Defecar é necessário. escrita por AmyChan
Estávamos em casa, comendo donuts. Fogosa estava com fogo no rabo e já tinha comido doze deles. Molhada estava bebendo muito refrigerante e suco com detergente, Barroso estava com fogo no rabo também, pois só comia os de chocolate, e já tinha comido oito. Eu, Brisa, estava lá, divando, comendo meu divo donuts de creme com granulados quando Molhada parou de beber e começou a nos encarar.
- Quero mijar.
- Eu quero cagar – respondeu Barroso. – Brisa, onde tem banheiro?
- Não tenho banheiro em casa.
- Como assim não tem banheiro? – perguntou Fogosa.
- É que eu não cago. Não mijo também. – respondi – É que eu não como carne.
- Entendi. Mas eu quero cagar, e agora? – perguntou Barroso.
- Que tal irmos para um sótão? Minha vizinha tem um lindo, perfeito para suas necessidades.
- Pode ser. Desde que tenha uma pia. – Molhada disse, se levantando.
- A casa é aqui em frente.
Levantamos e fomos até a casa da Sra. Popada. Como não havia campainha, Fogosa decidiu gritar.
- MOLIER! ABRE O PORTÃO QUE TEM GENTE QUERENDO MIJAR NO TEU SÓTÃO!
- VAIN SIN FUNDE! EUN NAUN TENHON A ONBRINGAÇAUN DEN DEINXAR VONCÊS MINJA ANQUIE!
- VAM MOLIER! QUERO CAGAR TAMBÉM! – gritou Barroso.
- Cangar ponde. Minjar não. – ela disse, abrindo o portão. – Entren que an Dona Ponpada vai fanzer sunco.
- Com detergente, por favor. – disse Molhada.
Entramos na casa. Era toda velha e empoeirada, com quadros marrons na parede e muitos gatos espalhados pela casa. Sentamos no sofá, na sala e a Sra. Popada foi para cozinha. Ouvimos estranhos barulhos, vindo de cima e acabamos perguntando.
-Tá tendo suruba lá em cima, Sra Popada? – perguntou Fogosa.
- Ah, naun, én uma bonenca. Enla está lá densde quen eu me mundei. Ján finz de tundo pra tinrar enla de lá, mas enla sempre min manta.
- Se quiser, podemos dar um jeito para a senhora. – eu disse.
- Gentinleza tuan, Brinsa. Entaum vain lá e manta ela. Tón – Sra Popada apareceu na sala, com uma foice pequena. – Só quein é punro pondi manta-la.
- Entendi. Vamos lá pra cima.
Sra popada ficou fazendo o suco com detergente, e subimos para o sótão. Lá era tão empoeirado quanto o resto da casa. Havia caixas abertas em todos os lugares e objetos estranhos espalhados pelo chão e em um canto vazio, lá estava uma boneca. Era toda feita de pano, os olhos de botões e roupas de bailarina. Estava suja e remendada, e uma costura grossa delineava sua boca em um sorriso.
- Vou cagar. – disse Barroso, se afastando.
Barroso não conseguiu dar dois passos e a boneca se levitou no ar, e fez uma caixa voar até ele. A caixa estava vazia então ele continuou com cara de tacho.
- Quero mijar. – disse Molhada. – Vou ficar molhada.
A boneca fez um movimento com a mão e todas as caixas começaram a voar, girando em círculos, como em um tornado. Fogosa pegou meu pé, Molhada pegou o pé de Fogosa e Barroso pegou o pé de Molhada. Barroso puxou o pé de Molhada, que puxou o pé de Fogosa que puxou meu pé. Eu comecei a voar, e Fogosa também, e Molhada também. Fogosa me soltou e cai em cima da boneca. A boneca me xingou de “Vadia, vai dar pra tua mãe!” e quando olhei para ela, a foice estava atravessando seu corpo.
- Porque você pode mata-la? Você é pura? – perguntou Fogosa.
- É que eu não como carne. – respondi.
Nós pulamos a janela e fomos caminhando até minha casa.
- Esqueci de mijar. – disse Molhada.
- Eu esqueci de cagar. – disse Barroso.
- Não se preocupem, na minha casa tem banheiro. – respondi.
- Você disse que não tinha. – disse Barroso.
- Agora tem.
Quando estávamos atravessando a rua, um carro vermelho veio em alta velocidade e começou a nos cercar, andando em círculos. Conseguimos fugir dele e quando chegamos a calçada, ouvimos uma risada seduzente e olhamos para a esquina. Havia um homem com roupas de mordomo, olhos vermelhos e cabelos, um tanto bagunçado. Ele vinha com o dedo indicador perto da boca, como se estivesse dizendo “Shh...” e um sorriso lindão macabro. Logo ele se transformou, ficando com roupas de couro, salto alto e chifres, mas ainda, com o dedo perto da boca e o sorriso lindão.
Ele começou a correr, e eu entrei em pânico. Corri para dentro e me tranquei no banheiro, junto com Fogosa, Molhada e Barroso. Barroso começou a cagar e Molhada subiu na pia e mijou. Eu continuava com pânico, e toda hora aquela risada sedução ecoava na minha cabeça. Destranquei o banheiro e puxei Fogosa pela roupa e fugi. Quando estava perto da esquina contraria do demônio, escutei sua risada novamente, agora mais alta e parecia estar por perto. Corri mais rápido, ainda puxando Fogosa pela roupa, tentando ignorar seus gritos:
- PORRA! ME DEIXA AQUI! ME DEIXA COM O SEBBY KCT! SEBBY, MIMGRAVIDA! VEM KA, VAM TE FILHOS E UM CACHORRO CHAMADO CIEL!
Vi minha prima Jucicleide virando a esquina e gritei por ela. Ela se virou e sorriu. Então gritou:
- VAM MORRE!
Então todo mundo morreu. Acabou.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Isso foi um sonho '-'
Ai eu fiz um desenho e me mandaram escrever 'u'