Licantrope escrita por Lily


Capítulo 9
Quadribol


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores!
Sei que demorei, mas não deu mesmo pra postar antes, mil desculpas e não me matem!!
Bom.. espero que gostem! rss



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/468488/chapter/9

Sempre odiei o nascer do sol. Tudo bem... é bem bonito de se ver, mas isso indica que a minha noite de sono estava acabando e não tem coisa melhor que dormir. Apesar disso, hoje eu agradeci por ser acordada pela luminosidade que entrava pela janela de vidro.

Meu corpo estava dolorido pela transformação, alguns arranhões eram vistos pelo meu corpo e escorriam um filete de sangue. Me arrepiei quando um vento gelado passou pelo quarto e percebi que estava nua e deitada no chão de madeira arranhado por minhas patas.

Levantei-me rapidamente e procurei minhas vestes pelo quarto, encontrando-as todas rasgadas em baixo da cama. Ótimo. Me enrolei na capa do uniforme, que ainda estava em bom estado, e abri a gaveta da cômoda que tinha ali. Tinha algumas vestes trouxas simples, mas que eram o meu número. Vesti-me e enrolei a capa no pescoço novamente.

Durante a noite não saí do quarto. E só agora com o raiar do sol pude ver como a casa estava empoeirada e desgastada. Descendo as escadas vi marcas de arranhões, mas tenho certeza de que não foram as minhas patas a fazê-los. Deveria ser o lobisomem que se transformou aqui antes de mim.

No primeiro andar nem mobília a casa tinha. Mas não teria tempo de explorar agora, precisava estar em Hogwarts antes do café da manhã. Entrei no quarto onde tinha a passagem para o castelo e segui em frente, novamente com um grande desconforto por ter que me abaixar tanto. Apertei o nó do salgueiro lutador e pulei para os jardins.

Entrei pela porta da frente do castelo e caminhei o mais silenciosamente que pude, mas graças ao eco produzido entre o atrito do chão com meus sapatos, qualquer um poderia me ver ali. Cheguei à Ala hospitalar e uma maca me esperava já pronta.

A enfermeira da escola chegou e começou a murmurar feitiços que rapidamente fecharam e cicatrizaram meus cortes, sem deixar marca alguma. Logo depois umedeceu um algodão e começou a passar na minha pele para retirar o sangue seco.

– Tudo bem querida? Pelo que vejo não se machucou muito, a poção realmente funcionou.

– Hum... pode-se dizer que sim. Estou bastante cansada, mas é só.

– A diretora tomou a liberdade de buscar algumas vestes da escola pra você e seus materiais já estão a esperando no canto da sala, dentro da mochila. Vou lhe dar uma poção para amenizar o cansaço e o desconforto.

– Okay – respondi com simplicidade e agradecida por não ter que passar o dia todo morrendo de sono.

A poção era verde e tinha um gosto que eu nunca tinha provado antes. Mas não achei muito agradável. Engoli o mais rápido que pude, quase engasgando. Logo depois troquei as minhas vestes, e, enquanto dava o nó na minha gravata, a porta da enfermaria se abriu num estrondo.

Uma morena e uma ruiva entraram histéricas, abandonaram as mochilas no chão e se jogaram em cima de mim. E logo atrás delas os Potter, o Hugo e um Malfoy olhavam a cena assustados.

– Como você e está? O que aconteceu com você flor? Tem dois dias que a gente não se vê! Ta inteirinha ainda? Porque não avisou que estava se sentindo mal? – A Rose e a Amy se alternavam nas perguntas, fazendo algumas quase ao mesmo tempo.

E foi aí que bateu a culpa. O que eu poderia falar pras duas? Que eu era meio humana meio lobo? O mínimo que poderia acontecer era elas saírem gritando comigo e com caras assustadas, com olhares de medo. Eu não suportaria.

– Estava me sentindo mal e o Potter me trouxe aqui. Madame Strange disse que eu não poderia sair, e que me daria uma poção para melhorar. Só terei que voltar mais tarde pra dormir aqui em observação... Mas está tudo bem agora, estou inteirinha pra vocês!

E com essa deixa, enlacei meu braço no das minhas duas florzinhas e saímos Dalí, deixando as mochilas para trás para que os garotos as carregassem.

– Sophe, temos uma surpresa pra você – A Rose começou com uma cara engraçada, aquela cara de uma criança que fez arte e vai contar pra mãe morrendo de medo do que ela possa falar.

– Desembucha ruiva. – olhei acusatoriamente pra ela e parei de andar no meio do corredor cruzando os braços, na minha melhor pose de mãe que vai colocar a filha de castigo.

– Hum... Eu meio que inscrevi você para os testes de quadribol. Estamos precisando muito de uma artilheira, e você tem físico pra isso. É magra e tem agilidade. E, além disso, nenhum dos outros alunos é bom o suficiente...

– Você o que? – Perguntei indignada – Eu nunca nem montei em uma vassoura!

– Isso não é problema, agente te ajuda na hora do almoço, e os testes são à tarde... Até lá você já saberá como voar.

– Merlin! Eu peço duas amigas e você me entrega dois agouros? Tudo bem Rose... Não tenho direito de escolha mesmo néh?

– Se eu fosse você nem tentava morena, vai cair da vassoura no primeiro jogo. Estamos treinando novos batedores na Sonserina... Vamos acabar com vocês no primeiro jogo. – O Alvo passou por nós me jogando a minha mochila, e seguiu desfilando pelos corredores com o loiro aguado que assoviou para um grupinho de garotas da corvinal que estava parado perto da porta do grande salão. Para o meu desgosto as garotas suspiraram e começaram a cochichar sobre os sonserinos.

– Rose?

– Fala Sophe...

– Eu quero acabar com esses dois. Quando é o primeiro jogo? – perguntei histérica.

– Isso! Já está pegando o espírito da coisa. Daqui duas semanas vai ter cobra chorando e pedindo pra voltar pro colinho da mamãe! – A Rose afirmou dando pulinhos de entusiasmo e rindo maquiavelicamente.

– Hum... A Amy anda muito calada... onde ela foi?!

– O Thiago também sumiu... Acho que isso resolve a nossa questão. – Rimos juntas e fomos solitárias para o café da manhã.

A mesa estava agitada como sempre. Molly II e Hugo cochichavam com a Lily e o Fred II, com certeza aprontariam alguma. Minhas três outras colegas de quarto: Lissa, Clare e Anne conversavam na outra ponta da mesa, e os mais novos faziam a maior bagunça numa pequena guerra de comida. Tudo normal.

Comi algumas torradas, um pedaço de bolo e tomei meio copo de suco de abóbora, enquanto a Rose comeu duas maçãs, três pedaços de bolo e bebeu dois copos de suco... Essa fome dos Weasley tem hora que me assusta! Como é que ela não engorda?!

Fomos direto para as primeiras aulas do dia: dois tempos seguidos de história da Magia... Merlin nos ajude!! Nos sentamos no fundo da sala, no canto esquerdo. Os outros alunos foram chegando aos poucos, mas nada da Amy. Com certeza o que ela e o Poter estavam fazendo era bem mais importante que uma aula chata...

O fantasma do professor atravessou a lousa e iniciou uma monótona e irritante aula sobre a revolta dos duendes... Agora, me fala, que importância isso vai ter na minha vida?!

O relógio estava brincando com a minha cara: cada segundo parecia durar uma eternidade, até, que, enfim a aula acabou. Todos os alunos saíram bocejando, alguns limpando a baba dos lábios depois de dormir bastante.

Quando todos já estavam no corredor, uma coisa prateada sobrevoou as nossas cabeças, tomando o formato de um gato e dizendo, na voz da diretora, que não teríamos a próxima aula de feitiços, pois o professor não estava passando bem.

E, quando dei por mim, já corria pelos corredores de Hogwarts sendo puxada por uma ruiva completamente louca. Chegamos bem rápido ao salão comunal da Grifinória e vimos o casal desaparecido se pegando perto da lareira.

– Run,run – A Rose pigarreou a fim de chamar a atenção para si

A Amy deu um pulo pra trás, como se o Thiago tivesse uma doença contagiosa, e ficou completamente vermelha, enquanto o Potter fechava a cara:

– Precisava atrapalhar Rose? E porque vocês não estão na aula?

– Porque nossa aula foi cancelada e vamos treinar a Sophe agora no campo. E você vem comigo. Depois do treino deixo você se agarrar com a minha amiga o quanto você quiser okay?!

A Amy corou mais ainda, mas o Thiago se levantou se dirigindo ao seu dormitório.

– Eu iria matar essa aula que qualquer jeito – sorriu de maneira cúmplice pra Amy - Arruma uma vassoura pra morena e vamos lá!

Depois de alguns minutos a Rose desceu com duas vassouras do dormitório feminino, e com uma muda de roupa na mão.

– Por enquanto você veste as minhas roupas reservas de treino, mas se entrar no time mandaremos fazer algumas pra você! Acho que vai servir.

Peguei as peças minúsculas de sua mão e não conseguia imaginar como aquilo entraria no meu corpo. A malha esticava, mas ficaria muito colada. O uniforme de treino se consistia num short vermelho bem justo e uma blusa regata também vermelha com o numero dourado.

– Hum, Obrigada... Eu acho – respondi um pouco espantada com a ideia de usar isso na frente de algum garoto.

Logo depois o Potter desceu com a sua vassoura e um sorriso enorme no rosto. Seguimos para o campo de quadribol, ainda vazio, e entramos no vestiário da Grifinória. A Rose e eu nos escondemos atrás de um armário e nos trocamos rapidamente. Quando saímos de lá pegamos o Thiago sem camisa. Fiquei até sem fala... A Amy é bem sortuda, viu...

O garoto se vestiu despreocupadamente, pegou uma caixa que continha as bolas e fomos para o campo.

A grama era macia sob meus tênis, e daqui de baixo os aros eram tão longe e tão pequenos que eu tinha certeza de que não conseguiria acertar nenhuma bola. O Potter abriu a caixa de madeira e retirou de lá uma goles:

– Já te explicaram como é que o jogo funciona não é?! – ele começou – Agora, voar é a parte mais fácil. Tem que ser pra você tão natural quanto andar sobre o chão. Segure a vassoura entre as pernas e dê um pequeno impulso. Tente se manter no ar por alguns minutos.

Fiz o que me foi solicitado, e não foi tão difícil nem aterrorizante como eu pensava. Consegui facilmente me manter por dois minutos a cinco metros do chão sem desequilibrar nenhuma vez. Até olhar para a arquibancada e ver dois olhos verdes observando cada movimento meu. Meu coração começou a acelerar e as mão a trepidar sobre o cabo da vassoura. Pousei rapidamente na grama perto da Rose

– O que é que os sonserinos vieram fazer aqui?! Não deveria ser um “treino” restrito à grifinória? – Falei tentando manter a voz num tom normal.

– Não marcamos o campo Sophe, não podemos mandá-los sair. – Ela bisbilhotou por cima do meu obro – E parece que o Alvo adorou te ver nessa roupa, olha só a cara dele...

Me virei lentamente, e aqueles olhos verdes ainda estavam focados em mim. Maldito Potter!

– Vou adorar jogar contra seu time Thiago... com uma artilheira que só consegue voar cinco metros do chão e nunca pegou numa goles... vai ser fácil ganhar de vocês. – O moreno gritou

– Cale a boca Alvo! – O Tiago revidou com mais alguns palavrões e ofensas.

– Rose, me da a bola. – Pedi sentindo a raiva subir

– O que é que você vai fazer? Não, você ainda não está pron... – A ruiva tentou, mas logo a cortei.

– Rose, me da a porra da bola! Deixa eu mostrar pra esse seu primo idiota o que é uma boa artilheira.

A ruiva me jogou a goles, contrariada, e cruzou os braços para observar, não acreditando no que eu iria fazer. Nem eu sabia muito bem o que iria fazer!

Por impulso, subi no ar até estar na altura dos aros. Escutei risadas do Alvo e do Malfoy lá em baixo, e um grito espantado do Thiago. Lancei a bola com a maior força que pude, mirando o aro do meio. A goles girou no ar e passou lentamente bem no centro dele. Silêncio.

Instiguei a vassoura a dar um girou ao redor do campo e pousei delicadamente ao lado da Rose novamente.

– Que horas vão ser os testes mesmo?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews??? pfv pfv pfv
ps.: alguém aí ta animado pra Divergente?!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Licantrope" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.