprio sonhos, tudo porque você não vai

Escutar

Adeus, Harry Potter.