Quando abri a porta, quase desmaiei de susto. Não podia acreditar naquilo. Quase vomitei. A visão era horrível, com vários corpos de mulheres, pendurados na parede por ganchos, e suas cabeças abaixo de seus pés. No centro da sala, havia uma mesa, com um vaso de rosas brancas, manchadas pelo sangue das mulheres. Fraquejei, quase caindo numa poça de sangue, mas consegui me segura na porta. Mas o molho de chaves, por sua vez, caiu na poça, manchando-o com sangue.

Fechei a porta, trancando-a desesperadamente, e subi as escadas que levavam até o porão. Pensei: “Então...Então ele realmente matou as esposas? Mas porque ele fez isso? O que leva uma pessoa a fazer isso? Será...que eu vou ser a próxima?” O pensamento me tomava conta, até que saí das escadas e fui para o quarto. Consegui limpar todas as chaves, deixando a do porão por ultimo. Tentei várias vezes, mas o sangue não saía. Depois percebi, que tinha três pedras na chave. Uma azul, A outra vermelha, e a outra era verde. Elas brilhavam. Chave era mágica.Eu atirei do chaveiro, com esperanças de que Klaus não ia perceber.

...

Passaram-se quatro dias desde o ocorrido. Chamei Anna e expliquei a ela o que tinha acontecido.

–Então quer dizer que ele realmente matava as esposas?

–Sim.E a chave do porão era mágica-Eu disse enquanto mostrava a chave ensanguentada.

–Temos que comunicar isso às autoridades o mais rápido possível.

–Sim...

Nós estávamos descendo quando eu olhei para a porta e gelei de surpresa. Klaus tinha acabado de chegar, e nos cumprimentou com um sorriso. Ele foi até mim e disse:

–Resolvi os negócios muito mais cedo do que o esperado. Não é bom que eu esteja em casa mais cedo, querida?

“Não, seu monstro.” Pensei.

–Será que você poderia me dar o molho de chaves-Perguntou ele.

–Si...Sim-Gaguejei enquanto fazia um gesto para Anna ir par a sala.

Entreguei as chaves para ele, ele as examinou e disse:

–Onde está a chave do porão?

–Hã?

–A CHAVE DO PORÃO, A PEQUENENINHA, ONDE ESTÁ-Pergunto ele gritando.

–No meu quarto...

Subimos, ele pegou a chave, viu o sangue, olhou pra mim e disse, mostrando uma grande faca:

–VOCÊ ABRIU, NÃO FOI? VOCÊ ME DESOBEDECEU.EU VOU TE MATAR, SUA DESGRAÇADA.

–Não-Implorei-Pelo menos me dê tempo para rezar.

–Está bem.Você tem um quarto de hora (15 minutos) para rezar. Depois, eu vou mata-la.

Desci e chamei Anna, chorando.

–O que aconteceu?

–Anna...Ele quer me matar!

Ela começou a chorar e de repente pensei numa coisa.

–Já sei. Vamos para a torre mais alta do palácio, onde tem uma janela. Pedro e Filipe disseram que iam me visitar hoje.

Nós subimos para a torre e trancamos a porta. Eu comecei a rezar, enquanto Anna tentava avistar meus irmãos.Eu comecei a ouvir passos e uma voz dizendo: Espero que já tenha terminado suas preces, pois sua hora chegou. Eu me desesperei. Era Klaus. Estava tentando arrombar a porta, e nem sinal dos meus irmãos. Quando ele quase derrubou a porta, Anna os viu e os chamou com um gesto, dizendo para se apressarem.

Klaus entrou, e me pegou violentamente pelos cabelos.Anna passou ao seu lado, para encontrar nossos irmão, mas Klaus a jogou com uma força tremenda na parede, fazendo –a bater a cabeça e rolar da escada. Ele levantou a espada no ar, pronto para me degolar, quando Pedro e Filipe chegaram, batendo a porta na cara de Anna, que rolou da escada e estava lá embaixo, fazendo-lhe um roxão no olho. Eles subiram as escadas numa velocidade tremenda, e vi o peito de Klaus ser atravessado por duas espadas, fazendo seu sangue pingar em meu rosto.

–Eu morro, mas você vem junto- Disse ele, enquanto reunia todas suas forças para levantar a espada no ar de novo, até que ele cambaleou e rolou pela escada, morto.

Filipe me socorreu, enquanto Pedro ia socorrer Anna. Eles nos levaram para casa, onde explicamos o acontecido para nossa mãe, que ficou chocada e arrependida por ter deixado eu me casar com um monstro.Anna ainda não acordou. A espada de Klaus caiu na minha mão, fazendo um corte. E agora, eu estava associando tudo.