"Distraio-me tanto em meus pensamentos que acabo tropeçando em algo e sinto uma dor intensa no tornozelo, isso não significa coisa boa..."
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As bolas de vento ainda vinham a toda velocidade em minha direção e eu mal conseguia caminhar, quanto mais correr!
Então me veio na cabeça uma ideia que quase me bati por não tê-la tido antes, ergui uma barreira de pedras ao meu redor e senti o impacto do vento ao acertar a barreira causou um mini terremoto, valeu Rose, como não pode estar aqui, ao menos seu elemento está!
Desabo no chão ofegante, meu tornozelo doía horrores, considerei amputa-lo, mas tenho quase certeza de que pioraria a situação, tirei a barreira de meu redor e olhei em volta, estou em algum tipo de floresta eu acho, apenas árvores e árvores por todos os lados, olhando para o céu vejo que já passou da hora de ir embora, devem estar pensando que eu fugi, não seria a primeira vez, mas é a primeira vez em que eu estou totalmente perdida, com um tornozelo torcido ou quebrado, cansada de batalha, sem mantimentos a não ser uma barra de chocolate que encontrei ainda em meu bolso junto do dinheiro e das tesouras, dou risada irônica, hoje eu trouxe dinheiro, mas na floresta não se tem muitas lojas em que se possa gastá-lo...
Faço minha marca na árvore mais próxima e resolvo prosseguir caminho, voltar talvez seja perigoso demais, mas preciso sair daqui e tenho uma teoria de que esse monte de árvores em algum lugar termina, embora não me pareça tão perto assim da saída. Caminho lentamente em linha reta dessa vez.
Caminho até estar escuro demais para prosseguir, sempre marcando árvores atrás de mim, então eu não estava andando em círculos, deixo-me cair apoiada numa árvore me perguntando se devo arriscar uma fogueira ou subir na mesma, vendo que meu tornozelo não me deixaria subir resolvo pela fogueira com alguns poucos galhos próximos e folhas secas, sorrio internamente por meu elemento principal ser fogo.
Depois da fogueira pronto penso em como seria bom ter algo queimando nela, mas não encontrei nenhum animal pelo caminho e nem sinal de frutas ou árvores frutíferas, não podia desperdiçar meu querido chocolate logo no começo, queria estar com uma garrafa de água, dou uma risada irônica novamente, a garota fogo pedindo água, o mundo está acabando mesmo!
Escoro-me na árvore novamente aproveitando o silêncio da solidão, quer dizer, nem tanto silêncio assim, meu estômago estava parecendo um dinossauro, mas não me importei, apenas fechei os olhos, precisava descansar para prosseguir viagem, e que viagem!
Não fico muito tempo de olhos fechados, logo abro os olhos ao ouvir um barulho estranho, vejo dois pontos luminosos verdes que se aproximam lentamente, fico encarando os pontos e logo percebo se tratar de um gatinho preto que se aproxima cuidadosamente de mim, sorrio e estico minha mão até ele, o mesmo a cheira e permite que eu faça carinho, não menti quando disse que prefiro gatos, por dois fatos: um: são independentes, dois: Karoline é alérgica a eles!
Logo ouço passos definitivamente humanos e apressados, ah ótimo, não posso ficar com o gatinho! Logo a criatura aparece e me ao me ver diz surpreso:
–-Você sobreviveu!