Licantropa escrita por fuckholmes


Capítulo 4
Capítulo O4 — Coisas estranhas acontecem.


Notas iniciais do capítulo

oooooi! espero que gostem do capítulo, escrevi com muito carinho (:



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Na manhã seguinte o barulho da chuva me acordou. Tomei um banho demorado, coloquei o uniforme e peguei um pouco do perfume da Laila emprestado. Caminhei até a mesa onde estavam sentados G, Ted e seus dois amigos que comecei a conviver, Liam e Scott.

— Bom dia! — disse feliz me sentando ao lado do Ted.

— Bom dia — respondeu beijando-me os lábios. Fiquei corada ao ver a reação dos três nos olhando, fiz um sinal que depois explicaria para Genevive o que estava acontecendo e comi uma torrada.

— Você está atrasada — ela falou, segundos depois.

— Merlim! — olhei a hora. — Sibila vai me matar! — beijei o topo da cabeça dele. — Vejo você depois... — berrei quando já estava na porta do salão. Sai correndo em direção à sala de aula; esse já era o meu terceiro atraso, definitivamente eu estou morta.

— Melanie, está atrasada — resmungou a velha quando finalmente entrei.

— Desculpe-me, professora. Não irá acontecer de novo — continuei indo em direção ao meu lugar.

— Sra. Harrington, aqui, por favor — ela apontou uma cadeira no centro da sala, justo a cadeira ao lado da bola de cristal onde a cada mês ela fazia uma demonstração da leitura do futuro prévio de algum aluno. Percebi que esse seria eu. Ah, merda.

— Não acho que seja necessário... — comecei a dizer quando ela lançou-me um olhar reprovador.

— Não precisa ter medo, pobre criança — ela tentava acariciar o topo da minha cabeça, mas pareciam tapas. — Agora, sente-se — observei a expressão de todos apreensivos na sala. — Pronta? — sussurrou.

— Pronta — respondi incerta, tremendo da cabeça aos pés.

Estava com medo do que ela poderia acabar dizendo da frente dos outros. No começo não havia barulho algum. Prendi minha respiração, e quando comecei a fazer preces silenciosas para voltar ao meu lugar, sua voz se alterou.

Logo todos descobrirão a verdade, você cairá diante de toda a escola e a próxima na linha de sucessão assumirá. Ela reinará mesmo com a profecia existente. Não pense que você deve desistir! O final da história só depende das suas atitudes, está encarregada de fazer as devidas coisas voltarem ao normal — sua voz mudou de tom, parecia meio rouca e assustadora.

Todos estavam espantados; eu estava espantada. Queria levantar, mas tinha medo de que minhas pernas bambas me derrubassem no chão. Meu Merlim, eu tenho medo de tantas coisas, mas estou quebrando as barreiras uma por uma... E sei que uma hora elas irão cair por cima de mim. Sem perceber, levantei e sai correndo na esperança que ninguém viesse atrás de mim.

Eu corri pelos jardins do colégio como se o ar fosse acabar, como se tudo estivesse desmoronando, já estava esgotada e então pare de frente para a entrada da floresta proibida, um medo percorreu minha espinha.

— Está chovendo... Este é o lugar perfeito — sussurrei.

A chuva batia em mim com força, e mesmo assim comecei a adentrar na floresta, meu coração batendo rápido e forte. Eu sei que não devia ter medo do que poderia encontrar. Aliás, eu devia ter medo de mim mesma, ainda mais depois que todos descobrissem a verdade. Não suportaria olhar para os olhos azuis de Ted, ou para minha pequena e irritante loirinha, ou até mesmo Ian. Parei de andar ao encontrar uma árvore com folhas grandes. Me deitei embaixo dela, ouvindo o som da água cair, pegando no sono.

— Quem será essa? — ouvi alguém sussurrar, mas não ousei abrir os olhos. A chuva já parado, pois não sentia mais as gotas cairem sobre mim e nem o barulho que normalmente ela produzia.

— Grifinória — um homem, eu imaginava, com a voz mais grossa respondeu.

— Devíamos levá-la para Hagrid? — nesse momento abri um dos olhos e percebi que quem falava eram centauros.

— Não me levem — respondi, sentando-me assustada. — Por favor, eu não quero voltar para lá — implorei quase ajoelhando para que não me levassem de volta.

— A floresta é proibida — disse o mais alto deles. Também era o de pelagem mais escura, porém seus olhos eram verdes iguais esmeraldas.

— Será que é por isso que o nome dela é esse, não? — falei sem pensar. — Mas para mim não é — completei com receio.

— Nós sabemos que para você não é — o de pelagem mais clara e que tinha cara de ser mais chato, falou.

— Como sabem? Se antes falaram quem eu era? — achei que tinha os pego com essa pergunta.

— Não sabemos quem você é, mas ao mesmo tempo sabemos — eu já havia lido em alguns livros que os centauros são cheios de frases de difícil entendimento, mas esse eu sabia decifrar bem.

— Então... — minhas mãos tremiam, meu corpo começava a sentir o frio que estava. A escuridão estava chegando, provavelmente o jantar já estava sendo servido, será que ele estava sentindo a minha falta? — Como sabem?

— Acho que se pensar um pouco saberá — era o alto falando novamente. — Mas vou poupar a sua mente, menina. Nós sabemos pelo seu cheiro.

— Meu cheiro? — peguei uma mecha do meu cabelo, o perfume floral estava combinado com a terra molhada da chuva, onde minha cabeça havia repousado. — Estão sentindo o fedor de mim?

— Não, sua estúpida — o mais claro disse. — Nós temos um olfato melhor que o dos humanos, nós sabemos diferenciar os seres mágicos pelo cheiro. — ele havia revirado os olhos, representando que aquilo era entediante.

— Então, por favor, não contem a ninguém sobre mim — olhei em direção ao mais amigável.

— Qual o problema? — murmurou.

— O problema é que iriam me julgar, me tacar pedras — disse rapidamente. — E eu já fiz coisas das quais me envergonho, não quero que saibam, pois pela primeira vez eu me sinto em casa — sentia que se piscasse choraria.

— Entendemos, prometemos não falar nada. — sorri, eu estava pronta para dizer obrigada quando ele voltou a falar. — Somente se voltar imediatamente ao castelo.

— Tudo bem, mas me digam seus nomes primeiro — sorri com os olhos cheios.

— Ele é Jordan e eu sou Mitchel — o alto falou me estendendo a mão para um aperto que, que eu retribui.

— Eu vou indo, mas volto em mais ou menos semana. Prometo tentar não machucar vocês — ri baixo e me preparei para caminhar.

— Nox — sussurrei ao sair da floresta, olhei minhas vestes, estavam sujas de lama e ao passar a mão no meu cabelo pude notar diversas folhas presas nele juntamente com a lama. Também tinha a absoluta certeza que ele estava totalmente bagunçado e meus pés doíam de tanto andar. Caminhei em direção ao castelo, já deviam se passar das oito. Meu estomago roncava, não comia desde manhã. Será que havia alguém preocupado? Será que sentiram a minha falta? Eu não queria respostas, não agora... Queria subir, tomar um longo banho e deitar na cama com aquele doce cheiro de lavanda. Mas é obvio que isso não iria acontecer.

— Mel — berrou Gen correndo para me abraçar quando entrei no salão comunal.

— Se acalme — murmurei tentando empurrá-la.

— Eca — disse, fazendo uma cara de nojo e se afastando. Involuntariamente sorri. — Ted está te procurando como um louco pela escola, ele disse que olharia em mais alguns locais e voltaria aqui — sussurrou, para que as outras pessoas que estavam no salão não ouvissem. Apesar de já estarem com uma cara estranha para mim.

Subi me arrastando até o quarto para me lavar. Logo após penteei meu cabelo em um rabo de cavalo e coloquei um pijama. Em cima da minha cama se encontrava uma caixinha de madeira clara com um lobo gravado em cima dela.

— Isso é seu? — perguntei a Laila, que nesse momento estava pegando uns livros em seu baú.

— Acabei de chegar e isso já estava aí, ainda bem que você está salva — disse caminhando em direção à porta e assoprando um beijo.

A curiosidade me consumiu, meus braços se arrepiaram e corri até à porta e a tranquei. Sentei na cama e pousei a delicada caixa em cima das minhas pernas. Abri-a com cuidado. Dentro só havia um pergaminho devidamente dobrado para ter o tamanho perfeito da caixa. Desdobrei-o e dentro, com uma tinta preta e em uma letra perfeitamente caligrafada, dizia:

Tome cuidado, Lobinha. Agora que alguém descobriu seu segredo, medo não é de perto o que irá sentir. Afinal, eu não costumo ser bonzinho — R

Nesse momento meu coração já estava saindo pela boca. Mil imagens se formaram na minha mente: Ted com Victoire se agarrando na minha frente, Gen me abandonando e virando amiga das garotas as quais ela tanto falou mal para mim, e imaginei até o Ian me deixando sozinha, mesmo que não fôssemos tão amigos. Eu não iria ser bem-vinda aqui, eu me mudaria de novo. Como poderia me formar, se a cada ano eu estava em um local diferente?


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Notas finais do capítulo

gostaria de pedir e lembrar para que comentem, apenas com os comentários que eu sei se estão gostando ou não (e o que posso melhorar!!!!) beijos e até em breve.



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