My Heart Is Broken escrita por Laura Ashley Redbird


Capítulo 4
Voltando para casa...




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Pelo menos eu tinha um pijama, uma muda de roupa e minha escova na casa de Beth, de jeito que eu só precisaria passar em casa amanhã... Isso não me animou muito e passei o resto do dia pensando sobre o futuro.

Agora tinha um bebê envolvido no meio. Será que eu escutava Josh e, quem sabe, voltava pra casa ou eu esperava mais um tempo para ver como ele reagiria?

Durante o dia eu não consegui comer nada, toda vez que eu colocava alguma coisa na boca ficava tão enjoada que acabava vomitando. Dormi umas três horas de tarde. Em compensação de noite não preguei os olhos. Estava vesga de fome então fui até a cozinha e peguei um pacote de bolacha. Subi para o quarto e peguei no sono ás dez e meia da manhã.

Acordei-me ao meio-dia, quando cheguei na cozinha Beth estava preparando o almoço.

–Hum... Espaguete!!!- dei uma boa cheirada na panela. Como meu estômago não protestou fui arrumar a mesa para comermos logo.

–Dormiu bem?

Bufei. –Quem disse que eu consegui dormir? Umas duas horas no máximo!

–Ainda ta enjoada?

–Pelo menos essa parte já passou, eu to é faminta!

Três pratos de espaguete depois eu peguei minha bolsa e fui para casa.

–Boa sorte!- minha melhor amiga gritou atrás de mim quando eu sai.

–Vou precisar- murmurei pra mim mesma

Abri a porta silenciosamente e entrei. Aparentemente não tinha ninguém, fui até a suíte e comecei a encher uma mochila com roupas. Foi quando Shermy e Stella entraram no quarto, subiram em cima da cama e começaram a miar como se me perguntando aonde que eu tinha ido.

–Calma- eu disse acariciando o pelo macio do meu maine coon- eu to aqui e não vou deixar vocês de novo, tá bom?

Quando terminei de arrumar as minhas coisas andei até o andar de baixo. Não podia deixar meus gatinhos aqui! Eles iriam sentir tanto a minha falta... E eu a deles... Ainda bem que Beth me deixara leva-los para lá também. Arrumei uma malinha com a caixinha de areia deles, ração e uns brinquedinhos.

Com certeza eu acabaria voltando mais cedo ou mais tarde. Como, eu não sabia. Talvez fosse para pegar mais algumas coisas. Talvez na minha mudança, pegando o meu piano, a minha harpa e o violão. Talvez fosse para dormir aqui, aconchegada com Josh mais uma vez na nossa cama.

Antes de sair de casa passei na cozinha e, ao ver as frutas em cima da mesa dei de ombros e peguei uma das maçãs que eu tinha comprado fazia uns quatro dias e mordi com casca e tudo, mas, quando me virei quase a deixei cair. Josh estava parado na porta da cozinha, com duas sacolas de compras e olhando para mim com aquela cara de cachorrinho perdido.

Engoli o pedaço de maçã que eu tinha na boca

–Oi- foi a única coisa que eu consegui dizer

–Oi, vai passar mais um tempo na casa da Beth?- ele disse olhando para a mochila que eu tinha pendurada no ombro e a mala com as coisas de Shermy e Stella.

–É eu vou.

–Sabe quando vai voltar? Estou sentindo sua falta.

Balancei a cabeça em negativa

–Eu não sei nem se eu vou voltar ainda Josh. É muita coisa pra pensar de uma vez só. Não consigo tomar tantas decisões tão importantes em tão pouco tempo, eu preciso de um tempo para pensar. Tem muita coisa em jogo aqui!

Ele largou as sacolas na mesa da cozinha e veio na minha direção, mas parou á meio metro de mim.

–E se a gente só sentar no sofá e conversar como sempre fazemos quando temos um problema?- ele propôs

–Pode ser. –respondi depois de um momento de hesitação.

Andamos devagar até o sofá da sala aonde sentamos não muito longe um do outro.

Dei outra mordida na minha maçã.

–Você está com uma cara péssima- eu disse

Ele soltou uma risada e pegou uma mecha do meu cabelo meio bagunçado

–Olha quem ta falando! –ele lançou um olhar preocupado para mim- Você dormiu nas últimas duas noites? Está com olheiras e um tanto pálida.

Dei uma risada seca.

–Na verdade, eu devo ter dormido umas seis horas no máximo des de sexta de manhã e eu passei o dia vomitando ontem, então não me surpreende que eu esteja parecendo um zumbi.

Comi mais um pedaço da maçã e Josh olhou com um ar de interrogação para a fruta. Nunca fora de comer maçãs nem nenhuma outra fruta assim.

Dei de ombros

–Eu tenho que começar a cuidar um pouco melhor da minha alimentação, agora não sou mais responsável só por mim mesma.

Percebi que quando eu disse “não sou mais responsável só por mim mesma” o olhar dele passou para a minha barriga e depois para o meu rosto novamente. Ele fechou os poucos centímetros que haviam entre nós e colocou a mão delicadamente sobre o minúsculo volume que já se formava na minha blusa.

Mesmo aquele pequeno toque me aqueceu por dentro. Minha vontade era de inclinar a cabeça, encostar-me ao ombro dele e fechar os olhos, fingir que tudo continuava perfeito e que nós éramos uma família feliz. E foi o que eu fiz. Deixei-me relaxar pelo que pensei que fora alguns minutos, mas, pareceram apenas alguns instantes.

Josh começou a acariciar o meu cabelo, então abri os olhos e tirei a minha cabeça do ombro dele. Mesmo assim não me afastei. Só coloquei a minha mão em cima da dele que ainda repousava na minha barriga.

Era por isso que eu tinha gostado dele quando o conheci quando tinha 18 anos, ele era tão doce! E tinha me apaixonado por ele quando tinha 21 porque ele parecia ser a pessoa que mais me entendia no mundo. Talvez o fato de ele ser terapeuta ajudou-o a perceber que eu só estava fingindo estar feliz aquele dia no café. Era incrível como as simples palavras “Você está feliz?” podiam afetar uma pessoa. Mas só tive coragem de dizer o que sentia a ele três anos depois, através da música, é claro. Escrevi uma música chamada Good Enough para conseguir dizer para ele como o amava. Dai aconteceu tudo muito rápido. Ele disse que também sempre me amara então começamos a namorar. Um ano depois Josh me pediu em casamento e dois meses depois estávamos casados.

E pensar que isso já faz quase sete anos. Como o tempo passava rápido!

–Você acha que é um menino ou uma menina?- Ele sussurrou no meu ouvido.

–Minha intuição diz que é um menino, mas toda vez que penso, só consigo visualizar uma menina de cabelinhos castanho-claros, olhinhos verdes e covinhas...

Olhei para Josh, mas tudo o que ele fez foi olhar para mim de volta e em silêncio.

Aquilo já era demais. Não aguentava mais nenhum segundo de angustia.

Então me levantei subitamente, dando uma última mordida na maçã. Fui até a cozinha e larguei o que sobrou dela no lixo.

–Eu vou indo... Qualquer coisa nova eu te aviso, ok?- Eu disse pegando as malas que eu tinha deixado no meio da cozinha. - Ah, e mais uma coisa... Só para avisar que eu vou levar o Shermy e a Stella para a casa da Beth.

–Tá bom... - ele disse olhei para ele e pude ver uma expressão confusa.

Quando passei pela frente dele no caminha para a porta Josh pegou meu pulso e eu automaticamente virei o rosto para olha-lo.

– Se cuida. – ele disse.

Não pude deixar de sorrir.

Foi a minha vez de dizer “Tá bom!”.

Peguei a minha chave na minha bolsa e sai.


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