Capítulo 2 - Livros, livros, livros!

– Matemática?

– Não. Não é este.- respondi.

Ele volta a seção de livros didáticos e colocou o livro de volta. Fico pensando como um livro poderia mudar drasticamente a vida de alguém, a ponto dela ter que se matar por ele. Talvez fosse um livro escrito pelo morto? um que revelasse todos seus segredos?. Tenho que encontrar o motivo, ele trabalha nessa biblioteca e é aqui que o livro tem de estar. Drake volta, com mais três livros.

– Talvez seja algo ligado com seu trabalho, peguei três manuais sobre profissão na biblioteca.

Mesmo não concordando com seu pensamento, vale a pena dar uma olhada. As pessoas nos circulavam, observando umas as outras. Dois adolescentes passaram, rapidamente lançaram nos um olhar despercebido. Como saberiam quem somos?

– Esse?

Volto minha atenção a Drake. Que olha para mim, apontando uma frase de um dos manuais.

– Não Drake, não deve ter muito a ver com organizar os livros.

Posso escutar um choro. Me viro e deparo com uma mulher jovem, assistindo a TV e enxugando as lágrimas com um pano.

– Drake, já volto. Veja se encontra algo útil nos livros.

– Ta... - responde ele.

Me levanto da cadeira, ando até a recepção. A moça tenta controlar as lágrimas.

– Algo aconteceu? - perguntei.

– Ah, meu amigo... Frederico Jones. Ele morreu. - diz ela chorosa, enxugando mais ainda as lágrimas.

Observo a Televisão e vejo um jornalista. "Um acidente ocorreu nesta casa hoje de manhã, um casal de meia idade faleceram juntamente com um jovem.". Fico imóvel ao ver a próxima cena, o vizinho que reconheço, contando. "Eu vi dois suspeitos saírem da casa, não deu tempo de observar porque correram, eles podem estar envolvidos." A mulher desliga a televisão.

– Não aguento ver isso. Me desculpe.

– Não tem problemas... - disse. - Eu conhecia Frederico, ele era meu amigo. - minto.

– Ah, você é um primo?

– Não, só amigo mesmo. Nos conhecemos faz um tempo... Num quiosque.

– Estranho, Frederico não gosta de quiosques.

– Foi em um aniversário... Da...

– Da prima dele? Esse foi recente, eu estive lá. Não tenho certeza se te vi. AH! foi mesmo em um quiosque.

Drake pesquisou um pouco para mim no seu celular enquanto eu dirigia até a biblioteca, ele não era muito próximo da família. Mas mantinha um vínculo de sua prima, que é rica, então aparece muito nas redes sociais. No quarto de seu suicídio, pude ver seu nome estampado no uniforme, foi assim que reconhecemos o sobrenome sua prima. Logo, ela fez o seu aniversário e postou várias fotos no seu perfil.

– Sim. Você sabe onde sua prima mora?

– No mesmo local do aniversário, Avenida 10 se não me engano.

– Hm... Obrigado.

Eu saio e vou até Drake, que bufa e deixa os livros de lado.

– Precisamos ir até a Avenida 10. Entrevistar a prima de Drake.

– Você acha que ela tem alguma coisa a ver?

– Dificilmente, ela é a rica da história.

E no mesmo segundo, escuto sirenes do lado de fora da biblioteca. Torço para que passem, mas elas continuam.

– Não podemos fugir... - sussurra Drake.

Fecho os olhos e penso pelos dois minutos restantes.

– Você precisa ir até a Avenida 10.

– O que você vai fazer?! - sussurra alto.

– Se eles pegarem nós dois, nos encherão de perguntas. Eu fico ocupado com isso enquanto você vai até a prima dele. Não podemos perder se quer um minuto.

Assim, vou até a porta de saída, mas antes me viro.

– Boa sorte.

CONTINUA...