One More Chance escrita por Hime


Capítulo 11
Capítulo 11 - O Tirano


Notas iniciais do capítulo

Bom... estou mega feliz *-* . A Anny fofa fez uma imagem perfeita pra minha fic



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Suas almas bailavam na imensidão do oculto

Era como brincar com o fogo....

Maximus fora o nome que Lúzia escutara vindo de seu irmão. Maximus era o nome que anteriormente Amalia lhe falara , e afirmara com todas as letras que ela deveria confiar nele. Maximus, era o homem a quem estava bem a sua frente . Tudo a indicava para confiar nele , entretanto Lúzia sabia que as coisas não eram exatamente assim .

"Duvide de tudo e de todos"

Lúzia ainda sorria e esperava o homem ameaçador a sua frente retribuir os cumprimentos feitos por ela. Ele desviou o olhar , virou de costas para ela como se estivesse guardando algo ou alguém.

– Obrigado - Respondeu com uma voz rouca e agressiva.

– Não há de quê. Ricardo, o festival já vai começar . Todos estão lhe esperando com uma alegria imensa - Lúzia falou sorrindo delicadamente para o irmão - Vamos logo.

– Vamos, minha querida.

Os três caminharam até o castelo, e quando os aldeões avistaram Ricardo a correria e agitação foi intensa . Todos saudavam o futuro rei que os cumprimentava com acenos e apertos de mão. Muitos ignoravam a presença de Lúzia e a imprensavam contra outros aldeões. Outros saudavam Maximus como se ele fosse uma grande pessoa e de fato ele era. Todavia apenas Ricardo sabia disso.

Cansada da euforia e de quase ser pisoteada , Lúzia conseguiu sair da aglomeração de pessoas . Estava agoniada , agitada. Algo ainda apertava seu coração, a fazia ficar com algo preso na garganta. Uma imensa vontade de sucumbir ao choro a cercou. Já havia visto Ricardo, ele estava bem. Ela não tinha nada a perder , decidira se recatar e só sair de seu quarto no momento da coroação. Pegou levemente seu vestido e adentrou novamente no castelo, subiu a grande escadaria e se dirigiu ao quarto confortável que lhe aguardava. Ao entrar , jogou-se em cima da cama e permitiu-se relaxar naquele momento.

Ficou deitada pelas seguintes duas horas . Mergulhada em aflições e angústia. Ela realmente sentia que algo ruim ocorreria em breve.

Estava perdida demais em meio as próprias cogitações . De repente , murmúrios distantes cercaram seus ouvidos , sua visão foi ficando cada vez mais turva e ela mal conseguia enxergar o teto marcado por desenhos angelicais do quarto . Era como uma sinfonia de entidades gritando de forma distante ao seu redor , com suas vozes roucas. Estavam avisando a Lúzia sobre algo, ao menos ela interpretou assim .

Foi então que setas douradas apareceram diante a si , estavam indicando a saída do quarto. Era algo mágico e incrivelmente belo, no meio de toda a confusão de sua vista e audição , algo como setas douradas vieram a ajudá-la. Lúzia viu-se forçando seu próprio corpo a levantar e a seguir as fortes setas. Um clarão tão nítido. Ela sabia que algo a estava alertando de alguma coisa.

Ainda com a visão turva , digeriu-se a saída do quarto, parou quando ficou frente a frente com o corredor dos quartos e no corredor gélido não notou nada de diferente. As setas apagaram-se assim que ela deu o primeiro passo para fora de seu quarto . Tentou perscrutar algo de diferente naquele corredor , não viu nada de anormal. Exceto uma luz fraca emanando da porta do quarto ao lado, o quarto de Amalia.

Decidida, Lúzia empurrou a porta talhada em madeira de carvalho apenas para verificar se estava tudo bem e a cena que presenciou após isso marcou profundamente sua vida. Uma nódoa cercou seus pensamentos , um grande pânico penetrou todo o seu corpo. Ela estava lá , Amalia estava diante a si. Não estava sozinha , outra pessoa estava no local. Essa pessoa usava uma roupa completamente negra e os cabelos escuros delineavam o rosto de um assassino. Ele segurava um corpo delicado de uma divindade loira mais conhecida como Amalia . Lúzia conseguiu ver que no peito da mulher que usava um lustroso vestido azul estava cravada uma adaga. Rapidamente o sangue manchou todo o local.

Pela primeira vez em anos Lúzia sentia-se completamente apavorada, aquele o qual a Necromante afirmou que ela poderia confiar havia tirado a vida da própria.

Sua amiga estava morta e nos braços de Maximus o qual olhava friamente para ela. Ele foi colocando delicadamente o corpo da Necromante - ainda quente– no chão. Cautelosamente ele olhou para Lúzia e começou a dar passos vagarosos em direção a garota. Apavorada, deu passos ligeiros para trás , perdeu o equilibro quando seu corpo colidiu ferozmente com a parede do quarto de Amalia.Lúzia chorava desesperadamente, enquanto aquele terrível General aproximava-se

"Amalia.... Amalia... "– Era tudo o que a garota conseguia cogitar. Seu coração estava dilacerado, aquela a qual tanto havia lhe ajudado não estava mais presente naquele mundo. Nada mais fazia sentido.

– Lúzia, calma. Você será a próxima... - O olhar distante de Maximus a assustava ainda mais.

– Deixe-me em paz! Você a matou! Seu assassino desalmado. Queime no ... - Antes que Lúzia pudesse completar a frase , uma mão a puxou para trás arrastando-a. Em seguida a pessoa trancou a porta do lado de fora do quarto onde se encontrava Amalia e Maximus em uma tremenda velocidade .

– Lúzia eu quero que preste muita atenção. Você tem que ser forte e vir comigo - Essa voz Lúzia reconhecia muito bem, era de seu irmão . Ricardo. Agora mesmo nada fazia sentido.

Cambaleando, a jovem pôs-se pé . Seu irmão pegou firmemente sua mão e os dois saíram correndo até outro cômodo. Ela estava em estado de choque , não ousou ir contra o irmão . Não importava o que estava havendo , ela sabia exatamente que deveria manter a calma . Fora uma das primeiras coisas que Amalia lhe ensinou.

Eles correram até a sala do trono . A qual estava vazia. Seu pai, Luíz , deveria estar lá mas não estava.

– Onde está o Imperador , Ricardo?

– Olhe atrás do trono se conseguir - Ricardo parecia ansioso demais enquanto trancava toda a sala.

Lúzia seguiu em direção ao trono e novamente sentiu que seu coração poderia parar a qualquer momento. O homem de meia idade jazia no chão , estava morto , um imenso corte na garganta fazia o sangue brotar facilmente. Novamente as lágrimas rolaram apressadamente no rosto rubicundo da portadora do Salamandras

– O que houve aqui? Em tão pouco tempo, nada escutei... - Decidiu perguntar por fim.

– Eu pensei que poderia confiar no Maximus, mas ele apenas me usou. Ele queria vir aqui e assumir o lugar do nosso pai , queria nos matar junto. Aquela garota , Amalia, veio dizendo coisas estranhas para ele enquanto eu estava atordoado , ele havia acertado algo em minha cabeça. Eu só consegui fugir enquanto ela ainda falava com ele, os dois selaram um beijo. Deviam estar trabalhando juntos. Eu fui te procurar , entrei no seu quarto mas você parecia não enxergar nada . Eu gritava mas você não me ouvia , eu havia gastado muito energia e sucumbi a dor , perdi os sentidos. Quando recobrei os sentidos ouvi você gritando com aquele monstro.

– Ricardo mil perdões, naquela hora eu não conseguia ver ou ouvir qualquer coisa. Não sei o que houve comigo.

– Não se preocupe, Lúzia.

–Temos de arranjar um jeito de eliminar esse doente - Lúzia emanava uma ira sem fim , havia perdido o pai e uma amiga.

– Impossível. Ele é um general, lhe matara rapidamente sem hesitar assim que a ver. Logo mais soldados virão e ele não estará sozinho. Lúzia você tem que fugir agora mesmo. Pegue seu cavalo e dê o fora daqui . Ele irá atrás de você , precisamos de uma distração - Ricardo retirou de sua bolsa de viagem algumas bebidas , começou a jogá-las no chão , jogava descontroladamente em todo o salão.

– Mas e você? Ele também quer te matar.

– Lúzia vá! Eu sei me virar , lhe encontrarei dentro de dois dias no máximo . Fuja para a floresta imediatamente - Empurrou o imenso trono e embaixo dele havia um alçapão , o homem quebrou os cadeados e puxou as alças mostrando uma saída secreta - Vá agora Lúzia!

A jovem garota foi em direção ao alçapão sem tanta hesitação já que o irmão lhe transmitia uma imensa confiança , antes que descesse pela escada da passagem secreta, Ricardo segurou a menina fortemente pelo braço a puxando para si e a beijou profundamente . Lúzia retribuiu com um abraçou . Aquilo não era uma despedida, não poderia ser uma.

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Lúzia corria desesperadamente rumo a floresta. Não poderia voltar, era tarde demais. Via o fogo subindo. Provavelmente seu irmão começara aquele incêndio, era a distração a qual ele falara. Não conseguia evitar de pensar em Amalia e em seu pai tirano. Aquela cena onde Amalia estava caída aos braços de Maximus fora extremamente marcante. Eles haviam aberto a porta para um demônio o qual queria apenas a destruição. Por mais que sua apresentação a ele tivesse sido rápida , ela lembrava exatamente o rosto dele .

Julgava-se tão inútil por ter trancando-se no quarto invés de ter ficado o tempo todo com Amalia, agora ela estava morta. E Lúzia nem havia se despedido dela. Um desejo incansável de vingança estava penetrando sua alma, ela deveria matar aquele que causara aquilo tudo. Deveria queimar seus ossos até não sobrar mais nada, era algo que ela realmente queria fazer.E ela iria fazer, só precisava pensar como iria efetuar isso.

Clamava aos céus para que Ricardo estivesse bem , ao menos ele deveria ficar bem. Passou as horas seguintes correndo com a rajada que era o seu cavalo. Estava machucada , não fisicamente e sim psicologicamente. Maximus deveria pagar pelos pecados que cometera.

Seu clydesdale cascateava horizontalmente em uma incrível velocidade . Parecia uma rajada negra constante . Lúzia não conseguia conter as lágrimas. "Chorar é tudo o que eu faço... " Estava cansada de chorar. Estava cansada de tudo. Apenas queria dormir e não acordar mais , todavia ela tinha algo a fazer . Uma pessoa a matar. Maximus era seu alvo.

Quando o sol já estava nascendo novamente , Lúzia não resistiu ao cansaço que sentia. Desceu de seu cavalo e deitou em volta de algumas folhas, tomando o máximo de cuidado possível , sentido a presença de tudo para que nada ameaçador lhe causasse algum mal. Ainda sentia o seu coração apertado, todavia não era hora de brincar com o fogo. Ela deveria descansar e ver qual seria seu próximo passo.

Ali, coberta por pensamentos insanos e um ódio cruel, adormeceu . Seu rosto estava marcado por uma expressão melancólica.

2014 - Atual Romênia.

Algemado , Lorenzo tentava manter a calma . Teria de ver para onde o homem que parecia ser o líder daquela organização o estava levando. Ricardo ia na frente , atrás vinha Lorenzo e atrás de Lorenzo Leonard e mais outro guarda , os dois com bastões de eletrochoques apontados para ele . Andavam pelo corredor branco e sem vida. Assimilava-se a um hospício.

– Quando eu olho para você , só consigo ver um bando de idiotas - Lorenzo não evitou em pronunciar tais palavras.

– Quando eu olho para você , apenas vejo um Pérfido - Retrucou Ricardo- Agora calado pois sua voz me irrita.

– Ora, o playboy sabe responder - Ricardo não evitou a ira e voltou para Lorenzo tentando dar-lhe um soco. Porém Leonard o impediu segurando sua mão - Isso Leo , me ajude.

– Calado criatura desprezível. Leonard, não faça mais isso ou eu mesmo tirarei sua vida - Ricardo repreendeu o guarda.

– Senhor, o estado dele tem que ser ótimo para ajudá-la ou tudo será em vão - Leonard sussurrou quase que para si.

– Você deu sorte - Ricardo virou-se para frente e continuou andando , Lorenzo mantinha a cabeça erguida. Obviamente ninguém o machucaria , e todos ali irritavam-se rapidamente. Como se o odiassem extremamente. Nessa altura, aquilo era uma carta na manga para Lorenzo.

Andaram pelo resto do complexo em um silêncio mortal , Lorenzo estava quieto demais . Como se observasse o local por completo. Ricardo parou em frente a uma porta de madeira isolada das demais portas. A empurrou suavemente e fez menção para Lorenzo entrar , o que ele fez logo em seguida . O que o Caçador de Recompensas viu foi algo verdadeiramente doloroso. Annabelle estava pálida , estava deitada em uma imensa cama com lençóis brancos . No peito dela havia curativos os quais estavam com manchas de sangue. Ela não se mexia , muito mal parecia que respirava. Anna estava muito mal ou nem vivia mais.

– O que fizeram com ela? - Lorenzo elevou a voz voltando-se para os outros , ele que havia perdido o controle dessa vez. Machucaram uma garota inocente.

– Annabelle está em uma luta agora. Não o trouxemos aqui para lhe responder perguntas. O trouxemos para ajudá-la . Infelizmente você é o único compatível com a energia dela.

– Do que estão falando? - O homem estava aflito vendo a jovem quase morta a sua frente - Ela está quase morta!

– É por isso que você está aqui. Vamos usar a sua energia agora mesmo - Um dos guardas acertou as costas de Lorenzo com o bastão de eletrochoque o qual veio ao chão, em seguida mais uma vez e outra vez . Lorenzo , não aguentou.Fechou os olhos ainda perturbado pelo que estava havendo.

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2014 - Machu Picchu , Hotel Swissotel Lima . Peru.

Brenda Streisand e Frederick Jones estavam desesperados aguardando na sala de estar do hotel , não recebiam informações da jovem Annabelle Bingham durante 5 dias . Policiais de todo o Peru estavam a procura dela , todavia não acharam uma pista sequer. A menina parecia ter desaparecido da face de terra . Os pais dela chegariam dentro de alguns minutos, todos estavam eufóricos.

O mundo ainda estava sofrendo com o problema das cheias , naquele dia mesmo , uma cidade fora completamente inundada . As mortes eram incontáveis, talvez fosse o efeito estufa agindo ou simplesmente o mundo estivesse no seu limite.

Na porta do Hotel , um luxuoso Audi parou. Rapidamente uma mulher de cabelos negros e olhos castanhos e um homem alto de cabelos grisalhos e olhos azuis saíram do carro. Foram até a recepção desesperados. A recepcionista os indicou a sala ao lado, eles poderiam ficar ali e esperar os policiais chegarem sem problema algum.

Brenda e Frederick apressaram-se e foram ao encontro do casal. Receberam-nos com abraços calorosos.

– Tiveram alguma informação da nossa filha ? - Perguntou a mulher enquanto o homem ainda mantinha um olhar severo.

– Não senhora Bingham. As buscas ainda continuam e ninguém tem uma pista sobre ela . Vocês devem estar cansados pela viagem , a França fica um pouco longe. - Assumiu Frederick.

– Maldita hora em que permiti que ela viesse - Resmungou o homem com os punhos cerrados. Alguém abriu a porta. Dela saiu um homem imenso e fardado e mais dois policiais atrás dele.

– Você deve ser o Senhor Alexander Bingham - Cumprimentou o pai de Lúzia - E a senhora deve ser Diane Bingham- Em seguida a cumprimentou também - Me chamo Benjamin Willis e estou encarregado do caso de sua filha.

– Tem novas informações sobre ela? - Perguntou a mãe de Anna esperançosa.

– Não. Todavia ela não foi a única desaparecer. Lorenzo Crawford também desapareceu no mesmo dia que sua filha. É um caçador de recompensas filho de alemães. Quero que prestem muita atenção, tudo bem?

– Diga logo de uma vez , não vê que estamos aflitos? - Alexander resmungou mais uma vez.

– Suspeitamos que ele tenha sequestrado sua filha.

O silêncio ficou presente durante os minutos seguintes.


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