I'm Not the Enemy escrita por Queen B


Capítulo 49
Capítulo 49 - Sonho Maior que Realidade


Notas iniciais do capítulo

gente, decidi encerrar essa primeira parte da fanfic com esse capítulo. na realidade, eu devia ter dividido em duas temporadas faz tempo, mas fui boba demais.

com duas temporadas fica mais fácil de acompanhar. mesmo assim, ja começarei a postar na próxima semana! então vejo vocês lá!



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"O alarme tocou. Eu estico meu braço batendo forte nele. Viro meu corpo e encosto em algo quente e macio. Abro os olhos e vejo Steve sem camisa, dormindo profundamente. Levanto meu corpo, havia uma rede branca que cercava a cama para evitar mosquitos. O sol não tinha se levantado, eram quatro horas da manhã. Eu conseguia ver a casa toda por causa de um lampião que ficava em cima da mesa da sala de jantar. Não havia muro que dividia os cômodos. A casa de madeira, simples e bem aconchegante.

—Steve. –toco seu braço.

—Hum?

—Onde estamos?

—Em casa. –ele abre os olhos e me puxa para perto dele, em seus braços quentes, macios e protetores. –Não vai levantar agora.

Eu me ajeito perto dele, ainda confusa com a situação. O que estava acontecendo

—São quatro horas da manhã.

—Você não ia fazer aquele exame das plantas agora?

—Que plantas? -estranho e olho para ele.

Steve me encara franzindo a testa. Depois ele esfrega sua cabeça na minha e fecha os olhos suspirando relaxado.

—Deixa para lá. Fique aqui comigo.

Concordo respirando fundo igual a ele. Fecho meus olhos por dois minutos , mas não consigo relaxar com a situação. Me solto de seus braços e levanto. Eu estava com apenas roupa intima. Havia um biombo que cercava o banheiro, nela havia uma grande banheira aconchegante. Ligo a torneira que foi mal feita e parecia que ia cair. Em alguns minutos, entro e fecho meus olhos. Conseguia escutar barulhos de animais vindo de fora, com certeza nunca estive aqui antes.

—Bom dia. –Steve beija minha boca e entrega uma xícara de chá. Ele senta no chão, encostando as costas na banheira, bebendo também um chá.

—Bom dia. –meu rosto cora levemente.

Ele havia acendido varias velas que tinha no banheiro e colocou algum sal de banho que cheirava incrivelmente bem.

—Prometo que vou concertar a torneira da banheira hoje.

—Sim. Steve, onde estamos?

—Em casa, Kiak, indonésia. Esqueceu?

—Não. Estava apenas te testando. -digo com falso entusiasmo.

Steve se vira para mim e me observa atentamente enquanto eu bebia o chá. Eu o encaro também semi cerrando os olhos. O que estávamos fazendo na Indonésia? Ele fica de joelhos e me puxa mais para perto. Seus olhos azuis desvia dos meus e encara minha boca. O capitão me beija delicadamente, coloca a mão no meu pescoço tocando meus cabelos de forma agradável.

—Eu te amo. –ele diz.

E antes que eu pudesse responder. Ele coloca as mãos dentro da banheira e levanta meu corpo, me carregando nos braços. Começo a rir, balançando as pernas. Ele afasta a rede da cama e me coloca lá.

—Desculpa, mas você não vai trabalhar hoje de manhã. –ele beija meus lábios e meu pescoço.

Eu sentia uma felicidade extrema em sua voz. Meu corpo estremece com seu toca na minha orelha, e da sua mão que descia devagar.

—Está desculpado.

Steve a puxa e a faz ficar de joelhos como ele. Suas mãos a puxavam para perto e deslizavam em minha pele úmida e macia por causa do sal de banho. Ela prende as pernas dela nas costas dele, enquanto ele a beijava urgentemente e soltava seu cabelo co coque que ela tinha feito. Escuto barulho de uma criança mais distante e paro.

—O que foi isso?

—São os filhos dos vizinhos indo para escola.

Voltamos aonde estávamos. Steve e eu eramos incríveis na cama e não ficávamos exaustos rápido. Devo ter ficado umas três horas, quando chegávamos ao ápice, deitávamos e ele me acariciava, brincava de me morder e fazer cócegas com minha sensibilidade no pescoço. Quando seus olhos saem do meu foco, olho em volta. O sol já havia nascido e percebo que a casa tem parede de vidro cercada por uma floresta densa, mistura de arvores e bambus. Era lindo.

—Já volto. –digo hipnotizada com a visão.

Levanto e pego um roupão me enrolando. A cozinha, a sala era tudo cercado pela floresta, menos a parte da frente que estava para uma rua de pedra onde pessoas passavam a pé, mulheres vestidas de forma diferente com seus filhos.

—Steve. Estou indo ver as plantas. Você vai ficar ai?

—Vou. –ele diz se vestindo.

Abro a porta de frio da frente. Estava fazendo frio. O jardim da casa era bonito e bem organizado.  Atravesso a lateral e vejo que floresta era na verdade não densa, apenas dava privacidade para o interior da casa. No jardim dos fundos havia uma estufa, uma bela arvore com um balanço. Aquilo parecia o paraíso. Eu escutava barulho de pássaros, eu via borboletas e pessoas passando pelas ruelas simples.

—Eu estou totalmente atrasado. –Steve passa por mim e entra na estufa. –Acho que vai chover. Se proteja.

—Onde você vai? -pego sua mão.

A estufa era como um sonho para mim. Estava incrivelmente organizada, vasos etiquetados, diferentes tipos de plantas, de xerófitas a caducas.

—Trabalhar no mercado, também ajudar na construção daquela escola. –ele massageia minha mão e depois solta.

No chão, perto da saída, havia uma caixa de madeira com várias frutas e legumes dentro na qual ele carrega. Steve beija minha testa, bochecha e boca.

—Vou dar metade para a escola e uma parte para Sari, como você disse. Eles estão incríveis. –diz se afastando. –Eu volto para o almoço.

Balanço a cabeça. Mas não sabia o que fazer agora. No final havia uma linda escrivaninha branca, com papeis, um notebook, livros, arquivos. Eu deveria trabalhar ali. Procuro nos papeis, o que estava acontecendo? Quanto tempo eu perdi? Eu senti uma forte dor no estomago, meus olhos se reviraram assim como meu estômago. Olhei para a lixeira do meu lado e despejei todo o chá que bebi.

—Srta. Flyer, você está bem?

Sinto mãos nas minhas costas. A minha cabeça começou a doer, como se estivesse dilatando. Olho para cima e vejo um rapaz de pele queimada, olhos mais puxados.

—Estou bem. –digo voltando a vomitar mais.

—Vou pegar água. –ele sai correndo desesperado.

Coloco a lixeira de volta no chão e me levanto um pouco fraca. Apoio na mesa das minhas plantas. Eu só queria tomar outro banho agora.

—Aqui senhorita. Beba. –ele volta acelerado.

—Está tudo bem...

—Adi. -ele completa um pouco sem graça. -Você me assustou.

O garoto tinha um sotaque carregado. Mas parecia bonzinho.

—Fiquei assustada também.

—Conseguiu fazer os exames dessa manhã?

—Não. Vai levar tempo.

Ele sorri, como se soubesse que eu não realizaria esses exames tão cedo. Meus olhos se fecham por um tempo e uma força me puxa para baixo, mas Adi me segura. Ele era magrelo e alto. 

—Opa. Vamos leva-lá para o curandeiro.

—Preciso colocar uma roupa. Precisa avisar Steve.

Adi me ajuda a subir as escadas, eu lavo meu rosto, escovo os dentes e visto um suéter. Pego uma maça para comer no caminho, já que eu não havia comido nada. Será que esses ataques estavam relacionados a minha aparição repentina aqui? Eu havia amnésia novamente?

—Vamos antes que a senhorita desmaie.

—Como vamos? -pergunto quando saímos pela porta da frente.

O caminho era de pedra minúsculas. Olho para a casa dos meus vizinhos, eram idênticas igual a minha. Porém havia uma bicicleta parada na varanda, Adi a pega e eu o olho irônica.

—Não vou subir nisso. Não vamos nisso.

—Não pode ir a pé até lá. Vamos madame. –ele diz subindo.

Bufo. Não estou acreditando que teríamos que ir na bicicleta. Olho para o céu, estava nublado. Podia claramente chover. Não havia outra forma. Subo na traseira e prendo meus braços em seu corpo magrelo.

—Quando se sentir mal de novo, avise.

—Claro. Não esqueça de avisar Steve.

—Vou procurá-lo no mercado.

Em cinco minutos de bicicleta passando por ruas de areia, mal pavimentadas, chegamos a rua principal da cidade, que parecia uma loucura, perto de uma praça. Havia pessoas, havia a escola, a prefeitura, uma estatua, o mercado, várias lojinhas e uma pequena casa, verde, onde entramos.

—Senhorita, sente aqui. –Adi ajeita um banco dentro da pequena lojinha.

Havia ervas, quadro de santos, cheiro de chá forte. Adi conversava com um senhor de mais ou menos 50 anos em indonésio, os dois olhavam para mim enquanto eu ficava incomodada sem entender.

—Adi. –eu chamo.

Sinto meu rosto queimar, principalmente as bochechas. Um calor súbito e meus olhos a se fecharem de novo.

—Senhorita. Descanse. –ele coloca uma almofada atrás da minha cabeça. –Vou chamar o senhor Steve. Fique tranquila.

Adi sai correndo, novamente. Ele devia ter no máximo 19 anos. Forço meus olhos para ver o curandeiro que aproximada. Ele sorria e pegou na minha mão murmurando coisas indecifráveis.

Você bem? -ele tentou um inglês fraco. Eu balancei a cabeça exausta, cansada demais para falar.

Viro o rosto e vejo um corpo alto, largo e loiro apressado, desviando das pessoas.

—Flyer! Flyer! –Steve chega e pega na minha mão.

—Steve... Shhh...

Coloco o indicador sobre minha boca pedindo pra ele se acalmar. Ele sorri e massageia a minha cabeça enquanto falava com Adi. O curandeiro me entrega um chá e Steve agacha do meu lado, segurando para mim, me ajudando a beber.

—O que está sentindo?

—Dor de cabeça, estomago, vontade de vomitar, rosto queimando, calor...

—Ok. Bebe.

Eu já me sentia melhor, até com a sua presença.Adi chama Steve para conversar, em um circulo com o curandeiro. Me ajeito na cadeira, sentindo o calor ir e a dor diminuir um pouco. Eu queria atacar Steve só de vê-lo com essa camisa preta apertada, mostrando seus músculos e sua cara preocupada e atenciosa. Os três me olham ao mesmo tempo e me sinto culpada pelos pensamentos pesados que tive, Steve percebe meu olhar malicioso sobre ele enquanto eu bebia o chá e abaixa a cabeça sorrindo. Ele podia ler a minha mente.

—Como está?

—Bem melhor. Esse homem é milagroso. Só espero que isso não seja marijuana. –digo.

Steve começa a rir massageando as minhas mãos. Adi está atrás dele com um sorriso enorme que me assustou, como se os dois tivessem tramado um plano.

—Normalmente, você deveria me falar isso, mas... -ele se perde com as palavras. -Você não deve saber. Você está grávida Flyer! Um bebê. -Steve ri. 

Abro a boca. Um bebê? Toco minha barriga. Olho para seu sorriso largo e ele vira a cabeça para observar Adi, que ria. Eu o abraço extremamente forte. Tão forte que o bebê poderia morrer ali mesmo. Beijo sua cabeça mil vezes, atrapalho seu cabelo. Eu seria mãe.

—Eu te amo Steve.

—Eu também. Eternamente.

—Parabéns senhor Steve e senhorita Flyer.

Puxo a cabeça de Adi para um abraço de três. Eu sentia que era a mulher mais feliz do mundo. Olho para a rua e vejo alguém se aproximar como se fosse câmera lenta. Os passos pesados certeiros, óculos escuros, sobretudo marrom escuro e as mãos procurando algo que fosse uma arma dentro do casaco.

—Steve. –murmuro me levantando.

Era meu pai. Hugh Morozov. Ele não parecia feliz.

—Meu pai.

—Seu pai? -Steve se vira.

Hugh tira uma arma prateada e atira em direção a nossa loja. Adi é o primeiro a levar um tiro. Steve me joga no chão. Adi cai do meu lado, um tiro na barriga. Começo a tremer. Vejo seus olhos pedindo ajuda para mim. Estávamos atrás de uma mesa.

—Steve. –murmuro.

—Calma. –ele diz.

Escutamos tiros de armas de novo, mas não na nossa direção. Espio rapidamente. Ele atirava nas pessoas que o cercavam. Aproveito e puxo o corpo do Adi para trás da bancada.

—Vai ficar tudo bem. –digo para ele.

—Porque seu pai está fazendo isso? -o garoto diz com a voz fraca.

—Não sei.

Sua blusa azul estava com um buraco manchado de sangue que vazava. Cobri com as mãos, ainda tremendo. Porque meu pai estava ali e fazendo isso? Olho para Steve. Ele se levanta erguendo os braços em rendição.

—Capitão América. –escuto a voz do meu pai.

—Senhor.

—Sei que Flyer está ai. Já sei que ela está grávida. Eu sei de tudo, tenho ouvido em todos os lugares.

—Ela está bem, senhor. O que faz aqui?

Tiro meu suéter para amarrar em Adi. Ele ficaria bem logo se o levassem para um hospital.

—Estava na hora da minha visita. Vocês fugiram.

—Adi. Respira fundo. Vai ficar bem. –suspiro.

Levanto também, ao lado do Steve, erguendo as mãos. Olho para trás, havia corpos no chão, pessoas correndo e o silencio do medo, que dominou um dia comum na vila. Meu pai sorriu e alisou a barba.

—Querida.

—Pai.

—Quem acreditaria que seu bebê seria americano. –ele balançou a cabeça negativamente. -Ou indonésio.

—Não apenas isso. Ele é russo ainda. –digo.

—Um mestiço. Uma vergonha.

—Não foi eu que colocou um nome americano na filha.

—Estávamos com processos para mudarmos, se lembra?

Sinto que aquilo estava ridículo. Mexo meu punho e plantas brotam do chão puxando o pé do meu pai. Troco olhares com Steve. Ando devagar até meu pai, as pessoas ao redor nos olhavam como se fossemos monstros.

—Vamos controlar a situação. –diz Steve as pessoas.

—Eles não entendem.

O Capitão volta e pega Adi pelos braços. Os olhos do indonésio estavam levemente fechados, mas ele respirava.

—Como falo para as pessoas se afastarem? -pergunta Steve.

 -Menyimpang. –ele murmura baixo.

Steve segura as mãos de Adi e o coloca sobre a mesa do curandeiro.

Enquanto Steve afastava os outros, aproximo do meu pai que tinha um sorriso debochado. Coloco meu pé em seu pescoço, tínhamos os mesmos olhos. 

—Volte para onde você veio. -digo furiosa. 

—Querida, você deveria voltar comigo. É onde você foi criada, você pertence à Rússia. E não a esse fim de mundo. Você vai ter esse filho, mas ele não pertence a você. 

Me agacho e foi um tapa na cara e chuto sua arma para longe. 

Meus olhos ferviam de raiva. Eu não pertencia a ninguém. Estava cansada de ser sempre um objeto. 

—Flyer. -Steve toca meus ombros me fazendo levantar. 

—Ele está te manipulando. 

—Cala a boca! 

Fecho o punho e sinto raízes nascendo, prendendo suas mãos e uma outra passando por sua boca. 

—Fique calma. -pede Steve. 

—Ele vai pegar nosso filho.

Olho para Steve, eu sabia que não devia. Ele conseguia manter calma nos momentos mais absurdos. Sua mão coloca minha mecha atrás da orelha.

Um barulho estridente quebra o silêncio. Tiros. O olhar de Steve se perde. Mais duas vezes o mesmo barulho. Ele coloca a mão sobre a barriga. Estava sangrando. 

—Flyer. Corre. -ele diz perdendo as forças e me empurrando. 

—Steve. Não! 

Olho para trás. Um exército caminhava com armas enormes, prontos para um massacre. 

—Você! Vai se arrepender! -aponto para meu pai. 

Uma planta nasce perfurando a terra e passa em seu pescoço, o apertando. Vejo meu pai se sacudir e ficar vermelho. 

—Eles vão nos achar. 

Steve me puxa, fraco em direção à loja. Atiram em seu pé e ele cai. Caio também ao lado dele. Eu tremia, fiquei sobre ele protegendo seu corpo. É o cheiro de sangue invadiu minha mente. Os olhos dele um azul apagado. 

—Steve. Não. Por favor. -digo tremendo. 

Ele estava morrendo. Levanto e tento arrasta-lo. Mas ele era Stvee era pesado demais. 

—Sai. -ele insiste. 

Sinto uma sombra sobre nós dois. É um outro barulho ecoa passando por minha orelha, na cabeça do loiro. Eu largo seu corpo assustada. Me jogo sobre seu corpo perdendo as forças que tinha. Eu não conseguia enxergar das lágrimas que caiam dos meus olhos.  

—Parem! -peço. 

—Deixem ela comigo. 

Vejo os pés do meu pai, as botas que ele sempre usava. 

—Você quem se arrependera de suas escolhas. "

—FLYER, ACORDA!


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Notas finais do capítulo

gostaraaam? isso foi apenas um sonho dela. agora ela vai ter que voltar pra realidade!
até a próxima temporada xx



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