Capítulo 9: Homem & Mulher

“Ás vezes me pergunto se homem e mulher servem um para o outro. Penso que eles deveriam ser vizinhos e se visitar de vez em quando” - Katherine Hepburn.

O Profeta Diário

23 de Abril de 2004

Ontem a noite no Donatella, famoso restaurante italiano e ponto de encontro para ricos e famosos, os paparazzis flagraram DRACO MALFOY e a suposta empregada HERMIONE GRANGER chegando de limousine! Porém os dois confundiram bastante os mesmos quando sentaram em mesas separadas. O milionário fotogênico jantou com a modelo FLEUR DELACOUR, enquanto Hermione jantava com o famoso jogador de quadribol VIKTOR KRUM.

Draco encarou seu reflexo abatido no espelho enquanto amarrava sua gravata.

Até o espelho sentia que o clima  tava pesado e apenas obedecia, assim como na brincadeira siga o mestre, cada movimento do loiro a sua frente.

Ele sorriu para a marca roxa em sua testa que ele tentava encobrir com o cabelo. Draco odiava pensar em como ganhara aquele hematoma feio. Vamos dizer que a história envolve um cara frustrado, uma cabeça e uma parede. Fim da história.

Que. Em. Nome. Das. Calças. De. Merlin. Ele. Tava. Pensando.

Draco travou a mandíbula enquanto uma raiva crescia dentro dele. Do nada ele teve uma vontade esmagadora de se enforcar com a gravata de 1000 galeões que ele arrumava no momento.

O que o mundo estava fazendo com ele? Um Malfoy se suicidando? Por causa de um beijo idiota?

Draco balançou a cabeça para clarear os pensamentos e virou de costas para o espelho. Isso era ridículo. Não houve nem mesmo uma ação com a língua para se arrepender.

Ele. Tinha. Que. Parar. De. Pensar. Nisso.

Especialmente quando “nisso” era nada mais que um casto, impulso - do - momento selinho nos lábios de Hermione Granger.

Draco bateu a porta.

Ele precisava de Vodka.

—----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

8 dias e 16 looks para montar

Hermione coçou os olhos cansada.

Ela estava trabalhando incansávelmente desde as 4 da manhã, quando ela finalmente parou de tentar manter seus olhos fechados por mais de 5 segundos. Toda vez que ela fechava os olhos, ela via a terrível cena do be…(ela nem conseguia pensar na palavra) tão perto que seus olhos abriam de prontidão. E o problema era que o não havia sido tão ruim quanto ela gostaria que tivesse sido, porque aí ela seria capaz de apenas esquecer.

Merda, Malfoy!

Ela se levantou e trabalhou, trabalhou e trabalhou.

Ela estava radiante enquanto agradecia por tudo o que tinha acontecido até ali, trabalhando no vestido mais glamouroso da coleção. Era um vestido preto com detalhes brilhosos que contornavam a modelo formando um intrincado mapa de cristais em prata, com uma fenda até a coxa que tornava o design mais sexy.

Ela estava magicamente costurando um diamante no bordado do vestido quando seu telefone tocou, fazendo-a assustar-se e deixando a pedraria sobressalente cair no tapete da sala.

Assim que ela localizou o telefone ela atendeu sem fôlego:

— Alô?

— O que está rolando entre você e Malfoy? - a voz do outro lado da linha disse.

Hermione apoiou novamente sua cabeça no sofá:

— Ginny, de que merda você está falando?

— Não se faça de boba comigo, Hermione. Está em todos os jornais. Vocês parecem bastante confortáveis.

— Ginny nós jantamos em mesas separadas. Como, em nome de Merlin, poderíamos estar confortáveis?

Gina riu, quase, histericamente:

— Ele tava com a mão na sua cintura! Isso não é confortável o bastante? Ou ele teria que te dar uns amassos…

Hermione estremeceu:

—Ginny ele só estava me levando ao restaurante. Eu jantei com o Viktor.

— Isso! - ela teve o pressentimento de que havia dito algo que Gina não gostou - Nem me lembra! Eu estive brigando com Viktor nos últimos trinta minutos por ter te deixado furiosa o suficiente para largá-lo no restaurante. O que ele disse que te deixou tão brava?

— Gina, podemos falar sobre outra coisa?

— Que tal não?

— Por favor? - pediu Hermione soando exausta.

Gina bufou - Está bem Como você não pulou no pescoço de Malfoy quando ele estava irresistivelmente desenhado para fazer todas as garotas chorarem, pelas pernas, naquele terno?

— GINA! - e Hermione pode ouvir duas outras vozes masculinas unindo-se a ela no coro de indignação.

— Culpada! - gritou Gina - Mas o que eu disse de mais? Ron, você está queimando as panquecas e Harry, limpe esse café derramado. Hermione, você ainda está aí?

— Eu não acredito em você, Gina!

— O que? Malfoy pode até ser a pessoa mais desprezível que eu já tive o desprazer de conhecer na minha vida, mas isso não o impede de ser gostoso pra cara…HARRY! Você acabou de quebrar um prato? Eu juro que vou te matar se…

— Hum, Gina? Posso te ligar mais tarde?

Hermione podia imaginar a cara de triunfo de Gina fazia do outro lado da linha:

— Com pressa pra ver seu namoradinho sonserino e ver que eu to certa?

— Não.

— Seja como for, só mais uma coisa: tem alguma coisa, qualquer coisa, rolando entre vocês dois?

— Pela última vez, não!

Hermione não conseguiu decidir se isso era ou não uma mentira - rolou aquele pequeno deslize na porta de seu apartamento. Não que tenha significado algo para ela. Desnecessário dizer, era algo sem importância. Nenhuma.

— Você tem certeza? - provocou Gina.

— Ginevra Molly Weasley…

— Okay, okay, mas eu serei a primeira a saber se algo acontecer entr…

— GINA!

— Okay, tchau!

—-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

— Sr Malfoy?

— Veio me zoar, Zabini? - disse Draco passando o papel em sua mão para o lado e pegando mais um contrato que esperava pelo sacramento de sua assinatura.

— Na verdade, isso vai ter que esperar.- respondeu Zabini - Devo te apresentar Hellen, a gerente de projeto do seu grande show.

Draco olhou para cima e a claramente a encarou.

Ah sim, ele gostava do que via.

Ela era uma mulher adorável - olhos verdes claros, cabelos vermelhos, pele clara - e ela parecia extremamente profissional quando o encarou de volta.

Ela com certeza seria diferente de todas as modelos e socialites que ele já saíra.

Zabini, que sem dúvida havia notado o olhar de aprovação de Malfoy, interrompeu:

—Enfim, Hellen quer mostrar algumas figuras do show, porque estamos preocupados com as discrepâncias…

—Eu estou bastante ocupado agora com um caso particular - interrompeu Draco encarando Hellen- porque você e eu não nos encontramos hoje a noite para discutir as figuras?

— Eu ficarei honrada - ela respondeu de maneira fria.

Draco sorriu:

—Ótimo! Eu te mando um carro quando eu estiver pronto esta noite.

Com um aceno rápido, Hellen se virou para ir embora, mas parou assim que Malfoy disse:

—Espere um minuto, Hellen. Eu gostaria que conhecesse a Srta. Granger, está também está trabalhando nessa festa. Zabini, porque você não vai lá em cima e trás ela?

Ele parecia querer não ser o pombo correio daquela relação.

—Porque você não manda a Lindsey?

—Porque - respondeu Draco como quem fala com uma criança - eu estou dando a ela uma pausa da tarde, começando nesse minuto. Porque você não vai informá-la desse arranjo especial também?

Zabini revirou os olhos:

—Malfoy você é impossível, Hellen se ele te assediar, apenas azare ele.

—Eu realmente adoro seu senso de humor Zabini- ele disse reclinando para sua cadeira.

—Não se preocupe Sr Zabini, eu tenho certeza que o Sr Malfoy vai manter suas mãos pra ele mesmo- disse Hellen solenemente- não é, Sr Malfoy?

Draco pensou ter visto um flash de safadeza no olhar que Hellen lançou a ele. Ele deu um sorriso de canto encantador a ela (que, aliás, era sua especialidade).

—Certamente senhorita, se é assim que você deseja.

Zabini arqueou a sobrancelha.

—Eu não contaria com isso.

Ele fechou a porta e Draco falou:

—Então Hellen, há quanto tempo você trabalha pra mim?

—Há um ano.

—Quem quer que tenha contratado você deve ter um olho pra talentos.

Ela cruzou os braços:

—Eu realmente me graduei em Beauxbatons com o máximo de honras.

—Ah, Beauxbatons. Você conhece Fleur Delacour?

Hellen assentiu.

—Todo mundo conhece. Ela se formou alguns anos antes de mim.

— Uma beleza e tanto, não?

— Particularmente, acho que não.

— Eu gosto dessa atitud…

A frase de Malfoy foi interrompida por duas batidas na porta, e antes que ele pudesse pronunciar a sentença de entrada do convidado, Granger entrou na sala e fechou a porta atrás de si.

—O que você quer Malfoy? - ela perguntou de forma bruta, sem fazer nenhum movimento indicando sua entrada mais profunda no escritório. Então ela viu Hellen e forçou um sorriso - Boa tarde - então ela sorriu pra Malfoy demonstrando que sua tarde estava sendo tudo, menos boa.

Draco se levantou friamente:

—Sim, Granger, gostaria que você conhecesse Hellen, e Hellen, esta é Hermione Granger.

Hellen deu um passo a frente para apertar a mão de Hermione:

—Prazer.

—Hellen está no comando das finanças do show, uma mulher muito comprometida com esta empresa - disse Draco - e se formou com honras máximas, assim como você Hermione.

— Impressionante - disse Hermione parecendo tudo, menos impressionada.

Draco chegou perto suficiente para sussurrar no ouvido de Hermione:

—Parece que estamos nos sentindo sarcásticos hoje, não?

E então ele se virou para Hellen:

—Na verdade, Hellen e eu vamos jantar esta noite para discutir os últimos detalhes do show. Onde você sugere Hellen?

— O escritório? - respondeu Hellen.

Draco riu:

—Ah que senso de humor que você tem Hellen. O que você me diz do Donatella? Eu gostei muito do carpaccio de lá. E fiquei ansioso por experimentar o prato que Fleur pediu. Parecia delicioso.

—Eu garanto que não será necessário Sr Malfoy. - ela disse elegantemente - o escritório é o mais adequado para mim.

—Mas não para mim- ele disse- Eu enviarei um carro para te buscar as 19. Não se preocupe com l vestiário.

Hellen assentiu.

—Eu posso ir até lá sozinha, Sr Malfoy.

—Então te vejo lá.

Hellen saiu deixando Malfoy e Granger sozinhos.

—Que moço mais interessante, não?

—Que palhaçada você está aprontando, Malfoy? - ela perguntou com os dentes cerrados.

—Eu? Porque eu estaria aprontando algo?

—Exibindo seu mais novo encontro, Malfoy? - ela cuspiu as palavras na cara dele - eu não fiquei impressionada. E ela também não.

—E daí se eu estiver? - ele desafiou.

—Isso só mostra o quão imaturo você ainda é.- retrucou Hermione - Se você já terminou de exibir sua puta, eu tenho mais 16 looks para trabalhar e 8 dias para terminá-los. Em suma, eu estarei trabalhando como sua escrava lá em cima enquanto você faz suas coisas super importantes como tentar tirar as roupas da Hellen.

Draco sorriu.

—Que mente poluída você tem embaixo dessa cara de pura, Granger. Se eu não te conhecesse pensaria que você está com ciúmes.

Granger revirou os olhos.

—Sai dessa, Malfoy. Odeio te fazer voltar a realidade, mas nem todo mundo ajoelha diante de você pra lamber o chão que você passa.

—Ah, jura? - Draco fingiu surpresa - Então me diga, quem não se curva diante do charme lendário de Draco Malfoy, com exceção dos caras héteros?

—Hellen, no momento.

Draco assentiu, como quem despreza o tópico:

—Ela só está tímida.

—Bem, e quanto a mim?

—Você tem certeza? - disse Draco escondendo a empolgação de jogar alguns fatos na cara da moça a sua frente. Ele podia ouvir um alarme em sua cabeça dizendo para não fazer aquilo, mas ele simplesmente ignorou e continuou - Tenho certeza de que você não parecia tão convicta ontem à noite depois que eu te beijei.

Ele assistiu com um sorriso safado o rosto de Hermione passar da vitória, para a vergonha e então estacionar na fúria. Draco inspecionou suas unhas com uma calma que não era compatível com a que ele sentia dentro de si, e disse:

—Aliás, Granger, você sabe que aquilo foi um erro, não sabe?

Ele nem precisava olhar para ela para sentir a onda de ódio que os olhos castanhos emanavam:

—É claro- ela respondeu.

—Fiquei um pouco bêbado e foi só. Que bom que pudemos esclarecer tudo. Não me deixe desperdiçar seu tempo. Você é uma mulher muito ocupada e eu sou um homem muito ocupad…

Hermione estava contemplando seriamente a cara insolente, repugnante,que se assemelha a uma doninha, de Draco parecendo tão satisfeito com ele mesmo quando a porta abriu violentamente atrás dela. Os olhos dela ficaram estarrecidos quando ela reconheceu a garota.

—Marie- disse Malfoy - o que você está fazendo aqu…

—VOCÊ!- ela gritou apontando o dedo com as unhas perfeitamente pintada de vermelho- ME DEIXOU POR CAUSA DELA!- Hermione instintivamente deu um passo pra trás quando a unha apontou para ela- VOCÊ A LEVOU AO DONATELLA? VOCÊ PROMETEU ME LEVAR LÁ!

—Marie porque você não se acalma e…

—EU NÃO VOU ME ACALMAR! EU VOU QUEBRAR SEU NARIZ COM…

Hermione não ficou para ouvir o final da sentença. Ela saiu correndo do escritório assim que ouviu barulho de vidro quebrando. Correndo pra chegar na mesa de Lindsay, Hermione tropeçou algumas vezes até alcançar a lista de telefones e ramais da empresa.

—Segurança, segurança, segurança- ela sussurrava enquanto virava as páginas com suas mãos trêmulas- ah ha!

Não levou nem dois minutos para que os guardas da empresa saíssem do elevador igual aos filmes de Hollywood, e escoltassem uma Marie histérica e chutando tudo o que via pela frente.

—EU TE AMOOOOOO DRACO!!! - ela gritava enquanto tentava se soltar das diversas mãos agarrando seus braços forçando-a focar no elevador- PORQUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO ISSO COMIGO?

— O Sr Malfoy está bem? - Hermione perguntou enquanto um segurança passava.

— Um pouco amassado, mas vai ficar bem- ele respondeu.

—Obrigada- Hermione sorriu.

Ela mal pisou de volta no escritório dele e já começou a pisar nos cacos de porcelana e vidro espalhados pelo chão. Malfoy estava sentado em sua cadeira tentando curar o nariz que estava sangrando e um olho roxo. Tirando alguns cortes, ele parecia bem.

—Bastante heroico pra você, vazando do escritório como se o touro estivesse atrás de você.- ele reclamou enquanto ela ia caminhando para ficar ao lado dele.

—Cala boca, Malfoy- retrucou Hermione- Eu chamei os guardas, ou então você teria acabado com dois olhos roxos.

—Como se fizesse alguma diferença.

—Vejo que você é bastante treinado em auto defesa- ela disse sarcasticamente.

Malfoy sorriu para ela.

—Para sua informação eu sou um cavalheiro, eu não bato em mulheres.

Ela assentiu e foi andando até as costas da cadeira dele.

—Deixa eu olhar seu nariz.

— Claro, porque você não o arranca de uma vez, parece que ele vai cair de qualquer forma.- ele retrucou na defensiva.

Hermione sorriu.

—Eu só estou tentando ajudar.

—Você está tentando ajudar?- ele gemeu- Tem algo que você pode fazer por mim: fica longe!

Ela emitiu um som que unia frustração e um pouco de indignação.

—Malfoy, a não ser que você queira ficar com o nariz quebrado para sempre, eu tenho que consertar agora.

Malfoy bufou afrouxando a gravata.

—É um sonho que se torna realidade pra você?

—Merlin, Malfoy!- ela gritou jogando as mãos para cima em um sinal de exaspero- só cala a boquinha, dois minutos!

Ela puxou a cadeira dele para trás de forma que ela se posicionou entre a cadeira e a mesa no meio dos joelhos dele. Então ela conjurou um caixa cheia de algodão, algumas ferramentas de limpeza e uma garrafa de água, depois ela fez com que as mãos dele ficassem longe do nariz que sangrava muito manchando a camisa branca que ele usava. Com um feitiço de cura o sangramento parou.Então ela usou outro feitiço que fez que os ossos do nariz dele voltassem para o lugar, e Malfoy gemeu assim que os dois ouviram o crack.

—Agora vamos linpar você- ela disse com fingida animação- espera aí.

Ele estremeceu quando ela derramou a água no nariz dele e banhando toda a camisa que ele usava.

—Mas que merda, Granger!

—Chorão como um bebê- ela retrucou, balançando a cabeça. Ela segurou a cabeça de com uma mãos enquanto a outra limpava o sangue com um algodão da pele macia dele.

—Você só fez isso para ver meu tanquinho pela camisa molhada- ele disse acusadoramente.

—É claro que não! - ela olhou para baixo. Ela viu os braços definidos dele cruzados sobre o peito molhado e olhou para cima novamente encontrando os olhos de Draco.

—Ha! Eu disse- chorou Malfoy triunfante.

—O que?- Hermione corou furiosamente.

—Ouch! O que há de errado com você mulher? Isso doeu- ele disse afastando as mãos dela.

— Como você é chorão- ela disse recolocando as mãos no lugar onde estavam- para de colocar o dedo!

Malfoy a segurou pelos pulsos e disse:

—Eu posso me limpar sozinho, obrigado.

—Você pode até conseguir se limpar sozinho, mas não vai dar conta do olho roxo.

—Tão preocupada do nada, Granger? Eu devo ter crescido na sua admiração.

Ela revirou os olhos mas não soltou suas mãos do aperto dele:

—Só porque eu te odeio não significa que eu vou te largar sangrando e machucado.

—Sempre a super heroína.

—Se você não quer minha ajuda, beleza- ela disse e tentou se soltar- Me deixa ir!

—Eu não disse que não queria sua ajuda.

Houve aquele silêncio novamente. Aquela calmaria, como se houvesse um buraco no tempo e eles estivessem presos nele. Ela olhou nos cinzas dos olhos dele novamente, tão perto, como na noite anterior. Porque a vida era tão injusta? Um imbecil como ele não deveria ter a face de Deus. Alguém lá de cima deve ter cometido um erro. Ginny estava certa, ele é um cara atraente, mesmo não merecendo isso. Não havia dúvida de que o formato do nariz e os olhos inteligentes mereciam atenção. E todo aquele cabelo, tão macio, passando pelas suas mãos agora. Aqueles lábios, que agora se moviam, mas que ela não conseguia ouvir o que ele dizia. Merlin, ela mal conseguia respirar. Ele estava muito perto, prendendo ela entre o corpo dele e a mesa…

—Malfoy!

O feitiço estava quebrado, Hermione se viu nos braços de Malfoy, e corou.

Draco nem precisou se virar pra saber quem era.

—Zabini- ele disse.

—O que aconteceu cara? Eu ouvi que um romance antigo invadiu aqui…

—Eu to indo embora- disse Hermione um pouco sem jeito- Malfoy você ainda precisa de alguém que arrume seu olho.

—Uoou, parece que aquela mina sabe dar um soco, hein- brincou Zabini- Obrigado, Hermione. Malfoy ta te devendo uma.

Ela assentiu e estava prestes a sair do escritório quando ouviu Malfoy a chamar.

—Granger!- ele sorriu, aquele sorriso que é a mistura de um anjo com uma criança levada- Obrigado.

Ela assentiu, se virou e foi embora.

Ela tinha quase certeza de que Malfoy não voltou ao Donatella aquela noite.