O beijo do Steve era tímido, lento, mas romântico. Suas mãos estavam paralisadas em estado de choque. Ele devia ter beijado poucas meninas em sua vida. Nos separamos por alguns instantes e voltamos a nos beijar menos tímidos. Uma mão sua segurava minhas costas. O motivo real o beijo foi ver seu relembrava de alguma coisa do meu passado, mas nada aconteceu. E a sensação estava tão boa, não conseguia criar coragem para acabar com aquilo. Na verdade, era fantástico. Eu não conseguia me lembrar de nada melhor do que esse momento.

–Desculpe Capitão e senhorita, mas Furry mandou chamá-los. -avisou uma agente seriamente.

Pulei assustada. Olhei para Steve e um ultimo relance para o depósito de avião onde estávamos. Sai na frente no corredor, sentindo minha bochecha corar. Passei em frente ao laboratório, dizendo adeus mentalmente, e cheguei ao estacionamento. A ventania era forte por causa de nossa altura.

–Nos vemos depois. -despeço do Bruce.

–Claro. Estarei por ai. -olhou para a ilha flutuante em que estávamos e sorri.

–Agente Romanoff. -entendi a mão para ela e balançamos.

–Boa viagem. Morozov. -Natasha forçou um sorriso pelo canto da boca.

–Aproveite Asgard, cuidado com os aliens. -disse Stark e estendeu a mão enfaixada para mim.

–Obrigada. Boa sorte com isso.

–Flyer. -falou Clint quando chegou sua vez. -Sem confusões.

–Sua vida agora ficará um tédio sem mim.

Cumprimentei Furry formalmente e quando chegou a hora abracei Thor. Olhei para Steve e sorri. O deus ergueu o martelo e minha pele arrepiou, senti um feixe atravessando minha pele e logo abri os olhos amedrontada. Estávamos em uma espécie de cúpula dourada. Eu tinha uma enorme vista de 360 graus de paredes que pareciam puro ouro, mas talvez não fossem.

–Bem vinda a Asgard. -cumprimentou um homem, chamado Heimdall.

–Obrigada. -agradeci.

–Por aqui Flyer. -guiou Thor.

Atravessamos uma fina passarela que me causava frio na barriga. No fundo tínhamos a perfeita visão do reino de Asgard, totalmente dourado, com fontes, casas, plantas. Havia também duas luas enormes!

–Uau, é lindo.

–Gostaria de apresentá-la á Odin, o pai de todos, e minha mãe, no entanto os dois não estão presentes.

–Não tem problema. Terei tempo para conhecê-los.

Chegamos a entrada do castelo, fui muito bem recebida pelos argadianos que sorriam para o deus e me senti na Idade Média, as roupas usadas pelas mulheres eram vestidos e os homens uma espécie de farda. Fui apresentada aos três guerreiros, Fandral, Hogun e Volstagg, os companheiros de luta do Thor. Eram os mais fiéis ao reino e demonstravam seu amor dando sua vida em guerras.

–Srta. Morozov. -beijaram minha mão os três e corei por não estar acostumada a isso.

Era fantástico, eu olhava em volta diversas vezes. Como alguém poderia pensar que isso existia? Conheci também a leal amiga de Thor, Sif, a única guerreira mulher do reino. Ela tinha o rosto serio, braços firmes e fortes e totalmente trajada em armas.

–É um prazer conhecê-la. -demos nossas mãos.

–Seu pai está de volta. -Sif disse a Thor.

O loiro finalmente me levou a parte principal do castelo. De longe avistei o trono dourado do seu pai, Thor fez uma reverência e fiz o mesmo relembrando de como funcionava a soberania. Apenas observei Odin quando me levantei de novo, ele era velho de cabelos brancos.

–Uma humana? -estranhou ele sem dizer um oi.

Me senti incomodada pela sua reação, afinal o reino era dele e eu estava ali de favor.

–Sim, pai. É a humana de que lhe falei.

–Jane Foster? -olhou para mim franzindo a testa e depois voltou o olhar ao filho.

Jane Foster era a namorada humana de Thor, era uma grande astrofísica e Bruce simplesmente me deixou com vontade de conhecê-la, assim como ele queria.

–Não. Flyer Morozov, ela corre perigo. Terá que ficar aqui por um tempo.

–Ah, sim.

Odin olhou para mim sorrindo, aquele sorriso que relembrava que ele era o pai de todos. Thor olhou para mim, não especificamente para mim, mas atrás. Sua mãe, de vestido turquesa, cabelos loiros presos em uma comprida trança, sorria constantemente e me abraçou. Fiquei assustada, mas bem confortável. A rainha de Asgard me abraçando.

–Thor me contou tudo que tem passado. É uma pena não se lembrar de nada. Está com fome? Precisa de algo? Vou mandar preparar um banho para você. -se preocupou comigo.

–Ela precisa de ajuda, machucou a perna. -contou Thor.

Eu fiquei envergonhada apenas de imaginar como seria o banho e acompanhada por uma mulher de outro planeta. Fui encaminhada para meu quarto novo, dourado, e que havia o banheiro com uma banheira.

–O que achou de Asgard? -perguntou Thor quando fiquei observando o reino pela varanda do meu próprio quarto.

Era uma vista extraordinária.

–Primeiramente achei lindo. Depois dourado. -digo confusa e ele ri. -Estou brincando, mesmo não me lembrando de onde fui, esse com certeza deve ser o lugar mais bonito que devo ter ido. -virei-me para ele. -O que fazemos agora?

(...)

Não sei como, mas dançava sem tropeçar na longa barra do vestido. E o peso do tecido não me afetou momento algum, dançávamos, cambaleávamos, riamos. Fizeram uma pequena comemoração para mim de boas vindas. Coisa pequena que se tornou grande, nos divertíamos como nunca. Conheci a família dos Três Guerreiros, sensacional eles estavam lá por minha causa.

–Você deve descansar. -alertou Thor chamando minha atenção.

Assenti desanimada, eram ordens que Bruce transmitiu a Thor e eu não queria causar confusões em minha primeira noite. Então fiz uma reverência a todos, que vaiaram em tom de gozação, e me retirei com o deus. A noite o palácio era repleto de guardas e os nossos passos soavam em longos ecos.

–Não está cansada? -estranhou Thor.

–Não muito. -sorri para ele de orelha a orelha e riu. -Deve ser incrível viver aqui, não deve existir discórdia. Para que se revoltar contra as pessoas, como na Terra?

–Todo lugar existe o mal. E aqui em Argard sofremos alguns ataques. Se não fosse pelo mal, não existiria haveria esperança nem sonhos. -concluiu.

Thor é extremamente inteligente, eu não sabia se era devido ao que ensinaram a ele ou uma coisa que todos asgardianos sabiam. Mas com certeza, ele seria um bom sociólogo. Chegamos a enorme porta dourada. Agradeço realmente pela noite. Eu me sentia segura estando ali e a festa havia me distraído totalmente.

–Boa noite.

Ele deu as costas e esperei algum tempo vendo o caminhar e sua capa esvoaçaste. Toquei a maçaneta e senti uma dor aguda em minha pena. Caio de joelhos. Minha pele parecia se queimar, o machucado também. Olho para minha coxa, coberta pelo vestido rosa claro e ainda vejo o deus no final do corredor.

–Thor! -grito seu nome juntando forças.