Depois de uma noite divertida e bem tranquila era hora de voltar ao trabalho. Teríamos muito o que fazer e eu me atreveria dizer aguentar hoje.

Ross e eu chegamos juntos e encontramos logo de cara Lee, Collins, Sparks e Meyer reunidos conversando, eu diria cochichando.

– Bom dia! – falei animadamente e Collins piscou a mim, idiota ele veria depois. – O que está acontecendo?

– Sr. Smithers nos convocou para uma reunião de emergência e tem uma morena falsa lá dentro com ele. – Lee respondeu com cara de dúvida.

– Vai ver é a nova namorada dele gente – Ross respondeu fazendo todos rirem.

Mas, como nossa alegria sempre tinha duração curta, Sr. Smithers apareceu no corredor no mesmo instante, com a suporta “ Morena do Paraguai” atrás de si.

– Que bom que estão animados, bom dia Detetives! – ele falou sério e eu cruzei meus braços. Ross ficou bem perto de mim, e apesar do clima tenso que se instalará ali eu me sentia viva, me sentia feliz perto dele. – Bem, eu vim até aqui pois, devido ao caso de Megan estar um pouco atrasado e..

– Ele não está atrasado Sr. Smithers – respondi seca.

– Discutiremos isso depois senhorita Crawford, eu vim lhes apresentar a nova parceira de vocês. – Lauren Parsons – a Morena, dos cabelos pretos levemente avermelhados e os olhos azuis nos fitou com desdém.

– Nova Parceira? – foi a vez de Lee perguntar.

– Sim, ela veio para liderar no Caso de Megan Bellini. – ele falou e meu sangue ferveu.

– Desculpe Sr. Smithers esse caso é meu – falei fitando-o seriamente.

– Crawford, vamos discutir isso em minha sala está bem? Espero você e o detetive Ross lá, os outros podem voltar as suas atividades.

Ouvi cada palavra do Sr. Smithers e o sangue me ferveu, Ross deve ter percebido, pois, senti sua mão apertar levemente meu ombro. Como assim eu havia me dedicado tanto tempo a minha carreira e agora perderia um caso para uma ruiva, morena ou o raio que fosse daquelas? Mas, não mesmo! De jeito nenhum!

Entramos na sala do Sr. Smithers e logo Lauren a abusada entrou também, ela parou por longos instantes secando Ross de cima abaixo, vadia! Argh.

– Crawford, como eu disse Lauren veio para auxiliar vocês no caso. – Sr. Smithers repetiu o que havia dito lá fora.

– Sr. Smithers este caso é meu, e eu vou seguir nele até o final.

– Crawford, estamos atrasados, a vida de uma menina está em jogo. – ele respondeu aparentemente irritado.

– Que bom que o senhor sabe, pois a vida de uma adolescente está em jogo e agir com rapidez pode significar matá-la! Estamos agindo com cautela conforme manda o código, estamos preservando a vida da vítima! – falei irritada.

– E se ela estiver morta? Vamos estar preservando o que detetive? – ele só podia estar louco de falar daquele jeito comigo, mas, só poderia mesmo.

– Viva ou morta temos que entregá-la a família, mesmo que não tenhamos a informação sobre isso, precisamos investigar com a hipótese de que ela esteja viva e não morta. Precisamos de cautela e não um show.

– Senhorita Crawford pode pagar punição por desacato. – ele respondeu extremamente furioso.

– Ótimo! Vamos levar aos nossos superiores, falar que por puro capricho do senhor estamos pondo em risco toda uma investigação e a integridade da vítima, tenho certeza Sr. Smithers que eles vão adorar saber isso e que não serei eu que pagarei punição alguma. – respondi desafiadora. Sr. Smithers me conhecia muito bem, ele sabia que qualquer um que me desafiasse teria o desafio perdido, e eu não tinha medo. Afinal, o máximo que poderia acontecer era perder e ter que reconquistar tudo de novo, como sempre foi.

– Lauren ficará apenas no apoio, Crawford o caso ainda é seu. Me mantenha informado – Sr. Smithers ficou quieto e Lauren com a cara fechada, parecia ter odiado o final da conversa.

– Obrigada, com licença. – falei e saí da sala do Sr. Smithers rapidamente, com Ross em meu encalço. Entrei em minha sala totalmente perturbada. Afinal porque Sr. Smithers estava fazendo tudo aquilo?

– Ei calma – Ouvi Ross falar e fechar a porta de minha sala, bem atrás dele.

– Não consigo ter calma Ross, ele me desafiou, ele queria me tirar o caso e entregar na mão de uma desconhecida, ele queria simplesmente acabar com tudo que conseguimos unir, e tudo por puro capricho! – falei tudo rapidamente. Meu sangue fervia de nervoso.

Ross veio andando até mim e me abraçou, fechei meus olhos e deitei minha cabeça em seu peito, tentando esquecer toda a conversa dos últimos minutos com o Sr. Smithers. Logo, minha mente estava vazia e eu apenas conseguia me concentrar em Ross ali comigo.

– Vamos resolver tudo está bem? Fique tranquila – senti os lábios de Ross em minha testa e sorri agradecida.

– Obrigada – ele sorriu mais e me deu um beijo leve nos lábios. – Vamos repassar as pistas novas aos outros e prosseguir com o caso. – falei e ele mudou sua expressão completamente, parecia de um garotinho mimado. – Nem vem – falei e comecei a rir em seguida. Ele me abraçou mais forte, fazendo meu corpo arrepiar-se por completo. Cada toque dele, era incrível e único. Era suave e ao mesmo tempo intenso.

(...)

Nick, Ross, Collins rápido, corram aqui! – estávamos na sala de reuniões com diversas pistas espalhadas, Lee que estava em almoço, entrou rapidamente no departamento nos chamando com urgência. Corremos rápido e assim que chegamos na sala de espera do departamento me deparei com algo realmente absurdo.

– Alice .. – falei baixo e logo lembrei da vizinha de Suzan, a reconheci pelos olhos que agora estavam bem vermelhos por conta do choro. – Peguem a caixa de primeiros socorros, rápido! – falei enquanto ia até a direção dela rapidamente. – Tudo bem, vai ficar tudo bem ok? Vem eu vou te levar para minha sala . Ross, me ajuda com ela por favor. – Ross apenas assentiu e pegou-a no colo.

Fomos caminhando até minha sala, Ross a deitou no sofá que havia ali e logo em seguida Collins chegou com a caixa de curativos.

A situação era a seguinte: Alice, estava completamente machucada, com o rosto ralado e vergões pelos braços. Que ela havia apanhado era óbvio agora como e por quem, talvez não fosse tanto. Fui limpando lentamente as feridas do rosto de Alice que tentava controlar-se o máximo que poderia, mas o susto era maior e as mãos trêmula denunciavam o tamanho de seu nervosismo.

– Lee, traga um pouco de água pra ela – falei e em segundos Lee já estava disposta. Vi Alice tomar a água em um longo gole com os olhares preocupados de todos nós. – Alice, quer descansar um pouco? - Alice recusou-se a se quer mexer-se um milímetro que fosse.

– Alice.. o que houve? – Ross finalmente havia se pronunciado.

– Ela.. aquela bruxa – ela não falava frases certeiras, apenas palavras espalhada em meio as suas lágrimas.

– Que bruxa Alice? Quem fez isso com você? – perguntei olhando-a nos olhos.

– Suzan, Suzan me machucou.. disse que iria atrás das crianças. – o desespero era nítido em sua voz.

– Olha só Alice, o detetive Ross já deslocou um de nossos detetives para a casa onde você mora com seus tios tudo bem? Eles estão ótimos, fique tranquila. – falei tentando acalmá-la.

Após muita paciência Alice acabou contando que Suzan havia a cercado, armando uma emboscada e disse que sabia que ela havia contado sobre Evan, as brigas, o namoro e todo o resto. Alice foi ameçada em todos os sentidos que a palavra pode proporcionar, era hora de agir. Suzan estava indo longe demais, ameaças, sequestros, lesões e talvez um homicídio, era hora de mudar o rumo daquela história e esse rumo seria agora.

– Prepare o mandato de prisão de Suzan Allen – falei para Lee que apenas confirmou saindo em disparada a um dos setores de nosso departamento. – Alice, você ficará sob nossa guarda, em nenhum momento deve sair de perto de nós tudo bem? – Alice afirmou com a cabeça.

Vi Ross apenas me observando e dei um sorriso cansado a ele que me sorriu de volta. O dia estava sendo bem complicado : a briga com Sr. Smithers mais cedo, a nova detetive, o espancamento de Alice, tudo estava desmoronando em nossas cabeças.

– Nick! – Collins falou afoito enquanto analisava uma das ligações de Suzan. – Escute isso – me posicionei na frente da aparelhagem de som.

“ Vamos, leve ela para o esconderijo no interior da cidade, vamos sumir com ela o mais rápido possível . E você fique em alerta aquela tropezinha rídicula de policiais está em nosso encalço. “ - a sentença de Suzan estava declarada.