ELLIE...

"O amor e como a chuva, começa leve e fraca e com o tempo te encharca, e te mostra que não deve escolher, deve simplesmente aceitar..."

Não conseguia aceitar, Vic não havia ido à escola parecia que estava com sinusite, ela me ligou apenas uma hora antes, justo hoje que havíamos saído mais cedo, estava um pouco frio, mas eu estava caminhando um pouco afinal não iria ficar em casa a noite toda, ainda mais naquela cidade.

Starville e uma cidade pequena no interior da Inglaterra, esta situada ha poucos quilômetros de Londres. Geralmente quando saímos mais cedo Vic, eu e mais uma turma de amigos vamos para um pequeno bar perto da praça, fica distante da escola então tive que caminhar já que Mihke e Jo não me deram carona, as estrelas ponteavam o céu e uma brisa atrapalhava meus cabelos. Meu celular vibrou na bolsa, vasculhei aquele buraco negro e continuei a andar, assim que encontrei meu celular bati em algo solido, sendo jogada para trás de bunda no chão, a bolsa caiu um pouco para o lado e o celular continuou em minha mão, tentei levantar-me so com uma mão, esforço invalido já que era o desastre em pessoa, então uma mão pálida entrou em meu campo de visão, olhei para cima e um garoto alto e forte me encarava.

—Posso ajudá-la? - Peguei sua mão e delicadamente ele me puxou para cima, quando fiquei ereta perdi o equilíbrio e fui em direção ao chão novamente, mas braços musculosos me envolveram e por um tempo me senti segura, encarei meu guardião, seus olhos verdes brilharam e um calor me inundou, uma sensação estranha, um misto de fogo e gelo numa luta gloriosa, me arrumei me afastando um pouco dele, capturei minha bolsa e o observei, seus cabelos castanho claros dançavam com o vento.

—Me desculpe, sou um pouco desastrado. -sua voz era linda, em um tom aconchegante e rítmico.

—Não foi sua culpa-respondi, capturando minha bolsa e olhando o celular uma mensagem de Jo:

PLANO CANCELADO, NAO IREMOS HOJE. BJS, JO.

—Droga!-Disse um pouco frustrada.

—O que foi algum problema?- O garoto me encarou um pouco confuso.

—Acabei de descobrir que minha viagem ate aqui, foi simplesmente inútil. -disse deixando transparecer minha frustração.

O garoto das sombras sorriu um som simplesmente adorável, o jeito que sua boca movia pra sorrir, seus olhos brilhavam uma cena linda, "pare" forcei-me se continuasse com aquilo ia me apaixonar.

—Posso te oferecer um café e fazer desta caminhada um pouco mais útil?- Ele me encarou como se eu fosse dizer não.

—E claro, mas antes qual o seu nome?

—Ethan- ele sorriu novamente -é Ethan Joseph.

—Prazer Ethan Joseph, -me inclinei como uma donzela— sou Elleanor Douch.- sorri pra ele e guardei o celular na bolsa e ele me analisou.

—Vamos então, Elleanor?-ele sorriu e ofereceu seu braço pra mim.

—Me chame de Ellie, -encaixei meu braço no dele e seguimos em direção ao Bar, o casaco que ele estava usando era macio como o pelo de um grande urso.

Quando entramos no bar o calor do local me aqueceu, o som Born to Die da Lana DelRey envolvia o lugar, sentamos numa mesa perto da porta, o que era estranho, ficamos em lados opostos da mesa, a garçonete veio logo nos atender, já era tarde então tinha pouco movimento então ela foi rápida em trazer nossos pedidos, pedi um Milk-shake de Chocolate e Ethan pediu apenas café, ela pois o pedido na mesa com um sorriso irritante no rosto, capturei o copo de Milk-Shake, queria algo para brincar, estava inexplicavelmente ansiosa, e aquilo não ajudaria muito...

***

ETHAN

"A vida e feita de planos e impulsos, às vezes não conseguimos escolher qual seguir..."

Estávamos sentados estrategicamente perto da saída afinal não queria ser surpreendido por ninguém, Ellie pegou seu copo e me encarou, ela sorriu e falou, parecia ansiosa:

—Então de onde você e?

—Sou dos Estados Unidos, mudamos no início das férias. -respondi, era estranho como eu respondia as questões dela sem nem ao menos pensar se era seguro ou não.

Ela sorriu novamente e eu a observei.

—E você?

—Bom moro aqui desde, -ela parou, pensou um pouco e continuou—que eu me conheço por gente, mas na verdade meus pais são de outro pais.

Ela sorriu novamente, seu sorriso era lindo.

—Senhores?-A garçonete nos tirou daquela pequena entrevista, -estamos fechando!

—O.k.-sorri pra ela me levantando e deixando uma nota na mesa, -Te acompanho ate sua casa, posso?

Perguntei para Ellie, era difícil de desvendá-la, ela me olhou pensativa, e respondeu:

—Quer conhecer um lugar?

Sua expressão era serena e feliz, parecia como uma criança que queria mostrar o cantinho preferido em sua casa na árvore, aquilo me encantava.

Ela pegou em minha mao, seu toque era quente, assim que ela notou o movimento, puxou a mao, me encarou um pouco, então uniu as mãos novamente, sorri pra ela , e a segui...

Estávamos perto da praça quando viramos no que parecia um beco, mas na verdade era um pequeno morro em que se dobrava em uma esquina e se abria para uma espécie de pequeno vale, passava um pequeno rio, e havia uma pedra grande rodeada por vegetação, onde o vento soprava calmamente, para um lugar em uma cidade aquilo era um paraíso, pelo menos com ela era.

Ellie me guiou ate a pedra onde sentamos juntos.

—Aqui e meu lugar favorito, -ela disse quase como um sussurro. —Venho para relaxar, descansar, me acalmar.

—E seu santuário?-sussurrei de volta.

—Sim, e um lugar comum, mas que poucos dão o verdadeiro valor.

Suas palavras soavam como musica, eu não entendia o que estava acontecendo comigo, perdendo o controle de meus sentimentos, eu me sentia quente, não era possível me apaixonar por um ser, tão rápido, como em um incêndio, em uma explosão de chamas na noite....

***

Elisa Schelster...

Estava caminhando em direção ao cheiro dos meus "amigos", havia me refugiado antes que o sol nascesse e agora era a hora de continuar, pelo cheiro duas fêmeas e dois machos passaram por ali, era um grupo grande, mesmo sendo para Ventrues era um comportamento novo, pois o clã so se reunia uma vez no mês e não tinham refúgios unidos como os Tremere, segui a trilha ate chegar a uma encruzilhada, eles se repartiam, mas logo voltaram a se unir, o cheiro era familiar dos Ventrues, mas erros aconteciam e bom poderiam ser Gangrels, aquelas bestas me estripariam se tivessem o dom da metamorfose, segui em frente, ate chegar a um casarão, tinha um porão enorme, com janelas tampadas mais as janelas do primeiro andar eram de vidro, imediatamente reconheci o cheiro George Jos, um ex-amigo, um inimigo no momento, o progenitor daqueles quatro.

Isso explicava muito.