Acontecia mais um fim de tarde em Twilight Town, e bem no topo do grande relógio, Roxas estava sentado apreciando o por dor sol. Fazia isso quase todos os dias, mas normalmente era na companhia de seus dois amigos Axel e Xion.

Pelo visto, Xion não dera mais notícias e Axel vivia ocupado... Começara a se sentir deveras solitário, achando, duvidando, questionando de o por que ainda está ali, parado, esperando que alguns dos dois aparecesse.

– Acho que seria melhor eu voltar para o castelo... – falava com a cabeça baixa.

De repente, muitos pássaros voaram perto dele e ele foi logo puxando a sua Keyblade.

– Quem está aí?? – olhava para todos os lados.

Ele viu um vulto negro descendo pela grande torre. Saiu em disparado atrás do vulto, mas infelizmente acabou o perdendo de vista.

– Devo estar imaginando coisas... – guardou a Keyblade e virou, mas ao virar esbarrou em alguém.

– Está imaginando que coisas? – falou rindo uma voz familiar.

A criatura alta de cabelos espetados e ruivos foi logo dando uns tapinhas na cabeça de Roxas. Estendeu a mão que segurava um sorvete e entregou ao amigo.

– Ao menos não está tão distraído quanto eu pensava. Háhá!! – gargalhou mais uma vez.

– Era você me assustando com aquele monte de pássaros? Isso não foi legal Axel! – Roxas respondeu irritado enquanto segurava o sorvete.

– Bem, com eu longe de você por tanto tempo, eu tive que ver se a sua percepção ainda estava aguçada! – soltou mais um riso – Pelo menos ela não piorou! Háháháhá!

– HUM!! – Roxas mordeu o sorvete e virou o rosto.

Axel deixou a expressão em seu rosto um pouco mais séria. Visualizava cada parte do físico de Roxas. Altura, pele, cabelos, olhos. Tudo no garoto ele sentia falta.

– Seu cabelo cresceu... – disse Axel seriamente – Ficou diferente.

– Se quiser eu corto. Realmente não me incomodo com isso, mas se te incomoda eu posso cortar. – falava enquanto pegava em algumas mechas do seu cabelo.

Axel se aproximou e foi acariciando os cabelos do menor, fazendo as carícias desde a nuca até perto das orelhas. Pensava “Ele está cada vez mais bonito...”. Colocou a outra mão para fazer carícias na cabeça do menor, sendo que Roxas começou a ficar vermelho.

– A-axel.... Por que você está mexendo no meu cabelo...? – perguntou bem envergonhado.

– Porque... Me deu vontade... – respondeu de uma forma bem automática.

– I-isso n-não faz sentido! – segurava e puxava desajeitado o braço e as mãos do maior para ver se conseguia tira-las da sua cabeça. Sem sucesso! – A-xel, isso é estranho!! –disse todo vermelho.

Axel ainda ficou acariciando os cabelos de Roxas durante mais um tempo, e começou a chegar mais perto do rosto do menor. Depois que o encarou, Roxas ficou vermelho e fechou os olhos. Axel riu, cheirou um pouco o seu cabelo e pensou “Como ele cheira bem... Realmente eu senti falta disso!”. Chegou perto da testa de Roxas e deu um leve beijo.

– Chega de lhe assustar por hoje! Háhá! – deu umas gargalhadas – Foi divertido!

– ... – Roxas abriu os olhos lentamente e tentou encarar o maior – P-por que você f-fez isso...? – perguntou ainda todo vermelho.

Axel puxou um grande sorriso olhou para o céu, voltou com o rosto encarando o menor e disse:

– Por que eu te amo. – sorriu mais um pouco quando terminou a frase.

Roxas todo vermelho e confuso não sabia o que responder. Queria se enfiar em algum buraco depois disso tudo. Acabou que a única coisa que pensou em fazer para desviar a atenção era terminar o resto do sorvete e ir embora. Mas ao olhar para a sua mão, percebeu que o sorvete não estava mais lá, mas estava caído no chão quase todo derretido.

– Que droga... o meu sorvete... – olhava para baixa meio deprimido.

– Se quiser eu divido o sabor do meu sorvete com você. – o encarou com a feição que Roxas já estava acostumado. – Eu não tenho problema nenhum em dividir.

– Se não for um incômodo...

– Não se preocupe, pode pegar.

Roxas soltou um leve sorriso, e estendeu a mão para pegar o sorvete. Mas invés de Axel entregar o sorvete a Roxas, ele jogou o sorvete fora, o puxou pelo braço até bem próximo a seu corpo, abraço-o e colocou uma das mãos em seu queixo.

– M-mas o que você.... – Roxas foi cortado.

– Vou dividir o sabor do meu sorvete com você. – Se aproximou mais do rosto de Roxas a ponto de conseguir dar o primeiro selo nele.

– A-axel... – ele não conseguiu dizer mais nada depois disso.

Axel conseguiu beija-lo de forma simples e direta, mas era uma sensação realmente incrível, beijar aquela criatura fofa e adorável. Ele queria o manter em pé, mas Roxas, pela situação que se encontrava, não conseguiu manter a força nas pernas. Percebendo isso, Axel foi acompanhando Roxas até os seus joelhos encontrarem o chão. Logo que tocaram o chão, as bocas se separaram lentamente.

– Desculpa, mas eu realmente não aguentava mais... – revelou Axel abaixando a cabeça.

– ... – Roxas continuava com a cabeça baixa.

– Espero que me perdoe... Eu fiz isso mais por puro egocentrismo meu... Mas eu realmente te amo... Não aguentava ficar mais tanto tempo fora sem poder te ver ou falar com você... – Axel o abraçou e começou com as carícias no cabelo de Roxas.

– ... – Roxas continuava calado e apoiando a cabeça no ombro de Axel.

– Roxas...? Está tudo bem??

– Tem... gosto... – Roxas falava bem baixo - ... gosto de mar.

– Mar...?

– Sim... O sabor do sorvete... Tem gosto de mar... – falava pausadamente – Eu gosto...

Axel acabou o abraçando mais forte esperando alguma reação do menor. O que ganhou não foi bem o que esperava, mas ficou feliz mesmo assim. Acabou recebendo a mesma carícia nos cabelos que estava dando ao menor.

– Axel... acho que... eu também te amo!