Lightning Hunter escrita por LauC


Capítulo 22
Capitulo 22 - Bloon


Notas iniciais do capítulo

Hey There! Meu povo como estão? Estou escrevendo isso pela segunda vez, visto que a minha internet ou o Nyah resolveram implicar comigo. Vocês devem estar querendo me matar por causa da demora e peço desculpas, visto que andei um pouco ocupada ( não foi tão pouco assim, mas entenderam). Enfim, eu acredito que o capitulo ficou bom, não tão bom quanto os outros eu acho, mas bom. O inicio do final começou e começou com a Rei, kkkkk. Vocês vão ver o que ela apronta. Sora ainda não apareceu, mas ela aparece no próximo e em todos os outros em seguida. Tive que fazer esse cap. com o ponto de vista de Rei, se não a estoria teria um buraco, e eu não gosto de buracos ( isso deve explicar o porque de meus capitulos serem grandes rsrs). Espero que gostem e aproveitem.



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Esses agentes estão me dando nos nervos. Olhei a minha volta e estava cercada por diferentes pessoas, na maioria civis, mas havia uma boa quantidade de agentes e policiais no recinto. Gray estava sentado no chão ao meu lado, mexendo em um notebook, que eu não fazia ideia de onde ele tinha conseguido aquilo.

A cidade estava em alerta de emergência máxima graças ao ultimo ataque de Artos, todas as pessoas foram evacuadas para os abrigos contra terremotos e furacões. O lugar era bem grande, uma espécie de super sala subterrânea que se conectava por um túnel com uma outra sala igual. Eu tinha as minhas duvidas quanto a ficar aqui. O lugar parecia ser bem seguro, tinha comida e guardas protegendo o lugar, mas e se Artos resolvesse aparecer aqui? Estaríamos bem ferrados, principalmente se as pessoas ficassem desesperadas. Pessoas desesperadas nunca é um bom sinal.

Observei meu irmão digitando no notebook e respirei fundo. Bem, depois dos idiotas terem me dado um tiro no ombro e me colocarem em um interrogatório ridículo, estou começando a gostar da ideia de deixa-los morrerem. O que me preocupa é o paradeiro de Sora, tenho certeza que eles estão a mantendo em algum lugar, afinal a diretora disse que haviam a prendido, então ela estava viva, não bem fisicamente, mas viva. E eu preciso apenas me assegurar que ela continue viva até conseguir chegar onde diabos quer que ela esteja.

─ E se eu perguntasse a um dos agentes aqui?

─ Perguntar o quê? ─ Perguntou Grey de repente, virei o rosto na sua direção com uma sobrancelha levantada.

─ Nada, apenas pensando alto ─ Respondi balançando a cabeça, ele me olhou atentamente e pensei em algo para mudar a conversa. ─ O que diabos você tanto faz nesse computador?

─ Nada de mais, apenas hackeando o sistema da policia em busca de informações ─ Disse dando um balançar de ombros.

─ Nada de mais, hum? ─ Digo cruzando os braços e me inclinando para ver o que ele estava fazendo, uma sequencia de códigos apareceu na tela e logo em seguida um conjunto de códigos em resposta surgiu, Grey deu um sorrisinho, aparentemente, ele estava curtindo usar os seus poderes para quebrar o sistema de segurança da policia.

O site da policia apareceu e ele começou a digitar alguma coisa e a tela se encheu de outras telas, sequencias de fotos, arquivos, notas e entre outras coisas. Havia algumas informações sobre Artos, sobre a ordem de evacuação, organização da policia e uma serie de outras coisas que não interessavam.

─ Droga ─ Sussurrou Grey.

─ Sem muitos resultados pelo visto ─ Olhei para o teto e dei um suspiro cansado, as coisas estavam devagar, muito devagar, e surpreendentemente calmas. Faz um dia e meio que Artos atacou e essa calmaria estava deixando todos nervosos. Na verdade, acho que ninguém está confiante de que ali era realmente seguro, não pelos olhares nervosos que recebo. Talvez eles estejam esperando algo dar errado. Esperando a merda bater no ventilador.

Não que não seja verdade, afinal, as coisas não saíram bem quando ele atacou. Cerca de 182 pessoas foram pegas no fogo cruzado, 90 delas morreram. As coisas não estavam boas, o mínimo que podiam fazer é tentar ficar fora de um possível combate. O problema era que ninguém sabia a hora que isso ia acontecer.

Assisti Grey travar uma batalha com o notebook e fechei os olhos. Bem, ao menos alguém entre nós está se divertindo fazendo algo. Levei a mão ao meu ombro que estava curado agora. Se alguma acontece e eu não estivesse 100%, os fatos poderiam não ser bons.

O cabelo de Grey estava grande, os seus fios vermelhos passavam cerca de dois dedos do seu ombro, ele estava mais forte fisicamente, ao menos não estava tão magricela quanto o encontramos um mês atrás. Coitado, comeu o pão que o diabo amassou, literalmente, e quando consegue fugir e nisso que ele se mete. Droga, mal consegui proteger o meu irmão, quanto mais a pessoa que amo.

Coloquei minha mão sobre o rosto e pressionei os olhos com os dedos. Aquele lugar estava me fazendo pensar demais. Tenho que dar um jeito de achar Sora, manter Grey seguro e acabar com Artos, ou talvez eu possa apenas pegar Grey, achar Sora e dar o fora daqui? Isso me parece um bom plano. Aliás, o que há de bom aqui nessa cidade? Desde que me entendo por gente, esse lugar é um lixo, cheio de ladrões, assassinos, corruptos e pessoas gananciosas e egoístas que não hesitariam em acabar com quem quer que entre em seu caminho. Olha como eu acabei? Como Sora e Grey acabaram?

Tirei a mão do rosto e olhei em volta. As pessoas aqui não mereciam minha compaixão, todos tem a mesma opinião no final. Estão sentados ali, quietos, pensando que seria ótimo juntar forças e esquecer antigos problemas para poderem sobreviver. Não é sempre assim que as pessoas ficam em momentos de crise?

É sempre assim, querem ajuda, mas não querem ajudar. Onde estava a policia quando meus pais foram mortos? Quando Grey foi sequestrado? Onde estavam na hora que precisei deles? Eles não davam a mínima importância para pessoas como nós. Nunca dão, é por isso que os gângsters dominam a cidade, é por isso que conflitos sempre vão acontecer, e que existe tamanha desigualdade social. E agora querem que eu as ajude?

Até parece. Mesmo quando tentamos ajudar eles nos querem ver atrás das grades. O mesmo aconteceu com Sora e comigo. Então por que diabos eu deveria ajuda-los? Todos aqui são culpados de uma forma ou de outra. Realmente espero que Artos acabe com eles por isso e transforme essa cidade em cinzas.

Ou deveria eu mesma acabar com essas pessoas?

Cerrei meus olhos e encarei um dos agentes a minha frente, ele estava conversando despreocupadamente com uma mulher. Flexionei o maxilar com raiva. Todos iriam pagar pelo o que fizeram comigo, com Grey, e principalmente com Sora. Eu mesma irei ver a vida deixando os seus corpos.

─ Você está bem? ─ Disse Grey de repente segurando um dos meus ombros. Pisquei na sua direção sem entender e balancei a cabeça tentando limpar aqueles pensamentos.

─ O que diabos eu estou pensando? ─ Coloquei a mão no rosto em indignação.

─ Hã?

─ Não é nada ─ Respondi dando um longo suspiro e dando um tapinha no seu ombro enquanto ficava de pé. ─ Vou dar uma volta, ok?

─ Espera, eu vou com você ─ Disse colocando uma das mãos no chão e fazendo um movimento para ficar em pé.

─ Não, fique aí, vou apenas alongar as pernas ─ Coloquei a mão no seu ombro o fazendo sentar, ele olhou preocupado e dei um sorriso falso. ─ Está tudo bem.

─ Tem certeza? Por que você estava fazendo uma cara assustadora 1 minuto atrás.

─ Estava? ─ Perguntei surpresa, ele acenou com a cabeça. ─ Bem, não era nada. Estou bem agora.

─ Certo, só não arrume problemas ─ Disse finalmente desistindo.

─ Não prometo nada ─ Respondi dando um aceno com a mão e andando na direção do agente que estava conversando com a mulher. Passei por eles sem dar um segundo olhar e fui em direção de uma das entradas. A entrada era feita por um massivo portão de aço e ferro, ficava a uma distância de 3 metros de onde estavam localizados os civis, e era guardado por 2 soldados armados.

Mudei a minha direção para a esquerda e passei por eles calmamente. Eles não saberiam dizer onde estava Sora, tinha que achar alguém com mais autoridade, quem sabe o prefeito ou detetive. Andei por vários minutos em todo o lugar e não encontrei ninguém com alguma informação valida sobre Sora. Puxei meu celular e olhei para a tela, eram 17 horas e tinha apenas um ponteiro de sinal, a enorme quantidade de concreto impedia que o sinal dos celulares pegassem direito.

─ Acho que vou voltar para Grey ─ Sussurrei colocando a mão na cintura e dando um suspiro fatigado. Dei a volta por um grupo de jovens jogando baralho e passei perto de um dos guardas, quando senti o chão tremer.

Todos congelaram, quase como se alguém tivesse gritado STOP! Um silencio se instalou no lugar e ninguém ousou dar um pio se quer. Ficamos cerca de 10 segundos estáticos, esperando que algo mais acontecesse. Para sorte de uns e azar de outros, o teto tremeu e uma camada de poeira caíu, todos ficaram atentos e escutamos um som de estática vindo do radio de um dos soldados não muito longe de onde estava.

Os jovens e eu olhamos apreensivos para o guarda, ele engoliu em seco e levou a mão ao rádio, apertando um botão.

─ Posição 1, responda ─ Disse ele, dando um olhar na nossa direção. Escutamos mais estática e logo em seguida uma explosão, todo o lugar começou a tremer novamente e dessa vez todos fizeram barulho.

“Estamos sendo atacados, mantenha posição”, disse uma voz masculina de repente no rádio.

─ Por quem? ─ Perguntou o soldado.

“ O gigante, os agentes estão afastando ele dos abrigos”, respondeu a mesma voz.

─ Merda ─ Disse o soldado posicionando a arma na mão.

Se Artos estivesse atacando novamente, aquelas armas não serviriam para muita coisa, além de causar pânico. Andei rapidamente, quase correndo, na direção de Grey e agarrei o seu braço.

─ Rei! É ele? Estamos sendo atacados de novo? ─ Perguntou me dando um olhar nervoso.

─ Aham, os agentes estão levando ele para outro lugar ─ Respondi olhando a movimentação dos agentes no lugar.

─ Como você sabe disso?

─ Escutei no rádio de um dos soldados ─ Falei me abaixando e pegando a minha mochila do chão. Peguei a arma por entre as roupas e chequei a sua munição, iria dar para uma distração. Coloquei-a no cos da calça e joguei minha camisa vermelha por cima, arrumei as mangas da jaqueta preta, apertei o cadarço dos tênis vermelhos e verifiquei a faca presa no meu tornozelo.

─ O que vamos fazer? Você vai ajuda-los? ─ Disse ele cruzando os braços e me olhando preocupado.

─ Não ─ Respondi sem nem pensar e dando um balançar de ombros.

─ Não? ─ Disse confuso e sentimos o chão tremer novamente.

─ E porque iria? ─ Perguntei abrindo uma das mãos. ─ Deixem eles se virarem.

─ Mas eu pensei que você...

─ Eu o quê? ─ Falei aumentando a minha voz, algumas pessoas em volta olharam na nossa direção, ignorei-os e olhei de volta para Grey. ─ Eu não estou afim de arriscar a minha vida por pessoas que nunca deram a mínima para mim.

─ Rei... mas... ─ Grey estava chocado com as minhas palavras.

─ Sem mas. Não sou uma maldita heroína ─ Cortei-o e comecei a andar para algum lugar. As pessoas deram um olhar para mim, que não soube identificar, e antes que pudesse perceber estava parada ao lado dos mesmos jovens de antes. Eles tinham voltado a jogar baralho, apesar de que estava um mais nervoso do que o outro.

─ Quer jogar? ─ Disse um deles, olhei para baixo, para quem tinha perguntando e vi um rapaz com uma touca verde neon e óculos de grau. Suas roupas eram comuns, uma calça jeans um pouco desgastada, uma camisa regata preto por baixo de uma camisa de manga quadriculada branca. Ele não parecia ser muito mais velho do que eu, olhei para seus amigos e eles pareciam ter a mesma idade.

─ Não, valeu ─ Respondi dando um aceno com a mão, o mesmo soldado estava parado a uns 2 metros, apenas observando a movimentação. Foi então, que notei que Grey estava me seguindo todo esse tempo, ele passou por mim e se sentou ao lado do menino. Puxou o notebook da sua mochila e o ligou, deixando tanto eu quanto os garotos confusos. ─ O que diabos você pensa que está fazendo?

─ Se você não vai fazer nada, eu vou ─ Disse ele digitando furiosamente.

─ E como pretende fazer isso? ─ Perguntei cruzando os braços e o encarando.

─ Vou acessar as câmeras da cidade para ver o que está acontecendo lá fora ─ Respondeu não olhando para mim.

─ Ohhh, você consegue mesmo fazer isso? ─ Disse o garoto de touca se inclinando para ver o trabalho de Grey, os seus amigos, que eram 3 meninas e 2 meninos, se colocaram ao lado e atrás de Grey para observar a tela.

─ Yeah, não deve ser difícil com os meus poderes ─ Comentou Grey parando de digitar e olhando para o teclado pensativo.

─ Você tem poderes? Que massa! ─ Uma das garotas disse. Grey deu um aceno com a cabeça e fechou os olhos se concentrando. Dei um passo para trás e encarei a tela que estava preta, depois de alguns segundos a tela se dividiu em quatro outras telas menores, cada uma delas mostrava a mesma rua de pontos diferentes.

Grey manteve a mão sobre o teclado e abriu os olhos, a imagem da câmera começou a ficar focada e podemos ver o que estava acontecendo lá fora, na batalha.

Os agentes estavam lutando bravamente e loucamente por assim dizer. Havia cerca de 15 pessoas ali, entre elas reconheci a equipe de Dana, apesar de que ela não estava lá, e os outros 3 que ajudaram no plano para derrotar Artos. Eles estavam indo bem, ninguém tinha morrido ainda.

─ Eu pensei que a cidade estava sem energia ─ Disse um dos garotos.

─ Não, não desligamos a energia ─ O soldado respondeu de repente, fazendo nós darmos um pulo de susto. Ele acenou com a mão para ficarmos calmos e se colocou atrás de Grey, olhando a filmagem. ─ Belo trabalho em acessar as câmeras.

─ Valeu ─ Grey deu um sorriso nervoso agradecido e olhou de canto para mim, apenas dei um balançar de ombros e voltei a olhar para a tela do computador. Ficamos em silencio assistindo a luta.

Artos parecia enorme do ponto de vista das câmeras, sua pele agora era de concreto cinza e ele estava atacando dois rapazes, quando estava preste a acertar um deles com o punho, ele atingiu uma parede invisível, Beatrice protegeu o garoto com o seu campo de força.

─ Oohh ─ O rapaz de touca disse surpreso ─ Um campo de força.

─ Aparentemente ela está defendendo todo mundo ─ Concluiu um dos rapazes.

─ Isso é maneiro demais ─ Disse uma das garotas.

─ É, até ela ficar sem energia ─ Comentei cruzando os braços. Senti-os darem um olhar na minha direção, mas ignorei.

Artos deu um passo para trás quando um carro caiu bem a sua frente, então os agentes sumiram do alcance da câmera e Grey usou os seus poderes novamente para acha-los, e eles voltaram a aparecer na tela. Richie estava lutando contra Artos agora, suas mãos estavam em uma luva preta, provavelmente para impedir que ele se machucasse muito, seu soco acertou o peito de Artos e o máximo que Richie conseguiu fazer foi arrastar Artos cerca de um palmo para trás.

─ Ele não é tão fácil de derrubar ─ O soldado disse ao meu lado, fiz que sim com a cabeça, e dei um sorriso quando Artos acertou Richie com um soco. O garoto bateu contra um muro e caiu sentado. Os outros voltaram a atacar em conjunto, dificultando as coisas para Artos, não iria ser fácil, mas eles estavam até se saindo bem.

─ Viu, eles não precisam de ajuda ─ Falei olhando pra Grey, seus olhos castanhos se encontraram com os meus e deu de ombros.

─ Vamos ver ─ Disse depois de um minuto em silêncio.

Não demorou muito para as coisas começarem a ficarem feias para os agentes. Eles estavam em um bairro próximo ao centro, algumas casas e o asfalto estavam destruídos, com um pouco de gelo e fogo aqui e lá.

─ Quanto tempo vai demorar para esse cara desistir? ─ Perguntou o de touca néon. Tanto eu quanto o soldado olhamos para o relógio.

─ Eles estão lutando faz uns 40 minutos ─ Disse o soldado cruzando os braços. Olhamos para os agentes na tela, eles estavam com uma aparência exausta. ─ Eles não vão aguentar muito mais.

Os garotos se entreolharam com medo e Grey olhou para mim, dei de ombro novamente e voltei a olhar para a filmagem bem na hora que Artos derrubou dois agentes com uma bola de gelo. Beatrice olhou para eles assustada, havia pessoas demais para ela proteger. Artos se abaixou e tocou o asfalto a sua pele ganhou um tom negro e ele correu na direção de Beatrice.

Dois garotos o atacaram e Beatrice desapareceu do lugar, ressurgindo no lugar onde Artos estava antes, ao seu lado uma garota de cabelos curtos a segurava pela cintura. Teletransporte. Artos deu um sorriso e lançou um jato de gelo na direção dos dois meninos, que congelaram no lugar. Ice apareceu logo em seguida, uma mão de gelo gigante surgiu no ar e acertou Artos de cima. O gigante apenas levantou as mãos e bloqueou o ataque, no centro no gelo um circulo vermelho começou a surgir e fogo apareceu.

Ele abaixou os braços em chamas e olhou para os 10 agentes que ainda estavam de pé. Por longos 5 segundos todos ficaram se encarando e Artos correu, apesar do seu tamanho, ele era bem rápido. Suas mãos viraram duas pedras de gelo e a próxima coisa que vimos foi uma garota acertando em cheio a câmera. A imagem ficou distorcida e depois ficou preta. Grey mudou para outra câmera e vimos uma explosão de gelo em todo o asfalto, quem tinha conseguido desviar estava salvo, mas quem não, agora estava com os pés congelados no asfalto. E apesar de Gaby se teletransportar, ela não reagiu rápido o bastante, mas Artos sim.

Em um piscar de olhos ele estava na sua frente, suas mãos de pedra foi em sua direção. Conseguimos ver Gaby fechando os olhos, pronta para receber o golpe, mas antes que acontecesse uma garota entrou na sua frente e levantou os dois braços. O impacto de Artos foi reduzido por a garota, mas não o impediu de fazer as duas voarem através de um jardim. Agora haviam 5 em agentes restantes e eles não iriam aguentar por muito tempo.

─ Merda! ─ Disse um dos meninos.

─ Será que eles estão bem? ─ Perguntou uma das meninas com a mão na boca.

─ Não sabemos ─ Disse o soldado engolindo em seco.

Olhei para a luta, Richie tinha voltado a si e estava parado ao lado de Beatrice, os dois pareciam estar conversando, talvez montando um plano ou não. Eu não tinha ideia de como derrotar Artos, ele não cairia mais no mesmo plano de antes. Sem dizer que a resistência dele parecia estar maior, não estava diminuindo os seus ataques.

As mãos de Grey se cerraram e levantei o olhar para o seu rosto, o seu maxilar estava flexionado e os seus olhos estavam encarando a tela do computador, e duas emoções distintas batalhavam ali, raiva e medo. Então ele levantou o rosto na minha direção.

─ Nem pensar ─ Respondi antes que ele perguntasse ou falasse qualquer coisa.

─ Mas você pode ajuda-los! ─ Disse ele abrindo as mãos quase implorando.

─ De jeito nenhum! Eu já disse. Não vou me machucar para salvar os outros ─ Falei dando um passo para trás e cruzando os braços. Os jovens e o soldado olharam para mim em choque.

─ Você pode ajudar? ─ Disse o soldado me encarando.

─ Pode! ─ Disse Grey.

─ Não! ─ Respondi ao mesmo tempo. Grey me deu um olhar fulminante e se levantou.

─ Olhe em volta ─ Grey parou a minha frente, cerrei os olhos e o encarei. ─ Vamos olhe em volta!

Obedeci ao que ele disse e olhei em volta, havia pessoas e crianças não muito longe de onde estávamos, alguns adultos estavam olhando na minha direção sem entender, talvez estivéssemos falando mais alto do que achávamos. Dois soldados olharam para o soldado ao meu lado e ele acenou dizendo que estava tudo bem.

─ E? ─ Perguntou Grey.

─ E o quê? ─ Falei balançando a cabeça sem entender.

─ Meu Deus Rei, serio? ─ Grey estava com raiva. Olhei para ele ainda sem entender, de todas as pessoas aqui não deveria ser eu que deveria estar com raiva? ─ Como você pode ser tão egoísta?

─ Eu? Egoísta? Serio Grey? ─ Falei descruzando os braços e dando um olhar de descrença para ele.

─ Sim você! Você tem o poder para ajudar a derrotar aquele cara, mas prefere ficar aqui dentro, porque acha que ninguém aqui deve ser salvo ─ Respondeu ele batendo o pé e acenando em volta.

─ E isso me faz ser egoísta? ─ Perguntei apontando para mim. ─ Ok, desculpa se eu prefiro manter meu corpo inteiro a ir me lascar lá fora, para proteger um lugar que nunca se importou comigo, que nunca fez nada para achar você e impedir que fosse mal tratado. Que nunca fizeram nada quando eu fui torturada, quando passamos fome. Ou vai me dizer que esqueceu de tudo isso?

Grey engoliu em seco e abaixou a cabeça, é ele não tinha esquecido. Mantive um olhar sério sobre ele, os jovens e o soldado ficaram estáticos com a conversa.

─ Se for só isso ... ─ Minha voz estava séria e mortal, agora sim eu estava com raiva. ─ Sente sua bunda no chão e fique calado.

Observei Grey fechar as mãos com força e levantar a cabeça, seu maxilar estava cerrado e os seus olhos estavam vermelhos de raiva.

─ Se você não for por eles, vá por mim ─ Disse finalmente. Abri minha boca para protestar, mas nada saiu. Ele tinha um ponto. Se não derrotassem Artos, ele iria quebrar o inferno aqui e Grey não estaria seguro. Mas se isso acontecesse, eu apenas iria agarrar ele e dar o fora daqui. Então como se lesse a minha mente, ele tornou a falar. ─ Se não por mim, por Sora.

─ Sora? ─ Sussurrou uma das garotas.

─ A Lightning Hunter? ─ Sussurrou de volta o garoto de touca.

─ Você conhece a Lightning Hunter? ─ Perguntou o soldado.

Ignorei as perguntas deles e mantive meus olhos sobre Grey, seu olhar estava decidido e sério, trinquei os meus dentes e mantive a calma.

─ Faça por Sora ─ Repetiu ele, apenas permaneci encarando-o. Ele abriu as mãos e colocou uma delas no meu ombro esquerdo, olhei para o seu braço por um segundo e voltei a olhar para o seu rosto, ele estava basicamente me pedindo para entender o que ele queria dizer. ─ Faça por ela. Se lembre do que Artos fez com ela, ele a machucou, a fez sangrar e agora ela está presa em algum lugar. Tudo é culpa dele, foi ele que fez Sora não estar com você aqui e agora.

Senti o meu corpo relaxar e olhei para as pessoas em volta rapidamente, eles estavam observando. Droga, Grey sabia como eu funcionava. Dei uma suspirada, sem saber que tinha segurado o folego durante todo esse tempo e olhei para os meus sapatos.

─ Vá lá fora Rei e quebre a cara daquele desgraçado, não por essas pessoas, não por mim, mas pela Sora ─ Grey terminou o seu pequeno discurso e eu concordei com a cabeça levemente. Eu sabia que tinha sido persuadida, mas se eu pudesse quebrar a cara daquele desgraçado pela Sora, eu o faria.

─ Okay ─ Falei levantando a cabeça e olhando para o seu rosto, ele deu um sorriso satisfeito e me deu um abraço apertado. ─ Mas como saio daqui? Os soldados não vão me deixar sair assim.

─ Se você diz que pode lutar contra aquele cara, posso dar um jeito ─ Disse o soldado dando um aceno com a mão.

─ Certo ─ Digo dando um ok com a cabeça. Olhei novamente para Grey e depois para os jovens. ─ Vocês ficam quietos. Grey não tente nada estupido, viu?

─ Como se eu pudesse ─ Respondeu dando um sorriso e um balançar de ombros. Colocou a mão sobre o ombro do garoto de touca ─ Vou ficar aqui com os meus novos amigos.

─ Legal ─ Disse o rapaz da touca dando um sorriso agradável para Grey.

─ Só tenha cuidado ─ Grey disse.

─ Vai ser difícil e você sabe ─ Falei tirando a jaqueta e a entregando para Grey, olhei para o soldado. ─ Me leve até a saída.

─ Pode deixar ─ Disse ele começando a andar rapidamente na direção do massivo portão de aço e ferro, o acompanhei e segundos depois paramos na frente do portão, os dois soldados que estavam lá olharam na nossa direção.

─ Sem civis no portão ─ Disse um deles.

─ Ela tem poderes, vai ajudar os agentes ─ Respondeu o soldado ao meu lado.

─ Tem certeza? ─ Perguntou o outro.

─ Sim, eu teria matado ele se um de vocês não tivessem me dado um tiro no ombro ─ Comentei, os três guardas se entreolharam e depois olharam para mim.

─ Era você?! ─ Disse surpreso o soldado que estava com a gente o tempo inteiro.

─ Aham. Vai me dizer que foi você que atirou? ─ Perguntei cruzando os braços e dando um olhar de raiva na sua direção.

─ Nem pensar ─ Disse dando um riso nervoso. ─ Nem pensar que eu seria esse pobre coitado.

─ Então, vão me deixar sair ou não, estamos perdendo tempo aqui ─ Falei batendo o pé no chão com uma leve irritação.

─ Certo ─ Disse um dos soldados, os outros dois acenaram com a cabeça e começaram a destrancar o portão, abriram apenas o suficiente para eu sair e passei por ele.

─ Boa sorte! ─ Gritou o soldado que estava o tempo todo comigo.

“Vou precisar de mais do que sorte” pensei. Já estava de noite, uma lua cheia tomava conta do céu, e as poucas luzes da cidade iluminavam as ruas. Corri para o final da rua e escalei uma casa, parei no topo do telhado e olhei em volta, casas e prédios em toda parte.

─ Onde estão vocês? ─ Sussurrei procurando por algum sinal de luta, e escutei um estrondo vindo de não muito longe a direita. ─ Por ali!

Comecei a correr na direção do barulho, meus passos fizeram um eco pela a rua vazia, ao menos ela não estava destruída como as outras, passei por carros e algumas lojas e finalmente cheguei ao lugar do conflito. Entrei em uma rua para a esquerda e entrei na avenida, meus olhos percorreram todo o lugar em segundos.

Asfalto estava destruído, buracos se encontravam aqui e ali, os poucos carros que não estavam pegando fogo estavam amassados e com os vidros quebrados. As lojas estavam devastadas, vitrines quebradas, roupas no chão, cadeiras e mesas destruídas, o teto de algumas tinha simplesmente desabado. Virei o rosto para a direita e vi Artos lutando contra a garota de telecinese, suas roupas estavam rasgadas e a sua testa estava sangrando, mais ao lado estava Beatrice abraçando o corpo de Gaby, Richie e Ice estava discutindo.

─ As coisas não estão nada boas ─ Falei observando a garota lutar com Artos, ele estava lançando um jato de gelo em sua direção e ela estava se defendendo com uma lataria de um carro. Saquei minha arma e a destravei, respirei fundo e juntei toda a minha coragem. ─ Vamos nessa.

Escutei os cacos de vidro sobre meus pés enquanto corria na direção de Artos que não parecia ter me notado ainda. Apontei minha arma para a sua cabeça e puxei o gatilho, o tiro o acertou em cheio e ele virou o rosto na minha direção, continuei apertando o gatilho até que ele deixou a garota em paz.

─ Vim acabar com a sua raça de uma vez por todas! ─ Gritei puxando um clipe de balas do bolso da calça e recarregando a arma.

─ Rei!! ─ Escutei Beatrice, dei um rápido olhar para ela e acenei com a cabeça. ─ O que você..?

─ Vou cuidar dele por um tempo ─ Gritei voltando o meu olhar para os olhos dourados de Artos.

─ Vai? ─ Disse ele dando um sorriso de canto, seus olhos pareciam se divertir com o que eu disse. ─ Vamos ver por quanto tempo você aguenta.

─ Yeah, vamos ver ─ Concordei afastando os meus pés e deixando a coluna reta. Artos veio na minha direção em uma piscada, suas mãos estavam pegando fogo, dei um salto, minhas mãos tocaram o asfalto e joguei o meu corpo para trás, levantei a minha arma na sua direção e puxei o gatilho.

A bala acertou o seu peito e caiu no chão, sem nem se quer arranhar. Eu sabia que aquilo não iria dar certo, mas iria distrair ele até os outros se recuperarem o suficiente. Pisquei sem reação quando vi o chão se congelar e meus tênis deslizaram, perdi o equilíbrio e meu joelho atingiu o chão gelado. Levantei a cabeça bem a tempo de ver Artos em cima de mim, seu punho de gelo desceu na minha direção e joguei o meu corpo para o lado.

Rolei no asfalto e me coloquei de pé. Artos deu um sorriso maníaco e senti um arrepio percorrer minha espinha. Nada bom. Ele se colocou a minha frente mais rápido do que um piscar de olhos, e tentou me acertar com os seus punhos e saltei de novo. Quando meus pés atingiram o chão, vi uma luz amarela surgindo sobre mim e pisquei sem entender.

Seja lá o que fosse aquilo, acabou sendo interrompido quando um carro acertou Artos na lateral e o enviou voando através de uma loja. Olhei chocada na direção que o carro veio e vi a garota telecinese e Richie olhando preocupados para mim. Dei um aceno com a cabeça agradecida e voltei a olhar para onde Artos tinha sido lançado.

Consegui ouvir um barulho de coisas se quebrando na loja e logo em seguida o teto desabou quando fogo irrompeu pelo telhado. Chamas vermelhas envolveram todo o lugar e comecei a dar passos na direção que Richie estava, Artos apareceu flutuando sobre a loja, chamas saiam dos seus pés o fazendo flutuar, seu corpo inteiro estava em chamas, cerrei os meus olhos com a claridade do fogo. Um suor escorreu pelo meu pescoço e notei que a temperatura tinha aumentado.

─ Ice! Jake! ─ Gritou Richie.

Os dois garotos escutando os seus nomes correram a nossa frente, Artos desceu do céu, seus pés tocaram o asfalto e a temperatura aumentou ainda mais.

─ Beatrice! ─ Gritou Ice, ele começou a controlar gelo e Jake a derreter o gelo. Beatrice colocou o corpo de Gaby atrás de um concreto no asfalto e correu na nossa direção. Encarei Artos e ele começou a abrir os braços lentamente, e o seu corpo começou a brilhar.

─ Merda! ─ Ouvi Richie falar ao meu lado.

Ice moveu sua mão para a direita e uma barricada de gelo se formou a nossa frente, Beatrice parou ao meu lado ofegante, seus olhos estavam dilatados e uma expressão de medo tomava o seu rosto. Ice e Jake começaram a trabalhar mais rapidamente, Jake começou a mover os seus braços dominando a água e a lança-la contra Artos, Ice levantou sua mão direita e fez o mesmo que seu colega, só que com gelo.

Os ataques não pareciam sequer chegar até Artos, visto que o gelo e a água evaporavam antes de tocar nele, seus braços já estavam quase completamente abertos, o seu corpo estava brilhando intensamente com as chamas, senti o meu cabelo colar na minha nuca e a minha garganta secar. Olhei para Richie e os outros que estavam ao meu lado, em um determinado momento eles tinham se abaixado para se proteger do calor que emanava do gigante, e percebi que tinha feito o mesmo. Apenas Ice e Jake permaneciam em pé atacando.

─ Beatrice! ─ Gritou Ice por cima do barulho de fogo e água se encontrando, ela levantou a cabeça protegendo os olhos. ─ Escudo!

Ela não perdeu tempo, levantou os seus braços e respirou fundo, uma barreira se formou na frente de nós e notei que os braços de Artos estavam completamente abertos e então tudo explodiu em chamas. Nós jogamos no chão com o impacto e felizmente a barreira de Beatrice nos protegeu de danos maiores. A barricada de gelo que Ice tinha construído tinha desaparecido completamente, coloquei minha mão no peito quando senti dificuldade para respirar por causa do ar quente e seco e também pela fumaça.

─ Estão todos bem? ─ Perguntou Ice se sentando devagar, seus cabelos estavam bagunçados, a jaqueta dos agentes que sempre usava, tinha se perdido em algum momento na batalha e a camisa cinza que estava vestindo, estava manchada de sangue e poeira, e uma das suas mangas estava faltando.

Acenamos com a cabeça e começamos a nos levantar, apenas Beatrice permaneceu no chão. Ela estava exausta, havia sangue seco sobre o seu nariz, suor escorria pelo seu pescoço e as suas roupas, entre todos os outros, era a que mais estava intacta, salvo por um pouco de poeira. Tentei olhar em volta, mas a intensa fumaça não deixava ver nada. Jake começou a tossir e levou a mão ao peito.

─ Você está bem? ─ Perguntou a garota de telecinese.

─ É só a fumaça, Mika ─ Respondeu ele voltando a tossir logo em seguida.

─ Você consegue acabar com a fumaça? ─ Disse Richie olhando para a Mika.

─ Posso tentar ─ Disse ela.

Continuei a olhar em volta a procura de Artos, não era possível que ele mesmo tenha se matado. Segurei a minha arma com força, ainda tinha algumas balas. Olhei de canto na direção de Mika e ela estava com os braços abertos, e de alguma forma ela conseguiu fazer a fumaça se dissipar. O ar foi ficando mais leve de se respirar e conseguimos ver as coisas novamente. Se antes o lugar estava destruído, agora estava em ruinas.

Todo o lugar estava pegando fogo, os alarmes de incêndio das lojas que sobravam começaram a soar e os alarmes dos carros estavam ecoando por toda a avenida. Olhei em choque para a situação do lugar, escutei um riso baixo não muito distante e olhei na direção que pensei tê-lo ouvido.

─ Parece que vocês viram um fantasma ─ Disse Artos dando um sorriso maligno, sua pele estava coberta por rochas. Abriu os seus braços para dar ênfase ao que estava falando ─ Ou será que vocês apenas me viram?

Ice e Beatrice deram um engasgo ao ver que ele ainda estava em ótimas condições. Beatrice se levantou devagar ao meu lado e eu levantei a minha arma para Artos. Foi então que o mundo começou a acelerar, em um segundo Artos estava a aproximadamente 20 metros de distancia e no outro ele estava a minha frente. Pisquei sem entender e o soco dele acertou a parede invisível de Beatrice.

Um pequeno sorriso surgiu nos lábios de Artos e ele desapareceu novamente, aproxima coisa que meus olhos conseguiram capitar foi Jake e Richie sendo lançados contra a parede de um prédio. Um grito percorreu o lugar e logo em seguida percebo de quem era o dono da voz, sangue escorria da boca de Mika, que estava terminando de rolar pelo asfalto.

─ Seu desgraçado ─ Disse Ice indo na sua direção, mas Artos não estava mais lá. Aquela velocidade dele era assustadora, a próxima coisa que sinto é algo atingindo o meu rosto, sangue encheu a minha boca e bati contra um carro de costas, levei minha mão devagar ao meu rosto depois de notar que eu não tinha morrido com o impacto, o meu maxilar estava deslocado e sangue escorria da minha testa.

Respirei lentamente com medo de ter quebrado alguma costela, mas felizmente elas estavam inteiras, minha cabeça ainda estava girando e pontos negros apareciam nos cantos da minha visão. E Apesar disso, consegui ver Ice e Beatrice lutando contra Artos e não demorou muito para ele dar cabo dos dois, que estavam no limite das suas forças.

Coloquei um dos joelhos no chão e comecei a ficar de pé, segurei o meu maxilar e o puxei, escutei o estralo vindo dele e tremi com a dor. Tirei o meu olhar do chão, havia cacos de vidro em todo o lugar, e olhei para cima, a tempo de ver o punho de Artos , mas não o suficiente para desviar. Fui jogada no chão com o impacto e minha vista escureceu. Senti-o agarrar minha camisa e meus pés deixaram de tocar o chão, e então fui jogada avenida abaixo.

Rolei por alguns metros e parei de costas para o asfalto. Minha cabeça latejava horrores, respirei lentamente fazendo com que meu cérebro recebe oxigênio o suficiente para conseguir voltar a ver. Não sei quanto tempo fiquei deitada, parcialmente morta. Minha visão aos poucos voltava e consegui ver um ponto brilhante acima de mim, pisquei tentando ver o que era e descobri que era a lua. Era uma lua cheia linda. Pena que era uma noite péssima.

Que merda, hein? Cheguei até aqui e não consegui fazer nada. E quem era eu para achar que conseguiria fazer alguma coisa contra algo como aquilo? Eu não era muito forte, não quando meus poderes não funcionavam.

Olhei para um prédio de esquina que parecia ainda estar inteiro e notei que havia uma câmera presa a parede, ela se mexeu o suficiente para eu notar e engoli em seco. Provavelmente era Grey assistindo a luta e vendo a sua irmã levar uma surra. Coitado, deve estar se culpando por ter me enviado aqui.

Foi mal, brother.

Voltei a olhar a brilhante lua a minha frente e respirei devagar. Ao menos eu morreria com uma vista bonita.

Desculpa Sora.

Fechei os olhos e relaxei o corpo sobre o luar. Cada centímetro do meu corpo parecia latejar, consegui sentir os cortes nas pernas e na cabeça, mas não estavam saindo muito sangue. Entretanto, estava me sentido uma latinha amassada.

Que patético! Eu não vou perder para alguém como ele, não vou morrer aqui, não agora.

Abri os olhos em fúria e encarei a lua a minha frente. Grey e Sora, peço desculpa desde já, se eu sobreviver a isso, sei que vocês vão ficar furiosos. Mas ou é isso ou nada.

Virei de lado devagar e senti o meu corpo tremer, minhas mão tocaram o asfalto quente e comecei a levantar, primeiro meus joelhos tocaram o chão, depois ergui as costas e afastei os pés, para ter um apoio maior. E encarei a lua novamente.

Iria fazer Artos pagar pelo o que ele fez comigo e com Sora. Ninguém mexe com as pessoas que eu gosto, ninguém. Eu odeio essa cidade, mas ela é meu lar. E não deixaria ninguém atacar o meu lar sem sair impune. Fechei meus punhos e senti a raiva percorrer as minhas veias. Minhas feridas começaram a se fechar, todo o meu corpo queimava por dentro, como se alguém estivesse aplicando acido em minhas veias.

Cerrei o maxilar com força e puxei o ar para os meus pulmões, levantei minha perna esquerda e peguei a faca que estava no meu tornozelo.

É isso ou nada.

Segurei a faca com a mão esquerda e levantei o braço direito, levei a lamina até o logo acima do cotovelo e fiz um grande e profundo corte, que percorria todo o meu antebraço até a palma da minha mão. Fechei a mão com força e o sangue pingou no asfalto.

Levantei a cabeça na direção da lua com os olhos fechados e me concentrei. Fazer aquilo era perigoso e precisava fazer direito se não a merda estava feita. Senti o poder fluindo pelas minhas veias, o sangue começou a circular mais rápido e abri os olhos. Iria mostrar para eles o outro motivo por me chamarem de Bloon.

Encarei a lua vermelha no céu e dei um sorriso. A cidade ficou com um aspecto sombrio e as poucas luzes que ainda tinham não afastavam a sensação de algo maligno.

Escutei batimentos cardíacos rápidos e virei o corpo na sua direção. Olhos dourados se encontram com olhos vermelhos brilhantes. Encarei Artos a minha frente, ele parecia surpreso e curioso para ver o que eu iria fazer em seguida.

─ Agora sim você me deixou com raiva ─ Falei olhando em seus olhos. Ele não estava tão longe de mim.

Levantei os dois braços a minha frente e o sangue pingou no asfalto com o meu movimento, mas o pingo que caiu logo em seguida nunca chegou ao chão. Coloquei um pé na frente do outro e movi minhas mãos em um movimento semicircular. O sangue do chão começou a flutuar e os dos meus braços se juntaram a ele. Dei uma respiração breve e liberei o ar pela boca, todo o sangue se cristalizou em uma espada afiada a minha frente, Artos olhou chocado e impressionado para mim, mas não perdi tempo.

Corri o mais rápido que pude na sua direção e movi meus braços, a espada feita de sangue acertou Artos no ombro, ele deu um sorriso quando nada aconteceu e transformou o seu corpo em pedra, seu soco acertou a espada e quem sorriu foi eu.

A espada era de sangue condensado, mas eu poderia tornar ela liquido a qualquer momento. Sangue manchou todo o braço dele e eu movi minhas mãos rapidamente, mais sangue saiu do meu ferimento e avancei.

Crie seis laminas que flutuaram a minha frente, elas bateram contra o seu corpo e continuei atacando repetidamente sem dar tempo para ele reagir. As laminas eram afiadas, muito afiadas. Pegue qualquer faca que você possuir na cozinha e multiplique a afiação por 20x, isso era o quão afiadas as laminas eram. E não demorou muito para que elas começassem a atravessar a pele de pedra de Artos.

Corte atrás de corte foi surgindo no seu peito, ele mudou a sua pele para concreto, mas não adiantava, minhas lâminas continuaram cortando através da sua pele. Era difícil e cansativo, contudo, enquanto tivesse sangue e força disponível, elas eram imbatíveis. Por isso eu tinha que acabar com isso o mais rápido possível, já que aos poucos sentia o meu corpo enfraquecendo.

Durante os meus ataques, Artos ficou extremamente na defensiva, criou gelo e tentou atacar com fogo, porém, eu simplesmente o atacava com uma nova onda de laminas de tamanhos e formas diferentes. Observei com o canto do olho que Ice tinha reunido os agentes novamente e estavam observando nos dois lutarmos.

Cerrei os meus punhos e corri, parei a dois passos de distancia de Artos e acenei com as mãos, laminas cortaram os joelhos dele e ele caiu no asfalto, fiz outro movimento, mais sangue escorreu do meu braço e mais laminas se formaram acima da cabeça de Artos. Senti o meu corpo enfraquecer, e dei um rápido olhar para a lua de sangue no céu. E deixei as laminas caírem sobre Artos.

Um gemido de dor saiu da boca de Artos e eu sorri quando vi que uma das laminas conseguiu atravessar o seu ombro direito, seu sangue manchou o asfalto e mantive a lamina lá.

─ Agora você cai ─ Falei olhando no seus olhos, estranhei a minha voz por um segundo, ela estava baixa, quase inaudível, e sinistra. Os olhos de Artos se arregalaram e levantei as duas mãos, uma a frente do meu corpo e outra atrás, de forma que eu estava basicamente de lado. Abaixei minhas mãos e as laminas desceram de encontro com o corpo de Artos.

Esperei ver o seu corpo entalhado pelas laminas, mas não foi isso que aconteceu. No momento que as laminas chegaram perto dele, senti o poder deixar o meu corpo e meus joelhos fraquejaram, caí sobre o asfalto com o corpo tremulo. Havia usado sangue demais.

─ Parece que quem vai cair é você ─ Olhei em pânico para Artos, a lamina que tinha penetrado o seu ombro tinha desaparecido, e as suas costas estavam ensopadas com o sangue que usei no ultimo ataque. Sem a força suficiente, as laminas apenas se liquefizeram e molharam o seu corpo.

Artos se colocou de pé a minha frente, tentei mover o meu corpo, mas não obtive resposta. Eu estava exausta, e iria morrer por que não consegui acabar com ele a tempo. Observei o seu punho de aço vindo contra mim em câmera lenta e fechei os olhos. E a única coisa que conseguir fazer, foi dizer o nome de Sora como uma prece e desculpas.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam do poder de Rei? Uma bela faca de dois gumes, não? Hahahaha. Não tenho muito a dizer, afinal acho que tudo que tinha pra falar falei lá em cima. No próximo a Sora vai chegar chegando e vamos ter a continuação dessa épica batalha. Comentem sobre o que acharam e fiquem de olho ao proximo cap. pois não deve demorar a sair. Beijos meus queridos :*



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