—Não...Me deixe em paz.-Hermione falou puxando a longa cauda de seu vesti

—Não... Me deixem em paz. – Hermione falou puxando a longa cauda de seu vestido para longe do altar.

—Hermione, eu posso explicar... – Gaguejou o ruivo com lágrimas nos olhos.

Hermione olhou para seu "ex-futuro" marido para depois olhar para a porta da igreja aonde havia uma mulher loira com uma barriga de oitos meses. Ronald Weasley havia traido Hermione, logo ela que sempre esteve ao seu lado. Logo com ela. Tinha que ser com a vadia da Lavander Brown, a garota mais suja que existia.

Diga alguma coisa, estou desistindo de você

Eu serei o escolhido se você me quiser

Eu teria te seguido para qualquer lugar

—Não... Não acredito que fez isso. – A Granger falou olhando para os convidados que a encarava com um olhar de pena. Ela queria desabar, mas não ali, não na frente de Lavander.

Aquele babaca ruivo, Hermione não podia crer no que havia acontecido. Não conseguiria esquecer aqueles olhares de pena de seus amigos e familia nem do sorrisinho indiscreto e vencedor de Lavander. Argh, como ela estava com ódio.

—Hermione…– Harry falou se levantando.

—Você sabia?– Hermione perguntou com dificuldade para respirar. Harry fechou os olhos e olhou para Ronald. – Meu deus, Harry…– Hermione balançou a cabeça, algumas lágrimas cairam. – Eu odeio vocês.

E eu

Estou me sentindo tão pequeno

Foi demais para minha cabeça

Eu não sei absolutamente nada

Foi o que a castanha disse antes de arrancar seu véu e lançar aos pés de Harry e Ronald que agora estavam lado a lado. Ela chorava, não apenas por ter sido traída por Ronald mas por ter sido traída por aqueles que ela julgava ser sua família, as pessoas que ela mais confiava. Seus melhores amigos.

—Queimem no inferno. – Ela disse logo aparatando.

Assim que Hermione desaparatou em um beco escuro ela se engasgou com algo que se acumulava em seu peito. De tempos em tempos, a dor se renovava. Querendo ou não Hermione sentia amor pelo ruivo. Tudo que eles tinham vivido juntos repassavam em sua mente sem parar.

E eu

Tropeçarei e cairei

Ainda estou aprendendo a amar

Estou apenas começando a engatinhar

Ela queria morrer. Ela queria matar.

Todos na qual ela conhecia estavam no casamento, ela nem ao certo sabia para onde havia aparatado, não sabia até se levantar e olhar para o outro lado do beco escuro e sujo.

Ali, do outro lado do beco encontrava-se uma casa pequena, não muito extravagante por fora e com aparência assustadora com árvores que possuia galhos retorcidos e sem folhas por causa da estação. Ali, nesta casa morava a última pessoa que Hermione queria ver mais irônicamente a única que ela poderia ver no momento. Só havia sobrado ele.

Diga alguma coisa, estou desistindo de você

Me desculpe por não ter conseguido chegar até você

Eu teria te seguido para qualquer lugar

Diga alguma coisa, estou desistindo de você

Cambaleando por causa dos sapatos e do vestido agora molhado e sujo por causa da desaparatação desengonçada, Hermione foi até a casa e bateu na porta uma única vez.

—Granger?– Malfoy perguntou ao abrir a porta surpreso. Hermione sorriu minimamente e ele viu que algo havia acontecido. Dando passagem para ela, ele faz sinal com a cabeça para que ela passasse verificando se ninguém havia a seguido.

—Vou buscar umas roupas, devo ter algo seu aqui ainda. Pode indo para o banheiro que já lhe levo lá. Lembra o caminho?– Ele falou virando seu copo de uísque que estava em cima da mesinha de canto. Hermione apenas acentiu com a cabeça baixa. Era humilhação demais para uma noite só.

E eu

Engolirei meu orgulho

Você é a pessoa que eu amo

E estou dizendo adeus

Draco passou por Hermione subindo as escadas, a castanha acompanho-lhe com o olhar. Malfoy não havia mudado nada além de estar mais másculo e forte, seus cabelos estavam um pouco mais loiros e curtos. Ele parecia bem, apesar de tudo.

A castanha balançou a cabeça e arrastou seu longo vestido até o banheiro que ficava no fim do corredor. Outra coisa que não havia mudado assim como a sala ou a casa. O banheiro parecia estar exatamente como ela se lembrava. As mesmas torneiras cromadas em pratas, a mesma pia de mármore antigo escuro, a mesma banheira negra. . . Tantas lembranças, quantas vezes ali eles haviam consumado seu amor ali? Naquela mesma banheira ou até mesmo na pia?

Se a Granger fechasse os olhos, poderia sentir o perfume a macies dos toques do loiro, ela poderia reviver tudo se ela apenas desejasse. Infelizmente para Hermione, as memórias não eram apenas boas. Haviam sim aquelas nas quais Hermione adoraria reviver mas também haviam aquelas na qual ela nem desejava ter passado.

Diga alguma coisa, estou desistindo de você

E me desculpe por não ter conseguido chegar até você

E eu teria te seguido para qualquer lugar

Diga alguma coisa, estou desistindo de você

Draco era culpado de muitas coisas. Muitas coisas na qual aconteceu com ela.

O Slytherin era culpado da castanha ter tido seu coração partido a fazendo correr para A’Toca aonde Ronald a consolou e a fez sorrir denovo. Ele era culpado da aproximação do ruivo com a castanha.

Sim.

E talvez, Lavander Brown havia chegado em uma boa hora. Ela amava Ronald, amava-o demais. Mas não como uma esposa deve amar seu marido. Ela o amava como um irmão, um amigo na qual ela sempre queria por perto.

Hermione respirou fundo.

Levou as mãos até seus cabelos e os soltou do aperto forte do coque. Tirou os brincos e a gargantilha. Ao olhar por um momento mínimo para sua mão ela viu a aliança dourada.

Uma nova onda de dor antigiu seu peito.

Diga alguma coisa, estou desistindo de você

Diga alguma coisa

Se ela não amava o ruivo desta forma por qual razão havia aceitado casar com o garoto então?Ah sim, Harry Potter, Ginerva Weasley e tantos outras pessoas, de tanto falarem que eles se amavam ela meio que acreditou.

Mero erro estúpido.

—Trouxe as roupas, não sei se lhe servem ainda mas é as que você tinha esquecido aqui. – Malfoy falou no outro lado da porta. – Quer mais algo?

—O vestido é trançado nas costas. – Ela falou abrindo a porta e olhando por um segundo nos olhos para depois desviar o olhar virando-se de costa para ele e dando uns passos para dentro do banheiro para que ele a ajudasse.

Malfoy temia isso, ele temia por ela.

Devagar ele começou a desmanchar o emaranhado decoratico do vestido. Os dois permaneciam em silêncio.

O ar cheirava a memórias e lembranças.

O ar cheirava a saudades.

Hermione mordeu o lábio inferior e virou para encarar o loiro que travou o maxilar e encarou aqueles profundos orbes castanhos. Eles sabiam o que viria a seguir, ela o beijaria e ele sedendo de desejo tranzaria com ela ali mesmo, no banheiro. Dentro do banheiro, escorado na parede ou até mesmo em cima da pia. Não importava, eles tranzariam. Depois dormiriam agarrados fazendo juras de amor ou qualquer besteira que os fizessem parecer amados pelo outro. Outro erro pois na manhã seguinte Hermione não estaria mais na cama ao lado de Draco ou até mesmo no apartamento. Ela nunca ficava depois do sexo. Infelizmente eles sabiam para onde ela iria. Mesmo o ruivo tendo a traido era ele que sempre ficava com ela no fim.

Ambos sabiam.

Estou me sentindo tão pequeno

Foi demais para minha cabeça

Ela sorriu minimamente, não um sorriso comum que era trocado entre eles, um sorriso verdadeiro que pedia desculpas e obrigada. Draco acentiu e sorriu, um sorriso que não chegou aos olhos.

Passou-se um, dois, três segundos ou talvez três longos séculos. Não se sabe.

Hermione não beijou o rapaz, pelo contrário, pediu licença, fechou a porta e tomou seu banho. Após isso ela dormiu no quarto de hóspede. Poucas palavras era trocadas entre eles nos primeiros dias, os toques eram mínimos. Quando a castanha aparatou alegando ir buscar suas coisas para finalmente dar um ponto final em seu casamento, o loiro realmente pensou que ela não voltaria.

Mas ela voltou.

E Draco sorriu satisfeito, desta vez ela ficaria.