Sombrio Limiar escrita por Anwar Pike


Capítulo 38
Pesadelos Tempestousos


Notas iniciais do capítulo

Uh uh, um capitulo um pouco mais comprido pra voces!



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O barco chacoalhava violentamente, as ondas chicoteando a embarcação sem pena. Eles haviam se livrado de tudo o que era possível. Roupas, cestos de palha e ate mesmo armas e comidas, mas a agua simplesmente continuava entrando, enchendo o barco e aumentando o perigo de um naufrágio.

– Ah, por Thor! – Soluço se ouviu dizer em meio aos trovoes. – Essa tormenta não podia acontecer quando estivéssemos atracados no píer da ilha dos Escoceses?

Seu pai, que estava correndo de uma lado para outro pelo convés instável gritava ordens para os homens, tentando impedir a destruição do navio.

Após cerca de uma hora lutando contra a fúria do oceano, a tripulação estava exausta, todos prontos para abandonar o barco.

Mas seu pai se recusava, gritando insultos aos deuses nórdicos, se era somente aquilo que eles tinham e que não iam derruba-los com tanta facilidade.

Com um ato desesperado, Soluço agarrou um pedaço de madeira solta no convés e acertou a cabeça de seu pai com força. Ele não soube se era pelo cansaço que já se apoderava de seu corpo ou ele finalmente desistira de lutar, mas o grande Estoico caiu de borco contra o chão do navio.

Em poucos minutos, todos os vikings e membros da tripulação se haviam lançado á um barco menor, Estoico carregado por dois dos mais fortes homens que eles tinham e começaram a remar por suas vidas para a costa, a ilha que aparecia vagamente á frente.

– Terra á vista!

O grito tão comum, e ao mesmo tempo cheio de esperança, deu força aos homens, que remaram com grande vigor ate a areia que se aproximava.

Uma onda se agigantou contra o pequeno barco. Nesse momento Soluço acordou, levantando-se de súbito.

Onde estava era, em uma palavra, intimidador. Ele notou a cama com lençóis grossos abaixo de si, as paredes de pura pedra ao seu redor. Um fio de luz da lua entrava por uma janela fechada por cortinas.

Uma pontada de dor em sua cabeça o fez deitar-se novamente.

O pesadelo estava ficando repetitivo. Em alguns momentos, curtos na verdade, ele ficava consciente, mas voltava a dormir imediatamente, como se tivesse sido atingido com força na cabeça.

Ele ouviu vozes do lado de fora do quarto e fechou os olhos, sem saber exatamente a razão.

Duas pessoas entraram, pelo barulho dos passos. Ele se aventurou a abrir vagarosamente seus olhos, sentindo o coração saltar contra seu peito ao se deparar com dois olhos azuis brilhantes olhando diretamente ate ele.

A garota deve ter se assustado também, porque suas bochechas ficaram violentamente vermelhas, iguais a seus cabelos cacheados.

Ele tentou falar, mas a voz estava presa em sua garganta, e tudo o que saiu foi um murmúrio engasgado. Com seu maior esforço ele tentou novamente, dessa vez a voz saindo, bem baixa.

– Olá, meu nome é Soluço.. e o s-seeu? – Ele percebeu que estava fazendo caretas para falar. A garota riu e se aproximou de sua cama.

– Eu sou Merida.

Soluço percebeu as sobrancelhas dela se juntarem no segundo que disse essas palavras e, surpreendendo-o, ela se virou e saiu batendo a porta atrás de si.

– Mas o que... ? - Sua pergunta pairou no ar, sem resposta.

Uma mulher com roupas engraçadas, beges e brancas, colocou panos molhados em sua testa. Antes de sair, colocou uma erva estranha em sua língua e disse que ele não cuspisse por 15 minutos.

Ele assentiu desanimado, o gosto azedo se espalhando por sua boca e fazendo com que tivesse que usar toda sua força de vontade para não vomitar.

∞∞∞∞∞∞

A ruiva andava com passos pesados pelo longo e escuro corredor da casa Dunbroch.

Você esta se apegando á ele. Por que disse seu nome afinal. Ora mas que tolice!

Merida soprou uma mecha de cabelo de cima de seus olhos, involuntariamente se lembrando do dia anterior, quando ela ficara ajudando Mod, a enfermeira a cuidar dele. Como ela ficara hipnotizada pelas sardas no rosto dele. Como sua mão seguiu sem que percebesse ate a dele, e como um choque percorreu seu corpo ao tocar seus dedos.

Não!

O que seus pais diriam se... Não, vikings eram bárbaros, e ela não deveria nem sequer pensar em ser amiga de um deles.

Resolvendo sair para andar de cavalo e esquecer-se desses pensamentos, ela foi ate Angus e montou.

Estava uma bela noite para cavalgar.

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Notas finais do capítulo

Comemtem :D



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