Lightning Hunter escrita por LauC


Capítulo 6
Capitulo 6


Notas iniciais do capítulo

Yo,Yo, Yo estou de volta. Eu disse que essa semana iria ter capitulo duplo lolol. E esse saiu grandão e bem emocionante. Espero que vocês não me odeiem e que curtam esse capitulo. Tenho que dizer que esse capitulo foi muito emocionante de escrever, então eu realmente espero que comentem e que gostem dele XD



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Fui para o restaurante meia hora depois. Cloe e Lucy olharam para mim quando cheguei e levantaram a sobrancelhas. Elas olharam para as minhas roupas e sorriram, era incomum eu ir para lá sem estar com o uniforme da escola.

— Foi para escola hoje não? — Perguntou Lucy se aproximando de mim, carregava nas mãos uma bandeja de café.

— Acho que é a primeira vez que te vejo sem o uniforme escolar — Disse Cloe sorrindo e parando ao meu lado.

— Bem, eu não estava me sentindo bem na metade do tempo, aí fui para casa — Falei dando de ombros.

— O que tinha? — Perguntou Cloe com um olhar preocupado.

— Fingi ter dor de barriga — Falei sorrindo e acenando para elas enquanto ia para o vestiário. Vesti o meu uniforme e fui para a cozinha. — Iai Logan.

— Boa tarde — Cumprimentou dando um sorriso.

— Tá aqui os pedidos — Disse Lucy colocando dois papeis no balcão e saiu. Logan e eu olhamos os pedidos e começamos a por a mão na massa. Eu preparava um e ele outro, logo Cloe deixou mais dois papeis e aceleramos o trabalho.

Senti uma gota de suor escorrer pelo meu pescoço, a cozinha estava muito quente. Molhei minha nuca com um pouco de água e me abanei com um pano.

— Está quente aqui dentro — Resmunguei.

— Descanse um pouco, ficou muito tempo perto do fogão — Disse Logan estendendo um copo de água.

— Hmm, obrigada — Agradeci e tirei o meu avental, saí da cozinha bebendo a água e entrei na sala de descanso, puxei uma cadeira e sentei na frente da janela. Uma brisa de ar entrou e fechei os meus olhos, senti o meu corpo esfriando um pouco e suspirei. Abaixei minha cabeça na mesa e tirei um leve cochilo, quando escutei passos entrando na sala. Levantei a cabeça e vi Lucy me observando.

— Tá bem aí?

— Aham — Respondi e me alonguei, olhei para o relógio e vi que tinha se passado quase meia hora. — Tá na hora de voltar.

Voltei para cozinha e Logan pegou a folga dele. O resto do dia e da noite passei o meu tempo na cozinha e só fui para casa depois das 23 horas. Tirei a minha roupa do trabalho e coloquei na mochila, precisava dá uma lavada na roupa.

— Ei vocês — Disse Minna depois que saímos do restaurante, ela colocou o cadeado na porta dos fundos e se virou para nós. — Amanhã a tarde vocês não precisam vim.

— Não? — Logan levantou as sobrancelhas em duvida.

— Ah, eu não disse? — Minna rodou a chave no dedo indicador e guardou no bolso da calça como se fosse uma arma. — O filho do detetive alugou o restaurante para fazer o jantar de noivado.

— O quê?! — Exclamei chocada. Se o filho do Detetive estava noivando, com toda certeza, o próprio detetive estaria aqui, o que tornaria as coisas mais difíceis para mim, já que eu estava sendo caçada por toda a cidade. Cloe e Logan olharam surpresos para mim. — Hã, bem, é inesperado o detetive aparecer assim.

— Ah sim, me esqueço que você tem problemas com a lei — Disse Minna não dando a menor importância.

— Não é problema com a lei — É isso mesmo!! Cocei a cabeça. — Só fugi da policia uma vez, quando roubei um negocio do shopping — Resmunguei baixinho, isso era verdade. Eu tinha roubado à alguns anos um celular de uma loja e a policia me perseguiu.

— Relaxa, faz muitos anos isso, não faz? — Disse Logan colocando a mão no meu ombro, tirei a mão dele de mim e concordei com a cabeça. — Então nem vão ligar. E a final, nenhum policial vai querer causar alvoroço no noivado do delegado.

— Enfim. Voltando — Disse Minna balançando a cabeça. — Durante o dia o restaurante estará fechado para eles organizarem e tals. Venham somente a noite para preparar a comida e servir, ok?

— Ok — Respondemos dando de ombros.

— Até amanhã, então pessoal — Falei dando um aceno de mãos para eles e andando em direção a calçada.

— Se cuide! — Escutei Logan falando e fiz um ok com o polegar.

Caminhei pelas ruas do bairro devagar e apreciando as luzes das estrelas, mesmo que não desse para ver muito. Parei na frente do meu prédio e suspirei, tirei as chaves do meu bolso e entrei.

— Boa noite, senhor Filips — Falei para o sindico na recepção.

— Boa noite — Respondeu e voltou a folhear a revista que estava vendo. Peguei o elevador e apertei o botão 3 do painel. O elevador deu aquele leve solavanco e começou a subir, a porta se abriu no terceiro andar e eu caminhei ate a minha porta no corredor, destranquei a porta e entrei no meu lar doce lar.

Coloquei minha mochila na mesa e sentei no sofá, relaxei por alguns minutos e fechei os olhos. Liguei a TV e fiquei ouvindo o jornal enquanto preparava algo para comer antes de ir deitar. Preparei um sanduiche de atum com suco de abacaxi e sentei no sofá, para assistir um episodio de Vinkings. Tomei um banho quando acabou e coloquei minhas roupas para lavar, na verdade eram muitas roupas. Pus o Maximo que podia na máquina para aquele horário da noite e me deitei na cama.

Escutei a máquina parando e saí do quarto para estender as roupas no varal. Minhas roupas todas eram de mangas cumpridas, calças jeans, uns 3 ou quatro shorts e mais outras camisas de manga curta, que eu usava para dormir. Claro, tinha calcinhas, sutiã e tops também. Eu mesma estava vestindo apenas uma camisa larga branca e uma calcinha preta. Voltei para a cama depois de estender e tentei dormir. Só que consegui dormir no Maximo 20 minutos.

— Só pode ser brincadeira — Sussurrei quando vi as horas no relógio. 2 horas da manhã ainda. Sentei na cama e cocei a minha cabeça, olhei para a janela do quarto e fui até ela. Um vento frio me envolveu e olhei para cima, as estrelas estavam radiantes. Olhei para baixo e não vi nenhum movimento na rua, estava completamente silencioso. O meu bairro era uma área residencial, ficava entre a favela e o centro, lugar onde as pessoas de classe média viviam. A minha escola ficava á algumas ruas, já entrando na área da classe alta, mas não no centro. Olhei para o lado e vi um pedaço do meu sobretudo saindo do guarda-roupa. — Acho que vou dar uma volta.

Vesti o meu top preto, calça jeans rasgada nas coxas, tênis pretos e por cima o meu sobretudo sem mangas e com capuz, coloquei a mascara no rosto e saí de casa pela janela do quarto. Caí de joelhos na calçada da rua e fiquei de pé, não havia ninguém. Corri pelo asfalto e pulei no muro de uma casa, botei força nos braços e fiquei de pé sobre o muro. Andei calmamente por ele e pulei no telhado da casa. Fui até a base mais alta do telhado e caminhei em direção a outra casa, e depois outra e outra. Minutos depois eu estava em outro bairro. A noite estava fria e senti as minhas costas se arrepiando quando um vento frio me envolveu.

Pus-me a andar novamente e parei na cobertura de um prédio de cinco andares. Fiquei observando a cidade e sorri. Era rara as vezes que eu parava para ficar olhando a cidade durante a noite, me lembrava a cenas de filme, onde o super herói fica olhando a espera de algo acontecer para ir salvar alguém. Bem, não que aquilo fosse o que eu queria, afinal eu era uma fora da lei, criminosa e perigosa. Acredito eu que ninguém iria querer ser salvo por mim.

Suspirei e sentei na beira do parapeito, uma queda daquela altura não me mataria, afinal eu era treinada e tinha poderes. Fiquei ali sem fazer nada e olhando a cidade silenciosa por muito tempo, até que senti o meu corpo ficando cansado e olhei as horas. 3:40 da manhã. Fiquei de pé e saí da cobertura do prédio, pulei para o telhado de uma casa e escutei um barulho sem ser o da telha aos meus pés. Olhei para baixo e vi uma luz vermelha piscando, engoli em seco e o negocio explodiu aos meus pés, caí do telhado e consegui me segurar calha, botei força nos braços e joguei o meu corpo para cima.

Olhei em volta e vi que o telhado estava em completa condições nada destruído ou algo do tipo, me aproximei do lugar onde eu estava e cutuquei com o pé os pedaços do aparelho. Era uma bomba de som. Eu tinha caído do telhado de susto. Senti um frio percorrer minha espinha e espirrei. Coloquei minhas mãos no nariz e percebi que elas estavam geladas.

— Mas que ... — Eu nunca tinha ficado tão fria antes. Aquele frio não podia ser normal. Engoli em seco e me virei.

— É impressionante você ter caído em uma armadilha dessas — Disse o homem parado na parte escura a minha frente. Cerrei meus olhos e percebi que ele tinha os cabelos brancos como a neve e os olhos incrivelmente azuis. Deu um passo para frente e eu dei um para trás, e foi ai que engoli em seco. Por cima do seu uniforme de mangas azuis escuras, havia uma braçadeira preta com sigla O.A.P.A escrito.

Encarei ele e fiquei em posição de luta. Se havia um Agente por ali, com certeza haviam outros. Ele deu um sorriso de canto e juntou as mãos. Ele era até bonito com a sua aparência, mas eu não confiava em ninguém facilmente.

— Pensei que Agentes tivessem toque de recolher — Falei encarando ele e atenta a tudo a minha volta.

— Vamos dizer que nem todos cumprem essa regra — Disse ele dando um passo na minha direção.

— Qual o seu nome?

— Pode me chamar de ICE — Respondeu e levantou suas mãos em punhos, gelo começou a se formar nas suas mãos e eu senti um frio me envolver. Engoli em seco e me preparei para a luta.

Ice veio para cima de mim, seu punho veio na direção do meu rosto e eu me abaixei, senti o frio passando por cima da minha cabeça e chutei a sua barriga. Ele cambaleou para trás e eu fiquei de pé. Um jato de gelo saiu das mãos dele e atingiu a minha perna, caí do telhado e bati na calçada, escutei um barulho abaixo de mim e arregalei os meus olhos. Era um explosivo, me joguei para o lado e tapei o meu ouvido, bem na hora que explodiu. Escutei outro barulho ao meu lado e fiquei de pé.

Tinham posto explosivos por toda a rua, respirei fundo e estalei o dedo, desliguei os pequenos explosivos e subi no telhado de uma casa. Olhei em volta e vi Ice pulando os telhados das casas. Lancei eletricidade na sua direção e ele criou uma barreira de gelo a sua frente, que logo se desintegrou com o meu raio. Ele jogou gelo na minha direção e eu desviei para o lado, e depois para o outro. Ice era extremamente insistente, então percebi tarde demais o que ele estava fazendo.

Pisei na telha coberta de gelo aos meus pés e escorrei, caí de costas no chão e fiquei de pé. Iria ficar em lugares planos agora. Ice pulou do telhado e caiu no chão a minha frente.

— É só isso que tem a me oferecer? — Disse abrindo os braços e me olhando com cara de desapontado. — Sinto que foi uma perda de tempo, os outros agentes terem se preocupado comigo.

Ele disse que os agentes tinham se preocupado com ele, lambi os meus lábios e olhei em volta rapidamente, o que quer dizer que tinham mais alguém escondido a espera. Não consegui ver ninguém de onde eu estava, mas percebi que tinham posto vários explosivos na rua. Vi um prédio de dois andares a alguns metros de onde eu estava e olhei para Ice.

— Então, vocês estavam armando um plano para me pegarem? — Perguntei dando de ombros e fazendo cara de surpresa.

— Se eu estivesse trabalhando com a policia a mais tempo, nós já a teríamos capturado — Disse dando um sorriso debochante. Balancei os ombros e fiz beicinho.

— Se eu fosse você não me achava muito — Falei dando um balançar de cabeça e um sorriso. Estalei o meu dedo e desliguei toda a eletricidade do bairro, vi as luzes dos explosivos brilhando e corri em direção ao prédio de antes. Estalei o meu dedo novamente e lancei o meu poder em direção aos explosivos, desliguei todos e escalei a parede do prédio, parei no parapeito e estalei o dedo novamente. As luzes do bairro retornaram e eu pude ver onde estavam o resto da equipe da OAPA, Ice olhou para onde eu estava surpreso e eu estalei meu dedo.

Descarreguei o meu poder onde os outros estavam, eletricidade o suficiente apenas para apagar temporariamente uma pessoa. Vi um movimento rápido a minha frente e pulei do prédio. Ice tinha feito uma escadaria de gelo e estava quase ao meu lado, enquanto eu estava flutuando em encontro com a chão. Ele deu um sorriso e vi uma enorme punho de gelo vindo na minha direção, não tinha como eu desviar já que eu estava caindo. Juntei eletricidade na minha mão e esperei.

Ao mesmo tempo que fui jogada para trás com o soco de gelo, Ice também foi. Bati com força sobre a parede do prédio, senti minhas costas gritando de dor, senti o gosto de sangue na minha boca e um liquido quente escorreu pela minha testa, caindo sobre o meu olho. Olhei em volta rapidamente e vi o corpo de Ice estirado no chão á alguns metros, e então escutei uma explosão, cacos de vidro caíram sobre mim e eu congelei.

Coloquei minhas mãos ao meu lado e encontrei forças para ficar de pé, meu corpo rangeu e eu mordi minha boca. Afastei-me da parede para ver o que tinha acontecido no prédio e engoli em seco. Havia fogo pegando no segundo andar, arregalei os meus olhos e tremi.

— Maldição! — Corri em direção a Ice. O gelo dele apagaria o fogo. Sacudi o corpo dele e ele não se mexeu. Olhei para o seu peito e havia uma enorme queimadura nele, apertei o seu pulso no pescoço e esperei. Senti um alivio quando senti o seu pulso batendo. — Aí obrigado.

Pessoas começaram a sair do prédio e eu percebi que era um apartamento. As coisas não estavam melhorando. Passei a mão na testa para tirar aquele liquido que caia em meus olhos e vi que era sangue. 5 pessoas se afastaram do prédio, um homem tirou o celular do bolso e começou a ligar para alguém.

— Meu Deus! A família dos Millers ainda não saiu — Disse uma mulher desesperada em sua roupa de dormir de flor. Ok. Provavelmente a ajuda iria demorar a chegar, eu não era a pessoa certa para salvar as pessoas, mas não havia ninguém mais que pudesse. Juntei minhas forças e corri em direção para aquelas pessoas. Eles olharam para mim surpresos e se afastaram.

— Ei. Está conseguindo ligar para os bombeiros? — Perguntei para o homem que estava com o celular nas mãos.

— Disseram que estão a caminho — Respondeu ele nervosamente.

— Quantas pessoas ainda não saíram? — Olhei para o grupo de pessoas assustados.

— Os Millers são 3 pessoas. Duas crianças e uma mulher — Respondeu a mulher com pijama de flor.

— Certo. Vocês esperem aqui, que eu vou tentar entrar — Falei para eles, eles olharam surpresos e mais nervosos ainda.

— Está louca? Você pode ter poderes, mas ninguém pode entrar e sair ileso dali sem ser os bombeiros — Disse um homem, ele estava vestindo uma cueca azul e uma camisa de manga cumprida preta.

— Se eu não tentar eles vão morrer — Gritei para ele, foi então que escutei um grito de socorro vindo do prédio. Engoli em seco e olhei para minhas mãos, se eu entrasse como estava provavelmente me queimaria. Olhei para o homem de camisa. — Me dê a sua camisa.

— O quê?

— Me dê logo — Ordenei me aproximando dele, ele tirou a roupa rapidamente e me entregou, vesti a roupa por cima das minhas e respirei fundo, entrei no prédio no primeiro andar, a fumaça já tomava conta. Corri em direção as escadas e subi os degraus rapidamente.

Dei de cara com um pedaço do forro pegando fogo. Chutei o pedaço do forro e passei por ele rapidamente, abri a porta do primeiro apartamento.

— Tem alguém aí? — Sem resposta. Olhei para a porta do outro lado do corredor e senti o calor ficando mais forte, chutei a porta com força e ela abriu. Chamas dançaram a minha frente e eu coloquei a mão no rosto. Cerrei os olhos e olhei em volta, o calor estava muito forte.

—Socorro, alguém! — Escutei uma voz vindo da esquerda.

— Droga — Falei quando vi que tinha um quarto ali, respirei fundo e passei correndo por ali, chutei a porta do quarto e vi que tinha três pessoas encolhidas em um canto muito próximo da janela, a cama e o guarda roupa estavam em chamas, e um pedaço do teto estava caindo, senti o ar faltando em meus pulmões e lambi os meus lábios, que estavam extremamente secos. Suor percorria pelo meu rosto se misturando com o meu sangue. Olhei em volta procurando um lugar para chegar até eles e não vi nenhum. O fogo chegava mais perto deles cada vez mais. Tinha que pensar em algo. — Ei! Vocês!

A mulher, que supus ser a mãe das crianças olhou para mim com os olhos arregalados. Suas roupas e sua pele estavam sujos de fuligem.

— Vocês estão bem? Eu vou tirar vocês daqui, ok? — Gritei acima do som do fogo, ela fez que sim com a cabeça. Pensei em algo rapidamente e respirei fundo, juntei meu poder e criei um campo de força de eletricidade, senti o meu corpo ficando pesado e fechei minhas mãos em punhos, se aquilo não desse certo, teria que fazer algo diferente. Dei um passo em direção ao fogo, as chamas envolveram o meu campo, mas não chegaram até mim. Corri na direção deles e parei ofegante na frente da mulher e das crianças. A Mulher pegou o garotinho no colo e eu peguei a garotinha. — Fique perto de mim!

— Ok! — Gritou ela, a criança me abraçou com força e eu tremi de medo. Não queria deixar aquela família ali, eu faria de tudo para salva –lós. Respirei fundo e senti a fumaça penetrando o meu pulmão, me segurei para não tossir e criei o campo de força novamente. Caminhamos por entre o fogo e entramos no corredor, o fogo já se alastrava por todo o lugar, o teto já estava caindo em pedaços. Vi que davam para passar por um pedaço de madeira que tinha caído e gritei para a mãe. — Corram!

E nós corremos a mãe passou correndo pela madeira que começava a pegar fogo, quando foi a minha vez não deu para passar, abracei a criança com força. A mãe e o garotinho tinham sumido de vista. Minha vista estava ficando embaçada e eu me senti tonta com a fumaça, tinha que sair dali, olhei em volta e entrei no primeiro apartamento, o fogo não estava tão alto ali. Procurei uma janela e vi a primeira que me apareceu, a da cozinha. Olhei em volta e tremi. Péssima escolha. O fogo chegou a botija de gás, segurei a garota com força e pulei pela janela. Houve uma grande explosão, vi chamas vindo na nossa direção e criei uma parede de eletricidade as minhas costas, juntei o resto das minhas forças e consegui cair de joelhos no chão.

Pisquei os olhos rapidamente e olhei para baixo, para a garotinha em meus braços, ela parecia que tinha 6 anos e segurava minha roupa com força. Abracei-a devagar e suspirei.

— Está tudo bem. Está tudo bem — Falei para ela.

— Dany! Dany! — Escutei uma voz feminina, olhei para cima e vi a mulher que estava comigo a poucos minutos, o filho dela vinha junto com ela, pegou a garotinha dos meus braços e a abraçou com força.

Olhei para a pequena família, todos estavam com os rostos e as roupas pretas de fumaça. Olhei para o lado e vi os bombeiros chegando e uma multidão de pessoas olhando para a nossa direção. Fiquei de pé lentamente e tossi. Uma tosse seca e dolorida, coloquei a mão na boca e tossi que nem uma louca. Alguém estendeu uma garrafa de água para mim e eu bebi rapidamente, molhei minha cabeça e meus braços.

— Muito, muito obrigada! — Escutei a voz da mãe a minha frente, vi que quem tinha me dado a garrafa de água foi o homem que eu tinha pegado a camisa emprestada.

— Não tem de quê senhora — Falei dando um sorriso para ela, olhei para o homem e balancei a cabeça. — Foi mal pela camisa.

— Sem problemas — Disse sorrindo. Os bombeiros desceram do caminhão rapidamente e começaram a lançar água no prédio. Um carro da policia chegou e 3 policiais saíram do carro.

— Sabem se há alguém no prédio? — Perguntou um dos bombeiros para a multidão.

— Os que tinham a garota ali já salvou — Escutei a mulher de pijama de flor dizendo, a ambulância chegou logo em seguida. Os policiais olharam na minha direção e eles sacaram as armas.

— Fique parada! —Gritou um policial para mim. Senti minha garganta seca, sangue escorreu pela minha testa e eu levantei as mãos lentamente. O homem que me deu a água ficou na minha frente e cruzou os braços.

— Ela salvou essa família! — Gritou.

— Saía da frente! Essa mulher é uma criminosa procurada! — Gritou o policial. Foi então que a mãe das crianças se juntou com ele, e parou a minha frente.

— Ela salvou a mim e aos meu filhos, algo que nenhum de vocês fizeram! — Gritou ela em direção a policia e bombeiros. — Se vocês quiserem prende-la, ótimo! Mas vocês não vão fazer isso hoje!

Arregalei os meus olhos surpresa, nunca tinha sido defendida por ninguém antes sem ser o meu pai. Abaixei os meus braços e olhei para o meu estado, minhas roupas estavam rasgadas em várias partes, sentia minha pele ardendo e meu corpo doendo. Não tinha forças para lutar mais no mesmo dia, eu tinha que fugir dali. Inclinei-me na direção dos dois a minha frente.

— Obrigada — Sussurrei, vi eles dando um sorriso de canto e me pus a correr o mais rápido que eu conseguia. Escutei a policia gritando, mas não olhei para trás, cortei caminho e tive certeza que ninguém estava me seguindo. Escalei o meu prédio e me joguei para dentro do meu quarto pela janela, caí no chão e gemi. Estava morta. Fiquei de pé e me arrastei até o banheiro, liguei o chuveiro e entrei debaixo d’agua com roupa e tudo.

Senti o meu corpo esfriando, minha testa, boca e peito ardendo. Tirei as minhas roupas e o tênis, olhei para o meu corpo, minha pele estava totalmente vermelha, mas sem nenhuma queimadura. Enxuguei-me devagar em uma toalha e me olhei no espelho, meus lábios estavam partidos e minha testa tinha um grande corte, peguei o quite de primeiros socorros e fiz um curativo nos dois. Chequei se tinha alguma costela quebrada e percebi que não apesar da dor. Bebi quase uma garrafa de água de dois litros inteira e fui para o quarto. Liguei o ar condicionado no Maximo e passei creme por todo o meu corpo, deitei na cama apenas de calcinha e uma camisa folgada, e desmaiei de cansaço.

Quando acordei já eram 4 horas da tarde, o meu quarto estava quase nevando de tão frio. Mexi minhas mãos devagar e percebi que estavam duras de frio, olhei para o lado e vi que o meu lençol estava no chão. Sentei devagar na cama e senti meu corpo rangendo, peguei o controle do ar e desliguei-o. Olhei para o meu corpo e ele estava completamente normal, sem bolhas e sem queimaduras.

Fiquei de pé devagar e fui até a cozinha, enchi um copo de água e tomei de uma vez. Estava com uma sede de matar. Liguei a Tv e vi que estava passando um filme, minha barriga roncou e fui até o armário, peguei uma bolacha salgada, manteiga e a garrafa de suco de laranja da geladeira. Sentei no sofá e fiquei comendo enquanto assistia ao filme. Fiquei deitada até dar a hora de se arrumar para o trabalho. Se eu faltasse sabe-se lá o que Minna faria comigo.

Olhei no relógio e fui até a pia, lavei a louça e depois fui para o banheiro, me olhei no espelho e vi que metade do meu rosto estava uma mistura de verde e amarelo, o soco que eu tinha levado de Ice tinha acertado em cheio. Olhei para o meu cabelo e ele estava queimado nas pontas.

— Só pode ser brincadeira! — Exclamei para o meu reflexo. Tirei minhas roupas e entrei debaixo do chuveiro, lavei o meu cabelo com shampoo e condicionador, e ensaboei o meu corpo, lavei-me com água, escovei os meus dentes e me enxuguei. Peguei uma tesoura grande que tinha e cortei dois dedos do meu cabelo. Peguei as minhas roupas que tinha jogado no chão ontem e suspirei. O meu sobretudo estava todo rasgado e sujo de sangue, meus jeans então nem se fala, o único que dava para salvar eram meus tênis, que estavam apenas com um pequeno rasgo na lateral.

Coloquei-as para lavar, tirei as roupas que estavam no varal que estavam secas e as dobrei. Coloquei o meu sobretudo rasgado e minha calça para secar. Eu não os usaria mais, mas tinha que jogar eles fora sem nenhum traço de DNA meu. Fui para o meu quarto e tirei roupas limpas para mim, sequei os cabelos e vesti minha roupa intima, uma calça jeans nova, camisa social azul escura e meus tênis azul. Penteei o meu cabelo de lado para cobrir o meu corte na testa, passei um pouco de maquiagem no rosto, para tirar aqueles hematomas, coloquei o celular no bolso e fui para a sala.

— Estamos fazendo a cobertura completa do incêndio que houve ontem a noite — Parei de andar e olhei para a Tv. A repórter de noticias apareceu, usava uma camisa social branca e uma saia preta. — Na madrugada de ontem, aconteceu um incêndio em um prédio residencial no bairro próximo ao centro. De acordo com a investigação que os bombeiros e a policia fizeram, a causa do incêndio foi um curto circuito nos fios elétricos do segundo andar do prédio, o que iniciou o incêndio e se espalhou com a explosão da botija de gás.

— Curto circuito? — Repeti engolindo em seco. Será que fui eu que causei? Quando lancei o meu poder em Ice?

— O resgate chegou 3 minutos após o inicio do incêndio e imediatamente cuidaram do fogo — Disse a repórter com um sorriso. — Mas o mais impressionante foi os relatos dos residentes, que dizem que a criminosa Lightning Hunter resgatou uma mulher e duas crianças do incêndio. Acompanhe o vídeo — Video? Olhei para a TV atenta, e a filmagem, que era claramente feita de um celular, começou. Mostrou o prédio em chamas, daí apareceu eu entrando no prédio, minutos depois a mulher saindo com uma criança nas mãos e depois eu pulando pela janela e caindo no chão com uma criança nos braços. Dava para ver claramente que era eu ali, minhas roupas estavam rasgadas e sujas, a blusa que eu tinha pegado emprestada tinha rasgado e as tatuagens do meu braço estavam aparecendo, meu rosto estava preto e melado de sangue, mas a mascara estava inteira. Aí a filmagem para.

Não os mostraram me defendendo da policia, acho que não queriam voltar a população contra eles ou algo do tipo. Era algo até compreensivo, mas um pouco decepcionante. Porém, estava tudo bem, eu não queria ser uma heroína. Só em ter salvado eles já era o bastante.

— Nós entrevistamos Melissa Millers, a mãe da criança que supostamente, a criminosa Lightning Hunter salvou, e perguntamos sobre o ocorrido — Disse de repente a repórter, olhei para a tela surpresa quando vi a mulher que tinha salvado. Ela tinha os cabelos loiros e olhos verdes, estava vestindo uma camisa de manga curta verde e calças jeans, os seus dois filhos estavam ao lado dela. Eram iguais a mãe. Eu não tinha notado os traços deles até agora.

— Só tenho a agradecer a Lightning Hunter, mesmo sendo uma procurada e criminosa, ela parou para nós ajudar. E fico eternamente grata a ela por ter salvado a mim e aos meus filhos — Disse Melissa pegando os dois no colo, eles deram um sorriso para a câmera e balançaram as mãozinhas. — Digam obrigada á ela.

— Brigado — Disseram as duas crianças, senti um aperto no peito e sorri. A câmera voltou para a repórter e ela começou a falar alguma coisa. Posso não ser a heroína que queriam, mas ter recebido aquele obrigado valeu toda a dor que eu tive. Desliguei a Tv e saí de casa, destranquei a porta e desci as escadas devagar. Entrei na rua e caminhei calmamente até chegar no restaurante. A porta da frente estava fechada e fui para a porta dos fundos.

Abri a porta e entrei, dei de cara com Cloe e Logan. Os dois olharam para mim e abriram a boca.

— Mas que diabos aconteceu com você? — Logan perguntou se aproximando de mim. Afastou o meu cabelo e olhou para o meu corte na testa.

— Está usando maquiagem? — Perguntou Cloe se aproximando de mim e colocou a mão no meu rosto.

— Eu estou bem — Falei e me afastei deles, arrumei o meu cabelo e limpei a garganta. — Tentaram me assaltar quando estava chegando em casa.

— Você não foi dar queixa na policia? — Disse Logan me encarando, levantei as sobrancelhas para ele.

— Tá de brincadeira? Eu não iria chamar a policia. Sem dizer que dei uma surra neles — Respondi balançando a cabeça.

— E levou uma também pelo jeito — Disse Cloe cruzando os braços.

— Eu estou bem, ok? — Falei com raiva. — Agora onde está Minna?

— Me procurando? — Disse Minna entrando onde estávamos. Olhou para mim e levantou as sobrancelhas — O que houve com você?

— Tentaram me assaltar ontem — Respondi cruzando os braços. — Agora, o que vamos fazer?

— Cloe e Lucy servem, Logan e você cozinham — Disse ela dando de ombros. — O cardápio está em cima do balcão, se troquem e comecem a preparar as coisas.

— Usamos o nosso uniforme? — Perguntou Cloe.

— Vocês não — Disse Minna apontando para Cloe e Lucy, que tinha acabado de entrar pela porta. Olhou para mim e Logan. — Vocês sim. Não vão sair da cozinha mesmo. Vocês duas venham comigo.

Cloe e Lucy a seguiram. Olhei para Logan e ele balançou a cabeça, fomos para o vestiário e trocamos de roupas. Vesti a calça branca e a blusa de mangas cumpridas brancas, prendi o meu cabelo em um rabo de cavalo e coloquei o chapéu branco por cima. Fui para a cozinha e Logan estava segurando o cardápio, parei ao lado dele e espiei o que estava escrito.

— Carne ao molho inglês — Li em voz alta. Eu não sabia fazer aquilo. — Sabe fazer?

— Por sorte sim, agora esse peixe grelhado temperado não — Disse ele olhando preocupado, dei um sorriso para ele.

— Esse deixa que eu faço.

Nós dividimos os pratos e começamos a por a mão na massa. Preparamos o arroz, a salada, preparei o peixe grelhado, lasanha de carne e o porco assado. Na verdade tinha mais comida, só que Cloe estava preparando coquiteis aos montes, o que enchia as pessoas mais rapidamente. Logan e eu não saímos da cozinha, preparamos o Parfait para a sobremesa e depois levamos o bolo de chocolate com coco. Cloe e Lucy estavam cansadas de ficarem servindo as pessoas. As duas entraram na cozinha e colocaram o rosto no balcão. Logan e eu olhamos para elas sorrindo, Minna tinha as feito usar um uniforme preto, típico de garçons de festa.

— Ainda bem que estão dançando agora — Resmungou Lucy.

— Não aguentava mais — Cloe sussurrou.

— É, também estamos cansados — Disse Logan se apoiando no balcão.

— Concordo — Falei e me apoiei na parede da cozinha.

— Que horas são? — Perguntou Cloe em uma voz chorona. Olhei para o relógio na parede.

— 1 Hora — Respondi.

— Deus, que horas que eles vão embora? — Lucy disse colocando as mãos no rosto.

— Não faço ideia — Disse Logan tirando o chapéu da cabeça e se abanando.

— Falando nisso, onde está Minna? — Perguntei olhando em volta.

— Ela está conversando com um cara — Falou Lucy dando de ombros.

— Humm.

— Será que podemos comer um pouco? Estou morrendo de fome — Disse Cloe para mim.

— Acho que sim, eles não estão mais comendo, sem dizer que sobrou muita comida — Falei. Lucy e Cloe deram um sorriso para mim. Logan e eu colocamos comida no prato para elas e depois para a gente. Fomos comer na sala de descanso.

— Ohh, isso está uma delicia — Disse Lucy mastigando a carne ao molho inglês.

— Esse peixe também está — Cloe fez uma cara feliz e eu sorri. — Eu queria ter comido um dos seus Parfait Sora — Disse apontando o garfo para mim.

— Esse não sobrou — Falei sorrindo. Coloquei um pouco de peixe no garfo e comi, realmente estava gostoso, comi um pouco de arroz e da carne ao molho, estava tudo uma delicia. Ficamos conversando enquanto comiarmos e depois fomos larvar as louças. Demorou muito para finalmente terminarmos de limpar a cozinha e a louça, demorou mais ainda para as pessoas irem embora. Depois disso, ainda tivemos que limpar o restaurante.

Quando terminamos de limpar tudo, já eram 5 horas da manhã. Trancamos o restaurante e fomos embora, Logan deixou Minna em casa, já que ela estava bêbada e nós fomos para casa. Eu estava exausta e desde que eu sai do restaurante o meu estomago estava doendo. Chegando em casa a primeira coisa que fiz foi ir direto para o banheiro e colocar tudo para fora no vaso sanitário. Tomei um banho e escovei os dentes, deitei na cama e dormir que nem um bebê.

Não fui para a escola novamente já que acordei 3 horas da tarde. Olhei no meu celular e havia duas ligações de Dana, uma mensagem de Logan. Abri a mensagem e li o que estava escrito. “Vamos ter o dia de folga hoje. Minna está de resaca. Aproveite o dia livre! Se cuide”. Sorri com a mensagem e sentei na cama. Tomei um banho rápido e me vesti. Já sabia o que iria fazer hoje. Vesti uma camisa de manga cumprida vermelha e uma calça jeans preta, tênis preto.

Penteei os cabelos de lado e vi que os meus hematomas tinham sumido, minha testa e minha boca ainda estavam cicatrizando, mas já era o suficiente. Peguei o meu cartão e o meu celular, coloquei minhas roupas rasgadas na lixeira, peguei todo o meu lixo e saí do apartamento. Joguei o lixo na lata de lixo fora do prédio e andei pela calçada calmamente. Peguei um taxi e fui para o shopping da cidade, eu precisava comprar algumas roupas novas e um novo uniforme de batalha.

O shopping era bem grande, tinha 4 andares. Haviam várias lojas ali, lojas de roupas, sapatos, eletrônicos, jogos. Área de alimentação, sala de jogos, cinema. Diversão para toda a família. Que tiver dinheiro é claro. Olhei para as vitrines de algumas lojas e entrei em uma que achei interessante. Escolhi duas camisas de manga cumprida e fui experimentar, ficaram boas as duas, procurei um sobretudo, mas não achei. Paguei as camisas e fui em outra loja, comprei três calças jeans, duas pretas e uma azul. Olhei em volta e encontrei uma loja de inverno.

— Estou procurando um sobretudo preto, que não seja muito pesado — Falei para a atendente.

— Ah sim, claro. Temos alguns por aqui — Disse me dando um sorriso e me guiando para o fundo da loja. Mostrou-me vários modelos, experimentei todos e não gostei de nenhum, eram todos pesados. — Quer dar uma olhada e ver se a senhorita se agrada de um?

— Aham — Falei, e comecei a dar uma volta pela loja, até que encontrei o sobretudo perfeito, tinha um capuz e era de um tecido quase couro. Experimentei-o e serviu perfeitamente, podia até fechar se quisesse. A atendente olhou para mim e eu sorri. — Vou levar ele.

— Ok — Disse, paguei-o no caixa e saí da loja.

— Agora falta comprar um tênis — Sussurrei. Olhei em volta e localizei um lugar bom para comprar tênis. Quando estava chegando, me deparo com Cloe. Ela olhou para as sacolas de compras na minha mão e olhou para mim.

— Quer surpresa encontrar você aqui — Disse ela dando um sorriso.

— Bem, tava precisando renovar o guarda roupa — Falei coçando a cabeça.

— Não me diga que comprou algo sem ser blusa cumprida? — Disse fingindo surpresa.

— Não — Respondi sorrindo. Olhei para suas mãos e havia uma sacola de loja de roupas masculinas. — Roupa masculina?

— Ah, é um presente para meu irmão. Aniversário dele hoje — Disse coçando a nuca.

— Não sabia que tinha irmão — Falei olhando para os seus olhos azuis.

— Pois é — Disse corando. Olhei para o outro lado e esperei ela dizer alguma coisa. — Está livre agora?

— Porque tá me chamando para sair? — Perguntei surpresa, ela sorriu e me deu um tapa no braço.

— Para de ser paranoica. Estou só perguntando — Ela deu de ombros e cruzou os braços. — É meio chato comprar roupa sozinha.

— Eu não acho — Falei inclinando a cabeça.

— A qual é, você é exceção — Cloe bateu o pé e eu sorri.

— O que você quer?

— Me acompanhei em só uma loja. Só uma — Disse fazendo um com o dedo.

— Só uma loja — Falei revirando os olhos.

— Eba! — Deu um pulo de alegria.

— Mas nada de escolher a loja inteira — Complementei e ela sorriu.

Entramos em uma loja e ela começou a escolher várias roupas. Acho que perdi a conta de quantas vezes eu disse que a roupa tinha ficado boa nela. Ela se apaixonou por um vestido rosa, entrou no vestiário para experimentar e saiu. Tinha ficado bem nela.

— Então? — Perguntou olhando para mim.

— Tá ótimo — Falei cruzando os braços.

— Você disse ótimo para as outras roupas também — Disse batendo o pé.

— Você é o quê, uma criança? — Resmunguei revirando os olhos. — Se eu disse que ficou boa você iria ficar em duvida se comprava ou não. Aí iria vestir mais meio mundo de roupa. Todas as roupas que experimentou ficaram boas em você, agora escolha as que mais gostou e vamos embora.

Ela me olhou com raiva e eu fiquei de pé, fui para a fila do caixa e 5 minutos depois ela apareceu, com a cara emburrada. Tive vontade de rir, mas me contive. Vi que ela tinha escolhido o vestido e sorri. Pagou as roupas e saímos da loja.

— Quero ir comer alguma coisa — Disse ela caminhando ao meu lado, olhei as horas, 8 horas da noite e ainda nem tinha comprado o meu tênis.

— Sora?

Escutei uma voz familiar e virei. Olhei para Dana, ela estava vestindo uma calça jeans preta, blusa branca e uma jaqueta azul escura por cima, e no seu braço estava a braçadeira da OAPA. Seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo, ela deu um sorriso para mim.

— Fiquei me perguntando por que você não foi para a escola ontem e hoje — Disse ela me encarando com aqueles olhos dourados. — E o que houve com sua boca?

— Bem, eu entrei em uma briga quando tentaram me assaltar, por isso não fui ontem — Respondi coçando o meu nariz e dando um sorriso. — E hoje porque passamos a noite trabalhando em um noivado.

—Ah sim — Disse colocando as mãos na cintura.

— Esse é o seu uniforme? Está patrulhando? — Perguntei, Cloe tinha ficado quieta ao meu lado. Dana olhou para ela e sorriu.

— Aham. Estou dando uma volta aqui. Beatrice deve estar por aqui também — Respondeu olhando em volta.

— Entendo — Falei cruzando os braços olhei para Cloe ao meu lado e suspirei. Me aproximei de Dana e falei no seu ouvido. — Ela está triste por não terem conversado nesses dias, saía com ela um pouco e me salve.

Dana corou e eu sorri. Empurrei-a em direção a Cloe.

— Quer dar uma volta comigo, Cloe? — Disse Dana parando ao lado dela e coçando a nuca.

— Hã? Sim — Cloe disse corando. Ela olhou para mim e eu fiz um ok com o polegar. — Nos vemos depois Sora.

— Ok — Falei dando um aceno para elas. Dana deu um sorriso para mim e as duas se afastaram. — Graças a Deus.

Caminhei rumo a loja de sapatos e entrei, olhei todos os modelos e achei um branco com preto. Experimentei e coube perfeitamente, comprei-o e fui para a área de alimentação, comprei um sanduiche e refrigerante e fui para casa. Coloquei as roupas para lavar e depois no varal. Limpei a casa depois de muito tempo e fui dormir. Meu celular não tocou nenhuma vez durante a noite. Nenhum trabalho apareceu, era até bom, já que eu podia me recuperar sem nenhum problema.

O resto da semana até sábado a noite foram completamente normais. Fui para a escola , conversei com Dana e Bea, tivemos uma prova de matemática. Levei meu tênis preto para a sapataria, fiz um mudança básica no meu sobretudo, estudei as matérias atrasadas, trabalhei no restaurante, fiz Cloe e Dana saírem mais vezes juntas, fiquei em casa durante a noite e dormir cedo. Peguei o meu tênis na sapataria novinho em folha no sábado de manhã e fiquei assistindo filme durante a tarde. Quando cansei de assistir filmes, coloquei no jornal e fui preparar o jantar.

E bem, as noticias não eram nada boas. A principal noticia da noite era que duas gangues estavam se enfrentando, ocasionando acidentes na cidade. A filmagem era feita de um helicóptero voando, mostraram as gangues altamente armadas se enfrentando nas ruas da periferia, a policia ia se aproximando de um lado, e eram atacados pelas duas gangues, tornando impossível qualquer interferência. Os carros que estavam estacionados nas ruas próximas ao conflito estavam pegando fogo. As casas estavam com os muros pinchados e com os vidros quebrados. Aquela área estava uma bagunça e cada vez mais pessoas iam se juntando na briga.

Passei maionese no meu pão e coloquei queijo dentro, procurei o salame na geladeira e tirei uma lata de refrigerante de limão. Peguei o salame no fundo da geladeira e tirei uma fatia, e coloquei no pão. Olhei para a confusão na TV e me sentei no sofá. Mordi o meu sanduiche e mastiguei. Que mal pressentimento que eu tinha a respeito daquilo.

— Não sabemos o motivo de tais gangues entrarem em conflito — Começou a repórter a falar, ela estava no helicóptero. — A tropa de choque da policia está tentando intervir na luta, mas as coisas estão realmente difíceis lá embaixo. Esperamos que algo ou alguém apareça para acabar com a confusão. Todas as casas em um raio de 5 quilômetros foram evacuadas e a policia está fazendo uma barreira para que os vândalos não a ultrapassem.

Voltaram a filmar a rua e vi que a multidão estava se movendo, enquanto andavam, haviam trocas de tiros e de porrada entre os homens. Reconheci a rua e percebi que eles estão muito próximos de um posto de gasolina. Engoli em seco e quase me engasguei com o sanduiche, tomei um pouco do refrigerante e assisti a filmagem.

— Oh, minha nossa! Eles estão entrando no posto de gasolina. Se uma bala atingir um dos tanques tudo aquilo vai explodir — Disse a repórter nervosa. O vídeo se aproximou e eu reconheci um dos capangas de Sam com roupas pretas. Então percebi que todos de preto eram capangas do Sam.

— Sam, você arrumou briga com quem? — Sussurrei segurando o meu sanduiche nas mãos. Foi então que o meu celular tocou, fiquei de pé com um pulo e corri para o quarto, olhei para o numero e engoli em seco. Era Sam.

— Sora! — Gritou ele do outro lado, escutei barulho de pessoas correndo e de portas batendo.

— Mas que diabos Sam! Com quem você foi arrumar confusão? — Falei rapidamente.

— Foi com um imbecil aí! Eu não tinha ideia que ele tinha tanta gente assim comandando — Gritou ele nervoso. Escutei um barulho de tiro.

— Eu devo para ele? — Perguntei.

— Não, eu conheço todos que você deve, ele não é um deles — Respondeu rapidamente. — Esquece isso. Você tem que fazer um serviço para mim.

— O quê? — Eu pude quase ouvir na minha cabeça o que ele iria dizer.

— Acabei com todos que trabalham para ele — Disse.

— Acabar, você diz matar? — Perguntei arregalando os olhos. Eu já tinha matado algumas pessoas antes, por conta do meu pai, mas eu não tinha gostado muito de ter feito aquilo. Não era algo que um ser humano deveria fazer.

— Claro, você conhece outro tipo de acabar? — Gritou do outro lado.

— Sam, você sabe que não costumo matar pessoas — Falei calmamente. Lambi os meus lábios secos e limpei a garganta.

— Droga Sora! As coisas estão feias por aqui! Venha logo acabar com isso — Ordenou ele gritando para o telefone.

— Só vou se eliminar toda a minha divida — Digo olhando para a televisão a minha frente, nem tinha percebido que tinha saído do quarto.

— Ok. Ok! Sua divida vai estar acabada. Agora venha acabar com esses desgraçados! — Gritou com raiva.

— Já estou a caminho — Respondi. Bebi o resto do meu refrigerante e voltei correndo para o quarto, tirei minhas roupas e vesti o meu uniforme de batalha. Aquilo iria ser intenso. Vesti uma calça preta velha, calcei meu tênis consertado, um top preto, tirei a manga do braço direito do sobretudo e o vesti. Juntei as partes da minha espada e apertei o seu botão, a lamina saiu e eu a coloquei na cintura, pus a mascara no rosto e saí de casa.

Não levei nada se não a minha coragem e minha espada para a batalha. Corri pelo telhado das casas rapidamente e cheguei na barreira da policia. Eu teria que fazer isso por um momento, estalei o meu dedo e desliguei todas as energias e eletrônicos da cidade, blackout total. Só tive que ter cuidado para não desligar os motores do helicóptero. Passei pela policia rapidamente e corri pela rua, estava chegando ao ponto de conflito. Segurei a espada nas mãos e entrei na rua, por sorte a lua estava cheia hoje e não estava tão escuro. Consegui distinguir rapidamente as pessoas que estavam junto com Sam.

Aproximei-me de um deles atrás de um carro e me abaixei, ele apontou a arma para mim e eu gritei.

— Abaixa isso cara, eu estou do lado do Sam — Ele abaixou a arma e olhou para o outro lado. — Peçam para os outros recuarem, eu vou acabar com isso.

— Ok.

Olhei em volta e vi os outros capangas, corri na direção deles e eles apontaram as armas para mim, desviei dos tiros rapidamente e chutei um na barriga, estalei o dedo e o outro próximo caiu no chão se contorcendo, passei minha espada pela garganta do outro e sangue escorreu. Senti a minha humanidade indo embora e engoli em seco. Voltei a correr e fui em direção a um grupo que estavam cercando 5 dos meus. Chutei as costas de um e cortei a costa de outro. Os outros três atiraram na minha direção e eu me escondi atrás de uma coluna, estalei o meu dedo e lancei eletricidade pelo lugar. Escutei o barulho de corpos caindo e saí de trás da coluna.

Olhei em volta e vi o pessoal de Sam se reagrupando. Comecei a correr por rua acima, encontrei mais gente brigando em uma rua, os carros estavam pegando fogo, escutei o barulho de cacos de vidro sobre o meu pé e apertei o meu passo. Olhei para o lado e vi um cara metralhando um cara de preto. Corri na direção dele e minha espada atravessou a sua barriga, chutei suas costas para frente e puxei minha espada, sangue respingou no meu rosto e nas minhas roupas.

Corri na direção de outro grupo e estalei os dedos, eletricidade percorreu todo o lugar. 7 homens caíram no chão, inclusive dois de preto que estavam escondidos. Era para eu ter protegido eles, mas eu não os tinha visto e tinha lançado eletricidade forte o suficiente para parar um coração de uma pessoa. Continuei a correr e a derrubar gente após gente no chão, depois de poucos minutos meu corpo já estava manchado de sangue. Entrei na rua do posto de gasolina e chuvas de tiro vieram na minha direção. Uma bala acertou o meu braço esquerdo antes que eu levantasse a parede de eletricidade.

Coloquei a mão sobre o meu braço e chiei. Encarei o grupo de 7 pessoas a minha frente e olhei para o lado mais atrás, haviam 3 deles atirando contra dois de preto. Eu não conseguiria lançar meu poder neles sem antes abaixar a parede. Corri na direção deles com a espada pronta para o ataque, a parede de eletricidade impedia as balas de me atingirem, ele tentaram fugir quando me aproximei e chutei a perna de um deles. Estalei o meu dedo e meu escudo desapareceu, mas os homens caíram no chão. Meu poder não tinha sido forte o suficiente para parar o coração deles e então minha espada se moveu sozinha.

Sangue manchou meus braços quando cortei a barriga de um ao meio. Minha espada cortou o braço de um deles e depois o pescoço. Nessa hora eu estava totalmente fora de mim, só via sangue e mais sangue a minha frente, estava em um total estado de loucura. Quando parei de cortar o que tinha, finalmente pisquei voltando a realidade. Olhei para os corpos sangrando e totalmente dilacerados na rua e cai de joelhos, vomitei tudo que tinha no estomago. Não havia apenas inimigos ali. Escutei o barulho de tiros e forcei o meu corpo a ficar de pé.

Olhei em volta e percebi que havia gente perto do posto de gasolina, corri em direção a eles e levei uma pancada na cabeça. Cai no chão com força e senti minha testa saindo sangue, coloquei minha mão no chão e fiquei de pé, limpei meus olhos que estavam sujos de sangue e olhei em volta. Havia 3 contra 3 mais ao fundo, dois caras parados a minha frente.

— Então foi você que eliminou os nossos parceiros — Disse um dos caras, ele era enorme, tinha sei lá, 1,90 m de altura, seus músculos saltavam sobre as suas roupas, seus olhos estavam cheios de sangue e ódio, olhei para o outro que não era tão musculoso, mas tinha o mesmo olhar. Segurava uma barra de ferro enorme nas mãos.

— Sinto muito mais você vai morrer agora — Disse o que estava segurando a barra de ferro.

Os dois vieram para cima de mim e eu desviei com dificuldade dos seus ataques, a minha testa não parava de sangrar e eu não conseguia ver direito. Chutei a perna do que estava segurando a barra de ferro e cortei o seu braço, o outro me deu um soco no estomago e eu voei para trás. Aquele cara tinha superforça só pode. Fiquei de pé novamente e coloquei minha espada na minha frente. Respirei fundo e lancei meu poder na direção deles. Os dois caíram de joelhos e os seus músculos se contraíram.

— Você... vai... precisar de mais do que isso para nos matar — Disse o menos musculoso, foi então que uma barra de ferro voou na minha direção e eu me joguei no chão, olhei para trás e vi a barra de ferro batendo no tanque de gasolina fazendo um buraco, no mesmo instante um dos capangas que estavam ao fundo atirou e a bala tocou no chão provocando faísca.

Então tudo explodiu. Fui jogada contra o muro com a força da explosão, senti o meu corpo inteiro e abri os olhos, vi o posto de gasolina completamente em chamas, os dois caras que eu estava lutando estavam se mexendo não muito distante de mim, fiquei de pé e corri até onde estava a minha espada. Olhei em volta e vi que não havia ninguém mais ali a não ser nós. Meu corpo estava nas ultimas, minha testa e meu braço não paravam de sangrar, e eu tinha quase certeza que tinha quebrado uma ou duas costelas.

— Aiaiai — Escutei um dos caras dizendo enquanto ficava de pé, olhou para frente e cerrou os olhos. — Parece que você também é dura na queda.

— Eu quem o diga — Falei limpando minha testa. O parceiro dele ficou de pé e os dois me encararam.

Vieram juntos na minha direção e consegui cortar o peito do musculoso, mas aquilo não pareceu prejudica-lo. Desviei da barra de ferro que o outro estava segurando, e percebi que ele controlava tudo que era de ferro, vi algo metálico vindo pelo meu lado e me joguei no chão. Ele entrou na parede com força. Se aquilo tivesse me acertado estaria morta. Lancei o meu poder na direção deles e eles caíram no chão, fiquei de pé e me afastei deles.

Ficaram de pé novamente e me encararam, como se pedissem apenas para parar e morrer logo. Foi então que escutei o barulho de alguém andando, olhei em volta e eles fizeram o mesmo. Nós três esperamos quem quer que seja sair da escuridão e aparecer. E quem me apareceu foi ninguém menos que a garota de cabelos escarlate e de olhos vermelhos brilhantes, usava a mesma roupa da primeira vez que eu a tinha visto, calça preta rasgada, regata vermelha, jaqueta preta com detalhes vermelhos e tênis vermelhos.

— Garotinha, isso não é lugar para se estar agora — Disse o musculoso na direção dela. Ela olhou para ele e vi que os seus olhos estavam incrivelmente vermelhos, olhei para o seu ombro e vi a sua tatuagem. Era uma lua cheia de sangue. Ela levantou as mãos e o cara que tinha falado foi jogado na parede com força.

— Mas que porra... — Disse o parceiro dele surpreso, os olhos dele brilharam um prata forte e vi várias coisas de ferro aparecendo no meu campo de vista. Muitos apontados para ela e vários apontados para mim. — Morram as duas.

Levantei uma barreira de eletricidade a minha frente e chuvas de ferro pontudo voaram na minha direção, bateram contra a barreira e caíram no asfalto, olhei para o lado e vi a garota completamente bem. Senti meu poder acabando e a barreira sumiu, corri em direção ao amigo caído dele e chutei o na barriga. Ele agarrou o meu tornozelo e me jogou no chão, vi que tinha saído sangue dos seus ouvidos e do seu nariz. Segurei minha espada na mão direita e consegui enfiar no seu peito usando os últimos traços de força que tinha. Sangue saiu da sua boca e ele parou de se mexer.

— Nãoooooo!!!! — Gritou o outro, foi então que um pedaço de ferro atravessou a minha coxa. Gritei de dor e me curvei no chão. Olhei para minha coxa e vi o tamanho do ferro, ele era não era grande, era um daqueles ferros que usavam para fazer as colunas das casas. Levei um chute no rosto e senti minha boca se rasgando, minha vista se apagou ligeiramente. — Sua vagabunda, você vai pagar pelo o q...

Ele parou de falar subitamente e eu cerrei os meus olhos, consegui ver o que tinha acontecido. A garota de olhos vermelhos tinha se aproximado e estava com as mãos levantadas na direção do homem. O cara caiu de joelhos, sangue começou a sair da sua boca, nariz e dos seus olhos, ele fez um movimento com a mão e uma pequena barra de ferro cortou a cintura dela, sangue saiu do seu corpo rapidamente e ela caiu de joelhos.

O homem cai de quatro no chão e tossiu, enchendo o pulmão de ar. Ficou de pé com dificuldade e bateu nela com um pedaço de ferro, sangue escorreu da sua testa. Ela levantou as mãos e vi que ela estava com raiva, muita raiva. O homem parou de se mover e caiu de joelhos, o que vi me deu mais medo do que qualquer filme de terror. Sangue começou a sair pela boca dele como se ele tivesse uma torneira dentro, seus olhos ficaram esbugalhados e ele se engasgou com o próprio sangue. Não demorou nem 3 segundos e ele caiu morto ao meu lado. Engoli em seco e me sentei devagar no chão, segurei a ponta do ferro na minha coxa, respirei fundo e puxei com força, o ferro saiu rasgando minha carne e eu gritei de dor. Minha vista ficou embaçada, senti minha perna ficando encharcada de sangue e rasguei a blusa do cara que minha espada estava enfiada. Amarrei em volta da minha coxa e olhei para frente.

A garota estava com a mão na cintura, não havia mais sangue escorrendo da sua barriga aberta, mas ela estava com uma aparência muito pálida. Fiquei de pé com dificuldade e parei na sua frente.

— Você está bem? — Perguntei levantando minha mão na sua direção. Ela era assustadoramente linda. Engoli em seco e ela olhou para minha mão e depois para mim. Encarei os seus olhos cor de sangue e senti meu peito explodindo de dor, cai de joelhos no chão e sangue saiu da minha boca como se fosse água, senti minha cabeça querendo explodir e tentei respirar, engoli o meu sangue e tossi. Aquela garota manipulava o sangue. Percebi isso tarde demais, quando meu peito estava quase explodindo. Levantei minha mão para frente usando minhas ultimas forças e estalei o dedo.


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Notas finais do capítulo

KKKKKKK. Eu sei, sou sacana por terminar aí. Mas é pra atiçar a curiosidade de vcs kkkkk. Me matem no chat depois kkkkkk.
Comentem =PPPP