1995. Eduardo, Daniel e Amanda eram amigos inseparáveis, todos com 15 anos de idade. Eles iam para escola. Eduardo era amigo de Daniel desde os 4 anos de idade. Desde os 10 era apaixonado por Amanda. Daniel só veio a conhecer ela após os 12 e acabou se apaixonou por ela também.

– Você não entende, Dudu. Você teve 2 anos para se declarar pra ela e não fez isso. Agora é minha vez.

Era o que Daniel sempre dizia para Eduardo. Amanda até então via ambos como amigos, mas será que foi assim até o dia da tragédia?

Foi num desses dias em que Eduardo e Daniel iam buscar Amanda em casa e levar para a escola. Eles andavam devagar, conversando sobre a vida. Como eram de salas diferentes, se despediram do corredor.

– Tchau, meninos!

– Tchau!

Ambos os três aguardavam a chegada do intervalo. Aí, tudo ficava no mistério. Um menino afirmou que os três se encontraram. Mas viram Amanda morta no chão, ensanguentada com marcas de tiro. Eduardo e Daniel viram ela lá. Os dois choravam muito.

– Assassino! Você a matou - Daniel acusou.

– Mentira! Foi você. Eu nunca irei lhe perdoar.

Era incerto saber qual dos dois era o assassino.

***

Por falta de prova para ambos, eles estavam em estado de habeas corpus por dois meses. Eduardo foi para a Austrália e Daniel continuou no Rio. Passaram-se um mês desde que Eduardo e Daniel não se viam.

A mãe de Eduardo, Marcela, percebeu que Eduardo estava cada vez mais distante e apático a tudo e todos. Eduardo estava começando a passar por transtornos psicológicos passageiros, movido pelo stress e traumas. Preocupada, ela se aproximou do filho que se esforçava muito para comer dois ovos fritos com bacon.

– Eduardo, você jura que não foi você? - Marcela questionou.

– Juro! - ele berrou.

Acabou dizendo a frase errada. Ela queria confortá-lo, mas a ideia do filho ser o criminoso a pertubava. Como o orgulho em suas veias não a faria ceder naquele momento, apenas finalizou o diálogo de maneira rude:

– Olha lá! A Amanda era muito legal com você!

Não retrucou. Com uma certa culpa, Marcela se retirou da presença do filho. Ele faltou a aula mais uma vez.

***

Enquanto isso, Daniel caiu em uma depressão, semelhantemente a seu ex-amigo Eduardo. Tinha semana que ia na escola, semana que não ia. Era incerto saber se era peso de culpa ou tristeza, já que os dois se declaravam inocentes.

A família de Amanda estava furiosa com eles, achando que tinha sido os dois. Por enquanto, só a defunta poderia dizer o culpado. Mas isso é impossível!