Lightning Hunter escrita por LauC


Capítulo 24
Capitulo 24


Notas iniciais do capítulo

Perdoem o palavrão, mas PQP capitulozinho difícil de ficar pronto! Tá doido, tenho até vergonha de postar depois de dizer que não ia demorar muito. Muitas coisas aconteceram, sabem né, época de final de ano, volta as aulas da faculdade, prova de concurso, Enem e vestibular (P/ os que não sabem estou querendo mudar de curso para Veterinária), daí quando consigo tempo e a criatividade começa a voltar, a cachorra corta a perna, lá vai laura levar pro Vet e cuidar dela, de quebra eu fico doente por uma semana, a salvação foi a DIPIRONA, gente kkkk, vocês não sabem o quanto amo esse remédio agora. E finalmente, terminei esse capitulo. Que para a tristeza de vocês não é gigantesco como normalmente, mas levando em consideração tudo que aconteceu eu acho que até está satisfatório. Quanto ao capitulo, temos muita pancadaria! Round 2 Sora x Artos. Espero que gostem do capitulo, não foi tão fácil de escrever quanto eu imaginei que seria essas cenas de ação. Ufaaa. Agora terminei. Bjus e Boa leitura.



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Eletricidade atravessou a rua e acertou as mãos de pedra de Artos, ele se curvou com o impacto, mas se manteve em pé. Deu um sorriso para mim e correu, a próxima coisa que vi foi o seu punho vindo e dei um passo para trás rapidamente, levantei minha mão esquerda e toquei o seu abdômen e descarreguei energia, um chiado de dor escapou da sua boca e ele foi lançado para trás.

─ Haha, isso vai ser mais fácil do que eu esperava! ─ Falei sorrindo enquanto olhava Artos se por de pé. Seus olhos dourados se cerraram com raiva e coloquei uma mão na cintura. ─ Vai me dizer que não esperava por isso, também?

─ Estou surpreso, disso não nego ─ Respondeu e passou a mão no ombro e no peito como se estivesse tirando alguma poeira. ─ Mas não pense que vai ser tão fácil me derrubar.

Dito isso o seu corpo entrou em chamas e novamente estava em cima de mim, senti a minha pele queimar com a temperatura elevada e levantei uma barreira bem a tempo de evitar as suas chamas. Estalei o meu dedo e ele mudou de direção sem problemas, continuou me atacando e desviando dos meus ataques, enquanto que os seus eram bloqueados por mim.

Concentrei energia no meu punho e o atingi no rosto, senti a luva queimando no processo e o arremessei rua a frente. O seu corpo bateu contra a parede de um prédio e dei um sorriso de canto que logo foi arrancado. Um bloco de gelo gigante surgiu do nada e me atingiu na lateral, rolei pelo asfalto e apenas um nome me veio a mente, ICE!

O que aquele idiota pensa que está fazendo?

Coloquei minhas mãos no chão para levantar, mas no meio disso Artos já estava de pé ao meu lado, metade do seu corpo para cima estava em chamas e a outra metade estava coberta de gelo, seu pé congelado veio na minha direção e rolei para o lado. O asfalto ficou congelado e levantei devagar, tendo cuidado para não escorregar sobre o gelo.

No próximo segundo a temperatura tinha se elevado novamente, o gelo ao redor descongelou imediatamente e olhei em volta, tínhamos nos afastado o suficiente dos outros, abri minhas mãos e dei um suspiro rápido, lancei eletricidade sobre todo o chão molhado, qualquer coisa que estava no raio de 20 metros foi eletrizada.

Artos se engasgou com o súbito choque de eletricidade e caiu no chão, porém, no segundo seguinte estava de pé com a sua pele preta igual ao do asfalto aos nossos pés. O seu poder de cura estava agindo e qualquer arranhado que tinha conseguido dar até agora estava sumindo. Levantou as suas duas mãos e fechou os olhos, encarei-o nervosa pelo o que estava por vim, levantei uma barreira a minha volta e o chão começou a tremer.

Olhei para baixo em choque com o que estava acontecendo, ele estava provocando um terremoto? Como? Por acaso ele ganhou habilidade de geocinese nesse meio tempo? O tremor ficou mais forte e escutei um estalido vindo abaixo de mim, rachaduras começaram a aparecer em todo os lugares. Como Artos estava fazendo isso? Os únicos poderes que tinha eram super força, velocidade, super cura, absorção de superfície, gelo e fogo. Fogo?

Dei um tapa na testa, era claro, fogo era uma ramificação da larva, se ele consegue controlar o magma era obvio que ele poderia fazer a terra tremer. Olhei sem reação para um prédio que veio abaixo com o tremor e um rangido alto veio dos meus pés, olhei em câmera lenta para baixo e abri a minha boca quando o asfalto me engoliu.

Tudo ficou escuro por um tempo, estava deitada de costas sobre uma superfície fria, movi-me devagar e fiquei em pé, meus olhos aos poucos foram se acostumando com o escuro e olhei em volta. Estava em uma espécie de caverna.

─ Caverna? ─ Perguntei em voz alta, comecei a andar para longe dos destroços que haviam caído junto comigo. ─ O que diabos uma caverna está fazendo aqui?

Após um longo minuto em silencio, finalmente escutei um barulho diferente e notei que vinha dos meus pés, olhei para baixo e vi que estava sobre um trilho.

─ Trilho? ─ Sussurrei em duvida, mas logo lembrei de uma reportagem que mostrava que o prefeito tinha ordenado a construção do metrô da cidade. Forcei a minha vista a ficar mais claro e os detalhes do túnel começaram a ficar mais distintos, notei o concreto no chão, pedaços de ferro, fios de eletricidade na parede, havia algumas lâmpadas presas, mas não pareciam que estavam funcionando.

Tinha que encontrar uma saída o mais rápido possível Artos estava lá em cima e possivelmente atacando os outros, respirei fundo e comecei a correr, o eco das minhas botas ressoaram por todo o lugar e me deram uma sensação de claustrofobia. Suor começou a escorrer pela minha testa e passei a mão para limpar. Bem, era normal ficar com calor, afinal estava correndo.

Depois de alguns minutos notei que não era eu que estava quente e sim todo o túnel. A temperatura estava escaldante para algo que deveria ser frio no subterrâneo. Diminui a velocidade até parar, minhas roupas estavam encharcadas de suor. Mas de onde está vindo todo esse calor?

─ Quente o suficiente? ─ Escutei a voz de Artos ecoar pelo túnel. Dei uma volta de 180 graus e olhei para o caminho atrás de mim e o da minha frente.

─ Desgraçado ─ Chiei fechando os punhos e comecei a correr caminho a frente. A medida que corria a temperatura ia subindo, o ar estava ficando mais rarefeito e pela primeira vez em muito tempo me vi respirando pesadamente sem folêgo. Minha barreira não iria me proteger do calor, eu tinha que sair dali o mais rápido possível, o problema era que a entrada talvez estivesse a milhares de metros e Artos estava em algum lugar no meio disso. Coloquei a mão no peito e fechei os olhos tentando manter o coração no ritmo normal. ─ M-merda.

Voltei a andar e após sabe-se lá quanto tempo o calor foi diminuindo, e uma leve brisa fria foi me envolvendo. Dei um sorriso com aquilo, parecia que tinha conseguido chegar a entrada e Artos não estava lá.

Minha respiração foi voltando ao normal e apertei o passo. Se Artos não estava mais lá, onde ele estaria? Será que os agentes apareceram para dar uma mãozinha? Se sim, precisava correr o mais rápido possível para ajuda-los, antes que algum deles morresse.

Mas para a minha sorte, não era nada disso e só notei que tinha algo definitivamente errado quando vi fumaça sair da minha boca. A temperatura tinha caído drasticamente, o ar começou a ficar difícil de ser respirado e as poucas roupas que estava vestindo não me proporcionavam calor o suficiente. Uma névoa começou a surgir a alguns metros a minha frente e molhei os lábios que logo ficaram gelados.

Gelo estava se formando nos trilhos e na parede do túnel, abracei o meu corpo e me pus a andar novamente. A cada passo que dava parecia que a temperatura caía 2 graus e em um determinado momento tinha simplesmente parado de andar, minhas pernas se recusavam a se mexer no frio, minhas roupas que minutos atrás estavam ensopadas de suor agora estavam congeladas, meu pulmão doía quando respirava e não sentia mais o nariz ou as mãos. Encostei as costas na parede e deslizei até que estivesse sentada no concreto coberto de gelo, abracei o meu joelho e tentei respirar, todo o meu corpo estava tremendo e tinha quase certeza que tinha conseguido elevar o grau de hipotermia.

Tentei manter minha mente concentrada, mas era impossível, nada fazia sentido. Eu não entendia como vinha parar aqui ou porquê. Meu corpo simplesmente gritava para dar o fora, enquanto que a minha mente não entendia o que estava acontecendo. Imagens aleatórias começaram a passar na minha mente e fiquei assistindo tudo e ao mesmo tempo não entendendo nada.

─ M-m-mer-da ─ Sussurrei ao fechar os olhos.

Acho que era verdade quando diziam que perto da morte nosso cérebro projetava os nossos momentos de vida em sequencia, exatamente como um filme. Isso quer dizer que eu estava morrendo? O quão hilário seria a grande Lightning Hunter morrer congelada em um túnel de metrô sozinha e de uma forma nenhum pouco heroica? Dei um sorriso de canto com o pensamento, seria trágico.

Contei as batidas lentas do meu coração.

Um, dois, três.... quinze, dezesseis.... O que eu estou fazendo aqui? Dezoito, dezenove.... Como eu vim parar aqui? Vinte e um... Já sei, Artos....Vinte e três....

Minha consciência começou a definhar.

Vinte e sete, vinte e oito, vinte e nove.... Não ouse ...trinta... Sora... trinta e um...

─ Ainda acha que consegue? ... Trinta e do-i-is

Tri-trinta e três ... Frioo....sinto nada... e quatro

As imagens começaram a desaparecer.

c-cin-co... Não....se-is... ouse… morrer… sete.

Não ouse morrer, por que essa frase me lembra a alguma coisa? Bem, não importa.

Oi-to...

A ultima imagem que minha consciência projetou foi a de uma garota sentada sobre a grama, o seu rosto estava embaçado, mas não havia duvidas de que ela estava sorrindo para mim, dei um pequeno sorriso com aquilo, e quando a imagem começou a escurecer, os lábios da garota se moveram e tentei decifrar o que ela estava dizendo.

“Não morra”.

Rei!

Abri os olhos rapidamente, encarei as botas pretas cobertas de gelo abaixo de mim, soltei os joelhos e deixei minhas mãos caírem ao meu lado. Olhei para a frente e forcei meus pulmões a trabalharem direito, meu peito chiou com a entrada brusca do ar frio, coloquei meu joelho no chão e comecei a levantar lentamente, meu corpo rangeu com o pequeno movimento, mas continuei seguindo em frente.

Fixei meus olhos no túnel congelado e cerrei os dentes com o frio e também raiva. Não iria morrer ali, nem agora e nem amanhã. Dizem que o futuro é um mistério, mas posso garantir que em nenhuma parte dele diz que vou morrer congelada. Eu havia prometido voltar em segurança e fazer Rei se encontrar com Grey novamente, e dessa vez teria certeza de cumprir a promessa.

Arrastei meus pés sobre o gelo no concreto até estar em uma posição de combate e abri as mãos ao lado do meu corpo. Fechei os olhos e respirei devagar o ar frio do túnel, pensei em Rei, Grey e os outros que estavam lá em cima, mas principalmente Rei. Artos tinha a levado ao limite, sem dizer que a saúde de Rei não estava tão boa quanto a minha e se algo acontecesse com ela, bem, eu não saberia o que fazer.

Soltei o ar pela boca e fiz o meu poder fluir pelo o meu corpo, senti o calor retornar as minhas mãos e pernas, respirei novamente e aumentei o fluxo de energia, escutei o barulho de faíscas e soltei o ar pelo nariz. Senti os dedos das mãos novamente e cerrei o punho com força, os cabelos dos meus braços começaram a ficar arrepiados e abri os olhos.

O gelo a minha volta estava descongelando a medida que a minha energia aumentava, os cabelos dos meus braços estavam arrepiados com a estática e eletricidade azul percorria o meu corpo, escutei estalos e pequenas faíscas surgindo e desaparecendo sobre a minha pele. O túnel que não estava com as suas luzes acessas, agora estava iluminado pela minha energia, movi minhas pernas e braços para ver se estavam respondendo normalmente e dei um aceno com a cabeça quando notei que estavam.

Encarei o resto do túnel que estava congelado e provavelmente para onde Artos estava, cerrei o maxilar com raiva e olhei para minhas botas.

─ Vamos ver o quão rápida vocês são ─ Falei para as minhas pernas. Respirei fundo e coloquei um pé a frente do outro, segundos depois estava correndo pelo túnel congelado tendo cuidado para não cair. Mas aquela não era a velocidade que eu queria. Fechei minhas mãos em punhos e soltei um suspiro levemente indignado. ─ Ok, vamos tentar algo diferente.

Parei de correr bruscamente e puxei o ar para os pulmões, fechei os olhos e me concentrei na energia que tinha no meu peito. Na verdade o quê fiz foi imaginar uma pequena fogueira no meio do nada, a fogueira representava essa energia que eu sentia, e no momento ela era pequena e alguns gravetos eram o que faziam a chama continuar queimando. Olhei atentamente para as chamas que balançavam como se acompanhassem uma brisa. Ok, vamos ver se consigo aumentar isso.

Segurei a respiração e parei de me mover, escutei o ar frio pelo túnel, as batidas do meu coração, senti o calor e o poder fluindo pelo meu corpo, todos os meus sentidos estavam ficando aguçados novamente. E olhei para a pequena fogueira, imaginei como se estivesse colocando carvão e mais madeira nela, demorou alguns segundos para algo acontecer, e então as chamas cresceram e uma grande carga de eletricidade me atingiu bruscamente.

Abri os olhos surpresa que aquilo tinha dado certo e me inclinei em posição de corrida, o tempo pareceu desacelerar quando minhas pernas se moveram, as paredes do túnel passaram por mim em um borrão e as poucas lâmpadas instaladas no lugar explodiram quando passei por elas. Escutei o barulho de pés se movendo no concreto, mas o som não pertencia a mim, cerrei a mão direita em punho e apertei o passo, Artos estava com as mãos levantadas para a minha direção e de costas para a entrada do metrô, mas parecia que ele não havia me visto a sua frente, talvez o tempo realmente tinha desacelerado ou era eu que estava rápida demais?

Dependendo do que fosse, a situação era perfeita. Quando fiquei a um passo de distancia dele, afastei os meus pés e girei a cintura dando mais velocidade e força para o meu soco direto. Fiz questão de acertar o seu rosto em cheio, senti o impacto na minha mão e fiquei feliz por estar usando luvas.

E então o tempo voltou ao normal, minhas botas deslizaram pelo concreto com a velocidade, mas consegui me manter em pé a tempo. Quanto a Artos, ele foi lançado para fora do túnel, levando consigo pedaços de concreto e o pouco de dignidade que ainda tinha. Saí do túnel com um sorriso no rosto e observei Artos rolando pelo asfalto e parando de frente para a lua.

Ele se mexeu dando sinal de vida e começou a se levantar, estalei os dedos das mãos e depois o pescoço, olhei pra o seu rosto e vi que o seu nariz e maxilar estavam quebrados. Seus pés tocaram o chão e ele arqueou as costas olhando para mim, dei um sorriso de canto para ele.

─ Ué, pensou que eu cairia rápido por causa de um friozinho? ─ Perguntei e corri parando a sua frente, meu punho direito acertou o seu abdômen e ele se curvou, levantei o meu joelho e atingi o seu maxilar, ele caiu de costas e antes que pudesse reagir levantei minha perna direita e chutei-o o fazendo rolar alguns metros a minha frente. ─ Sinceramente Artos, que tal você manter o resto de orgulho e dignidade que ainda tem e parar de lutar de uma vez? ─ Artos deu um chiado de dor enquanto se levantava ─ Seria bem mais fácil se você permanecesse no chão.

Matei a distância entre nós e levantei minha mão para atingi-lo novamente, mas o que atingi foi uma parede de gelo que se desmoronou com o impacto, Artos estava a uma distância segura agora, puxou o seu maxilar de volta para o lugar que pertencia e depois o seu nariz, e observei os cortes no seu corpo se curando. Colocou as duas mãos na cintura e girou o tronco de um lado para o outro estralando as costas.

Se a luta não estava séria antes, agora ela definitivamente estava.

Artos e eu nos encaramos por um longos segundos a espera de quem iria fazer o primeiro movimento e ele foi o que tomou a iniciativa.

A próxima coisa que noto é um vulto a minha esquerda, levantei o braço para bloquear o ataque e o punho dele acertou o meu antebraço com força, me desequilibrei e caí de lado no chão, Artos aproveitou o momento e avançou, mas levantei uma barreira a minha frente, seu punho bateu de frente com a parede de eletricidade e faíscas começaram a surgir, me coloquei de pé rapidamente e o observei curiosa.

Seu punho não deixou de entrar em contato em nenhum momento e comecei a sentir a barreira querendo enfraquecer, Artos continuou colocando pressão e então começou a lançar fogo pela sua mão. A energia provinda de mim estava instável e pelo jeito que ia, talvez não demorasse muito para ele atravessar a barreira.

Nem pensar que vou dar a ele esse privilegio. Respirei fundo e me concentrei, senti os meus poderes aumentarem e me movi, deixei a barreira se quebrar e parei ao lado de Artos, girei sobre os meus pés atingindo-o em cheio com um chute. Ele deu uma serie de passos para se equilibrar e me deu um olhar de raiva.

Os próximos minutos que se seguiram testamos quem era o mais veloz de nós dois, deferimos golpes atrás de golpes, mas nossos ferimentos se curavam logo em seguida, o que tornava as coisas mais difíceis para os dois lados. Artos parecia ter pleno controle dos seus poderes, enquanto que o meu caso estava mais complicado, visto que não tinha tido oportunidade para treinar e experimentar as novas habilidades que havia adquirido, e durante a batalha não conseguia me concentrar o suficiente para tentar algo diferente porque tinha que está sempre em movimento, ou atacando ou defendendo, sem dizer que apesar da cidade está praticamente vazia, o barulho de coisas pegando fogo ou desmoronando com a batalha não me permitiam ficar focada.

Movi-me rapidamente desviando do pedaço de concreto que veio voando e senti o vento passar por mim junto com o concreto. Levantei minha mão direita e estalei o dedo, um laser de eletricidade foi na direção que estava Artos, ele sumiu do meu campo de visão e o poder acertou uma panificadora que imediatamente veio abaixo. Virei o corpo 360 graus na rua e não o vi.

─ Psii, aqui em cima ─ Levantei a cabeça e vi Artos flutuando com chamas saindo dos seus pés. Não vou mentir que achei aquilo legal e dei um olhar surpreso para ele. ─ Impressionante, não é?

─ Yeah, me lembrei de um filme que assisti anos atrás ─ Falei dando um sorriso de canto e lambendo o meu lábio inferior, levantei minha mão rapidamente e lancei eletricidade na sua direção. Artos desviou do ataque e seus olhos dourados me encararam com uma expressão divertida.

─ Por acaso ele dizia “ Em chamas” ?─ Disse abrindo os braços e seu corpo entrando em combustão, observei as chamas vermelhas em volta do seu corpo.

─ É por aí ─ Concordei dando um aceno com a cabeça e atacando-o novamente. Ele voou para longe de mim, senti suor escorrendo pelo meu queixo e suspirei. Se ele continuasse voando seria um saco ter que ataca-lo e teria que correr mais rápido ainda. ─ Ok, vamos...

Olhei para baixo quando não consegui me mover, apenas para ver minhas pernas congeladas no asfalto.

─ Mas quando que...

Quase pude escutar a risada de Artos quando senti seu punho acertando o meu rosto, a força do impacto quebrou o gelo que me prendia e saí voando até o momento quando minhas costas bateram contra uma parede. Caí sentada no chão, tentando recuperar o folego e cuspindo o sangue da boca ao meu lado.

Meus sentidos ficaram abalados por alguns segundos até que voltaram ao normal e consegui ver um carro estacionado ao meu lado. Coloquei meus joelhos no chão para se levantar quando Artos apareceu a minha frente, pronto para atacar. Senti alguma coisa dentro da minha cabeça clicando e os meus braços se moveram automaticamente, o que aconteceu em seguida deixou nós dois surpresos.

Olhei sem entender para a lataria de ferro que flutuava a minha frente e para a marca funda do soco de Artos, virei o rosto de lado e vi que a lataria era na verdade o teto do carro estacionado.

─ Como que... ─ Sussurrei ao notar que quem estava controlando aquilo era eu, já que Artos tinha se afastado para dar uma analisada. Fiquei de pé lentamente e a placa de metal se moveu junto comigo. Movi minha mão e o objeto se movimentou ao mesmo tempo. Interessante, já ouvi dizer que eletricidade as vezes podia controlar metais, mas nunca tinha conseguido até agora. Olhei para Artos que me deu um olhar impressionado e nervoso.

─ Bem, isso é intere... ─ Cortei a sua fala com um movimento de mão e a lataria voou na sua direção e caiu aos seus pés. Ele olhou para baixo e depois para mim e balançou a cabeça. ─ Porque eu estou impressionado com a sua falta de habilidade?

─ Falou o cara que trapaceou para ficar mais forte ─ Respondi rapidamente dando um olhar irônico para ele, seus olhos dourados brilharam com a provocação e vi seu corpo ficar tenso.

Ele andou na minha direção com as mãos congeladas e tentou me atingir na cintura, joguei o corpo para o lado e sorri em vê-lo nervoso.

─ Ficou nervosinho? Eu apenas disse a verdade ─ Falei dando de ombros e me abaixando quando vi um golpe indo na direção da minha cabeça. Coloquei minhas mãos no chão e dei um salto para trás e abrindo uma distância entre nós dois. Ele virou o corpo na minha direção e eu abri os braços, Artos congelou no lugar esperando pelo meu próximo movimento.

Deixei eletricidade fluir ao meu redor e escutei novamente um clique na minha cabeça, pedaços de ferros, pregos, parafusos, barras de ferros, até mesmo a espada na minha cintura, começaram a tremer rapidamente, como se quisessem se soltar dos lugares que estavam presos e o som de metais se batendo ressoaram pela avenida vazia.

Soltei o ar pela boca lentamente e os metais se soltaram dos seus lugares e flutuaram em torno de mim. Eu não tinha ideia de como estava fazendo aquilo. Dei um passo para a frente e movi minha mão direta na direção de Artos, duas barras de metal voaram contra ele, Artos se abaixou rapidamente fazendo a barra passar por cima da sua cabeça e fincar contra uma parede, tornou a sua pele em metal e bateu contra a segunda barra, notei a sua pele metálica e estalei o dedo, eletricidade atingiu o seu corpo em cheio, mas ele se manteve de pé.

Deu um sorriso de canto e percebi que ele havia transformado sua pele em pedra, levantou suas mãos e uma onda de gelo veio contra mim, criei uma barreira a minha frente, o gelo bateu de frente contra a eletricidade e fumaça me envolveu. A temperatura despencou e senti minhas roupas congelarem, olhei de um lado para o outro a procura do inimigo, mas nem sinal, olhei para cima só para garantir e ele não estava lá.

Saí da minha posição e caminhei pela rua, os metais caíram no chão com um grande ruído que fez meus ouvidos chiarem.

Para onde diabos esse cara foi?

Observei cada detalhe na rua para ver se ele não estava escondido em algum lugar, mas não havia nem sinal dele. Escutei vozes de pessoas não muito distante e virei o corpo para uma rua que cortava a avenida a alguns metros de distância de mim. Fechei os olhos e forcei meus ouvidos a captarem os sons mais atentamente.

“ Levantem ele com cuidado”, disse uma voz masculina.

“ A perna dele está sangrando”, disse outro homem.

“Eu notei, coloquem ele na maca e vamos sair daqui”, disse alguém com a voz igual a de Dana.

Dana? Encarei a rua em confusão e lembrei que havia dado a missão de resgatar os agentes feridos a ela.

─ Espera um pouco, seu eu ouvi eles ─ Abri minha boca em choque, era bem provável que Artos tenha ouvido também ─ Merda!

Corri para a rua o mais rápido possível e de cara consegui ver Artos em pé não muito longe deles, e uma fumaça branca envolvia o seu braço, sinalizando que estava preste a atacar com gelo o grupo composto por Dana, dois soldados, dois médicos e a ambulância do exercito. Apertei o passo e me coloquei entre os dois bem a tempo de deter o ataque, uma pequena explosão aconteceu quando o gelo entrou em contato com a eletricidade.

O grupo paralisou atrás de mim, uma linha de suor desceu pelo meu pescoço e virei a cabeça para trás. Os dois soldados estavam carregando um agente na maca, um dos médicos estava pressionando o ferimento externo da perna do rapaz para evitar a perda de sangue em excesso, Dana e o outro médico estavam me encarando boquiabertos.

─ Estão esperando convite? Caiam fora daqui! ─ Gritei quando Artos deferiu um ataque contra mim. Dana acenou para os soldados e todos eles se moveram em torno da ambulância. Um dos soldados deu partida no carro e o outro subiu no teto da ambulância e destravou a sua arma, Dana sentou no banco do passageiro, os dois médicos e o agente ferido entraram na parte traseira. Artos desapareceu da minha frente e tentou atacar o carro por outra direção, virei o corpo rapidamente e estalei o dedo. ─ Nem pensar.

O raio fez Artos bater contra um prédio e eu acenei para eles saírem dali, o soldado não perdeu tempo e passou por mim pegando velocidade, por um momento consegui ver os olhos dourados de Dana que me pediam para tomar cuidado, levantei o meu polegar e vi o carro entrando em outra rua. Virei o rosto na direção de Artos e cerrei os dentes.

─ A sua luta é comigo ─ Falei andando e parando a sua frente. Estalei o meu dedo e Artos deu um salto para o lado, lançou uma bola de fogo em mim e me defendi com a barreira.

Eu estaria mentindo se falasse que ele não era habilidoso, tudo bem que ele trapaceou para ganhar os poderes, mas para ter conseguido dominar todos eles tão bem assim em menos de 1 mês era impressionante. Normalmente, demoravam anos para conseguir controla-los em perfeita condições. Infernos, eu mesma demorei um ano inteiro apenas para aprender a controlar os poderes perto de agua, perdi as contas de quantas vezes meu pai e eu treinávamos e no final eu sempre estava no chão curvada e com dor.

Esse era um dos motivos de terem academias e até mesmo matérias nas escolas especializadas em técnicas de controle. Todas as pessoas que ganhavam poderes deveriam entrar em contato com uma agencia do governo, que tinha a única função de documentar os poderes do usuário e garantir um local para treinamento. Meu pai treinou praticamente sozinho e não foi a essa agencia, o mesmo aconteceu comigo. Ele me ensinou praticamente tudo o que sabia, a controlar o poder em publico, a fortalecer a barreira, captar sinais de radio, hackear eletrônicos, a lutar fisicamente e com armas.

Apanhei, briguei e me machuquei mais vezes do que posso lembrar durante esses anos, a rua me ensinou como lidar com criminosos e meu pai me ensinou a ser quem sou. Por esses motivos, achava incrível e ao mesmo tempo irritante o fato dele estar se saindo tão bem.

Encarei os olhos dourados a minha frente e pisquei voltando a realidade, bem a tempo de defender um ataque. Seu braço de gelo bateu contra o meu e eu cerrei os dentes, ele ainda parecia estar com energia, saí do seu espaço de contato e olhei para a lua cheia acima de nós. Quanto tempo ainda faltava?

─ É melhor não se distrair ─ Disse ele de repente a minha frente, abaixei-me e senti uma brisa passar sobre a minha cabeça, sua mão veio na direção do meu peito e dei um passo para trás, matou a distancia entre nós e seu punho veio novamente, coloquei minha mão a frente do corpo e bati no seu braço, fazendo tanto o seu punho quanto o meu se afastarem, a próxima coisa que sinto e o seu joelho acertando o meu estomago, me curvei com impacto e ele deu um cruzado com o punho esquerdo, caí sem cerimonia no asfalto.

Ele podia ser habilidoso para controlar os poderes, mas não deixava de ser um pé no soco, e agora eu estava definitivamente ficando com raiva. Ele tentou me atacar novamente, mas coloquei a barreia em torno de mim. Virei-me devagar no chão e coloquei as palmas das mãos contra o asfalto, olhei para as luvas, uma delas estava queimada e a outra levemente desgastada. Arqueei as costas e coloquei-me de pé.

Quanto tempo já estávamos lutando, 15-20 minutos? Olhei em volta a procura de um relógio, mas aparentemente ninguém tinha um fora de suas casas ou lojas. Dei um suspiro cansado e encarei o homem de 3 metros de altura e músculos a minha frente.

─Que tal acabarmos com isso logo? ─ Falei olhando para cima.

─ Por que? Já está cansada? ─ Disse dando um sorriso de deboche.

─ Naa, só cansada de ver essa parede mutante ─ Respondi acenando para o seu corpo e balançando a cabeça ─ me seguindo.

─ Parede mutante? Sério? Esse é o melhor apelido que consegue? ─ Disse colocando as mãos na cintura. ─ Você tem péssimos gostos.

─ Você tem péssimos amigos ─ Rebati olhando-o nos olhos.

─ Eu não me importo, eles me deram poderes ─ Disse acenando com uma das mãos. ─ Ao menos não tenho uma parceira que mais atrapalha do que ajuda.

─ Se eu fosse você não falava mais nada ─ Sussurrei fechando os punhos com força.

─ Mas não é verdade? Ela não é forte e você sempre está se ferindo para protege-la, qual o motivo em ter alguém assim por perto? Pessoas inúteis não são fortes, não possuem habilidades e sempre darão problemas para você se você permitir que fiquem em seu caminho.

─ Rei não é fraca, ela quase derrotou você.

─ Quase não é conseguir. E se você não tivesse interrompido, teria eliminado aquele lixo de uma vez por todas! ─ Fui pega de surpresa quando vi os olhos de Artos perderem o brilho e ficarem sombrios quando disse aquilo, ele estava ficando cada vez mais louco e violento. E apesar de ter ficado surpresa em ver um dos efeitos negativos do soro, não dei um passo para trás, e por um momento fiquei feliz que Rei não estava por perto para me ver perdendo o controle.

Contrai o maxilar com força e deferi um golpe contra o seu peito, ele foi para trás com o impacto e antes que se quer pensasse em algo, coloquei eletricidade no meu punho e lancei contra ele, o vi tornando o corpo em pedra para absorver o dano e avancei. Eu estava com raiva, como ele se atreve a falar assim dela? Ele podia ameaçar e me machucar a vontade, mas com Rei era outra coisa. Ela não era a minha fraqueza como ele pensava, mas sim a minha força, e eu tomaria dez socos na cara se impedisse que Rei levasse um. E mataria o desgraçado que se quer pensou em bater nela.

Diminui o espaço entre nós dois em um piscar de olhos e liberei eletricidade ao meu redor, Artos tentou se afastar, mas segurei o seu braço e dei um chute no seu peito com eletricidade. Ele bateu de costas contra um prédio do outro lado da avenida, dei uma respirada profunda e soltei o ar pela boca, a medida que imaginava as chamas da minha fogueira crescendo. E agora ela já estava bem grande, qualquer pessoa a milhares de metros poderiam ver as chamas se fosse real.

Os ferimentos no meu corpo começaram a se curar imediatamente com a energia circulando a minha volta, virei na direção que tinha jogado Artos e minhas pernas se moveram automaticamente e menos de um segundo estava em pé sobre ele. Abri minha mão e lancei eletricidade contra o seu peito, mesmo ele estando com o corpo de pedra não foi o suficiente para diminuir o golpe e a parede a suas costas começou a rachar. Cerrei o meu punho direito, o que estava com a luva ainda inteira e deferi um soco contra o seu rosto, minha mão doeu no momento, mas ignorei a dor e dei outro soco.

Ele tentou atacar com gelo, mas impedi-o com um chute na sua perna, ele soltou um chiado de dor e dei outro soco no seu rosto, a parede se rachou e nós dois entramos no prédio. Percorri o lugar com os olhos rapidamente e notei que aquele lugar era um escritório de advocacia. Artos se mexeu se colocando de pé, mas não dei tempo para fazer qualquer coisa. Chutei a sua perna por trás e ele caiu novamente, segurei a sua cabeça com uma das mãos e o arrastei até a mesa mais próxima. Eu imaginava que ele seria mais pesado, pensei, quando esmaguei a sua cabeça na mesa de madeira, que se quebrou e os dois foram para o chão.

Senti o lugar ficando frio e olhei para baixo, as mãos dele estavam sobre o chão, e o piso estava ficando congelado com o seu toque. Dei um sorriso de canto e me movi mais rápido do que olhos normais poderiam acompanhar, pisei em cima da sua mão com toda a força que tinha, escutei o barulho de ossos se quebrando e um pequeno grito vindo de Artos. Coloquei minhas mãos nos seus ombros e o joguei contra a parede mais próxima.

A parede veio a baixo e uma camada de poeira apareceu, caminhei sobre os restos e olhei para onde o corpo dele deveria estar. Artos estava em pé do outro lado da sala, seus olhos estavam cerrados de pura raiva, abriu suas duas mãos e o lugar foi envolvido em chamas. Todos os moveis estavam pegando fogo, fumaça começou a surgir rapidamente e estar no meio daquilo lembrou-me de quando salvei aquela família do apartamento em chamas. Criei uma barreira a minha volta impedindo o fogo de me alcançar, entretanto senti minhas roupas ficarem úmidas com o calor repentino.

Olhei para o meu inimigo e dei um sorriso sarcástico. Ele teria de fazer mais do que aquilo se quisesse me impedir de mata-lo. Corri na sua direção, passando pelas chamas e dei um soco no seu abdômen, ele se curvou levemente e enchi minha perna de eletricidade, levantei o joelho e atingi a sua cabeça, seu corpo foi para trás e estalei o dedo. Artos atravessou as paredes a suas costas, as chamas dentro de mim aumentavam a cada segundo de forma que minha velocidade e força estavam aumentando ao mesmo tempo. Por isso não foi difícil acompanhar o seu corpo quando ele atravessava as paredes, peguei-o do chão e dei dois socos cheios de eletricidade no seu rosto.

Artos era bem mais alto do que eu, mas altura não parecia importar quando estava me sentido cheia de energia e força. Segurei a sua cabeça e bati contra a parede, e de acordo com a largura do prédio, aquela era a ultima e a próxima coisa depois dela era o asfalto. E feito isso, Artos rolou no asfalto.

Ele demorou dois segundos para se colocar de pé e pela sua feição, ele não estava nada feliz com o que estava acontecendo. Observei o seu peito se mexer com a respiração rápida, levantou os braços e eles se tornaram brancos, com gelo o envolvendo. Lançou gelo na minha direção e fui para frente calmamente, a barreira a minha volta me protegia dos seus ataques, gelo e mais gelo bateram contra a barreira até que finalmente parei a dois passos de distancia dele.

Olhei para cima e encontrei os seus olhos dourados, eles estavam entre raiva e medo, mas o que não foi difícil de ver foi o reflexo dos meus olhos azuis brilhando intensamente. Levantei meus braços em posição de guarda e dei uma piscada de olho para ele ao mesmo tempo que uma linha de eletricidade voava na sua direção, seus pés se arrastaram no asfalto com o repentino ataque e dei um soco rápido no seu braço. Artos defendeu o meu soco sem problemas, mas não viu o meu pé indo em direção ao seu joelho.

Ele se curvou diante de mim e movi minhas mãos ao meu lado, os metais na rua começaram a chacoalhar e primeira coisa que se soltou foi uma barrar de ferro, olhei para frente e dei um chute no peito de Artos, abaixei a mão e a barra de ferro veio até mim, segurei a barra com as duas mãos e andei até o gigante que se levantava. Afastei os pés e levantei a barra como se fosse um taco de beisebol, Artos olhou para mim com os olhos arregalados e girei a cintura, pegando força e velocidade para o golpe.

A barra de ferro se dividiu ao meio com o impacto e ele caiu sobre chão. Olhei para a metade da barra em minhas mãos, a ponta que havia quebrado estava pontuda e tive uma boa ideia do que fazer com ela. Marchei até Artos e o virei de frente para mim, sangue escorria de um ferimento na sua cabeça e o seu maxilar parecia ter quebrado novamente. Olhei para o seu corpo e ele olhou para a barra em minhas mãos, e nós dois tivemos os mesmos pensamentos.

Ele tentou transformar a pele em concreto antes que eu enfiasse a barra no seu corpo. Artos não era tão burro quanto pensava, e o primeiro lugar que ele protegeu foi o seu peito e como uma ultima alternativa de faze-lo sentir dor, enfiei a barra contra a sua perna. Ele deu um grito de dor e eu dei um sorriso de canto com aquilo. Observei o sangue escorrer e pisei sobre um de seus braços quando o vi ficar vermelho com o possível poder de fogo.

Subi em seu corpo, com uma perna no seu ombro e outra no seu braço, saquei a espada da cintura e olhei para a lamina afiada. Levantei uma das mãos e acenei em volta, parecia que eu estava aprendendo a dominar o poder, a espada flutuou acima da gente e Artos tentou se mover, mas pisei com mais força sobre o seu corpo.

─ Isso vai ser divertido ─ Sussurrei dando um olhar psicopata para ele, o vi abrir a boca para replicar algo, mas ignorei-o quando a espada atravessou o seu ombro de concreto. Pedra, asfalto, concreto, todos podiam ser furados e desgastados com o tempo ou com a força.

─ Sua vadiaaa! ─ Gritou ele com raiva.

─ Prometo que isso vai ser rápido ─ Ignorei-o enfiando a espada mais fundo no seu ombro.

Artos cerrou os dentes com a dor e fechou os olhos por dois segundos, e quando os reabriu, vi um brilho sombrio naqueles olhos cor de ouro. E eu não pude prever o próximo ataque dele. Com um arfar, gelo saiu da sua boca e fui atingida no rosto, caí de costas no chão e olhei para a lua acima de nós.

─ Merda, isso foi inesperado ─ Sussurrei e coloquei meu corpo a funcionar novamente, fiquei de pé e vi que ele já havia arrancado a barra da sua perna, e quase sorri ao ver o buraco na sua coxa, uma linha de sangue escorreu pela sua panturrilha e pingou no asfalto. Colocou a mão esquerda sobre a bainha da minha espada e a puxou de lá, mais sangue respingou aos seus pés, passou a mão livre no maxilar e escutei um estralo vindo do seu corpo. Ele olhou para a espada e fez uma cara impressionada, talvez ele nunca tivesse visto uma daquelas. ─ É bonita, não é?

─ Sim ─ Respondeu ainda olhando para a espada.

─ Agora me devolve ─ Falei estendendo a mão para ele.

─ Seria uma pena se... ─ Ele levantou o joelho, segurou a espada com as duas mãos e partiu-a em duas.

─ Nãooo!

─ Ops, quebrou ─ Disse dando um balançar de ombros e jogando as duas partes no chão. Olhei para ele revoltada por que tinha quebrado a minha preciosa espada. Ele abriu os duas mãos e respirou profundamente, os buracos no seu corpo começaram a se fechar e todos os outros cortes também, e todo o processo demorou cerca de 7 segundos.

Apenas 7 segundos para ele estar novinho em folha.

Merda!

Ele parecia cansado, afinal se estivesse 100% ele não teria deixado eu feri-lo, apesar de que não parecia que iria se render tão facilmente. Passou a mão sobre o seu peito definido e limpou o sangue que havia escorrido de seu ombro.

─ Acho que acabei com sua diversão ─ Disse dando um sorriso sarcástico.

─ Talvez ─ Respondi afastando os pés e levantando os braços, em posição de defesa. Ele correu na minha direção, sua pele se transformou em granito e senti os meus olhos ficarem dilatados, levantei a perna esquerda para defender o seu chute, e o seu punho passou por entre os meus braços e acertou o meu queixo, fui jogada para trás e antes que ele me alcançasse, levantei do chão e dei um passo para trás a tempo de desviar de um novo golpe. Ele bateu com o pé no chão e toda a superfície ficou congelada, tentei mover minhas pernas, mas as botas ficaram presas no gelo.

Artos deu um olhar satisfeito e me atacou, defendi um de seus cruzados e me abaixei quando o seu punho foi em direção ao meu rosto. Se não posso sair do lugar, vou ter que faze-lo sair de perto. Trouxe as duas mãos para o lado da minha cintura e concentrei energia nas palmas das mãos, e estiquei os braços rapidamente acertando o seu peito, dei um respiro rápido e lancei o poder em forma de laser.

Ele não apenas saiu de perto de mim como também atravessou a vitrine de uma loja de joias. Escutei o barulho de coisas sendo quebradas e caindo no chão, olhei para minhas pernas e concentrei o poder ali, o gelo rapidamente foi descongelando e escutei o gemido de alguém. Levantei o olhar para a loja e esperei Artos aparecer, movi-me para fora da zona de gelo e encarei o buraco na vitrine da loja.

Artos saiu de lá como se nada tivesse acontecido, a não ser pela vermelhidão no seu peito, onde eu o atingi. Porém, trazia em uma das mãos um colar de joias. Um sorriso sinistro aparecia em seus lábios e começou a absorver a substancia da joia. Era ouro? Prata? O colar era muito pequeno da onde estava, para ver do que ele era formado. Mas como sempre, não tive que esperar muito para descobrir.

Seu corpo começou a tomar uma forma diferente de substancia, primeiro foi o seu braço que se transformou em algo branco e cristalizado, logo todo o seu corpo se envolveu naquilo e percebi que aquilo não era uma substancia comum. Além de ser cristalizada, era branca quase transparente e que lembrava a algo rachado pelo lado de dentro, mas sem indícios de fraturas pelo lado de fora. Quando todo o seu corpo se envolveu naquela substancia, ele revirou a joia em sua mão e jogou-a no chão, e foi aí que vi o brilho indescritível e único do diamante preso no colar de ouro.

Abri a minha boca em choque e Artos deu uma gargalhada maligna.

─ Agora é a minha vez.


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Notas finais do capítulo

Irrruu, a merda vai ficar é feia agora. O que acharam? Gostaram das novas habilidades de Sora? Esperem que tem mais kkkkk. Comentem aí galera, mesmo se for para dar o esporro que eu sei que mereço! Tenho um anuncio a fazer também. Vou tentar ao maximo postar tudo antes de viajar. E para onde vou viajar? Fortaleza, por isso se tiver alguma leitor (a) que mora lá e quiser me conhecer, quem sabe podemos marcar um encontro? Se tiver alguém, puxe conversa lá no facebook. E terceiro, minha amiga e eu estamos com um projeto novo, lançamos dois capitulos da fic nova aqui no Nyah, ela se chama 265 D.P ( Depois da Parada) escrita por LASAK (nome de nos duas), a fic é muita viagem msm, e estamos esperando pessoas lerem para ver se seguimos em frente, se não, cesta de lixo. Obrigada por lerem, laurinha ama vocês