Capítulo 11: Sorriso
Hermione Granger acordou no outro dia e decidiu que mataria um certo draco Malfoy muito em breve e cruelmente. Ela retiraria fio por fio do seu cabelo loiro com uma pinça apenas para começar, e depois continuaria o matando lentamente até que ele implorasse por misericórdia.
Apenas quando gotas do suco da laranja voaram para o seu rosto que ela percebeu que seu ódio por Malfoy fora sofrido pela laranja em sua mão que agora estava completamente desfigurada. Ela limpou a bagunça com ódio e se serviu um pouco mais de café.
Ela mal conseguiu fechar os olhos a noite toda, um pouco pelo homem detestável que não parava de roncar e se mexer ao seu lado, de forma que a manteve acordada efetivamente a noite toda. Hermione ficou tentada a simplesmente colocar algum juízo na cabeça de Malfoy, mas isso implicava em admitir que ele a estava incomodando e ela não daria esse gostinho a ele.Então ela apenas agiu de forma civilizada e madura.
Ela fingiu que não tinha sido perturbada pelo comportamento infantil de Malfoy e assim que o relógio bateu as 7:00 da manhã ela se levantou.
Então agora ela estava na cozinha de Zabini se servindo de uma segunda xícara de café e seu cérebro lento pela falta de descanso em puro ódio de Malfoy.
—“Bom dia, Granger”
A xícara na mão de Hermione se amassou como um copo descartável. Elas eram enfeitiçadas para não quebrar.
Draco Malfoy estava meticulosamente arrumado como sempre. Seu cabelo loiro penteado com uma precisão de artistas, sua camisa passada e seus sapatos polidos. De manhã ela havia enfeitiçado silenciosamente seu cabelo que havia, como o previsto, saído do controle. Não era justo que Malfoy pudesse ter um cabelo perfeito enquanto ela tinha que usar uns 50 feitiços em seu cabelo para pelo menos não morrer sufocada no meio dele.
Filha da puta.
—“Você teve uma boa noite de sono?” – ele perguntou sorrindo enquanto servia uma xícara de café para si mesmo sem a olhar – “A cama é extremamente confortável, não?”
—“Sim” – ela respondeu colocando a caneca dentro da pia.
Malfoy puxou uma cadeira e preguiçosamente se sentou reclinando e colocando os pés na mesa. Ele tomou um gole de seu café e suspirou “Delicioso” olhando nos olhos de Hermione.
Ela respirou fundo.
—“Espero não ter atrapalhado seu sono de beleza ontem. Eu me mexo muito a noite...”
Ela cerrou os punhos.
—“E já me disseram que me mexo bastante também”
Mais uma palavra e ela quebraria o nariz dele.
—“Parece que minha imaginação é mais vivida durante a noite”
Já. Chega. A mão dela foi deslizando vagarosamente para a faca que estava no balcão da cozinha.
—“Bom dia, galera!” disse Zabini entrando na cozinha. Ele piscou para Hermione- “Malfoy foi um bom menino ontem a noite?”
Ela forçou um sorriso e fitou Malfoy que sorria- “Ah sim. Ele foi um verdadeiro cavalheiro ontem a noite”
Malfoy sorriu de canto e se pôs em pé e Blaise cantarolava algo para si mesmo enquanto servia seu cereal. Hermione mordia um salgado com ódio quando sentiu Malfoy parar atrás dela, sua voz baixa o suficiente para apenas ela o ouvir.
—“Fico feliz que tenha gostado da minha cavalheirisse ontem a noite. Nunca em meus sonhos mais loucos eu poderia imaginar que você era tão malvada, Granger.”
—“Cala boca e dá um tempo” ela disse o afastando de si.
Malfoy sorriu enquanto ela saía furiosa batendo a porta atrás de si.
Blaise parou de cantarolar abruptamente.
—“Cadê Hermione?”
—“Ela foi caçar”- respondeu Malfoy.
—“Caçar? Caçar o que?”
—“Um pau”
—“Onde exatamente ela está procurando isso?”
—“Na vagi...”
—“Draco!” -gritou Pansy entrando na cozinha- “São 7:30 da manhã, pelo amor de Merlin. Sua mente já está nisso”
—“Mas se não estivesse não seria o Malfoy, certo?”- disse Blaise rindo-“Café?”
Hermione Granger nunca se atrasava. Na época de Hogwarts suas tarefas e trabalhos estavam prontos pelo menos 72 horas antes do prazo final para que ela tivesse tempo para coisas mais produtivas como ler. Ou ajudar Harry e Ron com seus trabalhos um dia antes de entregar.
Mas ela havia mudado. A moda a havia mudado. Ela descobriu na primeira semana da escola que as roupas não funcionavam daquele jeito. Nenhum designer conseguia terminar a coleção antes de uma hora para o show. Nada era definitivo até que a modelo pisasse na passarela
E, estranhamente, Hermione gostava. Ela gostava do frio na barriga dos prazos. Soava perigoso.
Ela pensava silenciosamente sobre isso enquanto tomava uma caneca de chocolate quente. Ela nem sabia se era dis ou noite. Ela nem se lembrava qual foi a última coisa que havia comido.
Ela estava exausta.
Mas tinha que voltar para o vestido. Ela só tinha drapeado metade da saia.
Tremendo ela pôs a xícara no chão e se pôs em pé.
E então caiu como uma fruta madura no chão.
—“Merda”- ela disse com a bochecha colada no chão frio de mármore.
E então fechou os olhos e dormiu.
Gina Weasley estava em pânico.
Felizmente, ela era linda em pânico. Pelo menos para alguém apaixonado. Harry Potter era alguém apaixonado.
Ele assistiu sua namorada andar pelo flat brigando com o telefone para que Hermione atendesse.
—“Gina”- Harry disse calmamente depois dela bater no telefone em frustração- “Acho que você está exagerando. Tenho certeza de que ela está bem. Ela sempre está”
Assim que as palavras saíram da boca dele, ele desejou não ter dito nada.
—“Ela está bem?”- gritou Gina ficando completamente vermelha- “Escuta aqui Harry Potter: nossa amiga Hermione Granger NÃO está bem. Não está bem, ouviu? Quando foi a última vez que ela nos ligou? Qual foi a última vez que você a viu? Que tipo de amigo é você? Você nem se mexeu pra saber onde sua amiga está, pelo contrário ta aí com a sua bunda no sofá com a sua revista de quadribol me dizendo que ela está bem!”
Ela engoliu a seco as palavras de Gina e sugeriu timidamente: “Porque você não liga pro Krum? Ele deve saber dela”
O furacão de antes parecia ter passado rapidamente e Gina beijou Harry rapidamente
—“Você é um gênio! Como eu não pensei nisso?”
Harry esperou ela sair do quarto para limpar o beijo da namorada e pegou a caixinha de veludo vermelho em seu bolso. Talvez não fosse a hora ainda até que Hermione saísse de sua caverna. E ela esperava que ela fizesse isso rápido.
—“Lindsay!”- gritou Draco furiosamente enquanto assinava contratos que seus advogados inúteis o enviaram.
A porta abriu depois de duas batidas. “Senhor Malfoy?”
—“Cadê a Granger? Eu te disse que preciso de uma reunião com ela agora!”
—“Eu informei a senhorita Granger. Talvez ela esteja ocupada trabalhando?”
Draco amarrou o pergaminho que havia escrito com um laço verde e entregou a secretária- “Diga a Hemmingway que isso é puro baboseira e que ele nunca mais pisará no meu escritório. E agora eu vou subir para gritar com Hermione Granger, se me der licença”
—“Claro, senhor”- ela respondeu friamente e lançou um olhar de morte, que parecia muito com o mesmo olhar de Hermione, fechando a porta atrás de si.
Draco suspeitava que elas duas tinham algum tipo de plano contra ele.
Viktor krum estava saindo do treino quando seu telefone tocou.
—“Alô?”
—“Viktor? É a Gina. Você viu a Mione recentemente?”
Ele sentiu seu coração falhar uma batida- “Não. Porque? Ela está bem?”
—“VOCÊ NÃO VIU ELA?”
—“Hum, não. Estive ocupado...”
—“Não vai me dizer que você não a vê desde a noite no Donatella?”
—“Hum, na verdade..”- ele começou a falar.
—“O QUE? Você está louco? Você está me dizendo que não falou com ela depois daquilo?”
—“Eu tentei ligar mas ela não atendeu!”-protestou Viktor-“Eu achei que ela estava brava e fiquei na minha”
—“Merlin! Ninguém saberia se aquela serpente asquerosa tivesse matado a Mione”
—“O que? Você também não tem notícias dela?”
—“Bem, não. Por isso estou te ligando”
Ele se levantou do chão e olhou no relógio. Eram cinco para as três. Pefeito.
—“olha, Gina. Tenho que ir”
—“Onde você vai?”
—“Vou ao apê da Mione”-ele disse em uma voz determinada.
Ele precisava contá-la algo muito importante.
Draco passou a mão pelo rosto cansado encostado no parede do elevador. A visita dele a Granger tinha sido atrasada pelo seu time de advogados incompetentes que por um detalhe no contrato fizeram ele perder uma hora do seu tempo precioso.
O elevador abriu e ele desencostou da parede arrumando seu terno. Malfoys sempre estavam impecáveis.
O barulho de seu sapato no chão de mármore batia nas paredes brancas e chegava aos seus ouvidos como um eco. E então ele ouviu outra coisa.
—“Hermione! HERMIONE!”
Draco começou a correr e virou a esquina do corredor entrando meio derrapando no apartamento de Hermione.
Viktor Krum estava de joelhos debruçado sobre Granger, que parecia estar desmaiada e fria, deitada de costas no chão.
Seu coração começou a bater mais rápido.
—“Que porra é essa?”
Krum virou rápido e vendo que era ele imediatamente se pôs em pé e começou a gritar- “Que porra é essa? O que você fez com ela?”
Draco engoliu o pânico crescente em sua garganta e enfiou as mãos nos bolsos da calça –“Segura essa marimba, Krum. Eu não fiz nada. Eu não a vejo faz alguns dias. E obviamente você não a vê desde que ela te abandonou no Donatella”-ele disse sorrindo.
A estrela de quadribol parecia não ter ouvido uma só palavra do que Malfoy disse-“Seu filha da puta! Eu disse para ela que era ridículo ela trabalhar para você! Como você ousa a tratar como escrava, sua cobra!”
Draco respondeu- “Você ouve o que está dizendo?”
Ele percebeu o que ia acontecer e desviou bem a tempo do punho de Krum que tinha como objetivo seu nariz.
—“Merlin! O que tem de errado com você?”
—“Você vai se arrepender do que fez!”-gritou Krum
—“E o que eu fiz? Seu estúpido!”
—“você machucou a Hermione!”
—“Você provavelmente machucou ela mais do que eu!”
—“Ela te odeia!”-Krum gritou-“Nós todos odiamos”
—“E por nós você quer dizer quem?”
—“Nós! As pessoas de bem!”
Draco riu-“Aaah sim. Então me diga oh bondoso Krum. Onde você estava se escondendo quando Voldemort veio a Hogwarts? Eu acho que era Berlim, não? Não me encare desse jeito. Eu podia muito bem ler seu endereço em casa uma das estúpidas caixas de chocolates e rosas e perfumes que enviou pra Granger.”
—Isso não é da sua conta! E porque você estava olhando o correio de Hermione, seu doido varrido!”
Draco quase rolou de rir. Ele já havia sido xingado de muitas coisas mas doido varrido era infantil demais.
—“Certeza que você não consegue pensar em nada melhor que isso?”-ele perguntou zoando. Sem nem esperar a resposta ele continuou-“Sabia que não. Eu entendo que você tem um espaço vazio onde o cérebro devia ficar no caso de algum batedor te acertar porque você é muito grande e gordo pra desviar”
Krum parecia ter dificuldade de processar a quantidade de insultos na frase de Malfoy. Felizmente para ele o despertar de Hermione o salvou de continuar a ser humilhado.
Uma única palavra saiu da boca de Hermione-“caralho”
Krum se ajoelhou ao lado dela em um segundo.
—“Hermione você está bem? Você quase me matou de susto!”
Draco assistiu ela piscar várias vezes tentando entender o que estava acontecendo antes de arquear uma sobrancelha.-“Viktor? O que você está fazendo aqui?”
—“você não me ligou de volta, eu tinha que vir te encontrar”- ele disse suavemente colocando as mãos dela nas dele.
Draco fez uma careta pela atitude brega de krum.
—“Ah”-foi só o que Granger respondeu.
Ele observou que Hermione havia congelado.
—“Ah”-repetiu Draco sarcaticamente- “E se os dois terminaram de trocar seus olharem apaixonados idiotas, eu tenho alguns documentos para olhar contigo, Granger”
Isso pareceu despertar Hermione do transe e ao invés do discurso vir de Hermione veio de Krum que soava extremamente irritante tentando parecer ela.
—“Você está louco? Ela acabou de acordar e você já quer que ela olhe alguns documentos contigo?
Draco riu e respondeu –“Você acha que eu pago ela pra que? Interpretar a Bela Adormecida?”
Ele ainda estava feliz com o olhar de morte que os dois estavam lançando pra ele quando Krum se levantou e lhe deu um soco.
Draco ouviu de longe Hermione brigar com Krum.
—“Viktor, você ficou louco?”
Draco riu da cara de Krum –“Então você curte uma briga”
Krum abriu a boca para responder mas não conseguiu antes que Malfoy atirasse ele no chão e pegasse um de seus braços contorcendo no pior ângulo possível.
—“Você é otário, Malfoy!”
—“pelo eu sou um otário bonito!”
—“PAREM!”
E o silêncio que se seguiu era tão incrível que Hermione pensou que tinha ficado surda.
Ela encarou os dois em desaprovação e respirou fundo.
—“Malfoy, solta o Viktor”
Malfoy a encarou de volta friamente como se ele fosse desafiá-la, mas se pôs em pé e se recompôs graciosamente como se estivesse tomando chá da tarde. Apenas os cortes e o vermelho das maçãs do rosto o delatavam.
Viktor se levantou cambaleando um pouco enquanto se ajeitava. Sua cara vermelha e cortada também.
—“Hermione...”-ele começou
—“Vocês dois deviam ter vergonha do seu comportamento. Eu não acredito no que acabou de acontecer. Quantos anos vocês tem?”
Malfoy riu e Viktor parecia pálido.
—“Ai Deus, nós vamos pra detenção?- disse Malfoy sarcástico.
Hermione estava tentada em socar a cara dele e terminar o trabalho de Krum.Mas sendo um mulher com domínio próprio e se contentou com seu melhor sorriso sarcástico.
—“Agora, Malfoy, você não disse que tinha alguns documentos para ver comigo?”
Viktor entrou na frente dela, pegando suas mãos – “Hermione eu quero falar com você”.
Ela piscou surpresa-“Ah, não acho que essa seja a melhor hora Viktor. Porque não me liga mais...”
—“Eu te amo!”-disse Viktor rapidamente.
Hermione o encarou. Estranhamente tudo que o cérebro dela conseguia pensar era que Malfoy estava ali assistindo os dois, talvez ele estivesse com aquele sorriso torto dele.
—“Hermione?”- disse Krum.
Ela voltou para realidade-“Viktor, não é uma boa hora”.
—“Mas...”
—“Por favor.”
Krum parecia que ia chorar a qualquer momento. Hermione quase achou engraçado. Quase. Ela se beliscou por pensar em tais coisas e assistiu ele sair de seu apartamento, dando uma última olhada para ela antes de sair e fechar a porta.
Malfoy deu um assovio baixo –“O homem confessa o seu amor verdadeiro por você e você o manda embora por alguns documentos comigo?”
—“Ah, cala a boca”- ela disse virando rapidamente e quase caindo devido a uma tontura.
Malfoy a segurou antes que ela caísse e ela o fitou sarcasticamente.
—“Não me olha assim, Granger. Eu só não estou muito animado por ter que limpar os pedaços do seu cérebro no chão. E se você realmente tem tanto cérebro como dizem seria uma bagunça e tanto”
Ela retirou o braço do agarro dele de forma abrupta e se sentou no sofá antes que seus joelhos desistissem dela.-“Estou tacada pela sua preocupação. Sério.”
Malfoy continuou onde ele estava. No meio da sala de estar encarando-a com um pouco de preocupação –“você já almoçou?”
—“Não”
—“Olha, Granger, não leve isso como preocupação de jeito nenhum, mas eu realmente não quero que você morra de fome antes da minha coleção estar terminada. E eu assumo que ela não está, certo?”
—“Minha coleção”
—“Você subestima a importância de investimento monetário”
—“E você parece subestimar o valor do processo criativo nesse projeto”
Malfoy andou preguiçosamente até ela –“Sério, Granger, ninguém te ensinou a ser boazinha com o seu chefe?”
—“Ninguém te ensinou a não assediar sua empregadas indefesas?”
Ele gargalhou -“indefesas? E aquele feitiço de eletricidade era o que? Um brinquedo? Porque eu sinto que estou sendo acusado injustamente de algo que não fiz?”
—“Ah é?”
—“E pelo que eu me lembro você mesma disse que teve uma ótima noite de sono, e tenho o pressentimento de que se eu realmente tivesse te assediado você não teria dito isso. Mas como não disse, eu estou tentado a pensar que você gostou”
—“Eu estava sendo educada. Blaise estava na cozinha, o que queria que eu dissesse?
—“Então você mentiu?”- Malfoy fingiu ficar horrorizado
Hermione revirou os olhos –“Sim. Menti. Me processa fofa”
—“Isso não é muito inteligente da sua parte porque eu tenho um departamento inteiro de advogados a minha disposição”
—“Ah não, eu ofendi o Grande Draco Malfoy. Supera. Só porque você não conhece a palavra educação não significa que o resto do mundo não conheça”
—“Eu estou chocado com a sua falta de educação. Pelo menos não vou ser acusado disso já que eu não tenho nenhuma educação”
Uma gota de sangue chamou a atenção de Hermione e realmente uma trilha de sangue descia da testa de Malfoy.
—“Merlin. Senta aí.”- ela disse batendo no espaço vazio ao seu lado no sofá-“ Não quero você sangrando no meu tapete”
Malfoy se sentou e disse rindo –“Você mandou seu namoradinho embora pra me consertar? Se eu não te conhecesse diria que você está me paquerando, Granger”
Ela silenciosamente conjurou um conjunto de primeiros socorros e começou a cuidar do ferimento.
—“Não se ilude, Malfoy. Eu já disse que não quero você...”
—“Sangrando no seu tapete. Certo.”
Hermione assentiu e segurou seu queixo com força fazendo o se esquivar.
—“Merlin! As mulheres nunca cortam as unhas?”- ele reclamou
—“Não. Unhas são armas naturais que toda mulher nasce com”
Ela gentilmente limpou o ferimento na testa de Malfoy e o viu fechar os olhos bem forte com uma cara de dor.
—“Awww, o pequeno Draco está com um dodói na testa?”- ela provocou
—“Cala boca, Granger”
—“Porque? Porque eu to certa?”
—“Não”
—“Porque então?”
—“Sua voz me irrita”
—“Isso não é verdade”
—“Ah é? Como tem tanta certeza?”
—“Eu tenho uma voz adorável”
—“Ah, é. Seu namoradinho é o fã número um. Certeza”
Ela não respondeu. Bateu sua varinha duas vezes no machucado e o viu fechar com uma luz amarelinha.
—“Então, você devia estar nas nuvens já que ele praticamente te pediu em casamento”- disse Malfoy provocando
—“Não é da sua conta”
—“Ah, parece que acertei em cheio”
—“Cala boca, Malfoy”
—“Você sabe o que eu acho?”
—“Eu não quero saber”
Malfoy segurou as mãos dela que estavam limpando a bochecha dele e disse sabiamente –“Eu acho que você não gosta dele do mesmo jeito”
Hermione revirou os olhos –“Garoto inteligente, como vc saberia?”
—“Primeiro: ele tem ombros muito largos”
Ela deu uma risadinha: “O que? você tem algo contra ombros largos?”
—“Não. Mas as mulheres tem”
—“Ah sim. Vejo que você possui um gosto feminino, o que não é muito comum em homens com inclinações femininas. Eu acho”- ela provocou tirando as mãos do aperto dele
—“Haha”- disse Malfoy seco –“ Nós dois sabemos que eu sou hétero pra caralho, então eu vou fingir que não ouvi isso. Como eu estava dizendo, nenhuma mulher em seu perfeito estado de lucidez gostaria de um cara com os ombros do Krum. Por outro lado, homens com ombros como os meus são os melhores”
—“Onde você enfia esse seu ego gigante, Malfoy?”
Ele sorriu – “isso soa pervertido”
—“Não, é você que transforma qualquer palavra em vulgaridades no seu cérebro defeituoso”
Ele assentiu -“Você me conhece muito bem”
—“Mais de dez anos trancada contigo num castelo ajudam”
—“Você sabe que amou”
—“A verdade é exatamente o contrário. Te garanto”
—“Você não mandaria o Krum embora se odiasse minha companhia tanto assim”
—“Eu estava sendo profissional. Você disse que queria ver uns documentos comigo”
—“E você estava perfeitamente ciente de que eu não tinha nenhum documento comigo”
Ela sorriu pra ele – “Se você precisa tanto se convencer de que eu não detesto você, tudo bem. Pode sonhar”
Ele sorriu ainda mais – “Adoro irritar você”
Hermione gargalhou de verdade.